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"Carta aberta a FHC" afirma que não foi o Plano Real que acabou com a inflação

Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador

http://revistaforum.com.br/blogdorovai/2012/09/09/uma-carta-aberta-a-fhc-que-merece-ir-para-os-livros-de-historia/
Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO.

Críticas de alguns leitores (os que apoiam o artigo reclamam da 'privataria tucana' e criticam a venda da Vale, por exemplo):
Quanta baboseira! Um estudante de 2º ano de economia rebateria tudo! Em que mundo esse senhor vivia, pra afirmar que o mundo inteiro apresentava inflações de 10%? E a dívida pública de 850 bi, que hoje beira os 2 bi, trocando papéis externos por internos pra enganar os trouxas com a estória de terem pago a dívida externa? Lula é um santo! Fez o milagre de colocar parasitas metidos a intelectuais em altos postos públicos!

Ou:
Quer fontes oficiais?

Que tal o IBGE?
http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=IA47&t=ipca-indice-geral-grupos-produtos-servicos

É só clicar para ver o gráfico. Em abril/94 a inflação doi de 42,68 (no mês), em maio/94, 44,03 e em junho, 47,43. Depois da implementação do plano real, as taxas mensais não passam de 2,81% e vão caindo ao longo do tempo.

Vai dizer que isso caiu do céu e se deve exclusivamente à conjuntura mudial?

Aliás, se formos falar em conjuntura mundial, daí é que a coisa fica braba, com crise do México, crise da Rússia etc que, ao contrário da crise de 2009, afetaram a confiança nos países emergentes e não nos países “desenvolvidos”.

Gostaria muito de saber de onde esse senhor que escreveu a carta tirou os dados para dizer, gritando (afinal, ele escreve tudo em caixa alta), que “TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO.”

Inflação dos EUA (75-84): 7,7% (1992): 3,0% (1993): 3,0%
Comunidade Europeia (75-84): 10,6% (1992):4,6% (1993): 3,6%
Japão (75-84): 5,6% (1992):1,8% (1993): 1,5%
Brasil (75-84): 84,9%
Brasil (1992): 1.037,5%

Infelizmente não há dados do Brasil em 93 para comparar, mas os de 1992 são bastante reveladores. Mais de 1000% de inflação anual é hiperinflação sim, e não tem nada a ver com o resto da economia mundial. O Brasil era uma das maiores inflações do mundo, atrás apenas da Iugoslávia e países da ex-USSR. Nem mesmo a África possuía inflação com mais de 2 dígitos.

Quem quiser conferir, é só clicar: http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/weo0593/pdf/File5.pdf

Comentários

  • 2 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Mais uma:
    Vou apontar mais uma barbaridade no texto. O tal aumento da dívida pública. Mas será que o grande professor não sabe que a dívida pública federal se multiplicou em sua maior parte porque o governo FH assumiu todas as dívidas estaduais e passou a cobrar a dívida dos estados da federação a juros mais baixos? Hoje já se pensa em fazer algo assim na Zona do Euro, com os países endividados

    E outra:
    “Aprovação de 96% de Lula”. Aí já tem uma pequena má-fé. Pior que não precisava, porque a aprovação monstruosa de Lula já era de 84% no final de 2010. O autor incluiu regular na aprovação de Lula o que é um erro metodológico porque existe regular positivo e regular negativo. De qualquer fora, no caso de FH 2002 foi tirado o regular do cálculo de aprovação, pode conferir. Isso foi feito, não?

    Além disso o respeitado camarada (cheio de títulos) já tirou o corpo fora dizendo que não fará uma análise teórica. Mas é bastante estranho para um acadêmico utilizar índices de aprovação popular para dizer se um governo é bom ou não (isso é para os políticos e para a mesa de bar). O caso mais clássico de todos – veja lá no livro do Ian Kershaw – a aprovação a Hitler nos anos 30 foi mais de 80%, quase um Lula (os nazis eram bons, então?). Daí, para um acadêmico se utilizar desse expediente logo de cara já indica uma fragilidade nos argumentos, concorda?
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