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Considerações sobre o Dia do Quadrinho Nacional

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É bem possível que você conheça o quadrinho acima. As Aventuras de “Nhô Quim”, de Angelo Agostini, é a primeira história em quadrinhos brasileira registrada. Lançado há 145 anos, em um dia 30 de janeiro, essa data se tornou o Dia do Quadrinho Nacional, instituído pela Associação dos Quadrinhistas e Cartunistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP), em 1984.

De lá para cá as Hqs brasileiras tiveram seus altos e baixos. Desde que as primeiras histórias de comics americanos vieram para cá, sua praticidade e custo de publicação tomaram um grande espaço das produções nacionais. O mercado não era tão amigável (e continua não sendo, mas em escala menor), para artistas que desejavam produzir suas próprias histórias em quadrinhos. Uma leitura no já clássico Guerra dos Gibis, de Gonçalo Junior, deve dar há vocês todo o panorama da situação.

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Mas, de fato, por muito tempo os quadrinhos no Brasil se resumiam a produções dos Estúdios Maurício de Souza e alguns outros grandes mestres, como Ziraldo, Henfil, Millôr, Los Três Amigos (Laerte, Angeli e Glauco, que esteja bem onde estiver agora) e muitos outros.

Vez ou outra, alguém tentava, com boa intenção, fazer algum pastiche norte-americano. Claro, essas edições por vezes eram muito bem ilustradas (se sabemos algo hoje é que um desenhista Brazuca ser um comic star não é impossível), mas eram/são mais um invólucro de vácuo. Claro, lembrando que é produzindo, errando e acertando, que chegamos a algum lugar. Eu mesmo aprendo direto com isso!

É, amigos. Vivemos em uma “aurora dourada” dos quadrinhos brasileiros. Não me lembro de ver tantos títulos nas bancas e livrarias como agora. Parece que ligaram um interruptor na cabeça dos governantes para eles decidirem incentivar, dentre tantos outros meios de comunicação e cultura, as HQs Brasileiras. Agora temos as leis Ruanet e o ProAC aqui em São Paulo que são importantes estimulantes e auxílio para autores!

Mas, mesmo até do que incentivo, também passamos a ter mais confianças e mais qualidade. Veja acima as futuras produções dos Estúdios MSP, que estão gradualmente dando o merecido destaque para vários artistas nacionais, com uma ótima qualidade, abrindo portas para outros tipos de publicações. Você não imaginaria obras como Valente ou Magnetar sendo tão acessíveis alguns anos atrás. Outras editoras também seguem pelo mesmo caminho, como a Draco com Imaginários e a Kalaco!

E por que não falar nesse movimento que é o crowdfunding? Através do Catarse e outros sites, autores brasileiros conseguem dar visibilidade ao seu trabalho. Projeto no ar, previews à mostra e um voto de confiança dado por cada futuro leitor. Através dos CF agora temos obras impressas e vendidas, tornando sonhos em realidade.

Tudo isso só vai acumular em mais confiança, mais desenvolvimento e tanto um mercado mais vívido para dentro como para fora. Veja os exemplos de autores como Grampá, os irmãos Bá, Rafael Albuquerque e muitos outros.

O que quero dizer é que a cada ano que passa, o mercado de quadrinhos brasileiro fica mais velho. E como todo senhor, a sabedoria acumulada se mostra, transformando-se em avanços e desenvolvimento! Acredito que todos que investem, produzem e consomem quadrinhos mereceram ontem todas as palmas e os parabéns nesta data tão importante!

PS: Como muitos, ainda sonho em virar um autor de quadrinhos que consiga viver de seu trabalho. O caminho é longo e ainda temos muito chão para percorrer, mas eu realmente acho que os passos vêm ficando cada vez mais largos.

http://contraversao.com/30-de-janeiro-dia-quadrinho-nacional/

“Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
― Winston Churchill

Comentários

  • 5 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited fevereiro 2014 Vote Up0Vote Down
    EBAL:
    http://guiaebal.com/colecaohq1.html

    Tico-Tico (com o trio Reco-Reco, Bolão e Azeitona, entre outros personagens)
    http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/io-tico-ticoi-completa-100-anos/#.Uu9dwKzSpSM

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    Post edited by Fernando_Silva on
  • sybok escreveu: »
    Percival escreveu: »
    É, amigos. Vivemos em uma “aurora dourada” dos quadrinhos brasileiros. Não me lembro de ver tantos títulos nas bancas e livrarias como agora. Parece que ligaram um interruptor na cabeça dos governantes para eles decidirem incentivar, dentre tantos outros meios de comunicação e cultura, as HQs Brasileiras. Agora temos as leis Ruanet e o ProAC aqui em São Paulo que são importantes estimulantes e auxílio para autores!

    Prejuizo publico lucro privado.
    Prefiria só ter o Mauricio de Souza e saber que a produção é feita com base em talento e não com base em roubo.

    PS. Também não me agrada essa tematica nacionalista "Spirit of Amazon", fica parecendo filme nacional.

    Eu também concordo, veja se o Carlos Ruas (Um Sábado Qualquer) precisou de incentivo do governo para emplacar?

    Esses quadrinhos com temática nacionalista não vendem porque são chatos, o pessoal tem que fazer algo que agrade e com que o público se identifique. A mania do autor brasileiro é fazer trabalho pra si, pro seu ego. Quando deveria pensar em algo para o público.



    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • sybok escreveu: »
    A mitologia nacional se tornou ou muito infantilizada ou muito embreguecida pelos sacis da TV. Não tem muito apelo você querer vender uma temática que na verdade não só nos é estranha (diferente dos elfos e duendes da mitologia nórdica), como ainda tem uma aura um tanto brega já associada a ela.

    Fica difícil até tomar coragem para comprar um exemplar e ver se presta.

    Mas aí que está: alguns autores ainda conseguem quebrar isso. Até mostrei há algum tempo um gibi que misturava o Cyberpunk com o Cangaço.

    Concordo que ainda temos a cultura de que história em quadrinhos é coisa para crianças, quando muito para adolescentes. Mas isso vem melhorando principalmente por conta do cinema que tem investido bem no nicho.



    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • sybok escreveu: »
    Existe até uma questão de estética que fica bem visível no atual cenário, se não me engano começou com um filme japonês e se consagrou com o clã das adagas voadoras, Matrix e Kill Bill. É também importante identificar o que se considera como "heroico", caras babacas como o Super Man e o Homem Aranha, hoje em dia não tem mais espaço, eles só fazem sucesso ainda hoje por serem clássicos, mas heróis NOVOS não podem ser babacas como eles.
    Desde o sucesso do Wolverine, a figura heroica mudou de o bom moço para o rebelde lobo solitário, um machão mais interessado em si mesmo do que em bancar o herói, mas que age a contra gosto por um senso de dever enigmático que fala mais forte.


    Sim, eu ainda acrescentaria ao arquétipo do Anti Herói os protagonistas de Dexter e Baking Bad.
    sybok escreveu: »
    É ai que está o segredo, o Cyberpunk tem mercado.
    Até é possível você tentar introduzir a mitologia brasileira, mas precisa de algo que puxe o consumidor.
    Por exemplo, um jogo de estratégia ao estilo warcraft, poderia introduzir a mitologia brasileira como uma das "raças" parte do conflito contra orcs e elfos, o problema está em você pegar algo que na verdade é quase completamente desconhecido do imaginário popular moderno, e, lembrando somente com referencias bregas, e tentar atrair publico só com isso. É o que esses nacionalistas fazem.
    Esse tipo de arte pop está sujeita a MODA, até os filmes mudam e seguem uma moda, teve o tempos dos faroestes, dos musicais, dos filmes de artes marciais, etc... É preciso saber identificar o que está em voga e desperta o interesse no momento e seguir nessa linha.


    Exatamente, você tem que ser visionário quanto ao seu produto. Se ele vai perdurar ou se vai cair no esquecimento.

    A grande maioria desses autores @sybok que vivem de emular estilos e adaptar a nossa realidade não saem dos fanzines. Emir Ribeiro com sua Velta que o digam.



    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

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