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Sem assunto, apresentadores se esforçam para afligir o aflito
Patrícia Kogut
Marcelo Rezende: gritaria no "Cidade alerta"
“Cidade alerta”, programa diário com Marcelo Rezende na Record, tem um quê dos programas de João Kléber. Seus temas são diferentes, claro. Esse último trata de infidelidade conjugal e simula situações com atores. A preocupação em disfarçar a falcatrua é tão pequena que as mesmas figuras aparecem em outros canais (no “Casos de família”, por exemplo). Já Rezende não encena nada, acompanha casos policiais de verdade.
Mas ambos mostram situações que, se despidas do tom espetaculoso a elas atribuído pelos apresentadores, são vazias, desimportantes, quase bobas. Tanto João Kléber quanto Marcelo Rezende trabalham duro para afligir o aflito, mantêm os decibéis lá no alto, conclamam o público de casa a sofrer e torcer, como se aquilo fosse um jogo de futebol.
Anteontem, Rezende noticiou a prisão de um pedófilo “amigo de muitos famosos”. Muitos famosos, no caso, eram os cantores Belo e Neguinho da Beija-Flor. Para reforçar sua tese, mostrava fotos do sujeito ao lado dos dois. Não pareciam provas de nada, apenas fotos de um fã. O tal pedófilo, uma “figura poderosa de Nova Iguaçu”, era, como ficamos sabendo depois de blocos de enrolação (mesmo expediente de Kléber na RedeTV!), dono de uma barraquinha de refrigerantes num canto de uma praça caída da região.
Paralelamente ao pedófilo, Rezende exibiu imagens de um assalto em Cascavel. Os criminosos, pasmem, “estavam usando roupas comuns, não aquelas de camuflagem!”. Falando a língua do “enrolês”, ele repetia: “Repara, vai vendo!”. Outro vício que ajuda a desviar a atenção da falta de assunto reinante é: “Por quê? Por quê?”. Rezende pergunta e depois sai com uma resposta mais ou menos. “Cidade alerta” é isso aí, repara, vai vendo.
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