http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/05/mesmo-com-pib-fraco-bc-acelera-ritmo-de-alta-e-fixa-juro-em-8-ao-ano.html
29/05/2013 20h33 - Atualizado em 29/05/2013 22h12
Mesmo com PIB fraco, BC acelera ritmo de alta e fixa juro em 8% ao ano
Foi o 2º aumento seguido, que levou juros ao maior patamar em um ano.
Decisão foi tomada por unanimidade pelos membros do Copom.
Alexandro Martello Do G1, em Brasília
86 comentários
Selic 29 de maio 8 matéria (Foto: Arte G1)
O fraco desempenho do PIB, que avançou somente 0,6% no primeiro trimestre deste ano, não impediu o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de acelerar o ritmo de aumento dos juros com o objetivo impedir uma alta maior da inflação – mesmo "freando" mais a economia brasileira.
A autoridade monetária anunciou, na noite desta quarta-feira (29), uma elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica da economia, de 7,5% para 8% ao ano. A decisão da diretoria do BC foi unânime. Em abril, os juros haviam subido menos: 0,25 ponto percentual.
saiba mais
Veja a repercussão da decisão do Copom de elevar os juros para 8%
Economia brasileira cresce 0,6% no 1º trimestre, diz IBGE
Entenda como a taxa Selic afeta a vida do consumidor
Com isso, o BC confirmou o tom mais duro adotado na semana passada pelo presidente da instituição, Alexandre Tombini, que afirmou que a autoridade monetária está “vigilante” e fará o que for “necessário” para reduzir a inflação.
Esse foi o segundo aumento consecutivo promovido pelo Banco Central na taxa de juros, que atingiu o maior patamar desde maio do ano passado, quando estava em 8,5% ao ano. A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa básica da economia brasileira volte a subir no decorrer deste ano, terminando 2013 em 8,25% ao ano.
Expectativa do mercado
A expectativa do mercado financeiro nesta terça-feira, um dia antes da reunião, refletida na curva de juros do mercado futuro, era de que o BC promovesse uma elevação justamente de 0,5 ponto nos juros, para 8% ao ano. Após o anúncio do PIB, o mercado ajustou para baixo suas apostas e a curva de juros passou a "embutir" uma alta menor no curto prazo, entre 7,5% e 8% ao ano – mostrando divisão nas apostas das instituições financeiras no mercado futuro.
Após a reunião, o BC divulgou o seguinte comunicado: "Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 8,00% ao ano, sem viés. O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".
Sistema de metas e objetivo do BC
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Entretanto, o próprio Banco Central tem previu, no relatório de inflação divulgado no fim de março, um IPCA próximo de 6% neste ano. Os dados mostram que a instituição manteve a taxa básica de juros inalterada na mínima histórica, em 7,25% ao ano desde outubro do ano passado, elevando-a somente em abril, mesmo com a deterioração do cenário de inflação registrado no primeiro trimestre deste ano.
Em abril, o IPCA somou 0,55% e, no acumulado do ano, ficou em 2,50%, acima dos 1,87% relativos a igual período de 2012. No acumulado em 12 meses até abril deste ano, o IPCA teve alta de 6,49% e, assim, ficou no limite do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 6,5%.
Entre 1999 e 2012 (considerando todos os anos), desde o início do sistema de metas de inflação brasileiro, o IPCA médio somou 6,69%, enquanto que a meta central "média" do mesmo período foi de 4,60%.
"No dicurso, eles falam em inflação mais baixa a partir do segundo semestre. Antes, diziam que seria abaixo do ano passado [5,84%], mas eles retiraram isso. Eles querem que a inflação desacelere no segundo semestre e assim continue no ano que vem, mas não te dão o nível. É uma convergência [para a meta central de 4,5%] mais gradual do que o mercado gostaria", avaliou Rodrigo Melo, economista da Mauá Investimentos.
Rendimento da poupança
Com o novo aumento dos juros básicos por parte do Banco Central, a rentabilidade da caderneta de poupança também subiu. Pelas regras definidas pelo governo no ano passado, a poupança passou a ser atrelada aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica estiver abaixo de 8,5% ao ano. Isso para aplicações feitas de 4 de maio de 2012 em diante.
Com juros em 7,5% ao ano, antes da decisão de hoje, a poupança estava sendo remunerada em 5,25% ao ano mais TR. Com o aumento da taxa básica de juros pelo BC para 8% ao ano, a poupança passou a render 5,6% ao ano, mais TR.
Antes da mudança das regras, em abril do ano passado, a poupança rendia, pelo menos, 6,17% ao ano, mais TR. Na poupança, porém, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR) - ao contrário dos investimentos em fundos. Os recursos podem ser sacados a qualquer momento.
Com a Selic atual [8% ao ano] a poupança vai ter um rendimento superior aos dos fundos na maioria das situações, segundo levantamento feito pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Mesmo com rendimento mais baixo, perdendo para a inflação em 2012, especialistas avaliam que a a nova caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do IR.
Juros reais
Com o aumento da taxa básica para 8% ao ano, o Brasil passou a ter juros reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses) de 2,1% ao ano, com alta de 0,5 ponto percentual, segundo levantamento do MoneYou.
Com isso, a taxa brasileira ficou em quarto lugar no ranking mundial de juros reais, abaixo da China, da Rússia e do Chile. A taxa real de juros de 40 países pesquisados pelos economistas está negativa em 0,5% ao ano.
Comentários
O FHC tentou (e conseguiu) reduzir o custo do país com as privatizações. O PT está aumentando a dívidas pública anualmente e está criando estatais para empregar a cumpanheirada.
O PT é muito pior.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Como não dá mais para tapar o sol com a peneira, querem que o PT ao menos não seja classificado como mais safado, mais corrupto, mais sem vergonha do que o DEM ou PSDB.
Onde houver fé, levarei a dúvida!