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Católicos sedevacantistas fazem funeral de carrasco nazista que ninguém queria enterrar

Essa organização de católicos fundamentalistas não reconhece o Holocausto e não aceita nenhum papa depois de João XXIII.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3478510&page=-1
Católicos conservadores organizam funeral do nazi Erich Priebke

Tradicionalistas católicos organizaram esta terça-feira o funeral do criminoso de guerra nazi Erich Priebke numa cidade perto de Roma, apesar dos protestos organizados por antifascistas e de uma tentativa do edil local em impedir a cerimónia.

Um carro funerário transportou o corpo do antigo oficial das SS da morgue de um hospital em Roma para o seminário do ultraconservador Instituto Pio X na localidade de Albano -- a sede em Itália da comunidade integrista fundada em França por Marcel Lefebvre no fim da década de 80, após a recusa em aceitar a abertura do Concílio do Vaticano II (1962-65) ao mundo moderno --, para uma cerimónia privada.

Dezenas de habitantes desta comuna de 40 mil habitantes deslocaram-se aos portões do instituto religioso onde fixaram uma faixa com a frase "Priebke carrasco" e entoaram a canção da resistência italiana "Bella Ciao", apesar de não conseguirem interromper as cerimónias.
"Temos um problema de ordem pública que está a ser criado. A nossa cidade tem uma tradição de resistência, estamos desconcertados", disse à agência noticiosa AFP Luca Faenza, porta-voz do presidente da câmara de Albano, Nicola Marini, eleito pelo Partido Democrático (esquerda).
"Será uma cerimónia religiosa como pediu Priebke (...) com uma missa em latim, à porta-fechada, apenas para os amigos íntimos e próximos", declarou aos media Paolo Giachini, o advogado do ex-nazi.

Antigo capitão das forças de elite nazis 'Waffen SS, Priebke, um dos últimos criminosos de guerra nazis ainda vivos e que festejou 100 anos no final de julho, morreu na sexta-feira em Roma.
Priebke, que tinha sido condenado em 1998 em Itália a prisão perpétua pela sua participação no massacre das grutas Ardeatinas, em Roma, em março de 1944, estava há muitos anos em prisão domiciliária em Roma, no apartamento do seu advogado.
Giachini tinha anteriormente afirmado que Priebke seria enterrado junto da sua mulher na Argentina, onde viveu mais de 40 anos depois da II Guerra Mundial, mas o país recusou-se a receber o corpo.

Comentários

  • 15 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Sedevacantistas, conclavistas, anglicanos, fieis de cisoes da Igreja sao tao catolicos quanto qualquer protestante.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Fernando Silva escreveu: »
    Essa organização de católicos fundamentalistas não reconhece o Holocausto e não aceita nenhum papa depois de João XXIII.
    Apatico escreveu: »
    Sedevacantistas, conclavistas, anglicanos, fieis de cisoes da Igreja sao tao catolicos quanto qualquer protestante.

    Não existe Sola Scriptura no Catolicismo. Logo, para os Católicos o Fundamento da Fé é o que o Magistério Católico diz que é.

    Fundamentalista Católico é aquele que acredita na doutrina oficial da Igreja. Qualquer dissidência não pode ser chamada de fundamentalista.


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    Acauan dos Tupis
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  • Exatamente, ser catolico sedevacantista e uma incoerencia maior do que ser catolico taoista.

    Uma vez que rompem com a ICAR, estes grupos perdem sua unidade, aproximando-se cada vez mais do protestantismo e afastando-se do catolicismo, sendo impossivel alegar que ha algo de comum a eles, como a negacao do Holocausto. Pra se ter ideia de o quao ridiculo esses movimentos podem chegar, um sujeito chamou o pai e a mae dele e se elegeu o Papa da Verdadeira Igreja Catolica.

    O erro sobre o "fundamentalismo" tambem e cometido a respeito do Islam:
    Outra fonte de desinformação deriva do fato de se chamarem os terroristas de "fundamentalistas". O termo em si significa alguém que se apega a princípios, ou "fundamentos". Mas os terroristas romperam com os pilares do islã ao visarem civis não combatentes e ao operarem com base em ódio religioso contra cristãos e judeus --"povos do Livro", segundo o Alcorão.

    Ao considerar os muçulmanos de hoje, temos de distinguir os "tradicionais" (ou espirituais) dos "revolucionários", incluindo os terroristas entre estes. E, igualmente importante, distinguir os tradicionais dos fundamentalistas. Seriam, então, quatro categorias principais.

    1. Líderes "tradicionais": os homens citados acima.

    2. Wahabitas: os "fundamentalistas", estão longe de representar a tradição islâmica em sua plenitude.

    3. "Revolucionários islâmicos": seguidores de Khomeini no Irã ou de Gaddafi na Líbia, todos demagogos e coletivistas. Os principais grupos terroristas estão nesta categoria. Eles reivindicam o nome "islã", mas são de fato letais para ele. Infelizmente, é gente desse tipo que o público ocidental vê como "muçulmano típico".

    4. Secularistas: inclui figuras como Assad, da Síria, e o finado Saddam Hussein, do Iraque. São basicamente antirreligiosos, portanto o termo "fundamentalista", no sentido literal, é inapropriado.
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/111106-outros-islas.shtml
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Cada facção acha que representa a verdadeira igreja. Lembro dos idos de 1966, quando a Igreja Católica começou a rachar, com os tradicionalistas se dizendo "a verdadeira Igreja de 2 mil anos". Acho que a minha desconversão começou aí, embora, na época, eu tenha preferido fechar os olhos e seguir em frente, mesmo sem gostar das novidades.

    Esse pessoal ainda se agarra a Pio X e seu "Juramento Anti-Modernista" (uma reação ao questionamento da Bíblia com base na razão e nas descobertas da ciência e da arqueologia), abolido por João XXIII.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva escreveu: »
    Cada facção acha que representa a verdadeira igreja. Lembro dos idos de 1966, quando a Igreja Católica começou a rachar, com os tradicionalistas se dizendo "a verdadeira Igreja de 2 mil anos". Acho que a minha desconversão começou aí, embora, na época, eu tenha preferido fechar os olhos e seguir em frente, mesmo sem gostar das novidades.

    Os tradicionalistas que se rebelaram contra o Concílio Vaticano II não estão necessariamente em rebelião contra a Igreja, dado que aquele Concílio não editou regras de Fé e Moral, as únicas que o Católico Romano é doutrinariamente obrigado a admitir como infalíveis quando vindas do Magistério.

    O problema é quando renegam publicamente a autoridade papal - o que surpreendentemente também não é proibido em alguns casos pelo Direito Canônico, como por exemplo, quando a eleição do Papa não seguiu o cânone e seu pontificado se torna inválido.

    É a este ponto que Sedevacantistas se apegam, esquecendo que a Igreja Católica Romana não é uma instituição democrática e a opinião deles, por si só, não quer dizer grande coisa e a única forma de protesto que lhes é permitida é dentro dos canais competentes da própria Igreja.

    Se optam por outros caminhos, optam por criar e viver em sua própria Reforma, assumindo-se como "separados" da Igreja e potencialmente excomungados dela.


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    Acauan dos Tupis
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Evangélicos e protestantes históricos costumam referenciar estas cisões dentro da Igreja Católica como prova de que esta seria tão fragmentada quanto a miríade de denominações protestantes.

    Esquecem que pelo princípio da Sola Scriptura, se "dois ou mais" gatos pingados fundarem uma Igreja, a legitimidade cristã dela não pode ser contestada por outros protestantes, enquanto no Catolicismo uma única pessoa tem a palavra final sobre o que é e o que não é a Igreja Católica Romana.

    Qual modo é melhor ou pior é problema deles, que são brancos e que se entendam.
    Acauan dos Tupis
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  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    De fato, os tradicionalistas da Igreja nao sao o mesmo que sedevacantistas, conclavistas ou grupos de cisao, como a Igreja Catolica Apostolica Brasileira (esta e que nao tem nada de tradicionalista mesmo).
    Acauan escreveu:
    O problema é quando renegam publicamente a autoridade papal - o que surpreendentemente também não é proibido em alguns casos pelo Direito Canônico, como por exemplo, quando a eleição do Papa não seguiu o cânone e seu pontificado se torna inválido.
    Houve algum caso comprovado em que a anulacao aconteceu? Tem o boato do Papa que era uma mulher travestida que ninguem percebeu, mas nunca chequei. Tambem nao se pode ser eleito Papa se tiver cometido alguma heresia. No inicio, parece que tinham alguns anti-Papas.
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Apatico escreveu: »
    Houve algum caso comprovado em que a anulacao aconteceu? Tem o boato do Papa que era uma mulher travestida que ninguem percebeu, mas nunca chequei. Tambem nao se pode ser eleito Papa se tiver cometido alguma heresia. No inicio, parece que tinham alguns anti-Papas.

    Teve o Urbano VI e os citados anti-Papas.

    Aliás a História do "Grande Cisma" e dos anti-Papas deveria dar alguma informação à turma que acredita que os Papas eram soberanos todo-poderosos aos quais ninguém ousava desafiar.

    A história da travesti Papisa é outro daqueles contos de propaganda anti-católica. Como as fontes são antigas tem quem divulgue e quem acredite.


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  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Acauan escreveu: »
    Teve o Urbano VI e os citados anti-Papas.

    Aliás a História do "Grande Cisma" e dos anti-Papas deveria dar alguma informação à turma que acredita que os Papas eram soberanos todo-poderosos aos quais ninguém ousava desafiar.
    Chegou a haver 3 papas numa certa época: o da França e mais dois na Itália.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Cisma_do_Ocidente
    O Grande Cisma do Ocidente, Cisma Papal ou simplesmente Grande Cisma foi uma crise religiosa que ocorreu na Igreja Católica de 1378 a 1417.

    Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avinhão, na França, pois o Papa Clemente V foi levado (sem possibilidade de debate) pelo rei francês para residir em Avinhão. Em 1378, o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria. A população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma. Foi então eleito o Urbano VI, de origem italiana. No entanto, ele demonstrou ser um papa muito autoritário, de modo que uma quantidade considerável do Colégio dos Cardeais, anularia a sua votação e foi realizado um novo conclave, sendo eleito Clemente VII, que passou a residir em Avinhão. Iniciara-se assim o Cisma, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa residia em Avinhão, reclamando ambos para si o poder sobre a Igreja Católica. Posteriormente, surgiria outro Antipapa em Pisa. O cisma terminou no Concílio de Constança em 1417, quando o papado foi estabelecido definitivamente em Roma.

    No início, as decisões doutrinárias eram tomadas em concílio ecumênico e não apenas pelo papa.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Conciliarismo
    Conciliarismo

    O Conciliarismo ou Teoria conciliar é a doutrina que considera que o concílio ecumênico ou Universal como a autoridade suprema da Igreja, trazendo-o (condicionalmente ou por principio) sobre o papado.

    Esta doutrina sustenta que um concílio ecumênico representa toda a Igreja, e obtém o seu poder diretamente de Cristo, para estas competências estão sujeitos, e tem que seguir todos os fiéis, membros da hierarquia, até mesmo o próprio Papa. Tratou-se de um movimento de reforma da Igreja Católica Romana no século XIV e XV, considerou que a autoridade final em questões espirituais residia com a Igreja Romana como corporação de cristãos, personificada por um concílio geral da igreja, e não com o papa.

    O movimento surgiu em resposta ao papado de Avinhão — os papas de Roma foram removidos e submetidos a pressões dos reis da França - e o subsequente cisma que inspirou a convocação do Concílio de Pisa (1409), o Concílio de Constança (1414-1417) e do Concílio de Basileia (1431-1449). O eventual vencedor do conflito foi a instituição do Papado, confirmada pela condenação do conciliarismo no Quinto Concílio de Latrão, 1512-1517. O gesto final, porém, a doutrina da Infalibilidade Papal, não foi promulgada até o Primeiro Concílio do Vaticano de 1870.
  • Acauan escreveu:
    Esquecem que pelo princípio da Sola Scriptura, se "dois ou mais" gatos pingados fundarem uma Igreja, a legitimidade cristã dela não pode ser contestada por outros protestantes, enquanto no Catolicismo uma única pessoa tem a palavra final sobre o que é e o que não é a Igreja Católica Romana.
    Como funciona na Igreja Ortodoxa ou nas igrejas orientais?
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico escreveu: »
    Como funciona na Igreja Ortodoxa ou nas igrejas orientais?

    As Ortodoxas têm seus Patriarcas, mas as decisões doutrinárias são decididas em colegiados. Como são "ortodoxos", por definição raramente os colegiados tem alguma decisão doutrinária a tomar.

    Já as Igrejas Orientais variam. Algumas, como a Católica Maronita aceitam a autoridade do Papa.


    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Há uma igreja maronita no meu bairro. A liturgia é a mesma, mas a ordem das partes é diferente.
  • Por que as igrejas orientais que rejeitam a autoridade papal nao deslancham para o fenomeno de "balcanizacao" protestante?
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Angra_MayniuAngra_Mayniu Membro
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico escreveu: »
    Por que as igrejas orientais que rejeitam a autoridade papal nao deslancham para o fenomeno de "balcanizacao" protestante?
    Eu entendo da seguinte maneira: as igrejas do Oriente, ao contrário do Ocidente, permaneceram dentro de um esquema político e estatal relativamente estável. Dentro desse contexto, o poder temporal dos imperadores ganhou preeminência tal que tornou a Igreja subordinada ao Estado. Assim, a Igreja passou a ser a Igreja do imperador, e a defesa dessa Igreja era matéria de estado, tudo isso garantiu uma certa estabilidade e unidade.
    Como o Império do Ocidente caiu, esse atrelamento não existia, e a Igreja Católica teve que ser unificada sob uma espécie de autoridade supra-nacional, o Papa. Quando veio a heresia de Lutero e outros que tais, que desafiavam a autoridade do papa como legitimadora do poder temporal, os Estados Nacionais absolutistas em ascensão tiveram um pretexto para se auto-legitimar à revelia dessa autoridade, através de suas próprias igrejas nacionais. Daí pras guerras de religião foi um passo, e a partir daí foi basicamente um processo entrópico.

    Post edited by Angra_Mayniu on
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Apatico escreveu: »
    Por que as igrejas orientais que rejeitam a autoridade papal nao deslancham para o fenomeno de "balcanizacao" protestante?

    A cisão Ortodoxa foi mais de motivação hierárquica do que doutrinária, além dos que os ortodoxos não inventaram uma sola scriptura, que autoriza qualquer leitor da Bíblia a criar sua versão tailor made do cristianismo.

    Acauan dos Tupis
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