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Guru religioso indiano culpa vítima por estupro coletivo

RaphaelRaphael Administrador
http://www.hindustantimes.com/India-news/NewDelhi/Asaram-Bapu-holds-victim-responsible-for-gangrape/Article1-986079.aspx
asaram_bapu_sl_07-01-2013.jpg
"Pode uma mão bater palma sozinha?" - diz o guru.

É essa a filosofia rasteira e nojenta que cada vez mais pessoas buscam no oriente?
Post edited by Raphael on

Comentários

  • 9 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Lamentável este tipo de comportamento...
    "Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas." (Confúcio)

    "A razão dos cães terem tantos amigos, é que movem suas caudas mais que suas línguas." (autor desconhecido)

    "Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta." (Albert Einstein)

    "O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade." (Albert Einstein)
  • Raphael disse: É essa a filosofia rasteira e nojenta que cada vez mais pessoas buscam no oriente?

    É necessário ter cuidado com generalizações. Estúpidos existem em toda a parte, não poderia ser diferente nas religiões orientais.
  • Então se um bando de tarado por bundas masculinas resolverem arregaçar o cu desse sujeito,ele não pode reclamar pois a culpa seria dele mesmo.
    Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?

    Total de Mensagens:
    8609 + aquelas que tenho agora. ):-))
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Segundo o 'guru', ela deveria ter sido gentil com os agressores.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador

    http://oglobo.globo.com/mundo/bollywood-explica-7237902
    Bollywood explica

    Helena Celestino

    Colunista analisa como abusos sexuais fazem parte dos contos na Índia


    Nos filmes da poderosa indústria cinematográfica da Índia, beijos são raros e cenas com mulheres nuas, proibidas. Mas estupros foram durante décadas matéria-prima das melosas histórias de amor vistas por milhões de indianos; atos tratados como inofensivos e até divertidos. Esta semana, ainda foi com a cara tapada que apareceram no tribunal cinco dos seis homens responsáveis pela violação e morte de uma jovem no ônibus em Nova Délhi, mas o início do julgamento é um marco do fim da cumplicidade da sociedade com a violência sexual contra a mulher no país.

    A morte brutal da estudante de Fisioterapia de 23 anos podia ser o destino de qualquer indiana ou turista na maior democracia do mundo. Estupros por gangues vinham ocorrendo com assustadora regularidade nos últimos meses, sendo praticamente ignorados pela polícia. Em dezembro, uma menina de 16 anos tomou veneno após ser violada por dois homens, humilhada por policiais ao dar queixa e, ainda por cima, estimulada por eles a casar com um dos estupradores ou a aceitar dinheiro para esquecer o assunto.

    A Índia não tem estatísticas de estupros por gangues, mas, segundo o “New York Times”, os casos de violação aumentaram 25% nos últimos cinco anos e mais de 600 mulheres deram queixa na polícia em Nova Délhi em 2012 - um só caso acabou em condenação. As leis contra violência sexual existem, mas não são levadas a sério: os partidos indicaram 260 candidatos acusados de crimes sexuais, e muitas autoridades continuam em seus cargos apesar de incriminadas por estupro.

    Mas dessa vez foi demais. As mulheres se reconheceram na história trágica da jovem estudante e resolveram usar sua força para exigir um basta à impunidade dos crimes sexuais. Centenas de milhares foram às ruas, enfrentaram a polícia, as bombas de gás lacrimogênio, os jatos d’água para expressar indignação e raiva, protagonizando o maior protesto contra os abusos aos direitos da mulher na História da Índia. Agora são milhões a fiscalizar o compromisso assumido pelo governo de punir os culpados.

    A história não começou bem. Sob o argumento de que se trata de “um caso sem precedentes”, o juiz colocou as audiências sob segredo de justiça, ou seja, os jornalistas estão impedidos de assistir às sessões e também de publicar informações dadas por testemunhas do processo. De qualquer jeito, as televisões passam horas tratando do tema, advogados prometem não respeitar a proibição e não se fala em outra coisa nas grandes cidades do país.

    É difícil ser mulher na Índia. Elas conseguiram avanços sociais importantes, como redução drástica da mortalidade infantil, queda no analfabetismo, aumento da escolaridade e ingresso em massa no mercado de trabalho. Mas é lá que acontecem 40% dos casamentos forçados no mundo e, ainda hoje, pratica-se o aborto seletivo de fetos femininos - por causa disso, existem 15 milhões de homens a mais que mulheres na faixa de 15 a 35 anos.

    Para enfrentar a violência, as indianas desenvolveram táticas de sobrevivência: evitam sair de noite, ficam longe das multidões, usam roupas dois números acima do seu tamanho, tomam ônibus junto com as amigas e têm sempre à mão um alfinete de segurança que serve para espetar os abusados nos transportes públicos. Como no Brasil, as indianas têm espaços exclusivos para elas no transporte público, delegacia de mulheres, uma espécie de SOS estupro por telefone, mas nada disso tem sido suficiente diante da estrutura feudal de uma sociedade em que homens acham a violação uma forma de mostrar à mulher o seu lugar.

    A onda de raiva contaminou os países vizinhos, às voltas com histórias semelhantes. No Paquistão, há três dias, uma menina de 9 anos foi sequestrada e violada por três homens, provocando indignação e protestos. No Egito, epicentro do assédio sexual dos países árabes, o governo anunciou uma lei para punir com mais rigor a violência contra as mulheres - metade das moradoras do Cairo declara sofrer agressões sexuais diárias, segundo estudo da ONU de 2010.

    Mulheres em fúria são perigosas. Em alguns países árabes, já arrancaram a burca e ajudaram a derrubar ditaduras. Agora, querem uma mudança de cultura. A Índia só conseguirá cumprir suas expectativas de virar uma nova potência mundial se as mulheres participarem de forma plena na vida social do país.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador

    http://oglobo.globo.com/cultura/misoginia-em-nova-delhi-7231822
    Misoginia em Nova Délhi
    Francisco Bosco
    Notícia sobre estupro seguido de morte faz colunista lembrar da opressão às mulheres que testemunhou na Índia


    O mundo é tão grande, a violência é tamanha, as informações são tão multiplicadas que costumamos reagir com indiferença ao horror. Mas, às vezes, algum acontecimento quebra essa camada anestesiada e nos atinge como um soco no estômago, como se tivesse acontecido com alguém muito próximo de nós. Não consegui dormir no dia em que li a notícia do estupro da moça de 23 anos, por seis homens que a violentaram por mais de uma hora, enfiaram uma barra de ferro pela sua vagina, destroçando órgãos internos, a espancaram e a jogaram, nua, de um ônibus em movimento. Talvez porque eu tenha estado em Nova Délhi, onde o estupro aconteceu, e tenha sentido a atmosfera nojenta de misoginia dessa que foi a pior cidade em que já estive em minha vida.

    É óbvio que não vou fazer aqui um julgamento da Índia. Países são complexos, heterogêneos, e juízos assim costumam revelar tanto ou mais de si do que de seu objeto. Mas vou contar minha experiência em Délhi, sob esse aspecto da misoginia.

    Estive com Antonia, a mulher com quem sou casado, em uma viagem de um mês pela Índia, em 2007. Algumas das lembranças mais vívidas que tenho do país dizem respeito ao modo como Antonia era tratada. Detestei a maior parte da Índia (estivemos em diversas cidades e regiões), por motivos diversos, mas sempre julguei que minha viagem teria sido bem diferente se estivesse sozinho, ou em companhia de outros homens. Isso porque

    Antonia era tão oprimida, o assédio sexual era tão ostensivo, que era impossível não me estristecer e não me revoltar. E de nada adiantava que eu tentasse lhe oferecer alguma proteção; eu era solenemente ignorado.

    Chegamos na Índia via Délhi, já quase de madrugada. No dia seguinte, travamos nosso primeiro contato com as ruas da cidade. Não me recordo agora da porcentagem de hinduístas, muçulmanos, sikhs e budistas em Délhi, mas lembro bem que havia uma quantidade muito maior de homens que de mulheres nas ruas, provavelmente por causa do patriarcalismo religioso (muçulmano seguramente) que obriga as mulheres a permanecerem no espaço privado. Numa cidade densa demograficamente, eram hordas e hordas de homens, muitas vezes andando em bandos, e algumas vezes de mãos dadas. Quando passávamos por eles, Antonia recebia olhares intensos, nem um pouco disfarçados.

    Os homens a encaravam, de cima a baixo. Eu segurava a sua mão, mas isso em nada impedia o assédio. Os machos olhavam quando passavam, e seguiam olhando depois, já de costas, fazendo comentários e soltando risinhos. O clima era de insegurança permanente. Havia poucos estrangeiros nos lugares por onde andávamos (pelo que lembro, muitos estrangeiros que vivem em Délhi não saem de seus redutos, feitos para estrangeiros). A cidade, embora enorme e repleta de gente, parecia provinciana, não habituada à relativização dos costumes que marca a perspectiva cosmopolita.

    No segundo dia em Délhi, fomos visitar a Jama Masjid, uma das maiores mesquitas do mundo. Para chegar na escadaria que leva à sua porta frontal, é preciso passar por uma longa rua estreita, feita de camelôs dos dois lados e um corredor por onde passam apertadas milhares de pessoas. Sobretudo homens, sempre. Ao chegarmos no alto da escadaria, notamos que cometêramos um erro grave: Antonia estava de bermudas, e ao se aproximar da entrada da mesquita foi barrada por um grito, que logo atraiu para nós olhares de dezenas de pessoas (homens, sempre). Sentindo-nos ameaçados, descemos as escadas e seguimos por uma rua lateral, e durante uma parte do caminho fomos seguidos por alguns homens. Conseguimos sair do lugar, e, quando já estávamos em uma avenida larga (repleta de bandos de homens), Antonia teve uma crise de choro.

    Nova Délhi tem cerca de 600 estupros por ano. Relatados (ou seja, o número pode ser muito maior). Muitas vítimas não denunciam os estupradores porque não acreditam que serão punidos. Leio numa matéria do “Estadão” que “a polícia frequentemente se recusa a aceitar queixas das vítimas de estupro e poucos acusados acabam sendo detidos e levados aos tribunais”.

    Saímos de Délhi em poucos dias e fomos para Mumbai. A cidade do hotel Taj Mahal é mais cosmopolita e o clima de insegurança diminuiu muito. Ainda assim, nunca me esqueço que o guarda que abria a porta do nosso hotel olhava para a bunda da Antonia a cada vez que entrávamos ou saíamos. Olhava escancaradamente. O guarda.

    Que essa tragédia da jovem estuprada e morta sirva para transformar a hedionda misoginia cultural de Délhi, cidade onde — leio ainda — se costuma considerar que a principal consequência de um estupro é que a vítima não conseguirá arrumar um marido. Terá que se casar com o estuprador.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Lembro que, há algumas décadas, quando as mulheres começaram a dirigir ônibus no Rio, tinha gente que criticava: "Vocês estão tirando o emprego de pais de família!"

    http://oglobo.globo.com/mundo/dois-milhoes-sao-mortas-cada-ano-na-india-7284876
    Dois milhões são mortas a cada ano na Índia

    Artigo de Gardiner Harris, do New York Times, fala sobre a onda de violência contra as mulheres indianas

    Ameaçada durante anos por seu marido e os parentes dele, uma indiana foi, finalmente, sequestrada, estuprada, estrangulada e jogada numa vala. Por mais de um ano o pai da mulher tentou, sem sucesso, que a polícia prendesse os acusados do crime, entre eles o marido. O pai, Subedar Akhileshar Kumar Singh, um oficial do Exército, acredita que a filha foi morta porque seus sogros ficaram insatisfeitos com o dote recebido, conforme artigo publicado quinta-feira no “The Indian Express”.

    Crimes assim são rotineiros na Índia, onde pesquisadores estimam que de 25 mil a cem mil mulheres sejam mortas anualmente devido a questões relacionadas ao dote. Muitas são queimadas vivas.

    Embora o estupro (e posterior morte) de uma jovem em Nova Délhi tenha mobilizado a Índia e chamado a atenção para a epidemia de violência, este tipo de crime é apenas uma faceta dentre as diversas formas de violência e discriminação que levam à morte quase dois milhões de mulheres por ano, segundo analistas. Entre as causas, não apenas a violência sexual, mas também as agressões domésticas, as disputas familiares, o infanticídio feminino e ainda a negligência às crianças e os maus-tratos aos idosos, que afetam muito mais mulheres do que homens.

    As mulheres tiveram grandes conquistas na Índia nas últimas décadas. Sua escolaridade, hoje, é comparável à dos homens, e elas conseguiram muitos empregos na indústria, embora sua participação na força de trabalho ainda seja inferior à masculina. E muitas mulheres se tornaram líderes políticas no país.

    Mas as mulheres por todo o país dizem que seu gênero as torna vulneráveis ao ataque de uma crescente população de jovens desempregados e sem perspectivas que veem o sucesso feminino como uma razão para o seu fracasso.

    — As mulheres estão avançando muito, mas, numa sociedade que continua a ser patriarcal, isso aumenta as tensões — afirmou a presidente da Fundação de Saúde Pública da Índia, Srinath Reddy. — E uma das manifestações dessa tensão é a crescente violência contra a mulher.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Segundo os fundamentalistas, se a mulher sai de casa sozinha, está pedindo para ser estuprada.
    E criticam as vítimas que reclamam.

    http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/2013-05-18/abusos-sexuais-sao-provocados-por-vitimas-dizem-conservadores-do-egito.html
    Abusos sexuais são provocados por vítimas, dizem conservadores do Egito

    Legisladores ultraconservadores islâmicos afirmam que atitude das mulheres 'contribui para seu próprio estupro'; ataques ressaltam fracasso do governo Morsi em restaurar ordem social


    O número de mulheres que sofreram abusos sexuais e estupros em uma única praça pública tornou-se grande demais para ser ignorado. Ultraconservadores islâmicos da nova elite política do Egito ficaram indignados - com as mulheres. "Às vezes", disse Adel Abdel Maqsoud Afifi, um general da polícia, legislador e ultraconservador islâmico, "uma menina contribui em 100% para o seu próprio estupro quando se coloca nestas condições".

    O aumento nas agressões sexuais ao longo dos últimos dois anos, desencadeou uma nova batalha para decidir quem é o culpado, e o debate tornou-se uma ilustração das contradições que afetam o Egito à medida que o país tenta se reinventar.

    Sob o governo de Hosni Mubarak, a polícia protegia as praças públicas contra atos de agressão sexual. Mas, desde a sua saída do poder, a retirada das forças de segurança abriu espaço para uma leva de atos de agressão sexual, aterrorizando as egípcias.

    As mulheres, no entanto, também aproveitam um outro aspecto da ausência da autoridade – falam aos meios de comunicação, desafiando tabus sociais e exigindo que seja dada a devida atenção a um problema que o antigo governo costumava rejeitar. Ao mesmo tempo, algumas autoridades islâmicas eleitas têm usado suas novas posições para alavancar algumas das posições mais patriarcais na cultura tradicional do Egito e demonstram uma profunda hostilidade à participação das mulheres na política.

    Essas autoridades declararam que as vítimas dos abusos ofereceram oportunidade para os ataques ao participarem de protestos públicos. "Como é que elas pedem que o Ministério do Interior proteja uma mulher que circula entre os homens?", questionou Reda Saleh Al al-Hefnawi, legislador do partido político da Irmandade Muçulmana em uma reunião parlamentar sobre o assunto.

    A revolta no Egito inicialmente prometeu reabrir o espaço público às mulheres. Homens e mulheres protestaram pacificamente juntos na Praça Tahrir durante os inebriantes 18 dias e noites que levaram à queda de Mubarak. Mas, poucos minutos após sua partida, a ameaça ressurgiu quando um grupo atacou a correspondente da CBS Lara Logan. Não existem estatísticas oficiais a respeito das mulheres que foram atacadas - em parte, porque poucas mulheres costumam relatar abusos, mas todos reconhecem que os ataques têm aumentado e se tornado cada vez mais mais ousados e violentos.

    Hania Moheeb, 42 anos, jornalista, foi uma das primeiras vítimas a falar sobre sua experiência naquele dia. Em uma entrevista à televisão, ela contou como um grupo de homens a rodeou, tirou sua roupa e a estuprou por 45 minutos. Moheeb lembrou que os homens gritavam que estavam tentando resgatá-la e, quando a ambulância chegou, ela já não conseguia diferenciar seus agressores de seus defensores.

    Para aliviar o estigma social geralmente associado a vítimas de violência sexual na cultura conservadora do Egito, seu marido, Sherif Al Kerdani, apareceu ao lado dela. "Minha esposa não fez nada de errado."

    Os ataques ressaltaram o fracasso do governo de Mohammed Morsi, ligado ao braço político da Irmandade Muçulmana, em restaurar a ordem social. Os comentários de aliados islâmicos do presidente culpando as mulheres pelos estupros foram simplesmente vergonhosos.

    Pakinam el-Sharkawy, assessora política do presidente e mulher que ocupa a posição de mais alto escalão em seu governo, chamou essas afirmações de "completamente inaceitáveis".

    Ela atribuiu os ataques a degradação geral da segurança, mas também à recusa dos manifestantes de permitirem que a polícia patrulhe a praça desde a revolta contra Mubarak. "Os manifestantes insistem em manter a polícia fora da praça, até mesmo para controlar o tráfego", disse.

    No fim de março, o governo de Morsi convocou uma reunião com as mulheres para que pudessem discutir planos para uma melhoria. Até agora, no entanto, sua medida mais concreta para resolver o problema foi a legislação para criminalizar o assédio sexual.

    Mas os defensores dos direitos das mulheres disseram que a lei não faria nada para protegê-las do desprezo que as vítimas de assédio sexual enfrentam em hospitais e delegacias de polícia – sem mencionar no Parlamento - ao tentar abrir queixas legais.

    Os membros da elite política, entretanto, pareciam mais preocupados em colocar a culpa uns nos outros. A Irmandade Muçulmana "planejou o assédio sexual na praça Tahrir" para intimidar os manifestantes, afirmou Mohamed Abu Al Ghar, o presidente do Partido Social Democrata egípcio.

    A Irmandade Muçulmana afirmou que os líderes da oposição "ignoraram os acontecimentos de assédio e estupro" na praça, de acordo com uma coluna no site da Irmandade. Os estupros são "uma desgraça para sua reputação".

    Outros parlamentares da Irmandade colocaram a culpa nos organizadores do protesto por não terem separado os manifestantes por gênero como os islâmicos costumam fazer.

    Alguns islamistas ultraconservadores, agora um poder político ao lado da Irmandade, condenaram as mulheres por se manifestarem em público sobre os ataques. "Você vê essas mulheres falando como ogros, sem vergonha, sem polidez ou medo e até mesmo sem nenhuma feminilidade", declarou um pregador de televisão, Ahmed Abdullah, conhecido como Sheikh Abu Islam.

    Essa mulher é "como se fosse um demônio", disse, perguntando-se por que alguém deveria se simpatizar com aquelas "mulheres nuas" que "foram lá para serem estupradas".

    Moheeb disse que tais comentários eram simplesmente "inaceitáveis" e acusou os parlamentares islâmicos de serem cúmplices. "Quando pessoas comuns afirmam algo de uma maneira tão ignorante assim, até dá para entender", disse Moheeb, "mas quando alguém na legislatura faz um comentário desses, eles acabam incentivando este tipo de agressão".

    Por Mayy El Sheikh e David D. Kirkpatrick
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