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Busca por mecanização levará produção de hortaliças para cerrado
Clima e relevo do “cinturão verde” de São Paulo, que tem as maiores lavouras do produto no País, impedem uso intensivo de máquinas
Para lidar com a falta de mão de obra e o aumento do consumo de hortaliças no Brasil, produtores veem como inevitável a mecanização das lavouras. Mas o clima e o relevo do “cinturão verde” de São Paulo – principal região produtora de alface e folhas do País – impedem o uso intensivo de máquinas, em especial na época da colheita.
“Tudo indica que a produção de hortaliças no Brasil vai deixar de se concentrar em São Paulo, onde se planta em morros e chove muito. Em alguns anos, as plantações devem migrar para áreas que permitem a mecanização, como a região do cerrado, que é mais plana e seca”, diz Hiromi Makiama, que há mais de 40 anos cultiva alface na região de Mogi das Cruzes (SP).
“As condições para o cultivo de hortaliças que temos no cinturão não são boas como as que vemos aqui nesta região dos Estados Unidos”, afirma Makiama, que participou de visita técnica organizada pela Seminis, divisão de hortaliças da Monsanto, a áreas de produção de folhas na Califórnia, na costa oeste americana.
"O produtor americano é muito sortudo, porque tem várias opções de solos", diz Bruno Vanoli, gerente de fazenda de produção de hortaliças na Califórnia, nos Estados Unidos. Ele explica que embora o solo seja muito seco, as áreas de lavoura contam com fontes de água (lençol freático) que facilitam no manejo. Além disso, o relevo plano e o clima mais seco – no estado americano chove, em média, três vezes menos que na região de Mogi (SP) por ano – favorecem a mecanização das lavouras.
"Costumamos pensar que o Brasil é abençoado por Deus. Mas, pelo menos para a plantação de hortaliças, podemos dizer que os Estados Unidos é que são abençoados por Deus", brinca Makiama.
Para Rubens Mothé, responsável pelo desenvolvimento de alfaces e brássicas (brócolis e couve-flor) da Monsanto no Brasil, essa redistribuição da produção para outras áreas só não ocorre hoje por questão de logística.
“Ainda é complicado transportar folhosas com rapidez pelo País, e isso é necessário porque estamos falando de um produto perecível”, diz. “Mas com a mão de obra reduzida e a necessidade de aumentar a produção, a agricultura de hortaliças vai caminhar mesmo para o centro do Brasil.”
Outras culturas já passaram por esse processo, como o tomate e a cenoura. “A tendência é a produção de folhas em São Paulo diminuir mesmo, como aconteceu com o tomate”, diz Ricardo Mikami, que trabalha com a criação de mudas de hortaliças e revenda de insumos agrícolas na cidade de Campinas (SP). Segundo ele, nos últimos dez anos a produção do fruto caiu em mais da metade na região.
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