Eu li umas coisas sobre a língua japonesa e o que eu mais achei estranho nela, é que ao mesmo tempo em que só há conjugação de tempo, modo, voz e cortesia e não de pessoa ou número, ao mesmo tempo não é obrigatório o uso do pronome pessoal sujeito, isso é muito estranho....pois normalmente a quantidade de desinências (ou prefixos em algumas línguas) de pessoa e numero é inversamente proporcional à possibilidade de omitir o pronome pessoal sujeito...e não só nas línguas indo-europeias é assim, mas também é assim nas línguas camito-semíticas, nas línguas altaicas, na maioria das línguas indígenas das Américas, nas línguas bantas da África, nas línguas dravídicas, nas línguas urálicas e nas línguas caucasianas, então quer dizer não são só as línguas indo-europeias que são assim, o que torna ainda mais estranha essa característica da língua japonesa...
Eu fico pensando como é que é possível...verdade que talvez se possa comparar um pouco com quando no português nos tempos pretérito imperfeito, pretérito-mais-que-perfeito (tanto na versão sintética quando na versão analítica), no futuro-do-pretérito e em todos os subjuntivos a conjugação do "eu", "você" e "ele" fica igual quando à pessoa, e ainda assim, algumas vezes (verdade que raras) a gente não usa o pronome sujeito e ainda assim dá para entender, nessas ocasiões, geralmente, o verbo quando não é resposta a uma pergunta feita com o "ele" explicito mesmo ou com equivalente, é primeira pessoa, quando é uma pergunta, é a segunda pessoa psicológica o "você" ou "o senhor" "a senhora" e quando é resposta a uma pergunta feita com "ele" explicito ou equivalente,a resposta é sujeito oculto "ele" ou equivalente.
Aliais eu já li realmente uma explicação parcial falando que em parte é isso mesmo que acontece no japonês, só que isso não explica tudo, pois não é só nessas ocasiões que isso acontece mas também em outros casos, parece que eles usam os pronomes pessoais sujeito quase tão pouco quanto no espanhol europeu e quanto se usava no português renascentista...e aí realmente fica difícil de entender como é possível, verdade que em parte, parece que isso acontece por que no japonês se usa muito os nomes das pessoas (aqui com essa palavra usada não no sentido gramatical) como sujeito inclusive em equivalentes à primeira e à segunda pessoa psicológica (isso é interessante, porque pensando bem, não tem muito a ver como é no português, em que, digamos assim, as pessoas (aqui com a palavra usada não no sentido gramatical) não possam ser o seu próprio sujeito...E no máximo dos máximos é na forma "Eu, Lara, fiz..." mas não com cada um sendo realmente o seu próprio sujeito mesmo....
Mas parece que no japonês também não é só isso, também há em parte uma característica de que alguns verbos só são usados para algumas pessoas gramaticais.
Na verdade eu não entendi bem essa parte....é a coisa mais estranha da língua japonesa, até que as outras coisas não são tão estranhas, mas essa aí, verdade que em parte, esse fenômeno também acontece com o chinês segundo eu li, mas não é tão amplo, é o equivalente mesmo a como é no português em casos como o pretérito imperfeito quando se usa também o "você" não é tão amplo como no japonês...
Alguém aí sabe qual é a explicação para esse fenômeno da língua japonesa?
O fato é que não existem pronomes pessoais sujeitos na língua japonesa, e todas as construções gramáticas foram criadas para serem inteligíveis sem qualquer menção a estes pronomes.
O que existem são quebra-galhos que coloquialmente e na prática são usados da mesma forma como em outras linguagens, como "watashi" (a minha pessoa - eu) e "watashitachi" (todos "a minha pessoa", a gente - nós), "kare/kanojo" (esta pessoa do sexo masculino/feminino - ele/ela) e "sorera" (aquilo tudo, também usado para coisas - eles).
Há muitas coisas estranhas em várias línguas. Algumas, por exemplo, usam sufixos verbais diferentes para indicar que uma afirmação é baseada em experiência pessoal, ou em afirmação de terceiros, ou que não tem fonte definida etc.
Os pirahã usam uma única palavra para pai e mãe, não distinguem cores (apenas claro e escuro), não tem números (apenas muito e pouco) e outras esquisitices.
E as linguas artificiais? Esperanto? Klingon? Elfico?
"In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
E as linguas artificiais? Esperanto? Klingon? Elfico?
Bom, no caso do Esperanto o pronome pessoal sujeito é obrigatório e não há variante de pessoa e número na conjugação, quer dizer, no esperanto é o estilo habitual da maioria das línguas, com uma correlação entre conjugação por variante de pessoa e número e existência ou não da possibilidade de omitir o pronome pessoal sujeito.
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Comentários
O que existem são quebra-galhos que coloquialmente e na prática são usados da mesma forma como em outras linguagens, como "watashi" (a minha pessoa - eu) e "watashitachi" (todos "a minha pessoa", a gente - nós), "kare/kanojo" (esta pessoa do sexo masculino/feminino - ele/ela) e "sorera" (aquilo tudo, também usado para coisas - eles).
Os pirahã usam uma única palavra para pai e mãe, não distinguem cores (apenas claro e escuro), não tem números (apenas muito e pouco) e outras esquisitices.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Bom, no caso do Esperanto o pronome pessoal sujeito é obrigatório e não há variante de pessoa e número na conjugação, quer dizer, no esperanto é o estilo habitual da maioria das línguas, com uma correlação entre conjugação por variante de pessoa e número e existência ou não da possibilidade de omitir o pronome pessoal sujeito.