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Num certo momento um deus entediado de si mesmo resolveu fazer um experimento. Afinal não havia mais nada interessante para fazer mesmo.
Em seis dias (ele inventou o dia também, paradoxalmente antes do sol e da terra) ele criou os céus e a terra e na terra criou um lugar paradisíaco e colocou lá animaizinhos e um casal de humanos robotizados que deveriam viver felizes se multiplicando. No sétimo dia descansou, afinal ninguém é de aço, mesmo onipotente.
Mas eis que com o passar dos dias o experimento começou a ficar enfadonho, e deus se entediou de novo.
Ele então resolveu ”agitar”, ou melhor, testar o casal. Colocou uma bela árvore com suculentos frutos do conhecimento geral, do bem e do mal, e alertou as cobaias para que em hipótese alguma tocassem neles.
Então num dia ensolarado, sabe-se lá por quais circunstâncias, o secretario de deus alcunhado Barrabás, quer dizer, Satanás, que ninguém sabe quem criou, resolveu meter o bedelho no experimento alheio. Disfarçou-se de serpente e foi-se enroscar na árvore proibida, esperou paciente até que a bobinha da cobaia chamada Eva se aproximou (as mulheres são mais curiosas desde o princípio).
Começa aí o primeiro desando da maionese no experimento divinal.
Pois bem, não é que, com poucas palavras o Sat, (Sat era a forma carinhosa de deus chamar Satanás) consegue convencer a inocente cobaia feminina a fuçar na árvore e colher o fruto da discórdia?!
Para completar a desgraça, Eva apresenta o tal fruto ao seu parceiro de experimento, igualmente inocente, dando início à famosa saga da humanidade que deixou de ser robô no paraíso experimental.
Claro que a experiência divina foi pro beleléu. Deus se enfureceu, brigou com Sat e expulsou os dois humanos do paraíso. Eva de brinde ainda ganhou a menstruação e as dores do parto como castigo. Acho que ele queria que eles continuassem eternamente bobinhos naquele Éden original. Na verdade, inconscientemente, deus queria mesmo era uma bagunça geral, um furdunço, um ôba-ôba. (foi Sat quem aventou essa possibilidade)
A partir daí as cobaias tiveram que lutar pra ganhar o pão de cada dia, e estavam se dando até muito bem nisso, fizeram até dois lindos rebentos que cresceram e receberam os nomes de Caim e Abel.
Ah! Mas acha que deus ia se contentar com tanta calmaria? Claro que não! O poderoso experimentador resolveu de novo meter o bedelho no experimento versão 2.0, que estava até legalzinho nesse momento.
Como a estória da árvore, por causa de Sat, não ia mais ”colar”, deus resolveu mexer com os irmãos Caim e Abel. Coitados!
Ele então começou por lhes pediu uma oferenda bem feitinha! Abel, afeito ao trato de animais lhe ofereceu aquilo que seria o primeiro churrasco gaúcho da história da humanidade; juntou uns bichinhos e tacou-lhes fogo. Que maravilha! Deus lá das alturas extasiou-se com o cheiro de carne tostada, apesar de não possuir narinas realmente.
Eis que chegou a vez de Caim. Afeito à lida no campo, o moço escolheu as maiores e mais suculentas frutas, as mais cheirosas e bonitas flores, e as melhores sementes que pode conseguir. Coitado! Mal sabia ele que deus não era vegetariano. O odor de vegetais queimando não agradou ao magnânimo. Imagina a cena!
O poderoso senhor das alturas, ”justo” e ”bondoso” ao extremo, desdenhou das oferendas de Caim, desdenhou de dar dó, e assim fez surgir o primeiro caso de inveja da pobre humanidade que estava porvir. Como em efeito cascata, surgiu também à seguir o primeiro caso de fratricídio da história. Sim, meus senhores. Caim matou seu pobre irmão churrasqueiro.
Caim caiu em desgraça, o poderoso senhor de tudo queria já instituir a primeira pena capital e o rapaz invejoso começou a ver a ‘’viola em cacos’’. Sat então chamou a atenção de deus (eles fizeram as pazes) para o fato de que ele ainda não havia instituído um código penal à humanidade, assim não poderia punir Caim tão severamente, pois decerto o moço não sabia ainda que matar era proibido. Pois até esse momento a única proibição se referia à árvore da discórdia. Como deus era justo, justíssimo, acabou por poupar Caim da pena mortal e apenas ordenou que ele fosse vagar pela terra como um errante, marcado na testa com um sinal identificando-o como um vegetariano-mala.
À partir dai a humanidade foi-se multiplicando incestuosamente até ocupar uma parte do mundo terreno. Sem mais nenhuma intervenção do experimentador tudo se foi ajeitando, com os humanos cuidando de suas vidinhas e se reunindo em grupos formando aquilo que chamamos de tribos e mais tarde, povos!
Masssss…Certa vez deus estava deprê e chateado com o rumo que as coisas estavam tomando, e num lance tresloucado resolveu acabar de vez com o experimento usando água, muita água. Pensou, pensou e acabou por decidir que não acabaria com tudo. Deu então ordens expressas a um tal de Noé para que construísse o primeiro transatlântico (atlântico?) do mundo, para colocar um casal de cada espécie de animais junto com a sua família.
Sabe-se lá como, Noé conseguiu realizar a proeza. Tudo ficou pronto, os animais acomodados, a tripulação a postos e deus abriu as comportas do céu. Choveu à baldadas, inundou tudo. Todos os que não estavam na ”banheira” e que não sabiam nadar (ninguém sabia nadar na verdade, nem os bichos aquáticos (!)) pereceram por excesso de água.
Bom! Depois dessa aventura molhada, as águas foram tragadas para o interior da terra, formando as famosas hidro-placas das profundezas, e tudo começou à florescer de novo.
Uma humanidade novinha em folha iria povoar a terra novamente junto com os novíssimos animaizinhos e plantinhas. Uma belezura de se ver! O tempo passou e passou. De novo os humanos se dividiram em povos e tribos distintas.
Chegaram até a construir em conjunto uma torre altíssima para tentar alcançar o céu.
O senhor dos senhores viu aquilo e achou que eles estavam tendo todo aquele trabalho para homenageá-lo. Ficou contentíssimo e orgulhoso de suas amadas criaturas.
Desceu à terra para ver de perto a obra. Então descobriu que os objetivos eram outros.
Os homenzinhos estavam é tentando celebrar a humanidade, elevando o nome do homem até aos céus.
O mestre das alturas altíssimas se enfureceu. Onde já se viu uns miquinhos pelados quererem ser tão elevados quanto ele?
Executou uma mandinga poderosa que fez com que os pobrezinhos começassem a falar em vários idiomas diferentes. Eles não conseguiram mais se entender e desistiram da empreitada absurda.
De quebra ganharam linguagens distintas que serviu para acabar de separá-los.
Mas aí! Vocês sabem né? O erro de projeto continuou célere, estava escondido no DNA corrompido pelo tal fruto lá do comecinho da estórinha. E a ”merda” toda só piorou.
As coisas não aconteciam como previsto pelas primeiras teorias divinas e os homens começaram de novo à fomentar encrencas por diversos motivos. Oh povo desunido! E pior, estavam se esquecendo de deus. É que também o preguiçoso celestial não se manifestava muito. Sat o havia alertado sobre isso, mas ele nem deu bola.
Ai, ai, ai! Não é que o deus onitudo resolve intervir de novo?! Sat em sua angelical sabedoria aconselhou-o de novo de forma a evitar atitudes intempestivas.
Dessa vez o magnânimo fleumático escolhe um povo errante. Depois de “amacia-los” por uns 40 anos, passa à protege-los e orienta-los pessoalmente e descaradamente, deixando as outras tribos ao ”deus dará”, (ah! Foi por causa disso que essa expressão foi criada) dessa forma os hebreus, o povo escolhido, começam a prosperar mais que os outros.
Ganhavam a maioria das contentas e tomavam tudo daqueles que se metiam em seu caminho. Era meio injusto, porque deus os protegia e eles assim faziam e aconteciam dominando tudo e todos.
Foi uma carnificina sem dó e nem piedade, apesar da regrinha básica ditada por deus aos Hebreus: NÃO MATARAS.
Como gás-pimenta nos olhos dos outros é refresco, tudo se justificava, até matança de mulheres grávidas e crianças pequeninas. Vá-se entender.
Sei lá eu se isso também agradava totalmente ao experimentador insaciável, agora denominado de Javé, o senhor dos Hebreus.
Certamente não o agradava tanto assim, ele queria ser o senhor de toda a humanidade com a ajuda deles.
Mesmo com seu esforço divino junto aos Hebreus, o máximo que conseguiu foi ser reconhecido apenas pelos mesmos Hebreus. O resto do mundo ”cagava e andava” pra ele, (ah, foi por isso que essa expressão também foi cunhada) e outros deuses pululavam entre os outros povos perdidos, para o seu desgosto.
Deus nessas alturas se enfureceu de novo, ia pessoalmente desfechar o golpe fatal nos humanos. Só que novamente se acalmou, desconfio que ele de novo ouviu os conselhos de Sat, chamado agora de Lúcifer.
Isso o impediu de fazer água em abundância outra vez.
Sat ardilosamente argumentou que ele deveria sentir na pele o que os humanos sentiam para poder entender o porque deles agirem de forma tão complexa.
Deus meditou, pensou, calculou e inventou então um jeito de poder ter a sensação de ser humano.
O maluco engravidou uma pobre virgem, sabe-se lá como, mas isso não importa, lembrem-se da ONIPOTÊNCIA.
E eis que temos agora um semi-deus, um avatar de carne e osso para sentir na pele, igual Hércules, as agruras de ser humano e limitado.
Infelizmente o pobre não era tão forte e musculoso como Hércules, e acabou comendo o ”pão que o diabo amassou” (outra expressão e sua origem) nas mãos dos seus irmãos que não o reconheceram com um deus vivo.
Também pudera! O deus deles era tido como o senhor pode-tudo, nada comparado ao franzino, barbudo e cabeludo moço que se chamava Jesus e que se dizia O Cristo. (tava mais para um rockstar)
Não preciso dizer que deu coco de novo.
Deus com interface direta com Jesus sentiu toda dor do seu remoto. E doeu, doeu muito! O poderoso assim compreendeu porque os humanos eram daquela forma tão singular e isso foi a ‘’salvação da lavoura’’ (outra). Ou melhor, na verdade a salvação do experimento de deus se deu por outro motivo que contarei à seguir.
Uns romanos expertos viram que muitas pessoas começaram a acreditar na estória do Cristo na cruz que ressuscitou, formataram tudo de tal modo que tomaram pra sí uma excelente ferramenta de dominação popular, a religião monoteísta.
Chega de tantos deuses com características diferentes, bastava um só com seu dedo apontado em riste dizendo: ”Creia em mim ou queimará no inferno de fogo e enxofre.” Pronto!
E finalmente deus se universalizou pelas mãos dos competentes Romanos. Danem-se os Hebreus!
Quase, né. Deus havia se esquecido dos povos orientais e todos aqueles que nunca tiveram contado com a expansão romana.
Sat, ou melhor, Lúcifer, mandou avisar que deus está descontente de novo. Apesar dos esforços Romanos católicos e apostólicos, ele não é adorado por toda a humanidade.
O poderoso mandou um tal de João escrever um troço chamado Apocalipse, e ele pretende usar esse script para realizar o fim-dos-tempos definitivo. Tremei humanidade ingrata!
Ah! Lúcifer me disse que o senhor dos tempos mandou-me avisar que seu nome “DEVE SER ESCRITO COM MAIÚSCULA. PORRA!”
Eu discordo humildemente, ‘’deus’’ ainda é substantivo comum. E o escritor sou eu. PORRA!
…
Dois mil anos se passaram e tem gente que ainda acredita literalmente numa versão mais abrangente dessa singela estorinha da carochinha divina.
Fim! (será?)
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)