A educação no Brasil ainda é um ponto crítico para o desenvolvimento do país.
A qualidade do que se ensina nas escolas puxa o Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro para baixo e coloca o Brasil no fim da lista de países em termos de qualidade de ensino de ciências e de matemática.
As causas disso dividem a opinião de educadores, de gestores e de especialistas. Muitos, no entanto, concordam que um dos gargalos da educação está justamente na formação do professor.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, o que se ensina nos cursos de pedagogia (que formam quem dá aula para as crianças de seis a dez anos, do ensino fundamental 1), e nas licenciaturas (que graduam os docentes dos jovens de 11 a 17 anos, do fundamental 2 e do ensino médio) está bem longe da realidade encontrada na escola.
Isso porque os estágios ocupam, em média, 10% da carga horária da graduação para formar professores.
Em países como os EUA, a relação é oposta: a maioria das disciplinas é prática.
DIPLOMA
Para dar aula no Brasil, é preciso, desde 2009, ser graduado em uma licenciatura.
Isso significa que, por aqui, um engenheiro não pode lecionar matemática porque não é licenciado.
Hoje, 24% dos que estão na sala de aula não fizeram curso universitário. Há, inclusive, quem nem tenha concluído o ensino médio (8,4 mil de 2,1 milhões docentes).
A obrigatoriedade do diploma de licenciatura para dar aula fez ainda com que a graduação de pedagogia à distância ganhasse força.
O número de cursos remotos de formação de professor aumentou de 6.077 para 273 mil de 2000 a 2010.
Mesmo assim, ainda faltam docentes na sala de aula. O Ministério da Educação calcula que pelo menos 170 mil vagas para professores de matemática, química e biologia estejam sem dono.
Os motivos disso? Aqui também há divergências. Há quem diga que o problema seja o salário. Para alguns, o piso nacional para o professor, estipulado em R$ 1.567, não consegue atrair nem segurar grandes talentos da educação.
Por essas e por outras, quem se forma em matemática no Brasil, por exemplo, acaba preferindo não ir para a sala de aula.
Hoje, o professor brasileiro é, em geral, uma mulher que tem entre 30 e 50 anos que veio de uma família de baixa ou média renda. A maioria (78%) trabalha em uma única escola.
Boa parte dos docentes reclama do salário e da condição das escolas, mas não de sua própria formação.
Apesar dos problemas, 68% dos pedagogos se sentem bem preparados, de acordo com dados do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).
Vão mandar fazer residência em escolas em fins de mundo ou onde alunos bandidos freqüentam as salas de aula armados?
Kairós disse: Os motivos disso? Aqui também há divergências. Há quem diga que o problema seja o salário. Para alguns, o piso nacional para o professor, estipulado em R$ 1.567, não consegue atrair nem segurar grandes talentos da educação.
Partindo do pressuposto que todo professor, o bom e o ruim, deve ganhar o mesmo tanto, este problema jamais será solucionado.
"In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
Realmente, não é qualquer profissional que pode ser professor, mas até quebra o galho. O meu último professor de matemática do antigo 3º colegial era um mestrando de medicina.
Um bom curso de Licenciatura ajuda bem (o meu foi meio capenga, mas dou aula em Universidade). Diz a lenda que o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFSCar é melhor até do que o da USP. Pelo que vejo da grade e carga horária, deve ser mesmo.
Só que como vai se garantir que o licenciado vá dar aulas no ensino básico e médio? Sim, pois o fato de ser licenciado, não o impede de fazer pós-graduação e é mais fácil para se fazer o Bacharelado, pois tem apenas que fazer as disciplinas optativas e a monografia (coisa de um ano; se fizer bacharelado antes e tentar licenciatura depois, aí pode demorar mais de 2 anos...).
E o que fazer com as doutrinas construtivistas que não parecem ter ajudado a melhorar a coisa, agora com os governos petistas no comando? E como fica o salário? Um professor incompetente bem remunerado é só um incompetente mais caro...
Posso concordar com o que o texto diz, mas o buraco é mais embaixo.
Número de desistentes do Mais Médicos ainda deve aumentar
A debandada de profissionais inscritos no Mais Médicos deve continuar. Francisco Wellington Oliveira, médico selecionado para trabalhar em Timbiras, no Maranhão, disse nesta terça-feira que não tinha conhecimento das regras quando se inscreveu, e que, ao ler o edital, percebeu ser inviável participar do programa. Ele reclamou da condição imposta aos médicos, de permanência mínima de três anos:
— Não sei o horário (de trabalho) ainda. Dependendo do que vão me repassar, é provável que eu vá desistir. Fiz a inscrição antes de ler o edital. Sinceramente, é inviável. Primeiro, porque não pode deixar (o posto). Tem de fazer contrato de três anos. Se eu sair, eu tenho de devolver o dinheiro. Vou avaliar, mais pelo o que eu estou olhando no edital, desanima qualquer um.
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Comentários
Partindo do pressuposto que todo professor, o bom e o ruim, deve ganhar o mesmo tanto, este problema jamais será solucionado.
Um bom curso de Licenciatura ajuda bem (o meu foi meio capenga, mas dou aula em Universidade). Diz a lenda que o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFSCar é melhor até do que o da USP. Pelo que vejo da grade e carga horária, deve ser mesmo.
Só que como vai se garantir que o licenciado vá dar aulas no ensino básico e médio? Sim, pois o fato de ser licenciado, não o impede de fazer pós-graduação e é mais fácil para se fazer o Bacharelado, pois tem apenas que fazer as disciplinas optativas e a monografia (coisa de um ano; se fizer bacharelado antes e tentar licenciatura depois, aí pode demorar mais de 2 anos...).
E o que fazer com as doutrinas construtivistas que não parecem ter ajudado a melhorar a coisa, agora com os governos petistas no comando? E como fica o salário? Um professor incompetente bem remunerado é só um incompetente mais caro...
Posso concordar com o que o texto diz, mas o buraco é mais embaixo.