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Religião, Política e Futebol

Se os ensinamentos de uma determinada religião são imorais/errados/confusos...
Se o meu partido político afilia corrupto...
Se o meu time de futebol é rebaixado para a serie Z...

Por que eu continuo acreditando neles?
É birra? É o: "não vou dar o braço a torcer"?
Apego? Fanatismo? Cultural?

Todos sabem que os religiosos acreditam em algo que eles desconhecem (teoricamente, muitas vezes e fisicamente, certamente)...
Todos sabem que os afiliados partidários, abraçam, beijam e adoram políticos corruptos de seus partidos...

Why? Why?

o.0

Comentários

  • 22 Comentários sorted by Votes Date Added
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up1Vote Down
    rfrigotto escreveu: »
    Fico imaginando qual seria o método científico utilizado para comprovar um milagre e obviamente, mesmo que a minha imaginação extrapole todas as leis da física e da matemática, fica difícil imaginar.

    Um Milagre se define cientificamente quando um Fenômeno não tem causa natural ou a causa natural identificada não poderia existir por violar as Leis Naturais.

    O problema com o primeiro caso é que não há como diferenciar um fenômeno sem causa natural de um fenômeno de causa natural ainda não identificada. Caem nesta situação praticamente todos os milagres reivindicados por todas as religiões.

    No segundo caso seria fácil comprovar o milagre por experimentação, por exemplo verificando um sistema isolado no qual o Calor flui espontaneamente do corpo de menor temperatura para o de maior.

    Desconheço alegações de milagres com esta característica comprovada.


    rfrigotto escreveu: »
    Se é difícil imaginar, como o ser humano consegue ACREDITAR em milagres? Como que diante de tanta falta de comprovação esse ser humano continua ACREDITANDO nos milagres? Apego? Birra? Emocional?

    Fé.
    Não é tão absurdo se considerarmos que também temos Fé nas comprovações científicas. Aceitamos que os cientistas que realizaram e publicaram experimentos e foram criticados por seus pares são dignos de credibilidade. Crentes orientam sua credibilidade por outras premissas. A diferença está que a Ciência pode fazer previsões que se cumprem e apresentar resultados práticos, mas o fato de a Ciência apresentar regras confiáveis não invalida a possibilidade da exceção e a própria Ciência - seguindo o Discurso Popperiano - admite isto.

    rfrigotto escreveu: »
    O mesmo acontece com os céticos e ateus "pragmáticos", qual o método utilizados por eles para AFIRMAREM que milagres não existem? Como que diante da não comprovação da inexistência a pessoa CEGAMENTE afirma a não existência?!

    Toda afirmação de "não existência" é circunstancial. Céticos Científicos de verdade deveriam saber disto.
    rfrigotto escreveu: »
    É verdade Acauan, combater e discutir o fanatismo dos outros é muito fácil, mas mesmo sendo fácil, fica difícil ficar "calado" a respeito e de vez em quando dá vontade de expor a falta de entendimento, como estou fazendo nesse tópico...

    O fato de criticar fanatismo alheio ser fácil não implica que seja errado. Pelo contrário, se todos criticarem o fanatismo alheio, em algum momento criticarão o nosso, nos dando chance à autocrítica. Aí vai da honestidade intelectual e moral de cada um.

    rfrigotto escreveu: »
    É difícil nos monitorar, realmente, acho que a melhor escolha é buscar o equilíbrio entre as coisas, sem apego a "grupos", crenças e ideologias, seja político, religioso ou outros. Pois vivemos evoluindo, digo na questão social, e a melhor pessoa a se adaptar as mudanças, são aquelas que absorvem de tudo que é bom, independente de grupos, crenças e ideologias. A aqueles que absorvem mais coisas ruins, claro.

    O perigo é que quando nos desapegamos de tudo, perdemos os referenciais o que torna o juízo impossível. Crenças Fundamentais são necessárias, o que não implica que devam ser colocadas acima da crítica, como os dogmas religiosos.
    rfrigotto escreveu: »
    Depois vou dar uma olhada nesse Exame de Consciência!

    O check-list do Fernando é ótimo. Sou observador antigo destes fenômenos, mas esta foi nova prá mim.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Um cara disse no Facebook que os milagres provam que Deus existe. Eu disse que milagre é uma coisa que a ciência ainda não explicou. Ele respondeu: "Se um dia a ciência explicar, então veremos".

    O pior é que ele deu como exemplo de milagre diário a "transformação do pão no corpo de Cristo" nas igrejas...
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Boas colocações, Rigotto.

    Todos os dias vejo no Facebook militantes céticos que falam pelos cotovelos sobre Método Científico, que sempre têm uma palavra de desprezo sobre crentes religiosos e que se manifestam tão ou mais fanaticamente que aqueles crentes ao defenderem ideologias político-partidárias.

    E tenho amigos cuja paixão pelo time de futebol é, pelos meus critérios, simplesmente inexplicável. Um deles cursou o ensino médio comigo e era daqueles gênios adolescentes de comédia americana, imbatível no quadro negro e nem tanto nas quadras esportivas (não que eu fosse algum Pelé ou mesmo, algum Zoca - vão pesquisar).
    Bem, hoje este amigo é chamado de "Professor" pela torcida de seu time, por haver se tornado uma enciclopédia viva da história de seu clube, pelo qual mantém uma ativa militância na Internet.

    Por estas e outras que após mais de dez anos de Religião é Veneno, a maior lição que nos chega é que combater o fanatismo dos outros é fácil.
    Difícil é monitorar os nossos próprios e resistir à resposta automática do "eu não tenho fanatismo nenhum". Ou preconceito nenhum ou qualquer-pensamento-condicionado-ruim nenhum.

    As brechas mentais por onde entram os fanatismos, preconceitos e paixões irracionais são identificáveis pela autocrítica, pelo autoconhecimento e por um decidido esforço de colocar a verdade acima de nosso próprio Ego.

    Quem faz isto?

    A Igreja Católica Romana criou o Exame de Consciência, primeiro passo na sequência sacramental que leva à absolvição.
    Modernos tentaram substituí-la pelas sessões de Análise, que nunca funcionam para ninguém, exceto, por outros motivos, para o Analista.


    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan escreveu: »
    A Igreja Católica Romana criou o Exame de Consciência, primeiro passo na sequência sacramental que leva à absolvição.
    check lists de pecados a se conferir antes da confissão para termos certeza de que não estamos nos esquecendo de nenhum.

    Exemplo (longa demais para postar aqui):
    http://old.fatima.org/port/examconpt.htm
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Obrigado Fernando e Acauan por responderem ao tópico.

    Fernando,
    Fico imaginando qual seria o método científico utilizado para comprovar um milagre e obviamente, mesmo que a minha imaginação extrapole todas as leis da física e da matemática, fica difícil imaginar.
    Se é difícil imaginar, como o ser humano consegue ACREDITAR em milagres?
    Como que diante de tanta falta de comprovação esse ser humano continua ACREDITANDO nos milagres?
    Apego? Birra? Emocional?
    Esse é o ponto.

    O mesmo acontece com os céticos e ateus "pragmáticos", qual o método utilizados por eles para AFIRMAREM que milagres não existem? Como que diante da não comprovação da inexistência a pessoa CEGAMENTE afirma a não existência?!

    ---

    Acauan,

    É verdade Acauan, combater e discutir o fanatismo dos outros é muito fácil, mas mesmo sendo fácil, fica difícil ficar "calado" a respeito e de vez em quando dá vontade de expor a falta de entendimento, como estou fazendo nesse tópico...

    É difícil nos monitorar, realmente, acho que a melhor escolha é buscar o equilíbrio entre as coisas, sem apego a "grupos", crenças e ideologias, seja político, religioso ou outros. Pois vivemos evoluindo, digo na questão social, e a melhor pessoa a se adaptar as mudanças, são aquelas que absorvem de tudo que é bom, independente de grupos, crenças e ideologias. A aqueles que absorvem mais coisas ruins, claro.

    Depois vou dar uma olhada nesse Exame de Consciência!

    Abraços!




  • Acauan escreveu: »




    Por estas e outras que após mais de dez anos de Religião é Veneno, a maior lição que nos chega é que combater o fanatismo dos outros é fácil.
    Difícil é monitorar os nossos próprios e resistir à resposta automática do "eu não tenho fanatismo nenhum". Ou preconceito nenhum ou qualquer-pensamento-condicionado-ruim nenhum.

    As brechas mentais por onde entram os fanatismos, preconceitos e paixões irracionais são identificáveis pela autocrítica, pelo autoconhecimento e por um decidido esforço de colocar a verdade acima de nosso próprio Ego.





    Mas é, eu mesmo só dei conta disto uns tempos atrás.

    Quem consegue chegar a isto de colocar a verdade em cima do ego acaba de evoluir bastante como pessoa.

    Eu mesmo passo por isto muitas vezes: não chego a ser o ser perfeito (aliás, nem acredito em perfeição). Mas consegui melhorar o relacionamento com as pessoas em minha volta.

    É difícil inicialmente, mas com o passar do tempo esse processo torna-se menos doloroso.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Fernando_Silva escreveu: »
    check lists de pecados a se conferir antes da confissão para termos certeza de que não estamos nos esquecendo de nenhum.

    Exemplo (longa demais para postar aqui):
    http://old.fatima.org/port/examconpt.htm

    Fernando, esta lista vai para arquivo de consulta permanente.

    Aliás, "Os quatro pecados que bradam aos Céus" por si só já valeram a leitura.

    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Acauan escreveu:
    Crenças Fundamentais são necessárias, o que não implica que devam ser colocadas acima da crítica, como os dogmas religiosos.
    Nao e assim que funcionam as doutrinas tradicionais orientais?
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Eu usava uma quando criança, mas era menos detalhada e, quanto ao sexo, só falava em "pensamentos impuros".
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Apatico escreveu: »
    Acauan escreveu:
    Crenças Fundamentais são necessárias, o que não implica que devam ser colocadas acima da crítica, como os dogmas religiosos.
    Nao e assim que funcionam as doutrinas tradicionais orientais?

    No geral, sim, mas elas também tem seus dogmas, como o Karma.
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Segundo Guenon, o sentido de causalidade (sentimental e moralista) dado ao carma e uma criacao ocidental. A palavra "carma" em sanscrito significa apenas acao.

    Teosofismo, a historia de uma pseudo religiao, p. 88 e 89, IRGET.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico escreveu: »
    Segundo Guenon, o sentido de causalidade (sentimental e moralista) dado ao carma e uma criacao ocidental. A palavra "carma" em sanscrito significa apenas acao.

    O que não muda o fato que o conceito de karma era uma das sustentações da sociedade de castas da Índia e mesmo do Japão xintoísta dos samurais.

    O conceito oriental de karma não presume a permanência da individualidade, logo é inaceitável para os ocidentais que o associaram à continuidade pós-morte do indivíduo.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
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  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan escreveu:
    O conceito oriental de karma não presume a permanência da individualidade, logo é inaceitável para os ocidentais que o associaram à continuidade pós-morte do indivíduo.
    Pra dizer a verdade, eu mesmo nao entendi como a metafisica oriental nao desenvolveu o conceito de individuo. Poderia uma casta ser indivisivel ou ter vontade propria? Talvez seja necessario ser iniciado para a devida compreensao...
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Apatico escreveu: »
    Pra dizer a verdade, eu mesmo nao entendi como a metafisica oriental nao desenvolveu o conceito de individuo. Poderia uma casta ser indivisivel ou ter vontade propria? Talvez seja necessario ser iniciado para a devida compreensao...

    Obviamente cada pessoa se percebia como tal, mas o fato não tinha uma expressão filosófica que o especificasse.
    Ser membro de uma casta implicava que sua identidade se resumia a isto, uma fração de um todo que não podia ser reconhecido por si só.

    Na percepção oriental a existência é uma essência compartilhada, inclusive a vida, algo como gotas do oceano que podem se distinguir dele por alguns instantes, mas dele surgem e a ele retornam sem que isto torne a gota uma entidade distinta e definível em si mesma.
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • O sistema de castas é uma distorção sem fundamento real no conceito
    Nao segundo a escola de Shankaracharya, a qual Guenon pertence. Ha um capitulo especialmente dedicado a explicar a instituicao das castas em Introducao Geral ao Estudo das Doutrinas Hindus, que pode ser lido aqui: http://www.reneguenon.net/guenontextosCastasIntrodGeralDoutHindu.html

    Pode-se tracar analogias com a sociedade medieval, o clero (Bramana, autoridade espiritual), nobreza (Kshatriya, autoridade temporal), Vaishya (comerciantes, fazendeiros) e servos (Shudras). Nao sei se haveria algo analogo aos Shandalas. Imagino que seja possivel tracar analogia com qualquer sociedade tradicional.
    muito embora variações dessa interpretação também ecoem a seu próprio modo por lá.
    Segundo Guenon, foram os ocidentais que levaram estas interpretacoes para la, inclusive sendo rejeitados pela maioria esmagadora dos hindus verdadeiros.
    Do ponto de vista religioso mais sério o sistema de castas é uma distorção como essa.
    Guenon critica o budismo primitivo indiano justamente pelo fato de este ter nascido como um movimento social igualitario que se tornou anti-tradicional ao rejeitar a instituicao das castas.

    Logo depois o budismo morreu na India e se espalhou pelo resto dos Orientes, absorvendo parte da tradicao local e formando varias escolas, podendo ser dividido em dois grandes grupos o do norte (mais ortodoxo) o do sul (mais degenerado). Guenon passou a ter uma visao mais positiva do budismo depois dos estudos do seu pupilo Ananda K. Coomaraswamy.
    Todos falam sobre uma unidade indivisível,
    Segundo Guenon, a unidade estaria no conteudo, uma vez que o conteudo de qualquer doutrina legitimamente oriental e a metafisica, a contemplacao do todo, e a metafisica nao pode estar submetida a arbietrariedades de qualquer especie. Ja a parte externa, ritualistica, simbolica, e toda diferente.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    sybok escreveu: »
    Acauan escreveu: »
    Na percepção oriental a existência é uma essência compartilhada, inclusive a vida, algo como gotas do oceano que podem se distinguir dele por alguns instantes, mas dele surgem e a ele retornam sem que isto torne a gota uma entidade distinta e definível em si mesma.

    Exato, mas eu não diria que algo se "separa" e depois "retorna", segundo eles esses termos são relativos e a separação é sempre um tipo de ilusão.

    A analogia da gota é válida se considerarmos que, segundo escolas orientais, na harmonia absoluta nada se destaca do todo. Como em um mar calmo. A gota se separa do oceano quando alguma turbulência a lança fora, mas isto é sinal de que algo perturbou a harmonia, que quando restaurada reintegrará a parte ao todo sem que nada sobre que distingua.
    sybok escreveu: »
    É meio bizarro, mas esse conceito de unidade também é mencionado no cristianismo, e, é isso que é erroneamente interpretado por católicos como uma "trindade" e por cristãos em geral como sendo Cristo o próprio Deus. Do ponto de vista do que Cristo disse segundo os evangelhos, essa unidade é mais análoga a essa noção oriental de "uno integro" e "gota no oceano" do que a interpretação de trindade ou de Cristo como o próprio Deus.
    No caso é mais aplicável o conceito judaico de unidade divina, expressa na confissão de fé do judeu: "Ouvi pois Israel, o Senhor é Deus. O Senhor é Um". No judaísmo, esta Unidade Divina contém, necessariamente todas as coisas.

    Paulo também faz referência à totalidade do Real estar contido na Unidade Divina quando afirma que " Nela nos movemos, vivemos e somos. "

    Deificar Jesus de Nazaré foi uma ousadia dos cristãos, que depois criaram uma teologia sofisticada para justificar isto.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Uso sempre "segundo Guenon" porque ainda nao passei a estudar a partir da fonte as doutrinas orientais, que parecem um pouco inacessiveis por estas bandas, sendo que como alega o proprio autor, ja na sua epoca a maioria dos orientalistas nao compreendiam nada do oriente, possuiam uma filosofia pseudo-oriental e traducoes degeneradas.

    Mas nao deixa de ser um erro muito grave:
    Assim, como professor de Literatura Inglesa, tenho constatado que a última coisa que o estudante médio pensa em fazer é pegar uma tradução de Platão na estante da biblioteca e ler O Banquete. Ele, ao contrário, tende a ler algum enfadonho livro moderno dez vezes, apresentando-lhe tudo sobre os “ismos” e influências de Platão e apenas uma vez a cada vinte páginas contando-lhe o que Platão de fato disse. Trata-se de um erro compreensível, pois surge da humildade. O estudante está meio temeroso de encontrar-se com um grande filósofo cara a cara. Sente-se incapaz e acha que não o compreenderá. Mas se apenas soubesse que o grande homem, justamente por sua grandeza, é muito mais inteligível que seu comentador moderno...
    http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/14100-introducao-ao-de-incarnatione-de-santo-atanasio-ou-sobre-livros-antigos.html
    http://esbocoserascunhos.blogspot.com.br/
    Alias, excelente texto.

    O que e melhor para entender a Grecia Antiga? Ler o que o pai da ciencia da analise politica e observador vivo da epoca tem a dizer ou um drogado modernista como Focault?
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan escreveu:
    A analogia da gota é válida se considerarmos que, segundo escolas orientais, na harmonia absoluta nada se destaca do todo. Como em um mar calmo. A gota se separa do oceano quando alguma turbulência a lança fora, mas isto é sinal de que algo perturbou a harmonia, que quando restaurada reintegrará a parte ao todo sem que nada sobre que distingua.
    Como os indigenas da sua tribo interpretariam esta questao?
    Outra: Havia alguma Instituicao analoga a das castas hindus?
    Post edited by Acauan on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    sybok escreveu: »
    As castas tem origem nos textos hindus, são uma descrição e uma tentativa de explicação dos muitos "talentos", fazendo analogia a diversas "partes" do corpo de Deus.
    É possível que o conceito de castas tenha se originado depois que os arianos invadiram a Índia, para se diferenciar dos povos dominados, como os drávidas. Foi uma maneira de institucionalizar e justificar teologicamente sua superioridade e autoridade diante dos "povos inferiores" que eles subjugaram.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Acauan escreveu: »
    rfrigotto escreveu: »
    Fico imaginando qual seria o método científico utilizado para comprovar um milagre e obviamente, mesmo que a minha imaginação extrapole todas as leis da física e da matemática, fica difícil imaginar.

    Um Milagre se define cientificamente quando um Fenômeno não tem causa natural ou a causa natural identificada não poderia existir por violar as Leis Naturais.

    O problema com o primeiro caso é que não há como diferenciar um fenômeno sem causa natural de um fenômeno de causa natural ainda não identificada. Caem nesta situação praticamente todos os milagres reivindicados por todas as religiões.

    No segundo caso seria fácil comprovar o milagre por experimentação, por exemplo verificando um sistema isolado no qual o Calor flui espontaneamente do corpo de menor temperatura para o de maior.

    Desconheço alegações de milagres com esta característica comprovada.


    Muito bem argumentado.

    Os fenômenos milagre, Deus e espíritos, são alegações de uma mesma natureza! Aquele que diz "Eu conversei com Deus" ou "Deus conversou comigo" ou ainda "Eu transcrevi uma mensagem de um espírito", podemos enquadrar essas pessoas como milagreiras?

    Eu ouço muito meus tios, tias e conhecidos adultos/velhos, comentarem a respeito das "benzedeiras", onde cada um tem uma história, de que foi a uma visita com dores em determinado lugar do corpo e saiu de lá curado. É uma característica de milagre.

    Porém, os milagres, como as doutrinas/dogmas, são "verdadeiros" apenas para o grupo religioso favorecido.
    Por exemplo, quando a igreja católica documenta que houve um milagre em determinada região/pessoa/época, outras igrejas da mesma religião dizem que o milagre documentado é uma fraude. O mesmo acontece ao contrário.

    Mas na minha opinião, algumas igrejas evangélicas, exemplo: Valdomiro Santiago, é de longe a mais cara de pau de todas, mostraram "milagres" ao vivo na TV.

    Portanto, na minha opinião, os milagres são fenômenos inventados e criados a partir de acontecimentos inexplicáveis, por esses grupos de igrejas de diferentes religiões. Os fins são diversos, atrair mais seguidores e etc.

    O problema é que mesmo sabendo das questões acima argumentadas e mesmo se houvessem muitas outras argumentações desfavoráveis aos milagres, é pouco para afirmar a inexistência deles. No máximo comprovamos a cara de pau dos religiosos a usarem esse fenômenos em favorecimento pessoal religioso e de grupo religioso.

    rfrigotto escreveu: »
    Se é difícil imaginar, como o ser humano consegue ACREDITAR em milagres? Como que diante de tanta falta de comprovação esse ser humano continua ACREDITANDO nos milagres? Apego? Birra? Emocional?

    Fé.
    Não é tão absurdo se considerarmos que também temos Fé nas comprovações científicas. Aceitamos que os cientistas que realizaram e publicaram experimentos e foram criticados por seus pares são dignos de credibilidade. Crentes orientam sua credibilidade por outras premissas. A diferença está que a Ciência pode fazer previsões que se cumprem e apresentar resultados práticos, mas o fato de a Ciência apresentar regras confiáveis não invalida a possibilidade da exceção e a própria Ciência - seguindo o Discurso Popperiano - admite isto.


    Acauan, a fé religiosa estaria em que sequência:

    1º Fé > Cultural > Emocional > Social
    2º Cultural > Emocional > Social > Fé

    1º - A pessoa nasce com Fé? Acredito que não. Desse modo dá para pular para a segunda opção.
    2º - O indivíduo nasce em determinada região do planeta, onde a cultura dessa região determinará qual religião praticará, quais alimentos irá comer, qual linguá irá falar e etc. Depois o emocional e o social servirá de sustentação para a sua fé...

    ???
    rfrigotto escreveu: »
    É verdade Acauan, combater e discutir o fanatismo dos outros é muito fácil, mas mesmo sendo fácil, fica difícil ficar "calado" a respeito e de vez em quando dá vontade de expor a falta de entendimento, como estou fazendo nesse tópico...

    O fato de criticar fanatismo alheio ser fácil não implica que seja errado. Pelo contrário, se todos criticarem o fanatismo alheio, em algum momento criticarão o nosso, nos dando chance à autocrítica. Aí vai da honestidade intelectual e moral de cada um.

    Honestidade intelectual e moral de cada um.
    Essa infelizmente é difícil, muito de difícil de se ver.
    rfrigotto escreveu: »
    É difícil nos monitorar, realmente, acho que a melhor escolha é buscar o equilíbrio entre as coisas, sem apego a "grupos", crenças e ideologias, seja político, religioso ou outros. Pois vivemos evoluindo, digo na questão social, e a melhor pessoa a se adaptar as mudanças, são aquelas que absorvem de tudo que é bom, independente de grupos, crenças e ideologias. A aqueles que absorvem mais coisas ruins, claro.

    O perigo é que quando nos desapegamos de tudo, perdemos os referenciais o que torna o juízo impossível. Crenças Fundamentais são necessárias, o que não implica que devam ser colocadas acima da crítica, como os dogmas religiosos.

    Quando você diz crenças fundamentais, o que se enquadra nos fundamentais?

    Obrigado pelas respostas Acauan e outros usuários no tópico.
  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited outubro 2013 Vote Up0Vote Down
    sybok escreveu:
    Apatico, eu não vou te dizer que não existam "escolas" que defendam isso, elas existem, assim como existem "seitas" cristãs com todo tipo de interpretação bisonha.
    Até as noções tradicionais como Cristo sendo o próprio Deus, ou parte de uma "trindade", já são interpretações de "seitas" que forçam a barra e não condizem exatamente como os conceitos como relatados nos evangelhos.
    Algumas vezes são interpretações até "plausíveis" num certo sentido, mas meio "forçadas" e no mínimo duvidosas.
    Sybok, TODAS as grandes igrejas cristas, de qualquer vertente, sem uma unica excessao, pregam a divindade de Jesus Cristo, seja a Igreja Catolica Romana, a Igreja Ortodoxa, as Igrejas Orientais nao Ortodoxas ou mesmo o Protestantismo Historico.

    Independente da sua interpretacao da Biblia, a tradicao crista depende fundamentalmente da divindade em Cristo.

    Voce comete o mesmo erro sobre o hinduismo. Cita como se fosse "algumas escolas bisonhas" que defendem as castas, enquanto estas sao parte fundamental das doutrinas hindu. Para os hindus, quem rejeita as castas nao pode ser tradicional.

    Shankaracharya foi um dos mais proeminentes bramanes que ja existiu, autor do Advaita Vedânta (vedanta nao-dualista, tambem fundamento das doutrinas hindus), critico do budismo primitivo por sua caracteristica anti-tradicional e voce nao pode acusa-lo de ser so mais um politiqueiro.

    Aqui um texto do mesmo livro (Introducao Geral as Doutrinas Hindus) sobre o que e tradicao: http://www.reneguenon.net/IRGETGuenonOqueETradicao.html

    sybok escreveu:
    Não são exatamente algo para ser interpretado literalmente
    As doutrinas orientais sao cheias de simbolismo e nada deve ser interpretado literalmente. Alias, Guenon e um dos maiores criticos do "literalismo".
    sybok escreveu:
    O fato é que a própria noção de castas hereditárias é uma contradição ambulante com o resto da doutrina pratica e filosófica
    Voce leu o link recomendado? Guenon afirma que tratar as castas como indiscutivelmente hereditarias e um erro.
    Guenon escreveu:
    Quanto à palavra jâti, seu sentido próprio é o de "nascimento", e pretende-se concluir disso que a casta é essencialmente hereditária, o que constitui ainda um erro; se ela é com mais freqüência hereditária de fato, não o é estritamente em princípio, podendo ser o papel da hereditariedade na formação da natureza individual preponderante na maioria dos casos, mas não sendo, no entanto, de nenhum modo exclusivo; isto demanda, aliás, algumas explicações complementares.
    sybok escreveu:
    Não, isso não é verdade, ao menos não em relação ao taoismo.
    E em relacao a versao de hinduismo da Sociedade Teosofica.
    Guenon escreveu:
    Já ha-
    vemos dito que os verdadeiros hindus, quando lhe conhecem, têm pelo teosofismo
    um profundo desprezo; e os líderes da Sociedade Teosófica sabem tão bem que,
    nos escritórios que sua organização possui na Índia, não é possível obter nenhum
    de seus tratados de inspiração supostamente oriental, assim como tampouco as
    ridículas traduções que têm feito de alguns textos, mas sim só obras relativas ao cristianismo (26) . Assim, na Índia, o teosofismo é considerado usualmente como
    uma seita protestante de caráter um pouco particular, e é mister reconhecer que,
    hoje em dia ao menos, tem todas as suas aparências: tendências «moralizantes»
    cada vez mas acentuadas e exclusivas, hostilidade sistemática contra todas as ins-
    tituições tradicionais hindus, propaganda britânica exercida sob o disfarce de o-
    bras de caridade e de educação; mas os capítulos seguintes farão compreender isto
    muito melhor (5*) .
    p. 90 e 91

    sybok escreveu:
    Não sei se entendi bem esse trecho...
    Ha uma breve explicacao a respeito em Introducao Geral... por conta da metafisica, que e a cerne das doutrinas orientais e nao esta sujeita a arbitrariedades nao pode ser diferente uma da outra, fazendo uma analogia simplista apenas para compreensao, um ramo especifico da ciencia, a geometria, por exemplo, nao pode ser diferente no Brasil ou na China.

    Mas quem ficou famoso com esta teoria mesmo foi Frithjof Schuon, discipulo de Guenon que acabou rompendo com o mestre, o que ironicamente causa desentendimentos infantis entre seus seguidores ate hoje, com a obra A Unidade Transcendente das Religioes: http://www.4shared.com/office/3fkUcz6B/a_unidade_transcendente_das_re.htm
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
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