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Noivas em fuga - mulheres não querem mais casar no Oriente

Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
No Ocidente, as mulheres se casam ou, pelo menos, têm filhos mais tarde, casadas ou não, quando seu emprego e sua carreira profissional já estão assegurados.

No Oriente, ter filhos fora do casamento é impensável, portanto cada vez as orientais saem de casa para trabalhar e têm menos filhos.

Isto, somado ao aborto seletivo na China e na Índia, onde todos só querem ter filhos homens, está causando escassez de mulheres para casar e, em breve, redução da população.

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/
Noivas em fuga

O machismo virou problema econômico. Sempre foi uma trava no progresso, mas agora ganhou até capa de revista econômica pelos dilemas que está criando na sociedade asiática, que tem sido a mais refratária aos avanços. As mulheres asiáticas, que estão no mercado de trabalho e trabalham dez vezes mais em casa que seus maridos, estão fugindo do casamento e não tendo filhos.

Com maior ou menor intensidade, é mundial a ideia de que o trabalho em casa e os cuidados com os filhos é obrigação da mulher. O homem — quando quer — "ajuda". Se no Ocidente isso está mudando, no mundo oriental o problema é pior e produziu equações difíceis de serem resolvidas do ponto de vista econômico e social.

A "Economist" tratou disso na semana passada: o movimento das asiáticas de fuga do casamento representa uma queda mais rápida da população, que pode representar envelhecimento ainda mais rápido, criando dificuldades maiores ao sistema previdenciário.

Um terço das mulheres nos seus trinta e poucos anos na Ásia não se casaram; e no Japão 21% delas encerraram o período reprodutivo sem se casar. Em Tóquio, a taxa chegou a 30%. Em Cingapura, 27% das mulheres com curso superior entre 40 e 44 anos não se casaram. Essas taxas estão subindo também na Tailândia, Coreia e até na China, entre mulheres mais escolarizadas e com renda maior. Lá, há muito preconceito contra nascimentos fora do casamento, porque a Ásia não passou pela revolução de costumes que houve no Ocidente. Por isso, não casar significa não ter filhos.

No Ocidente, é alta a taxa de crianças nascidas fora do casamento tradicional. Na Suécia, 55% das crianças nascidas em 2008 foram fora do casamento; na Islândia, 66%. Na Ásia, a média é 2%. O problema é que a carga a se carregar no casamento é pesada demais para uma asiática, diz a revista. Uma mulher asiática que trabalhe 40 horas semanais tem, em média, mais 30 horas de trabalhos domésticos. Os homens dedicam, em média, 3 horas a esse serviço. Além disso, considera-se que a mulher é responsável pelo cuidado das crianças e também dos idosos da família. Normalmente, a mulher por lá é responsável pelos cuidados do sogro e da sogra. Por isso, muitas asiáticas, principalmente as de alta escolaridade, estão preferindo apostar na carreira.

Aumenta também o que era inaceitável tempos atrás: relacionamento sem casamento, sem filhos e sem compromisso. As taxas de mulheres no mercado de trabalho estão aumentando rapidamente. Na Coreia do Sul, a taxa de mulheres empregadas na faixa dos 20 anos superou a de homens. Com opções e independência financeira, elas impõem os termos: ou a sociedade muda por uma divisão mais igualitária do peso da vida familiar ou elas continuam solteiras. "Por que mudaria minha vida para preparar sopa de tofu como minha mãe?" disse uma entrevistada à revista.

Na Índia e China, há outro problema: o aborto seletivo que impede o nascimento de meninas. Em 2050, haverá nestes dois países 60 milhões de homens a mais que mulheres em idade de se casar, diz a "Economist". Já há cálculos mostrando aumento do percentual de homens que não vão conseguir se casar por falta de mulheres na China nas próximas décadas.

O interessante da reportagem é que normalmente as matérias sobre casamento apresentam a versão de que mulheres querem muito se casar e os homens fogem. É como se o casamento fosse um sonho compulsivo feminino. O texto da "Economist", naquele estilo sóbrio e fundamentado em estatísticas, sustenta o contrário: elas é que estão dizendo não e justamente na sociedade asiática, que, até recentemente, proclamava-se a região do mundo que era superior por ter valores e princípios familiares mais arraigados. A reportagem diz que esses valores eram na verdade a visão conservadora e ultrapassada de que cabe apenas à mulher carregar o peso da renovação da população e ainda ser o amparo dos mais velhos.

"As mulheres estão rejeitando o casamento na Ásia e isso tem sérias implicações sociais", diz o subtítulo do editorial da revista. "Os governos asiáticos têm há muito tempo a visão de que a superioridade de seus valores familiares era uma das grandes vantagens que tinham em relação ao Ocidente. Isso não está mais garantido. Eles precisam acordar para as profundas mudanças sociais que acontecem em seus países e pensar em como podem enfrentar as consequências", alerta a "Economist".

Na visão da revista, é difícil uma política pública acabar com o preconceito que produz essa distribuição desigual dos pesos na família, mas os governos têm algo a fazer. Ela sugere licenças-paternidades, para que homens se envolvam mais com os recém-nascidos e as crianças em crescimento, e subsídio ou oferta de serviços que facilitem o cuidado da criança. Em alguns países europeus e nórdicos, a ideia de licença-maternidade evoluiu para a "licença para cuidar da criança", que é concedida à pessoa da família que se dispõe a fazer o trabalho. Após o fim do período de amamentação, essa pessoa não tem que ser necessariamente a mãe. Numa nova sociedade, com outros valores, é preciso pensar em novas políticas públicas atualizadas aos novos desafios.
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Comentários

  • 28 Comentários sorted by Votes Date Added
  • O mercado proporcionará o equilíbrio futuro entre homens e mulheres na China. Tornando-se um recurso cada vez mais escasso, as mulheres poderão se tornar cada vez mais seletivas em relação aos machos. Chegará um tempo em que as mulheres poderão escolher entre qual homem abarrotado de grana ela vai se casar (o que já acontece com mulheres extremamente gostosas). Então, em busca de uma melhora, os chineses acabarão optando por ter filhas mulheres, o que vai injetar equilíbrio na proporção.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Apatico disse: Chegará um tempo em que as mulheres poderão escolher entre qual homem abarrotado de grana ela vai se casar (o que já acontece com mulheres extremamente gostosas).

    Isto já acontece.
    Apatico disse: Então, em busca de uma melhora, os chineses acabarão optando por ter filhas mulheres, o que vai injetar equilíbrio na proporção.

    Isto é menos provável. Na China, a filha que casa vai embora - e quem vai cuidar dos pais quando ficarem velhos, já que não há aposentadoria?

    Na Índia, é o pai da noiva que tem que pagar o dote à outra família, portanto, quando alguém tem muitas filhas e pouco dinheiro, escolhe uma para casar e as outras que se virem. Se a sogra achar que o dote foi pouco, dá um jeito de a nora sofrer um acidente na cozinha (há uma quantidade anormal de mulheres que morrem de acidentes domésticos na Índia) e o filhinho querido pode arranjar coisa melhor.
  • Neste caso, o mercado se mostrará tão forte que derrubará até mesmo uma regra cultural, que é bem mais forte do que uma regra legal/jurídica ou social.

    Quando o número de mulheres for tão reduzido ao ponto que elas se tornem realmente escassas, os pais dessas indianas poderão se negar a pagar o dote, uma vez que a família do marido não tem a menor escolha, inclusive poderão cobrar uma recompensa por estarem cedendo a própria filha, já que mulheres se tornaram realmente escassas. Ou seja, inverterá de ponta a cabeça uma cultura milenar.

    No caso da China, poderão negociar a aposentadoria com a família do pretenso esposo podre de rico, já que só ricos terão acesso a mulheres e mesmo para eles, elas serão bastante disputadas. Lembre-se, mulheres serão como diamantes.

    Mais uma vez o capitalismo venceu, com louvor.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Apatico disse: No caso da China, poderão negociar a aposentadoria com a família do pretenso esposo podre de rico, já que só ricos terão acesso a mulheres e mesmo para eles, elas serão bastante disputadas. Lembre-se, mulheres serão como diamantes.

    Só faltou perguntar se a mulher quer participar desse esquema como mercadoria.
    Talvez, como mostra o artigo, ela prefira ter sua carreira e namorar sem casar.
    Só ficarão disponíveis as mulheres pobres e sem instrução, para quem o casamento é a saída.
  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited agosto 2011 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva disse: Só faltou perguntar se a mulher quer participar desse esquema como mercadoria.
    Talvez, como mostra o artigo, ela prefira ter sua carreira e namorar sem casar.
    Só ficarão disponíveis as mulheres pobres e sem instrução, para quem o casamento é a saída.

    E era justamente a estas mulheres que eu me referia. O casamento moderno é uma visão romântica/burguesa, só consentida a quem já tem um certo patamar de estabilidade financeira. Quem não sabe o que vai ter pra comer no dia de amanhã, é melhor ligar matrimônio a patrimônio, inclusive haverá maior satisfação caso esta ligação seja feita.

    O fato de mulheres com dinheiro estarem rejeitando maridos vai tornar as mulheres pobres ainda mais disputadas.
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Nesta altura recordo os mensageiros da desgraça sobre o excesso de população.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Mig29 disse:
    Nesta altura recordo os mensageiros da desgraça sobre o excesso de população.

    O problema ainda não foi resolvido. O crescimento pode estar menor, mas continua.
    Há muito tempo que o planeta já está superlotado e a coisa só não está pior porque só uma parte do mundo consome como os americanos.
  • Mig29Mig29 Membro
    edited agosto 2011 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva disse: O problema ainda não foi resolvido. O crescimento pode estar menor, mas continua.
    Há muito tempo que o planeta já está superlotado e a coisa só não está pior porque só uma parte do mundo consome como os americanos.

    A pergunta a fazer é se a desaceleração é suficiente?

    Não sei responder. Você diz que não. Talvez você esteja certo, mas, sobrelotado ou não, todos vivemos neste planeta. Parece até que melhor do que no passado, quando eramos menos.

    Outra pergunta que pode ser feita; pode o desenvolvimento técnico permitir uma população mundial superior à atual, sem que isto implique em maior dano ambiental?

    De novo; não sei responder.

    A unica coisa que julgo saber; as pessoas devem escolher livremente se querem ter filhos.
    Pode-se fazer planeamentos familiar, sem considerar o aborto como solução.

    Post edited by Mig29 on
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Fernando_Silva disse: O problema ainda não foi resolvido. O crescimento pode estar menor, mas continua.
    Há muito tempo que o planeta já está superlotado e a coisa só não está pior porque só uma parte do mundo consome como os americanos.

    Enquanto as taxas de natalidade caem praticamente no mundo todo, as produtividades agrícolas aumentam, ambos década após década desde os anos sessenta.
    A tal bomba populacional que levaria o mundo à fome foi desmontada.
    Os problemas ambientais também são melhor gerenciados hoje do que há quarenta anos, quando as populações eram menores. Até no nosso país do jeitinho os empresários temem mais as autoridades ambientais do que qualquer outro órgão estatal.
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Se uma desaceleração maior for realmente necessária, desde que o mercado não seja distorcido, ela acontecerá.

    Ou alguém aqui acredita que todo mundo vai ser pego de surpresa? Que de repente, não mais que de repente, todos os armazéns do planeta já não terão um grão de cereal ou uma gota de água potável?

    À medida que se aumentar uma desproporção entre número de pessoas e recursos para manter estas pessoas, os recursos encarecerão ao ponto que não permitirá a perpetuação das mesmas.

    A chance de um colapso global por falta de recursos é simplesmente nula.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Apatico disse: Se uma desaceleração maior for realmente necessária, desde que o mercado não seja distorcido, ela acontecerá.

    Tenho lido suas mensagens, autênticas declarações de fé.
    Apatico disse: Ou alguém aqui acredita que todo mundo vai ser pego de surpresa? Que de repente, não mais que de repente, todos os armazéns do planeta já não terão um grão de cereal ou uma gota de água potável?

    Pode ocorrer, pensar o contrario é ingenuidade. Não é possível tudo prever, o mercado para si parece a divina providência de outros tempos.
    A tragédia do Japão, e outras, mostra que a surpresa é possível.
    Embora, você coloque a fasquia num nível muito drástico, onde a vida se extinguiu, pois sem uma gota de água potável, incluo, a água produzida por meios técnicos; indica que o homem nem existe mais, e este cenário pode ocorrer.
    Apatico disse: À medida que se aumentar uma desproporção entre número de pessoas e recursos para manter estas pessoas, os recursos encarecerão ao ponto que não permitirá a perpetuação das mesmas.

    A maior parte das guerras são por recursos.
    Apatico disse: A chance de um colapso global por falta de recursos é simplesmente nula.

    Haja fé. Um colapso ocorre por ocorrência de eventos sequenciais incontroláveis que tornam impossível a continuidade de um estilo de vida,
    Um colapso, no meu entender, pode não ser o fim do mundo,e até ser ultrapassado com mais ou menos desconforto. Desde que continue a existir pelo menos água potável natural ou produzida.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Apatico disse: Ou alguém aqui acredita que todo mundo vai ser pego de surpresa? Que de repente, não mais que de repente, todos os armazéns do planeta já não terão um grão de cereal ou uma gota de água potável?

    Bom, tem aquela história do sapo na panela de água fria que vai esquentando aos poucos. Ele vai adiando a hora de pular fora até que morre cozido.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Mig29 disse: Embora, você coloque a fasquia num nível muito drástico, onde a vida se extinguiu, pois sem uma gota de água potável, incluo, a água produzida por meios técnicos; indica que o homem nem existe mais, e este cenário pode ocorrer.

    Sim. Aparentemente, a esperança não deu resultado na Somália e em outros lugares.
  • Sem contar que os chineses mais 'endinheirados' tem a disposição o mercado de escravas sexuais ou de noivas compradas da Coréia do Norte, Camboja, Vietnã e Tailândia.

    http://www.sankakucomplex.com/2008/07/22/slave-“wife”-kept-naked-chained-for-15-years/

    http://www.sankakucomplex.com/2008/08/16/slave-girl-bride-bought-for-3000/

    North Korean Sex Slaves Sell for $450
    http://www.koreatimes.co.kr/www/news/nation/2009/03/113_42143.html
  • Fernando_Silva disse: Bom, tem aquela história do sapo na panela de água fria que vai esquentando aos poucos. Ele vai adiando a hora de pular fora até que morre cozido.


    Muito bem lembrado.

  • Fernando_Silva disse: Bom, tem aquela história do sapo na panela de água fria que vai esquentando aos poucos. Ele vai adiando a hora de pular fora até que morre cozido.

    Pois é.

    O Mar de Aral, que já ostentou o honroso título de quarto maior lago do mundo, hoje, praticamente não existe. Está reduzido há 10 por cento de seu tamanho original. Citei esse exemplo aleatoriamente. Existem muitos outros. Não compartilho do otimismo dos colegas. Espero que eles estejam certos e, eu, errado.


  • Mig29 disse: Tenho lido suas mensagens, autênticas declarações de fé.

    Vejamos.
    Mig29 disse: Pode ocorrer, pensar o contrario é ingenuidade. Não é possível tudo prever, o mercado para si parece a divina providência de outros tempos.

    O que estamos discutindo exatamente?
    Mig29 disse: A tragédia do Japão, e outras, mostra que a surpresa é possível.

    Eu estava me referindo especificamente à surpresa da desproporção entre recursos e população chegar num patamar insustentável repentinamente. Se um asteróide gigante atingir a Terra e acabar com a vida no planeta, é óbvio que o mercado não pode fazer nada a respeito.

    Mas qual a solução? Viver numa nóia inútil com medo de asteróides?

    O que não tem remédio, remediado está.
    Mig29 disse: Embora, você coloque a fasquia num nível muito drástico, onde a vida se extinguiu, pois sem uma gota de água potável, incluo, a água produzida por meios técnicos; indica que o homem nem existe mais, e este cenário pode ocorrer.

    Eu? Cínico!

    Quem alerta sobre o fim da água, pico do petróleo, aquecimento global e outras estultices são os alarmistas progressistas. Eu nunca tive medo algum de nada disso acontecer.
    Mig29 disse: A maior parte das guerras são por recursos.

    oh_rly.jpg
    Mig29 disse: Haja fé. Um colapso ocorre por ocorrência de eventos sequenciais incontroláveis que tornam impossível a continuidade de um estilo de vida,
    Um colapso, no meu entender, pode não ser o fim do mundo,e até ser ultrapassado com mais ou menos desconforto. Desde que continue a existir pelo menos água potável natural ou produzida.

    Deixa eu corrigir minha sentença para que não se especule sobre catástrofes que nada têm a ver com o que está sendo discutido.
    Apatico disse: A chance de um colapso global por falta de recursos causada pelo excesso de população é simplesmente nula.

    E é! E é!
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_Silva disse: Bom, tem aquela história do sapo na panela de água fria que vai esquentando aos poucos. Ele vai adiando a hora de pular fora até que morre cozido.

    Logo o coeficiente intelectual de toda a humanidade junta é equivalente a um sapo.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • zato_one disse: Sem contar que os chineses mais 'endinheirados' tem a disposição o mercado de escravas sexuais ou de noivas compradas da Coréia do Norte, Camboja, Vietnã e Tailândia.

    É, isso muda as coisas.

    Mesmo assim, a não ser que a importação de mulheres de países mais pobres nas redondezas se torne acessível à população média chinesa, o que por si só já igualaria o número de homens e mulheres, a tendência no longo prazo é que as coisas se estabilizem.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Apatico disse: Fernando_Silva disse: Bom, tem aquela história do sapo na panela de água fria que vai esquentando aos poucos. Ele vai adiando a hora de pular fora até que morre cozido.


    Logo o coeficiente intelectual de toda a humanidade junta é equivalente a um sapo.

    As pessoas são acomodadas e preferem deixar como está para ver como é que fica.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Mig29 disse:
    A maior parte das guerras são por recursos.

    É uma idéia muito repetida, mas não totalmente correta.

    A maioria das guerras é por poder.
    Recursos geralmente são meios e não fins.
    O Japão Imperial ocupou países asiáticos para obter recursos para manter a guerra e não fez a guerra para obter recursos.

    Recursos motivam guerras quando seu controle altera o equilíbrio de poder.
    Fora desta situação, geralmente é mais lucrativo comerciar do que guerrear para obter.




    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Mig29Mig29 Membro
    edited agosto 2011 Vote Up0Vote Down
    Não penso que excesso de confiança seja melhor do que o seu contrario.


    Voltando mais ao tema original. As mulheres casam menos, e dai?

    Post edited by Mig29 on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Mig29 disse:
    Voltando mais ao tema original. As mulheres casam menos, e dai?

    Daí que, no caso das orientais, também não têm filhos, devido à moral vigente na região.
    Não deixam de namorar, mas isto não atende aos homens que querem constituir família.

    Juntando isto à preferência por filhos homens na Índia e na China, temos uma escassez de mulheres dispostas a se casar.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/10/01/com-aborto-seletivo-favorecimento-homens-mundo-perde-2-milhoes-de-mulheres-ao-ano-925487103.asp

    Há 4 mil anos, os hinduístas já pediam aos deuses que não lhes dessem filhas.
    Hoje, ou elas são abortadas ou morrem por falta de cuidados médicos, dados de preferência aos meninos.
    Com aborto seletivo e favorecimento a homens, mundo perde 2 milhões de mulheres ao ano

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    "Salvem as meninas", dizem os cartazes carregados por adolescentes indianas no Dia Internacional das Meninas: país é um dos recordistas em abortos seletivos no mundo / AFP

    WASHINGTON - O nascimento de uma filha, que ele conceda em outro lugar, aqui que ele conceda um filho", diz o texto sagrado Atarvaveda, referindo-se a um dos deuses do hinduísmo. A escritura divina do segundo milênio a.C. ilustra um desafio permanente e atual enfrentado pela Índia: o pouco valor concedido à mulher na sociedade. O país asiático é um dos principais, ao lado da China, a afrontar os problemas de bebês do sexo feminino "ausentes" no nascimento e do alto índice de mortalidade de meninas entre 0 e 5 anos de idade.

    Segundo o último relatório do Banco Mundial (Bird) sobre "Igualdade de Gênero e Desenvolvimento", anualmente no mundo 1,427 milhão de bebês do sexo feminino não chegam a nascer por causa do aborto seletivo, e 617 mil meninas morrem até alcançar os 5 anos por negligência de gênero - quando pais aprisionados pela pobreza preferem dedicar seus parcos recursos aos filhos homens.

    O estudo do Banco Mundial mostra um aumento do número de abortos seletivos por preferência de sexo na China de 890 mil, em 1990, para 1,092 milhão, em 2008. Na Índia, no mesmo período, embora tenha registrado uma pequena redução de 265 mil para 257 mil, o número ainda é considerado elevado.

    - Eles estavam furiosos. Não queriam meninas na família. Queriam meninos, assim poderiam receber fartos dotes - disse à BBC, referindo-se à prática de o homem receber um dote da família da noiva, proibida por lei mas ainda em prática na Índia.

    O relatório do Bird aponta ainda a duplicação do número de abortos seletivos em países do Leste da Europa e no Cáucaso - principalmente na Sérvia, no Azerbaijão e na Geórgia - de 7 mil (1990) para 14 mil (2008). Para todos os casos, as explicações de autoridades, pesquisadores e ONGs são similares, com diferentes intensidades segundo as especificidades de cada país: nas sociedades em que a mulher é pouco valorizada, o problema foi agravado pelo declínio da fertilidade, provocado pela melhora do nível de vida da população, e por um fácil acesso a exames que possibilitam saber o sexo do bebê nas primeiras semanas de gravidez.

    - Sei que minha mulher sofre por causa disso, mas uma família armênia não fica completa sem um herdeiro masculino para levar o nome adiante - justifica-se o armênio Suren Nahapetyan, que obrigou a mulher a abortar a segunda filha por ter condições de criar apenas dois filhos e já ter uma menina em casa.

    Com problemas semelhantes, Armênia, Azerbaijão e Geórgia estão na mira do Conselho da Europa, prestes a analisar um relatório sobre abortos seletivos no Cáucaso.
    Desequilíbrio populacional

    Shidur Shetty, codiretor do relatório do Bird, explica que a ascensão social alterou o padrão de famílias numerosas em países mais pobres.

    - Em partes da Índia, o costume era ter até seis filhos. Mas quando melhoram de vida e se tornam mais organizadas, as famílias só querem ter duas crianças, e a preferência é por meninos. Na China, com a política de "um só filho", os pais fazem de tudo para ter um menino.

    Uma das razões para isso é a tradição chinesa de caber ao filho homem mais velho tomar conta dos pais na velhice - uma garantia de sobrevivência num país ainda majoritariamente agrário e sem um sistema de previdência social eficaz.

    Em relação à mortalidade infantil de meninas, embora credite parte da responsabilidade à discriminação de gênero, o economista do Banco Mundial ressalta a influência das questões de saúde.

    - Se os dois filhos, um menino e uma menina, estão doentes com diarreia, pode ocorrer que a menina leve mais tempo para ser levada a um hospital. Mas o principal fator ainda é o fato de ela ter ficado doente por escassez de água potável e de saneamento.

    As estatísticas de mortalidade de meninas nesta faixa etária mostram que, de 1990 a 2008, o número de mortes caiu na China, de 259 mil para 71 mil, e na Índia, de 428 mil para 251 mil, mas aumentou na África Subsaariana, de 183 mil para 203 mil.
    Coreia do Sul reverteu problema

    A coordenadora do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês) no estado indiano de Maharashtra, Anuja Gulati, revelou dados ainda mais alarmantes do que os divulgados pelo Banco Mundial num seminário local na semana passada: ocorrem cerca de 1.600 abortos seletivos por dia na Índia.

    - Se continuarmos na mesma velocidade, chegaremos a apenas 900 meninas para cada mil meninos em 2012 - alertou Anuja.

    Shireen Miller, diretora da ONG Save the Children na Índia, destaca a ampla acessibilidade aos exames de ultrassonografia e ecografia, mesmo que de uso proibido pelo governo para fins de seleção de sexo, como uma das pontas do problema.

    - A tecnologia piorou o problema. Mas o fato é que se não houvesse uma desvalorização tão profunda da mulher na sociedade, essa tecnologia não seria usada para isso. É uma questão cultural, só leis não adiantam. São necessárias mais campanhas, mais discussões. Mas é um processo de mudança muito longo.

    Entre más notícias, os especialistas comemoram a melhora da situação na Coreia do Sul, país em que, por meio de uma intensa campanha do governo de valorização da mulher na sociedade e inserção de mão de obra feminina no mercado de trabalho, a proporção do número de homens em relação ao de mulheres caiu de 118 para cada 100, em 1990, para 106,7 em 2010.

    - Em uma geração, a Coreia, que tinha as mesmas questões de China e Índia, conseguiu diminuir o problema - assinala Shidur.
  • Onde param as feministas?
    Ocupadas a combater a discriminação na publicidade, promover o aborto em nome do direito ao corpo, etc.

    Digo que a visão da Asia ser atingida pelo envelhecimento é boa, para eles também conhecerem o nosso destino europeu de marasmo. Talvez, seja até positiva para a paz mundial. Porém, não deixa de ser errado o modo como isto se faz.
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