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Depois das 6 mil creches que são só sete, Dilma vai deixar de construir 800 aeroportos

Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/depois-das-6-mil-creches-que-sao-so-sete-dilma-vai-deixar-de-construir-800-aeroportos/#comment-2307173
Depois das 6 mil creches que são só sete, Dilma vai deixar de construir 800 aeroportos

Empolgado com a inauguração da Arena Castelão, o neurônio solitário que se empolga até quando inaugura pedras fundamentais enxergou no primeiro estádio pronto para abrigar jogos da Copa do Mundo outra evidência de que governa uma potência de impressionar presidente americano. Faltam 11, mas o pontapé inicial bastou para que Dilma Rousseff desandasse na discurseira: “O Castelão honra o Brasil e mostra pro Brasil inteiro que nós somos capazes, sim, não só di ganhá o jogo no campo mas di ganhá o jogo fora do campo”, caprichou no domingo em Fortaleza.

“Nesse momento, olhando este estádio, nós sabemos que nós damos conta das mais diferentes, das mais importantes ações e obras”, gabou-se a supergerente de araque. Nem todas, nem tantas, alertara na véspera mais um apagão.

Sobre a “interrupção do fornecimento de energia”, a oradora não disse uma única vírgula. Apagão é coisa de FHC desde 2003, quando Lula avisou que descobrira uma doutora em energia capaz de tornar o Brasil mais feérico que Las Vegas. Passados dez anos, o que mudou foi o nome da coisa. Apagão virou apaguinho.

O comício em Fortaleza confirmou que o espetáculo da tapeação não pode parar. O Brasil que Lula inventou e Dilma aperfeiçoa é tão deslumbrante que, se melhorar, estraga. Nada a ver com o país infestado de governantes ineptos, ministros corruptos, parlamentares vigaristas e quadrilheiros de estimação. Esse Brasil de verdade castiga o bolso e a paciência dos habitantes com licitações fraudadas, roubalheiras espantosas, colossos que nunca ficam prontos, canteiros de obras desertos, maluquices em ruínas emonumentos ao desperdício. O governo não cuida do que existe nem executa o que planeja, mas é muito inventivo.

Os programas ou projetos federais, por exemplo, já não são enterrados quando morreram. Por falta do atestado de óbito, continuam oficialmente vivos. O Fome Zero, o Primeiro Emprego, o PAC da Copa, o PAC da Olimpíada ou o Segundo Tempo, por exemplo, morreram de inépcia, de ladroagem, de inoperância, de politicagem ─ ou da soma dessas pragas tropicais. Permanecem no porão dos fracassos insepultos,para que os brasileiros que pagam todas as contas não enxerguem os naufrágios que financiaram nem os embustes eleitoreiros em que embarcaram.

É o caso do terceiro aeroporto de São Paulo, que começou a tomar forma em 20 de julho de 2007, na entrevista coletiva concedida por Dilma Rousseff em Congonhas. “Determinamos a construção de um novo aeroporto e a expansão dos já existentes. Os estudos ficarão prontos em 90 dias”, acelerou a Mãe do PAC já na largada do falatório. Onde seria construído?, excitaram-se os jornalistas. “Não sabemos onde será e, se soubéssemos, não diríamos”, ensinou Dilma. “Jamais iríamos dizer isso para não sermos fontes de especulação imobiliária” (veja o vídeo abaixo).

Cinco anos e meio depois, Cumbica e Congonhas estão na antessala do colapso e o terceiro aeroporto não existe. Nesse período, sempre em parceria com o chefe, padrinho e agora preceptor, Dilma fez de conta que reformou Viracopos, construiu o trem-bala, ressuscitou a malha ferroviária e espalhou aeroportos pela rota da Copa de 2012. e ainda achou pouco. Na visita à França, resolveu assombrar uma plateia de empresários com a novidade de dimensões chinesas: a presidente que não construiu nenhum aeroporto vai fazer 800 de uma vez só.

“Oitocentos aeroportos parecem muitos, não?”, perguntou a jornalistas brasileiros um perplexo Tony Tyler, executivo chefe da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Deveria ter buscado informações com gente menos desinformada ─ e menos compassiva com um governo que esconde a indecorosa nudez administrativa com fantasias que fundem muita propaganda, muita discurseira e muito cinismo.

Por ignorância ou má fé, a imprensa limitou-se a reproduzir o absurdo. Existem no Brasil 721 aeroportos ou aeródromos com pistas pavimentadas, quase todos em estado lastimável. Dilma decidiu dobrar esse número porque os eleitores de todas as cidades com mais de mil habitantes merecem andar de avião. Os jornalistas só desconfiaram da conversa de hospício dois dias mais tarde. e então se soube que Dilma, antes da viagem, examinara numa reunião com assessores da área um plano que prevê a construção de menos de 50 aeroportos.

Viraram 800 porque Dilma Rousseff mente compulsivamente, e com a naturalidade de espiã de cinema. A candidata à presidência da República passou a campanha de 2010, por exemplo, prometendo inaugurar 6 mil creches nos quatro anos seguintes. Passados dois anos, construiu sete. Aplicada aos 800 aeroportos, essa conta permite calcular quantos estarão em funcionamento no fim de 2014. Nenhum.

Comentários

  • 3 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Aeroportos do Galeão e de Confins terão R$ 11,4 bilhões
    Recursos fazem parte do Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos, divulgado pela presidenta Dilma Rousseff

    O ministro de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, anunciou nesta quinta-feira que o governo federal irá conceder à iniciativa privada os aeroportos de Confins, em Belo Horizonte (MG), e Galeão, no Rio de Janeiro (RJ). A decisão faz parte do Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos, que está sendo lançado no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. "Esse pacote de concessões tem o objetivo de melhorar a qualidade da infraestrutura aeroportuária e ampliar a oferta de transporte aéreo para a população", destacou Bittencourt.

    Com as concessões dos dois aeroportos à iniciativa privada, o governo espera investimentos de R$ 11,4 bilhões nos dois terminais. O aeroporto do Galeão deve receber investimentos de R$ 6,6 bilhões. O de Confins, de R$ 4,8 bilhões. O governo vai exigir que os participantes do leilão, em 2013, tenham experiência com terminais que movimentam no mínimo 35 milhões de passageiros por ano. No pacote de medidas para estimular a aviação brasileira, os terminais regionais foram contemplados. O governo vai investir R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais.

    Segundo ele, serão realizados "investimentos 100% públicos" em aeroportos regionais", com recursos do governo federal. Além disso, o "governo dará isenção e subsídios à aviação regional". Ele explicou que, para fortalecer a aviação regional, o governo federal irá contar com a parceria de Estados e municípios, por meio de concessões administrativas, pelas quais os Estados terão como prioridades a gestão dos aeroportos regionais.

    Bittencourt destacou ainda que as medidas preveem aprimoramento da regulação do setor da aviação. "É preciso investir, melhor gestão, parcerias e também capacidade para melhorar a regulação, aprimoramento regulatório, para trazer melhores serviços e competitividade para garantir qualidade ao cidadão", enfatizou o ministro.

    http://economia.ig.com.br/empresas/infraestrutura/2012-12-20/aeroportos-do-galeao-e-de-confins-terao-r-114-bilhoes.html
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Percival disse: Aeroportos do Galeão e de Confins terão R$ 11,4 bilhões
    Recursos fazem parte do Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos, divulgado pela presidenta Dilma Rousseff
    Não conseguem consertar dois aeroportos e falam em construir mais 800?!
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