SORTE SEM JUÍZO
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Quando as autoridades de segurança pública nos recomendam a ter juízo para não sermos assaltados ou para não freqüentarmos casas noturnas é por que talvez estejamos todos chegando ao final do túnel e a luz que nos guiava até lá era apenas um trem vindo de encontro a nós.
O major Gérson da Rosa Pereira, do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, nos deu um conselho: “A população também deve ter cuidado com o lugar que freqüenta. Não dá para ficar em um lugar onde não se pode nem se mexer”. Mas o correto e o tranqüilo para a população não seria estar livre dos locais citados se o sistema de fiscalização funcionasse como deveria funcionar?
Querem nos transformar em carneirinhos obedientes que ao menor latido de um border collie correm desesperados para o curral. Já temos “mais sorte que juízo” quando saímos de casa todos os dias para trabalhar, para estudar ou para fazer compras no supermercado.
Até agora éramos “sortudos” apenas com a bandidagem: “Não reagir, não olhar para nossos algozes, entregar tudo de valor e – quem sabe? – relaxar e gozar”.O prêmio lotérico era sair com vida numa ocasião dessas. Mas as nossas responsabilidades, diante da irresponsabilidade das autoridades pagas para nos dar qualidade de vida, aumentaram depois da tragédia de Santa Maria.
Com uma mochila nova e mais pesada vamos carregá-la de “juízo” para que não sejamos tão somente “sortudos” quando quisermos sair à noite para usufruir um pouco de lazer. E o que deveremos fazer?
Mesmo sem um jaleco de autoridade ou de fiscal, ao escolhermos uma casa noturna, já na portaria, pediremos o alvará de funcionamento e a validade dos extintores. E aí, então, entraremos ou daremos meia-volta.
Vamos pedir também a planta da casa e com a informação das medidas do ambiente poderemos avaliar a contagem do borderô para saber se o público que se diverte lá dentro está restrito ao metro quadrado a que tem direito, se “mexendo” com liberdade.
Se cada cidadão brasileiro cumprir com as recomendações de nossas autoridades, todos nós seremos muito felizes em nossas atividades e no nosso lazer. Sobre a tragédia da boate Kiss resta a triste constatação: os culpados foram essas centenas de mortos e feridos que não fizeram o trabalho fiscalizador da prefeitura e dos bombeiros.
ALVARÁS
O licenciamento de casas de espetáculo ou mesmo locais de grande freqüência de público só é permitido pelo poder público municipal, depois dos laudos dos bombeiros e da saúde pública. A renovação do documento segue o mesmo rito burocrático do primeiro licenciamento. A Kiss estava fora dessas normas.
A NOVIDADE
A boate Kiss não tinha diversos documentos exigidos pela o seu funcionamento, mas apurou-se que ela tinha até um local para um cárcere privado. Pelo menos e por isso mesmo foi condenada na Justiça. A boate teve de indenizar um cliente mantido naquelas circunstâncias.
INSTITUIÇÃO
A instituição Corpo de Bombeiros não está em julgamento como entidade que salva vidas nas piores condições de trabalho, mas o seu setor de fiscalização em Santa Maria não fez o trabalho que se esperava.dela no caso da Kiss.
Comentários
Essa boate TINHA ALVARÁ sim, mas é que estava vencido... Aguardava a emissão de um novo. E seria interessante saber se esse novo alvará só seria concedido se tais e quais condições de segurança fossem atendidas... Ah! E esse alvará só estava vencido há 6 meses. A tal casa, naquela época em que o alvará era válido, tinha todas as condições necessárias de segurança, seguranças treinados, mais portas de saída, extintores funcionando, etc e tal?
E tem mais uma coisa: as prefeituras concedem os alvarás... mas qual é a sistemática? Qual é o prazo, sem chance de prorrogação, dentro do qual a prefeitura deve conceder ou negar o alvará? Tenho um vizinho farmacêutico, do tipo muito certinho, que montou a sua farmácia, atendendo a TODAS as exigências, etc e tal e ficou aguardando o alvará para abrir sua farmácia. Passou um ano e nada, passou outro ano e nada e ele já tinha comprado alguns dos medicamentos de uso mais comum, cujo prazo já estava vencendo e ele seria obrigado a jogar tudo fora. E a cidade é São Carlos - SP e não uma gigantesca metrópole.
Viu o caso do funcionário, que só com o seu salário conseguiu ser proprietário de cento e poucos imóveis? Como é que ele conseguiu isso? Sacou, né? Já que não tem prazo para as prefeituras liberarem alvarás, então cria-se dificuldades e vendem-se facilidades...
O brasileiro é covarde demais para mudar isso.
Isso me lembra uma vez que tive o carro roubado e o Delegado falou que eu não deveria mais estacionar carros ali, pois era uma área de roubos de carro.
A minha vontade foi perguntar a ele já que sabia, porque não tomou uma providência para evitar estes roubos.
Mas poderia ser preso por desacato e até tomar uns tapas devido a truculência desas pessoas.
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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O major não exigiu que a população se tornasse fiscal do governo, apenas que tivesse a prudência de não permanecer em locais onde não dá nem pra se mexer. Muito bom conselho, e não precisa ser um "fiscal" para saber o que é um ambiente super-lotado.
Nem acho que seja só por questão de segurança. Que divertimento se pode extrair de um lugar onde há dificuldade até pra locomoção?
precisamos acabar com essa atual inversão de valores, onde a imcompetencia pune as vitimas
sem nenhuma consciência sem existências
basta não se comercializar um espaço que não se tem, esse controle é obrigação dos comerciantes e da fiscalização publica e não dos clientes.
sem nenhuma consciência sem existências
Sim, mas os clientes, ao notarem o óbvio, que a casa está superlotada, não são obrigados a permanecerem no barco afundando.
Podem pedir o dinheiro da entrada de volta na justiça, se houver mesmo superlotação.
É obvio que quem vai para um lugar com uma infra estrutura assim vai pra ficar chapado. Não seria mais simples (e mais barato) ficar num boteco?
― Winston Churchill
O problema é que para este tipo de público, casa superlotada é sinônimo de "lugar bombando", ou seja qual for a gíria do momento.
Estabelecimento noturno cheio, de preferência tão cheio que tem fila de espera, sempre foi considerado aval e não aviso por quem frequenta.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
― Winston Churchill
isso ocorre devido a carência de lazer, imagine como deve ser dificil assistir uma final de campeonato ou algum jogo decisivo e de repente voce percebe que o estadio esta super lotado, voce desistiria da sua diversão por "imaginar" que o estadio pode vir abaixo ?
segurança publica é obrigação do governo, quando pagamos impostos , pagamos pela diversão julgamos que tais ambientes estejam autorizados para funcionarem "legalmente".
sem nenhuma consciência sem existências
voce anda assistindo muito o BBB- Big Besta Brasil , pare com essa mania de querer ficar tomando conta da vida alheia, agora vai querer ensinar onde cada um deve ir ou não.
Se voce tem o habito de ficar enchendo a cara de cachaça no boteco, beliscando mortadela, isso é problema seu, cada um frequenta locais conforme afinidades e poder aquisitivo.
sem nenhuma consciência sem existências
Certo. É esse público que precisa votar melhor!
"A razão dos cães terem tantos amigos, é que movem suas caudas mais que suas línguas." (autor desconhecido)
"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta." (Albert Einstein)
"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade." (Albert Einstein)
Meu caro amigo Virgem: não estou dizendo o que cada um faz da sua vida. Somente critiquei esse tipo de ambiente. E ainda arde nê Criaturo, e MUITO. He, he, he... Agora dizer que eu assisto BBB, magoei.
Por que ao ivés de fazer comentários infelizes você não procura sair do PC e vê se arruma uma namorada? Porque teu problema é seca.
― Winston Churchill
Falando em comentarios infelizes, para voce parece que ta dificil mesmo para abandonar essa mania de ficar cuidando da vida dos outros , heim ? vou ter que repetir este post: "voce anda assistindo muito o BBB- Big Besta Brasil , pare com essa mania de querer ficar tomando conta da vida alheia, agora vai querer ensinar onde cada um deve ir ou não."
obs. acho melhor guardar essa frase , pelo visto ainda vou ter que repetir muito.
sem nenhuma consciência sem existências
Acho que você deveria reler meu post, virgem. Repetir não é novidade: você é repetitivo que chega a dar sono.
― Winston Churchill
Bizarrices da vida moderna...
relaxa cara!
aproveita e convide o cientista para tomar cachaça e ir ao boteco dar umas boas beiçadas nas coxinha acompanhadas com mortadelas.
sem nenhuma consciência sem existências
Como se você fosse frenquentador de boteco. Se bem que não duvido.
E ainda arda muito nê Criaturo?
― Winston Churchill
O que me faz pensar... Qual é a diferença? Será que o empresário da periferia não tem tantos amigos políticos e portanto não consegue o alvará com facilidade e por isso as casas tem tantas saídas de emergência?
Eu acho que o fato do empresário da boate Kiss ter conseguido o alvará antes é porque deveria ter algum tipo de padrinho político. Porque os reles mortais que tem que seguir as regras dos bombeiros, e colocar diversas saídas de emergência, ter extintores regulares, sinalização de emergência.
Duvido que não teve fiscalização na boate, uma casa dessas na frente de tantos apartamentos, moradores incomodados sempre reclamam na prefeitura pra ver se esse estabelecimento tem alvará. E dizem que esses moradores fizeram até abaixo assinado. Tem que ver isso... deve ter algum padrinho no meio dessa história.
Provavelmente você está correta.
Alguns anos atrás estava a conversar com um cliente a respeito de corrupção e uma mulher interrompeu a conversa para contar o seu caso.
Ela disse que estava abrindo uma empresa e fez todas as obras exigidas pelo Bombeiro e nunca conseguia a autorização para abrir seu negócio.Então ela foi a sala de quem resolvia de fato e esta pessoa falou que ela podia fazer o que quiser, mas só conseguira a autorização se desse uma quantia a ele.
Eu quando passei para faculdade,tinha que fazer uma viagem no mesmo período em que tinha que fazer a matrícula ou perderia a vaga.
Um tio meu foi ser meu representante legal para fazer a matrícula.Para conseguir este documento (uma procuração),precisava de um documento que era emitido pela delegacia local gratuitamente.
Na delegacia a pessoa que atendeu disse que o documento só poderia ser liberado no prazo de 30 dias.
Expliquei que tinha urgência e ele me chamou a parte e disse que eu dando uma quantia a ele o caso seria resolvido.
Dei a quantia que ele pediu e o documento veio e assinado pelo Delegado em poucos minutos.
Pensei que nada pior poderia me acontecer até o dia que um policial roubou o meu carro.
Deixei meu carro estacionado em uma rua em Vila Izabel pois de lá tinha que pegar um ônibus para o Leblom e fui trabalhar.
Minha esposa estava recém operada na casa da avó e eu ao acabar de trabalhar fui visita-la para depois buscar o carro.
Como ficou muito tarde eu peguei um ônibus e fui para a casa de meus pais dormir.
Acordei com meu pai me chamando para atender o telefone que era da delegacia.
A pessoa ao telefone me disse que o carro estava largado na rua e que tinha sido apreendido me ameaçando e mandando eu comparecer a delegacia.
Ao chegar a Delegacia vi meu carro no pátio e o policial disse que havia rebocado o carro por este estar em lugar suspeito.
Mostrei os documentos do carro e ele disse que por ele estava tudo bem, mas que o delegado queria uma quantia.Argumentei que não tinha a quantia pedida por ele devido o fato de estar gastando muito dinheiro com a doença de minha esposa e ele perguntou se eu tinha cheque .
Respondi que sim ele falou que poderia dar um cheque para 30 dias.
Sem alternativa e com medo dei o cheque pré datado.
Quando fui ligar o carro ele não pegou a pessoa então falou que tinha feito uma ligação direta e que eu precisaria levar o carro para um chaveiro concertar e ligou o carro para mim, mexendo nus fios em baixo do painel.
Com muita raiva contei o ocorrido para um amigo meu detetive da polícia e ele falou que eu poderia denunciar na corregedoria, mas que se assim fizesse estaria correndo risco de vida, pois a tal pessoa sabia onde meus pais moravam e provavelmente onde eu morava também, visto que constava nos documentos do carro.Ele falou que para se rebocar um carro segue toda uma documentação e que nunca poderia ter acontecido do jeito que foi, teria que ser um caminão reboque devidamente documentado.
Em suma, justamente em um lugar onde eu devia buscar justiça ou seja na delegacia, me acontece essas barbaridades.
Lamentável
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
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lamentavel II
ja vi um caso no jornal em que uma pessoa teve seu carro roubado a mão armada quando foi a delegacia prestar queixa reconheceu os policiais como os ladrões, ai fica dificil né ?
sem nenhuma consciência sem existências
Engraçado... ouvi um caso semelhante aqui no Rio só não lembro quem contou.
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
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foi o próprio, saiu em varios jornais.
sem nenhuma consciência sem existências
ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 06 FEVEREIRO 2013
ARTIGOS - DIREITO
Alguns leitores têm me solicitado uma palavra sobre a tragédia de Santa Maria/RS, especialmente quanto à questão do poder regulatório do estado, mister que aquiesci em atender somente com uma boa dose de relutância e depois de várias reflexões.
Quantos foram os que, imediatamente após o sinistro, puseram a garganta a serviço do oportunismo! Quem foi visto nos noticiários até hoje, não disse lá outra coisa que não reclamar do descaso das autoridades, da falta de fiscalização e ora bolas, de uma “política” ou de uma “lei” mais severa para o funcionamento de casas noturnas. Mesmo os jornalistas mais conscienciosos não escaparam da armadilha estatista.
Lembrem o especial destaque com que os noticiários televisivos aplicaram ao fato de que a dita boate “estaria” com seu alvará vencido. Como falta lógica e bom senso a esses profissionais da informação! Por decerto, em suas burocráticas cabecinhas devem imaginar que o vencimento de um certificado tem o poder de invalidar as obras e a estrutura física que foi montada justamente por meio dele! Percebam como a hipótese de que a dita casa de eventos estar em dia com seu alvará não minimiza, mais ao contrário, agrava ainda mais a situação!
Em uma dessas reportagens, um perito em segurança informou porque tantas pessoas morreram nos banheiros, isto é, porque seguiram outras à frente caminhando em uma direção qualquer com alguma aparência de decisão, como se soubessem o que faziam, ao que denominou este típico comportamento em situações de pânico descontrolado de “efeito manada”.
Pois eu digo, é exatamente isto o que acontece com essas bocas levianas!
Quando um brasileiro típico abre a boca para exigir mais ação por parte do estado, ignora solenemente que todo e qualquer dispositivo de segurança foi inventado pela iniciativa privada: extintores de incêndio, detectores de fumaça, sprinklers (chuveirinhos), portas abre-rápido e o que mais exista no mercado. Até mesmo a própria regulação estatal foi erigida copiando a regulação privada: grande parte das normas da ABNT derivou-se de associações puramente privadas, como a SAE – Society of Automotive Engineers.
Quando as primeiras leis sobre segurança no trabalho surgiram nos Estados Unidos, os trabalhadores há muito já usavam EPI – equipamento de proteção individual, pagavam seguro de vida e cumpriam procedimentos elaborados por seus patrões ou, indiretamente, por entidades certificadoras privadas, e claro, as crianças já estavam nas escolas.
O primeiro pensamento de um cidadão brasileiro ao ser sugerido sobre uma desregulamentação é a de que aí sim, os empresários, sequiosos de lucro fácil, colocariam toda a população em grande risco. O homem que se nutre de tal raciocínio desconfia dos seus semelhantes tal como aquele que acredita que toda mulher é “vaca”, com exceção de sua mãe. Deu para perceber a contradição?
Todavia, em uma sociedade livre, o mais certo é que naturalmente floresceriam não uma, mas várias entidades que aqui vou denominar de “certificadoras”, que estabeleceriam cada qual suas próprias normas privadas de segurança, e isto aconteceria não por benevolência pura e casta, mas simplesmente porque a segurança é um bem valioso. Isto tem acontecido desde o século XVIII, com a fundação do Lloyd Register of Shipping, em 1760, primeiramente no ramo da construção naval e marinha mercante e com o passar do tempo, com linhas férreas e plantas industriais. Entidades como o Lloyd Register, conhecidas como Sociedades Classificadoras, têm como patrimônio a reputação, uma árvore frondosa que cresce somente alguns milímetros a cada ano, mas capaz de tombar em um segundo, daí ser tão cuidadosamente zelada. Será que o Corpo de Bombeiros estadual ou a Secretaria de Obras do Município dependem da reputação para sobreviverem?
Com base em um sistema puramente contratual, a cada figura do malfadado sinistro, seriam atribuídas responsabilidades muito bem antecipadas e definidas, abrangendo os músicos, os proprietários do estabelecimento, a companhia de seguros e inclusive, os próprios clientes!Muito diferentemente dessa névoa cinzenta e amorfa que levará anos e anos até surgir alguma decisão judicial, e que mesmo quando vier, não logrará trazer justiça e principalmente, reparação.
Sim, prezados leitores! Uma verdade dolorosa – e aqui peço bastante para não ser mal interpretado - é que em parte aquelas vítimas deixaram-se morrer porque confiaram no poder do estado de regular as suas vidas; em outras palavras, delegaram ao ente estatal uma responsabilidade personalíssima!
Querem um exemplo? Ainda hoje minha filha de 11 anos pede para divertir-se em alguns brinquedos de um famoso parque de diversões que periodicamente vem a Belém. Todavia, não lhe dou permissão, eis que não aprovo a segurança daquele estabelecimento e não confio na responsabilidade dos seus donos. Quando vejo aqueles equipamentos com porcas e parafusos desgastados, fios elétricos espalhados pelo chão, a superlotação e a absoluta inexistência de uma turma especializada em segurança e controle de danos, percebo claramente que estou diante de uma máquina da morte, esperando apenas que o demônio lhe faça uma visita.
Há tempos atrás, em uma reportagem sobre moradias de risco, uma cidadã norte-americana traduziu exatamente o tipo de comportamento que nos falta: ela havia dito que no lado baixo do seu bairro os aluguéis eram mais baratos, mas o seguro, bem mais caro, de modo que assim preferia continuar morando na parte alta da cidade. Enquanto isto, os brasileiros vão se equilibrando em morros e outras áreas de risco, e caso se vejam de frente com o infortúnio, lá vem o estado com perigosos incentivos como o aluguel social e outras formas de indenização, garantias que são pagas principalmente com o dinheiro de quem toma atitudes seguras e não recebe nenhum mimo por tanto.
Claro é que são poucas as pessoas que possuem conhecimentos técnicos suficientes sobre segurança, mas algo que elas podem fazer facilmente é escolher firmas certificadoras, a exemplo das sociedades classificadoras, assim como escolhem uma grife de roupas. Quem opta por uma grife confia no bom gosto que ela promete. Assim, qualquer pessoa poderia verificar, à porta do estabelecimento, se ele obedece às normas privadas da entidade certificadora em que ela confia, porque mais bem reputada.
Bom, exatamente nada neste mundo é certo, e este artigo certamente não advoga que um sistema puramente privado seria perfeito. Todavia, os incentivos e os gravames são muito mais bem definidos e corretamente alocados do que no sistema de regulação estatal. Na pior das hipóteses, uma quantia a título de indenização por morte seria previamente estipulada, o que não traz as vidas perdidas de volta, mas minimiza os efeitos materiais de quem dependia dos seus entes queridos. No sistema estatal, a fórmula é mormente substituída por multas a serem pagas para o estado, e não para os clientes prejudicados.
Como brasileiros, poucas escolhas temos já que a regulação de segurança é quase toda estatal. No entanto, se você entendeu e concordou com os argumentos acima expostos, prepare-se para viver uma vida mais responsável – eu digo, mais individualmente responsável. Já ouviu falar em direção defensiva, aquela em que você dirige prestando atenção às barbeiragens alheias no trânsito? Pois bem: adote o conceito de “cidadania defensiva”, isto é, precavendo-se contra as barbeiragens dos políticos e dos agentes públicos. É o que você pode fazer por si e sua família.
FONTE: http://www.midiasemmascara.org/artigos/direito/13833-o-efeito-manada.html
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