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Bem vindo a matemágicalandia.
A equipe de Walt Disney criou uma animação nos anos 50, (cujo vídeo eu publico no final deste texto), onde o Pato Donald, entra em um mundo mágico e faz um tour guiado pelo espírito da aventura.
Esse mundo é o mundo da matemágica, mas na verdade, não há nada de mágico nele, pois o que é apresentado ao Donald, é o nosso mundo, onde ele aprende que existe uma linguagem usada para traduzir e demonstrar de forma lógica e racional, o universo e o seu funcionamento, e essa linguagem, é a matemática.
Donald descobre que esta linguagem pode explicar tudo o que existe, e que o domínio desta linguagem, pode ser usado como ferramenta para criar quase tudo àquilo que nosso intelecto imaginar, sendo que, esta linguagem, é usada inclusive, pela própria natureza.
A natureza nos fala pela matemática, e pela matemática aprendida, desvendamos os seus segredos.
Não há nada de mágico nisto, pois ao descobrirmos como traduzir esta linguagem e usa-la, percebemos que a mágica é apenas fantasia e tudo pode ser explicado de forma lógica e racional, se algo não puder ser explicado por esse ferramental, significa que esse algo não existe, não pertence ao mundo real, pertence apenas ao mundo da fantasia e da imaginação, sendo assim, irreal.
A matemática é natural e explica tudo aquilo que é natural, tudo aquilo que é real e existe, e pode ser usada para criar coisas que ainda não existem desde que, sejam usados para a sua criação, matéria e energia existentes naturalmente, tudo depende da tecnologia a qual dispomos no momento.
Se algo não pode ser explicado pela linguagem matemática, este algo não existe, não pode vir a existir e não pode ser criado.
Mas, nem tudo são flores...
Tudo ia bem, no mundo da ciência, até o momento em que se contestou a causalidade.
Causalidade
Princípio fundamental da "razão aplicada ao real, segundo o qual "todo fenômeno possui uma causa", “tudo o que acontece ou começa a ser supõe, antes dele, algo do qual resulta segundo uma regra" (Kant). Em outras palavras, princípio segundo o qual se podem explicar todos os fenômenos por objetos que se interagem, que são definidos e reconhecidos por meio de regras operatórias.
Segundo a concepção racionalista, a causalidade é um conceito a priori necessário e universal, isto é, independente da experiência e constituindo-a objetivamente: todas as mudanças acontecem segundo a lei de ligação entre a causa e o efeito.
Hume critica a concepção clássica de relação causal, segundo a qual um fenômeno anterior (causa) produz um fenômeno posterior e consequente (efeito), argumentando que essa relação não se encontra de fato na Natureza, mas apenas reflete nossa forma habitual de perceber as relações entre fenômenos. A causalidade não expressa, assim, uma lei natural, de caráter necessário, mas uma projeção sobre a natureza de nossa forma de perceber o real.
A partir desse momento, a ciência passa a não buscar a causalidade, por considera-la não natural, e passa a analisar apenas os efeitos, afirmando inclusive, que muitas coisas não possuem uma causa necessária para gerar um efeito.
Isso está ligado ao conceito de que, passado, presente e futuro estão conectados de forma simultânea, ou seja, acontecem ao mesmo tempo, e se acontecem ao mesmo tempo, não existe a necessidade de uma causa, uma vez que o efeito poderia existir juntamente com a causa.
Assim, como os efeitos são mais facilmente verificáveis, abandonou-se a busca pelas causas.
Mas seria realmente a causa, algo não natural?
Não seria na verdade, o tempo, este sim, uma projeção sobre a natureza de nossa forma de perceber o real?
Eu fiz uma longa explanação num texto onde defendo a hipótese de que o tempo não existe, uma vez que a natureza não necessita do tempo para funcionar, o tempo só existe enquanto fator psicológico nos seres vivos para se localizar no seu próprio espaço, o link para o texto, é esse aqui:
http://gilghamesh.blogspot.com.br/2012/08/o-tempo-nao-existe-ou-melhor-o-tempo-so.html
Ora, então, se é o tempo que não existe, então a causa existe.
A questão é que muitas vezes, não conseguimos apontar a causa correta para a existência de um fenômeno.
Ao apontamos a causa errada, ou não apontarmos uma causa, apesar de podermos analisar seus efeitos, estes não poderão ser conectados com a verdadeira causa, esta não conexão, irá gerar o desencadeamento da criação de uma série de equações matemáticas analíticas, que descambarão para o mundo da fantasia e do irreal.
Um mundo onde todas as coisas que se pode imaginar, podem ser possíveis, por mais descabidas que sejam: viagens no tempo, viagens com naves espaciais com velocidade igual ou maior do que a velocidade da luz, dobras espaciais, tele transporte, universos paralelos, múltiplas dimensões, etc., etc., etc..
Se não existem causas que geram os efeitos, tudo é permitido e tudo é possível na criação de fórmulas matemáticas, mas, essas fórmulas matemáticas, dirão apenas aquilo que queremos que digam, mas não dirão necessariamente a verdade do mundo real, uma vez que ouve uma ruptura do pensamento lógico e da razão entre o real e o imaginário, causada pela nossa não capacidade em perceber que: causas geram efeitos e que efeitos não existem sem causas.
É nossa a falha, em relação a apontar as causas erradas ou não aponta-las, não é culpa da linguagem matemática, nós prostituímos a linguagem matemática, transformando-a de algo natural, para algo completamente artificial.
Pobre Pato Donald, se ele viaja-se para a terra da Matemágica hoje, iria encontrar em seu lugar, um bordel.
Comentários
Eu sempre pensei que tempo é apenas movimento, movimentos são relativos, só podem ser quantificados quando relacionados à um movimento referencial. Quando medimos um movimento qualquer usamos um outro movimento padrão para se fazer a comparação.
Substitua a palavra TEMPO por MOVIMENTO e verá que dá na mesma.
Tempo é movimento, movimento é energia.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
E é justamente isto o que alguns pesquisadores tem aventado e estão colocando em discussão. :)
http://gilghamesh.blogspot.com/
Pois é! Quanto ao tecido espaço-temporal, pode ser que seja uma outra coisa. Percebeu que aquela antiga idéia do éter está voltando com uma roupagem nova e com mais implicações?
Como se ele fosse um meio de propagação para todo tipo de energia,inclusive a energia de um campo gravitacional que afeta todo movimento de massas.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Eu me lembro de uma vez, em que discutia com o Nelson Magrini, muito tempo atras, e toquei exatamente nesse ponto, eu disse que a teoria quântica, estava travestindo a velha teoria do éter, com uma roupagem nova e bonitinha chamada: entrelaçamento quântico.
O Magrini subiu pelas paredes, soltando fogo pelas ventas...
Mas sinceramente, suas explicações, já naquela época, não me convenceram...
O tecido espaço/temporal, logo vai revelar-se como sendo apenas, um diáfano véu de fumaça imaginária...
Putz, estou poético hoje... :P
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