Na ultima quarta-feira, a cidade de Esteio no RS foi noticia nacional.
E eu fui uma das primeiras vitimas da enchente. Não moro nessa cidade mas passo por ela para ir ao meu trabalho.
Era 5:40h. Chovia muito forte, jamais tinha visto nada igual. No carro, conseguia andar no maximo a 40km/h, com visibilidade quase zero.
Numa avenida deserta (por causa do horario que eu passo por ela) de repente, numa descida, meu carro mergulha numa piscina formada no meio da rua. Eu estava numa terceira marcha e aquela ideia de jamais parar de acelerar para nao entrar agua nao deu certo pois uma onda segurou meu carro e eu, por reflexo, engatei uma primeira. O carro morreu. Entrou agua no motor e ocorreu o calço mecanico.
Desci do carro, empurrei ele ate a parte mais alta da rua, com agua quase nos joelhos. Chamei o seguro. Fiquei parado até as 10:30h quando o socorro chegou.
Às 6:00hs, os primeiros moradores começaram a sair de pijamas no meio da rua alagada. Foram acordados com a agua na cama. Nota: todo mundo ali de classe media baixa no minimo. Casas boas.
Vi de tudo. Uma criança com sindrome de down sendo socorrida, mulheres e crianças saindo no meio da agua, mais carros se enfiando na agua que me parou, sendo que a metade tambem ficou parada e em situação bem pior. Mulheres chorando, desespero, agua pela cintura.
Muito triste.
Um tempo depois pensei que se houvesse ao menos 1 morador crente naquele ponto isso não teria acontecido pois deus não permitiria. Mesmo se houvesse 200 espiritas ex gladiadores necessitando quitar seus karmas. Eu teria me safado por tabela.
Meu seguro é HDI e eles já sinalizaram que nao pagarão nada. manderei consertar o carro e entrarei na justiça.
O ENCOSTO
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Comentários
É coisa da HDI ou é praxe nenhuma seguradora pagar nesses casos?
Estou achando meu seguro um pouco caro e uma das opções boas que vi era a HDI, atualmente é Bradesco.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Uma regra que aprendi é que se o tempo "ameaça chuva" como se diz por aqui, então nem me atrevo a sair para algum local mais afastado na cidade por conta do risco de não conseguir voltar.
O problema é que por "lugar mais afastado" pode-se entender qualquer lugar que se cruze um rio ou córrego para se chegar, o que inclui a totalidade da área metropolitana.
Quando chove descobrimos que São Paulo é um arquipélago, dada a quantidade de pontes que se tem que cruzar para ir daqui a ali. Quando estas pontes ficam intransitáveis a cidade para. Não que nos dias normais o trânsito ande, mas a chuva dá o conteúdo dramático ao que nos dias normais é só extremamente estressante.
Certa vez passei por situação muito parecida com a que O Encosto descreveu, com a diferença de que dei um pouco mais de sorte ou muito menos azar, pois também passei pela terrível decisão de trocar ou não de marcha no meio do alagamento, mas optei por dar ré. O carro morreu, mas felizmente apenas após chegar em terreno seco. E por estas coincidências bíblicas, logo apareceu um bom samaritano para me ajudar a secar o distribuidor, cachimbo e rotor, o que as novas gerações terão que chamar no Google para saber o que são.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Nós, Indios.
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