Colo de mãe é melhor
Escrito por Carlos Ramalhete | 12 Abril 2013
Artigos - Governo do PT
O sistema escolar brasileiro está falido. É uma máquina de produção de analfabetos funcionais, onde é mais frequente deseducar-se que aprender.
Uma boa definição de loucura é repetir a mesma ação esperando resultados diferentes. Esta é, todavia, a especialidade de nossos governantes.
O ensino brasileiro estava muito ruim. Aumentaram o ano letivo, passando de 180 para 200 dias. Ficou péssimo. A nova solução, como sempre, é mais do mesmo! As crianças agora serão arrancadas por lei dos braços da mãe na tenra idade de 4 aninhos, para serem jogadas nos depósitos de crianças que hoje passam por escolas, onde aprenderão a escrever errado, inserir receita de miojo na prova e mesmo assim passar de ano até se ver em uma faculdade, ainda analfabetas funcionais.
Diz-se que o Estado finge que paga, o professor finge que leciona e os alunos fingem que aprendem. Já é péssimo que isso seja, em grande medida, verdade. Há professores heroicos, que fazem do magistério um sacerdócio. Mas não são nem poderiam ser a maioria, e raros são os que mantêm o entusiasmo, ano após ano, perdendo a saúde, sem remuneração condigna, sujeitos a alunos cada vez menos educados, logo menos capazes de aprender... ou de se comportar em sala.
E a solução proposta para os alunos que não passam de ano é que sejam passados – pois outra coisa não é a tal “progressão continuada” senão uma obrigação de aprovar o analfabeto e empurrá-lo para a série seguinte, em que evidentemente aprenderá ainda menos por não ter aprendido o que deveria ter vindo antes, a base para a próxima matéria.
O sistema escolar brasileiro está falido. É uma máquina de produção de analfabetos funcionais, onde é mais frequente deseducar-se que aprender – aliás, o Bonde das Maravilhas, último horror do funk carioca, surgiu numa escola...
E essa triste palhaçada agora há de começar aos 4 anos de idade!
Quando meus filhos eram pequenos, algumas vezes perguntaram à mulher da minha vida em que creche eles estariam. A resposta era sempre a mesma: “Creche?! Eles têm Mãe!” Dava até para ouvir o “M” maiúsculo. A indignação dela é compreensível: a educação da criança compete primordialmente à mãe e ao pai. Em alguns casos – como quando a mãe se vê forçada a trabalhar fora ainda na primeira infância dos filhos –, é necessário que uma criança seja posta em uma “escolinha” antes de aprender a ler, mas é sempre um sacrifício. Melhor seria se estivesse com a mãe, e o ideal seria que estivesse com a mãe e o pai.
Mais valeria fechar o MEC e oferecer bolsas para os mais pobres em escolas particulares. Em vez disso, vão é arrancar as criancinhas de 4 anos do colo da mãe. Loucura.
Publicado no jornal Gazeta do Povo.
Carlos Ramalhete é professor.
FONTE: http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/14035-colo-de-mae-e-melhor.html
MidiaSemMascara
"In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
Comentários
Falácia. A maioria deixa a criança vendo televisão ou brincando no esgoto.
Que falácia? Uma descrição de um fato não pode ser falaciosa. Ela pode ser verdadeira ou falsa, e no caso é inegavelmente verdadeira: Os pais serão obrigados a deixar seus filhos numa instituição de educação desde os 4 anos de idade. A falácia qui é sua, pois fato de que em alguns casos a alternativa poderia ser pior não invalida a constatação, sendo que nada impediria que mesmo sem a lei os pais pudessem deixar seus filhos desde a mais tenra idade nessas instituições. Fazer de casos específicos a regra para impor uma lei compulsória é simplesmente absurdo.
Um tópico desses faria eles escrever no mínimo duzentas linhas de revolta.
Sinto falta dos posts dele.
― Winston Churchill
Tem certeza de que sabe o que é uma falácia?
Com certeza um forista que faz muita falta.
Recebi informacoes que ele foi visto pela ultima vez numa marcha pela familia em Paris, onde sua identidade foi descoberta pelo Pug, que o explodiu.
Qualquer forma de ensino estatal compulsorio e um absurdo e nao e muito diferente de escravidao intelectual.
Num pais onde os alunos saem da escola sem ter assimilado nada do conteudo passado, a introducao de novas disciplinas nao passa de uma forma desavergonhada de se rasgar dinheiro publico.
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Uma confusao tipica e que quem e contra o ensino compulsorio de determinada disciplina e contra o ensino dela.
Bullshit!
Suponho que ninguem aqui defenda o ensino religioso compulsorio nas escolas publicas, tampouco o ensino do criacionismo, e tambem torco para que ninguem aqui seja um tirano filho da puta que quer impedir que igrejas e familias eduquem e ensinem seus filhos estas materias.
Voce pode alegar que religiao ou criacinismo e merda chata e retardada inutil.
Independentemente de serem ou nao, nao e a utilidade pratica que determina quais disciplinas serao conteudo obrigatorio nas escolas. Direito, economia, medicina, socorrismo, sobrevivencialismo, contabilidade, relacoes pessoais, PUA, auto-defesa, combate com armas improvisadas, tiro, reparos domesticos ou automobilisticos, ou mesmo como agradar mulheres na cama [nao necessariamente nesta ordem] sao materias muito mais uteis do que o conteudo geralmente ensinado nas escolas e nem por isso fazem parte do curriculo escolar.
Alem disso, ha de se notar a particularidade do caso brasileiro. Pegue o ingles, pra citar um exemplo, que hoje e ensinado desde o pre-primario ate o ultimo ano de escola. Vista uma mascara de Cho-Seung Hui e use uma arma de brinquedo para invadir uma sala de aula do terceiro ano do ensino medio de uma escola publica e ameace comecar atirar caso um dos alunos nao conjugue o verbo "to be" corretamente. Eles enfrentaram uma decada de aulas de ingles e nao sao capazes de oferecer a prova mais basica de dominio da lingua estrangeira nem que a vida deles dependa disso. Eu nao ficaria surpreso se nem o professor de ingles soubesse.
Enquanto nao se curar as debilidades do ensino brasileiro, a introducao de novo conteudo sera apenas um aumento do desperdicio.
E como aumentar o tempo de treinamento de um atleta para que ele aumente seu desempenho, enquanto ele esta lesionado e deveria estar se recuperando fazendo apenas fisioterapia. O aumento na intensividade do treino ou novos treinos so aumentara a sua sequela.
Ou ainda mais simples, e como continuar colocando cerveja num copo furado. O recipiente jamais ficara cheio e o seu prejuizo e lambanca serao cada vez maiores.
Isso serve nao so para o aumento do numero de disciplinas, como o aumento de horas-aulas ou de anos letivos.
Eles procriam e o governo cria, 1,2,3,4 ...5 .. indiozinhos, enquanto algumas das sua mães ficam em casa dormindo e fazendo fofocas, ou mais um indiozinho quem sabe, um do zé, dois do José e o resto pra quem quiser criar.
Penso que a pre escola no ensino publico infantil deveria ser usado como intuito da pre alfabetização, mas os especialistas brasileiros pseudos pedagogos afirmam que nesta fase deva ser valorizado o lúdico deixando alfabetização para primeira série onde o professor herói tentará alfabetizar mais de 40 criancinhas, que apesar de ja terem frequentado 2 anos do ensino publico ainda desconhecem as vogais.
Soluções inteligentes não requer muitos recursos, apenas falta boa vontade .
sem nenhuma consciência sem existências
Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que alega
Tudo o que foi dito pode ser enquadrado em falacia. E o criaturo foi muito feliz em seu comentário. O problema de educação em nosso país esbarra na educação dos pais e na falta de motivação dos alunos. Estuda-se por obrigação e não por ideal. Fomos numa escola ano passado sob um programa de incentivar os jovens ao estudo técnico ou ainda sua formação superior. As chacotas risíveis do tipo "ganho mais vendendo cachorro quente num ponto bom" ou "minha tia ficou rica como cabeleireira, ela tem até um Fusion" e entre outras maravilhas, mostra bem sobre o que estou falando. Tudo o que é falado aqui, na imprensa ou em qualquer boteco não passa de falácia pois ninguém tem idéia do que realmente temos por aí.
Se (e somente se) um dia fizerem um estudo amplo e irrestrito sobre o que pensam os jovens sobre estudo, escola, profissão e ganhos, daí a gene volta a conversar.