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Comentários
― Winston Churchill
Provavelmente porque o número três tem significados esotéricos em diversas culturas e credos, dos Pitagóricos à Maçonaria Moderna.
A deidade do Cristo é fortemente fundamentada no Evangelho de João, "o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus...".
João é o Evangelho mais místico e que, portanto, o que mais casava com a doutrina de Paulo, que se tornou dominante no cristianismo.
Há um processo histórico muito confuso, passa pelos Concílios e chega até - sabe-se Deus lá como e porque - ao Carlos Magno, que chegou a dar palpite na questão. Mas é possível que já houvesse esta tendência trinitária nos cristãos primitivos, mesmo que ainda não se expressasse como um dogma formal.
E os próprios TJ's são sincréticos. As únicas religiões doutrinariamente puras são aquelas criadas e mantidas por culturas primitivas totalmente isoladas.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
http://fernandosilvamultiply.blogspot.com.br/2004/11/demolindo-o-dogma-da-santssima-trindade.html
Trecho:
Sim, sim. Isso foi definido depois mesmo pela própria ICAR.
― Winston Churchill
- Sim, mas haviam movimentos que colocavam JC num patamar abaixo de Jeová, outros que o colocavam como oponente, outros colocavam JC como posterior ao pai (o que é bastante lógico, já que é filho), outros o colocavam como contemporâneo, uns o consideravam filho legítimo, outros como adotado, uns colocavam o ES na equação, outros não, a medida que os evangelhos foram sendo copiados e re-copiados as posições dos ortodoxos foram sendo enxertadas neles.
Abraços,
Exato, daí a necessidade dos concílios para unificar a doutrina e diferenciar canône de heresia.
Os concílios estavam, sim, sujeitos a influências políticas seculares, mas é preciso lembrar que a autoridade dos bispos era ainda muito relativa e o cristianismo ainda era uma Fé essencialmente missionária. Dificilmente bispos burocráticos decretariam cânones muito distantes do que era a crença popular dominante, mesmo que informal.
Nós, Indios.
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Eu já acho que ideia era pra ser um tripé-no-saco.
https://sites.google.com/site/dicionariodesimbolos/trindade
- Pois é, essa figura do Espírito Santo surgiu na mitologia cristã de alguma forma, pois, ao contrário de JC e Jeová, o ES não é uma pessoa, não tem história nem personalidade, é um enxerto que até hoje ninguém sabe ao certo o que é, talvez ele tenha sido inventado justamente para compor uma trindade, é uma possibilidade.
Abraços,
As tríades egípcia e tebana são de natureza muito diferente da trindade cristã, dentro de sociedades claramente politeístas, e cuja composição trina é facilmente explicada pela conjunção natural marido-esposa-filho. E o Trimurti Hindu são um desenvolvimento teológico tardio do hinduísmo, que só começou a tomar forma a partir do século 4 d.C.
Eire / Bamba / Fotla
Danann / Iuchar / Brian
Há um fundamento teológico até elegante na concepção da Trindade.
Note que a princípio se identificam quatro entidades divinas nos Evangelhos - Deus pai ou Iavé, o Logus ou Verbo Divino, Jesus homem e o Espírito Santo.
O Logus Divino é o que torna a realidade inteligível para os humanos. Uma ponte entre a mente infinita de Deus e a mente finita do Homem.
É natural e até certo ponto automático nas circunstâncias que o Logus Divino fosse associado a Jesus de Nazaré, o que por si só não implicaria em deificação, dado que o Logus poderia ser uma criatura de Deus e não uma expressão dele.
Só que a coisa foi além, o Logus Divino, e com ele o Cristo, foram entendidos como uma identidade de Deus, distinta de Iavé, agora tornado Deus Pai e separado de Deus Filho.
O imbróglio teológico era como canonizar duas identidades de Deus e manter o fundamento monoteísta da doutrina.
Como as Escrituras deixam claro que Jesus declarou várias vezes que não era Iavé, restava a concepção de Deus dual, que era extremamente incômoda teologicamente.
Duas entidades semelhantes, porém distintas e complementares sugerem um casal, ideia que não pegava bem.
Já a tríade resolvia o problema.
Há toda uma racionalização cristã da Trindade, mas este discurso apologético veio depois.
Na origem parece ter sido mais decisivo o apelo esotérico do número três e o fato de o número sugerir sustentação. É difícil equilibrar dois gravetos apoiando um no outro. Com três é muito mais fácil. Pirâmides tem lados triangulares e são exemplo por excelência de construção sustentada, o que remete a um dos porquês de os Maçons o usarem em sua apresentação (três batidas na porta, três pontos na assinatura...).
Entendido que Deus é uma tríade, restava como conciliar isto com monoteísmo.
Daí derivam os dogmas da Substância Divina e da Dupla Natureza de Jesus.
Por estas e outras que é mais fácil ser cristão intuitivamente que analiticamente.
Nós, Indios.
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Mas sinceramente, eu não compro esse história de "sincretismo". A trindade é um conceito muito complexo e contra-intuitivo para ser considerado de alguma valia apologeticamente. Muito mais plausível para esse propósito é a adoção de alguns santos (ou lendas hagiográficas) que contem paralelos com divindades locais.
As religiões copiam umas das outras, mas não são cópias exatas nem completas e sim uma montagem de pedaços vindos de várias fontes. Alguns dos santos irlandeses nunca existiram e são apenas deuses da religião celta transformados em humanos, com biografia e tudo. Santa Brígida é um exemplo.
Deste modo, a Igreja não precisou combatê-los, apenas os modificou e incorporou.
Os personagens da lenda de Arthur e os cavalheiros da Távola Redonda eram todos, na origem, deuses celtas tirados de várias lendas, às vezes sem conexão entre si.
Mas no caso da trindade cristã isso é muito inverossímil.
- Isto sim faz todo sentido, os primeiros teóricos da trindade eram versados em filosofia grega, e Platão elaborou um conceito de tríade divina muito parecida com o conceito final da trindade cristã, como você bem expressa, o número 3 tinha um sentido mágico divino, assim como o número 7 e o 12.
Abraços,
Exato!
Se olharmos bem, o Cristianismo é um upgrade da filosofia espiritual Platônica.
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