Denunciar os crimes do PT – que os petistas chamam de malfeitos – é um imperativo de todo cidadão honesto. Daí a conceder créditos a qualquer idiota que critica o PT vai uma longa distância. Ainda há pouco, o tal de Lobão andou publicando livro em que desanca tanto o partido como do governo como as esquerdas em geral, particularmente Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto. Que de esquerda nada têm e não passam de meros oportunistas. Se der dinheiro e prestígio ser de direita, viram a biruta na hora. Da noite para o dia, o roqueiro virou herói, merecendo até mesmo elogios do Rodrigo Constantino.
Demonstrando coragem insólita, o analfabeto funcional fez uma crítica letal às esquerdas: “intelectual de esquerda é punheta de pau mole”. Foi incensado por articulistas hostis ao PT. Como se seus impropérios de mau gosto quisessem dizer algo. O roqueiro atroz revela a mesma estupidez do recórter tucanopapista hidrófobo da Veja, quando chama Che Guevara de porco fedorento. Ora, para que servem tais insultos de moleque? No fundo, invalidam a crítica e acabam prestigiando o criticado. Quem quiser criticar as esquerdas, que as critique com propriedade. Palavrões só servem para absolvê-las.
Sobre o corajoso “intelectual” que “ousou” enunciar o óbvio, recebi de um leitor algumas informações a partir de uma entrevista sua, concedida à Playboy em 2000. Pinço alguns itens:
- tentou suicídio com overdose de Rivotril, em 1979, por estar vivendo no que classificou de “cárcere privado”; sua mãe bipolar tentou pelo menos 16 vezes suicídio, mas só foi exitosa em 1984
- tomou “acidentalmente” um coquetel de calmantes e álcool que o deixou em coma por quinze dias
- usou e abusou de maconha, cocaína, heroína e álcool além de promover turnês ensandecidas
- em 1987 foi preso com um papelote de cocaína, 30 gramas de haxixe e 2 gramas de maconha no aeroporto Tom Jobim. Foi processado, julgado e condenado. Ficou preso durante um ano (1988-1989) sem direito a sursis. Uma arbitrariedade, segundo ele
- foi preso cinco vezes por desacato à autoridade, incitação ao uso de drogas e atentado ao pudor e respondeu a apenas 132 processos judiciais (prescritos)
- começou a fazer reportagens com exus, leu toda a doutrina espírita e umbandista. Decidiu fazer um ritual em casa. Colocou um LP de Pink Floyd na vitrola, fez um altarzinho, acendeu umas velas e disse: “Ó, Exu, pode me falar. Aqui tem um ombro amigo, pode vir. Estou aqui para lhe servir. Você deve ser uma figura difícil, rejeitada, utilizada pelas pessoas. Olha, acho isso um absurdo...” Dali a pouco estrebuchou, caiu no chão. Acordou tonto, deitado na cama. Olhou ao redor e percebeu que tudo estava destruído, as gavetas puxadas, uma garrafa de álcool que tinha rasgada no meio. Chamou pela mamãe bipolar. Perguntou-lhe se não tinha ouvido algum barulho. “Barulho seu eu sempre ouço”, respondeu ela. Depois disso, o roqueiro foi fazer eletroencefalograma
- achou que, em certa época, era uma coisa charmosa ficar chocando as pessoas com suas histórias de incesto
- a primeira masturbação foi numa cruz. Teve tesão por Jesus Cristo. Tinha 6 anos de idade e foi numa Sexta-Feira Santa. Foi beijar o corpo de Cristo na igreja, e achou aquela tanguinha uma delícia! Quando chegou ao quarto, botou a cruz no colchão, deitou em cima e se masturbou pela primeira vez. Ao mesmo tempo que era uma coisa meio pervertida, também achou que era lúdico
- e, pior que tudo isto, votou em Lula por duas vezes.
Com esse formidável currículo, o ex-detento, viciado, profanador de imagem religiosa e decadente roqueiro – como diz o leitor – vira lúcido só porque proferiu algumas sandices contra as esquerdas.
Neste país em que até os partidos ditos de oposição não ousam criticar o governo corrupto do PT, a única oposição que se vê no horizonte é aquela feita pela imprensa. Que tem denunciado, antes mesmo da Polícia ou do Ministério Público, os “malfeitos” – como costuma dizer a presidente – do PT. Não fosse a imprensa, maracutaias como o mensalão teriam passado despercebidas pelo próprio Judiciário. Neste sentido, louve-se a Veja, que tem sido a fonte de não poucas denúncias. Mas a revista exagera em seu zelo.
Comentários
― Winston Churchill
― Winston Churchill
Bem... O post de abertura é uma coletânea de insultos ao Lobão.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Geralmente políticos em campanha, que são os primeiros a apelar prá baixaria.
Independente disto, o objetivo final da política é o controle das massas.
E as massas não ligam a mínima para a elegância do discurso.
Pouco importa quem é o Lobão ou se mãe dele era bipolar.
A escassa relevância política que ele pode ter por algum tempo vem de ser uma voz ideologicamente discordante no mundinho da subcultura POP e ter alguma projeção midiática.
Politicamente isto tem mais valor do que uma tese cheia de argumentos brilhantes que ninguém nunca vai ler e se chegar até o povão vai ser ignorada por ser "muito chata".
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Geralmente políticos em campanha, que são os primeiros a apelar prá baixaria.
Independente disto, o objetivo final da política é o controle das massas.
E as massas não ligam a mínima para a elegância do discurso.
Pouco importa quem é o Lobão ou se a mãe dele era bipolar.
A escassa relevância política que ele pode ter por algum tempo vem de ser uma voz ideologicamente discordante no mundinho da subcultura POP e ter alguma projeção midiática.
Politicamente isto tem mais valor do que uma tese cheia de argumentos brilhantes que ninguém nunca vai ler e se chegar até o povão vai ser ignorada por ser "muito chata".
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Aqui geralmente se leva a lavação de roupa suja, prova é que programas como Casos de Família e apresentadores como João Kleber são sucesso sempre.
E nem coerência das idéias: o que colar, colou. O povo não é ensinado a raciocinar.
― Winston Churchill
É uma bobagem a ideia de que o debate político real deve imitar o debate acadêmico, com seu formato pomposo, regras de estilo e cortesia fingida.
A política real é um reflexo das pessoas reais, que ignoram as regras da academia.
E as regras da academia não têm produzido grande coisa, vídeo da Marilena Chaui que o diga...
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
― Winston Churchill
O que prova de que intelectuais também falam e fazem merda.
― Winston Churchill
Na Política vale conquistar o poder sobre uma população.
Isto pode ser feito pela força bruta, pela manipulação dos medos populares ou apelando às paixões coletivas.
Nas democracias o apelo às paixões é o modo mais fácil.
É muito difícil identificar uma lógica das massas, mas suas paixões são autoevidentes.
Também ou principalmente.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Eu vejo que é MUITO fácil.
― Winston Churchill