CEU E INFERNO
A divisão de céu e inferno é um tema mítico comum que simboliza uma dualidade fundamental no universo. Diferentes valores e significados são atribuídos às duas polaridades, com o céu predominantemente associado à residência dos imortais, um lugar de felicidade, e o inferno como a residência dos demônios e divindades, onde as almas dos mortos são atormentadas. Em contraste, nas tradições animistas e xamânicas, o céu e o inferno são vistos como interdependentes; uma perspectiva que honra tanto a vida quanto a morte e valoriza os ciclos naturais da vida.
Em diferentes culturas, e em épocas distintas, o céu e o inferno são entendidos literalmente como locais e como metáforas de vários tipos.
SUMERIA
A primeira descrição do submundo encontra-se na mitologia sumeriana por volta de 2.000 a C., quando a deusa Inanna desce até lá e passa por uma transformação simbólica. Ela deixa o “grande céu” para ir ao “grande inferno” e enfrentar sua irmã gêmea Ereshikigal, a deusa que governa o submundo. Enquanto Inanna desce, ela passa por sete portões de invisibilidade somente se desfazendo de sua vida e fertilidade na forma de suas jóias e roupas resplandecentes, ate que chega nua perante Ereshikigal. Ela se transforma em um cadáver, mas o deus da malandragem, Enki, encontra um modo de ela retornar à terra se puder encontrar uma alma substituta. Ao descobrir que seu amante Dumuzi não ficou de luto por ela, Inanna o expulsa para o submundo em seu lugar enquanto ela retorna à vida por seis meses a cada ano.
Inanna é a deusa da fertilidade e essa historia simboliza o ciclo de fertilidade sazonal, no qual a planta cresce, amadurece, morre e, depois renasce. A historia também representa a jornada psicológica na qual uma pessoa enfrenta seu “eu” por inteiro sacrificando seu ego.
ANTIGO EGITO
Os Textos das Pirâmides são longas colunas de hieróglifos inscritos nas paredes das câmaras de sepultamento. Acreditava-se que elas tinham sido escritas para auxiliar na ascensão do faraó aos céus a fim de viver eternamente ao lado de seu pai, Ra, o deus supremo.
O primeiro governante do submundo egípcio foi Anúbis, descrito como um homem com a cabeça de um chacal. Sendo o deus da putrefação e do embalsamento, Anúbis supervisionava o julgamento dos mortos e os protegia após a morte. Conseqüentemente, Osíris, um deus da vegetação, assumia a tarefa de juiz dos mortos. Para alcançar o submundo, ele próprio morreu e foi embalsamado por Anúbis. Para os egípcios, sua mumificação simbolizava uma nova e duradoura crença na vida após a morte.
GRECIA E ROMA
O submundo da antiga Grécia recebeu o nome de seu governante, o deus Hades, cujo significado é “aquele que não pode ser visto”. Os romanos o conheciam como Plutão, “aquele que é rico”, e o retratavam segurando uma cornucópia, pensando sobre seus comandos dos recursos terrenos.
Os heróis grego, homens sábios e iniciantes foram a um lugar claro e feliz no submundo chamado os Campos Elíseos, que Homero descreveu como localizado no extremo ponto oeste da terra. Séculos mais tarde, o poeta romano Virgio (70-19 a C) fez um retrato dos Campos Elíseos como um local de primavera permanente, cm seu próprio sistema solar. A parte mais profunda do Hades era Tartarus, a prisão dos Titãs e daqueles condenados à punição eterna.
JUDAISMO
Jô Judaísmo não existe um conceito claro sobre o inferno. Gehenna, que é descrito como um local ameaçador e desagradável, pode ser entendido com lugar onde a alma é purificada ou a espiritualidade transformada a fim de que se possa finalmente ascender ao Gan Éden ou Céu. Gehenna era originalmente o nome de uma ladeira de entulhos fora dos portões de Jerusalém, onde fogueiras eram mantidas sempre acessas jogando-se enxofre para queimar o lixo. Os corpos dos criminosos que haviam sido executados eram jogados neste local.
CRISTIANISMO
Na tradição cristã, o Céu é um lugar associado à luz, enquanto o Inferno é associado à escuridão, onde a falta da presença de Deus devido aos pecados da humanidade. Os primeiros cristãos acreditavam que o Céu era um lugar físico acima das nuvens, mas essa noção foi modificada por novas idéias sobre a natureza do universo. Os cristãos modernos não entendem o céu como lugar físico, mas podem ainda acreditar em uma existência física em uma outra dimensão.
A descrição original do Inferno na Bíblia é de uma caverna subterrânea para a qual as almas dos mortos, tanto bons quanto maus vão para a eternidade. Os últimos livros da Bíblia o descrevem como local de aniquilação e punição e uma imagem cristã mais moderna do Inferno é a de um estado de grande sofrimento.
ISLAMISMO
O Alcorão descreve o Céu e o Inferno em detalhes vividos. O Céu e visto com um paraíso e o Inferno como um local de tormento ardente, embora existam crenças divergentes entre mulçumanos sobre o fato de considerar tais descrições literalmente ou metaforicamente. Na crença islâmica, cada pessoa é julgada de acordo com a verdade. Os infiéis que rejeitam a verdade do Islamismo não recebem a misericórdia, e serão enviados para Jahannam, ou Inferno, enquanto os bons viverão no Céu.
BUDISMO
No Budismo existem seis reinos da existência, representando os estados de espírito, pelos quais as pessoas passam continuamente em reencarnações cíclicas, ate que possam obter a liberação do estado físico. O deva, ou reino celestial, é um local de coisas agradáveis, mas também é um estado inconstante. O reino dos humanos é um local que pode ser tanto feliz quanto triste.
O reino de asuras (deuses ou demônios ciumentos) é um local de luta. O mundo dos fantasmas famintos é um lugar de insatisfação e descontentamento, onde sempre há fome. O reino animal é um local onde não há faculdade da razão. Finalmente, o reino do Inferno é um local de grande sofrimento e dor. Alguém que se liberta do apego e vê sua natureza verdadeira, por fim alcança o estado em que se encontra Buda.
ASTECA
Na mitologia asteca, havia nove infernos para os quais as almas dos mortos eram conduzidas com parte do ritual funerário. Suas almas literalmente retornavam para a terra de onde haviam se originado. Depôs de passar pelo oitavo inferno, a alma era lançada ao nono inferno, a eterna casa dos mortos.
Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?
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Comentários
Mesmo que voce seja bom, voce vai pro inferno só porque não aceitou a Verdade.
Lamentavel.
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O Grande Livro dos Sgnos & Simbolos - Livro 2
Autores: Mark O'Connel e Raje Airey
Editora: Livros Escala
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1. Judaísmo: nem todos os judeus acreditavam em vida após a morte. Isto é mencionado nos Atos dos Apóstolos: os fariseus acreditavam (como resultado do zoroastrismo persa, que tem céu e inferno e influenciou o cristianismo) e os saduceus achavam que morreu, acabou.
2. Budismo: o budismo está dividido em várias seitas. Naquelas mais próximas dos ensinamentos originais, não há céu nem inferno. Quem atinge a iluminação apenas se liberta e deixa de existir.
3. Egípcios: os egípcios tinham um julgamento após a morte e, conforme o resultado, o morto ia para o céu ou para o inferno.
4. Zoroastrismo: um homem nascido de uma virgem (o Saoshiant) virá para ressuscitar os mortos a fim de que possam ser julgados e condenados ou ao céu ou ao inferno. O inferno não é eterno. Ao fim do período de punição, todos vão para o céu.
Com exceção desse inferno mais maleável, essa crença é praticamente o que reza o cristianismo.
Eles também têm um ritual onde o celebrante distribui carne e uma bebida feita de ervas aos fiéis.
Também são monoteístas.
sem nenhuma consciência sem existências
Deve ter nascido da união de um "corno" vingativo com uma cabrita vitima de um estrupo....he...he...he..he
sem nenhuma consciência sem existências
Pois e´fernando os conceitos tambem se adaptaram a modernidade , hoje "chifres" em cabeça de homem tem um sinigficado bem diferente de virilidade.....he..he...he
Por isso quem ganhar um chapéu com chifres não va pensando que é um troféu em homenagem a um grande garanhão e sim a um grande cornão.
sem nenhuma consciência sem existências
Mais uma brilhante contribuição do Criaturo.
Olha o respeito, cabra da peste, ou tu vai virar prato principal em meu reino. ):-))
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"Beelzebub has a devil put aside for me" - Queen
Postado em 21/12/2003 17:55:58
por Acauan
Fundamentalistas cristãos tem o livro do Apocalipse como um sistema de profecias que anunciam o Segundo Advento de Cristo e o fim dos tempos.
Outros estudiosos defendem que o último livro do Novo Testamento é um registro das ansiedades e expectativas dos cristãos primitivos que lutavam para fazer sua jovem religião triunfar na hostil Roma Imperial.
Uma outra característica do livro do Apocalipse é que ele se propõe a criar uma costura de última hora entre os preceitos do cristianismo primitivo e as antigas escrituras judaicas, o que conferiria legitimidade teológica a uma doutrina que já nascia exibindo sinais de sincretismo com outras religiões do mundo antigo.
Quando Apocalipse 12: 9 diz que o Diabo Satanás é a Serpente, presumivelmente aquela do Éden, entra em rota de colisão com o Gênesis, onde esta hipótese não é sequer aventada e nem pode ser lida por nenhuma interpretação simbólica.
Pela interpretação literal do Gênesis não há como conciliar a afirmação de que a serpente era um dos animais do campo com a conclusão do Apocalipse de que ela seria uma forma assumida pelo Diabo. Também fica difícil explicar porque um animal do campo era capaz de falar, mas esta é outra história.
O grande problema que o livro das Revelações precisava resolver era que a figura do Diabo era central na religião cristã, mas não existia na antiga religião judaica, que centrada a partir de certo momento no monoteísmo absoluto do “o Senhor é UM”, não podia admitir a existência de um opositor de Deus.
Em nenhuma passagem do Velho Testamento o Diabo é sequer citado, Satanás é mostrado no livro de Jó mais como um oficial de dia a serviço de Deus do que como um seu inimigo e as poucas referências a demônios no VT, sempre no plural e genéricas, tratam de divindades pagãs dos povos gentios.
Esta interpretação que os antigos judeus davam aos deuses gentios é conseqüência da evolução do judaísmo, originalmente uma monolatria, ou seja, a adoração de um único deus convivendo com a crença na existência de outros, que se torna em monoteísmo pleno, a crença de que existe um único Deus e de que nada pode existir fora dele.
Assim, os demônios do Velho Testamento seriam apenas deuses marginais, muito diferentes da Legião de “espíritos imundos” que Jesus expulsa em Marcos 5.
Para que o cristianismo consolidasse sua doutrina baseada em dicotomias, Deus – Demônio; Céu – Inferno; Salvação – Perdição, a figura de uma entidade que representasse o Mal absoluto era indispensável. Já que tal entidade não existia no Velho Testamento, fazia-se urgente que se a criasse.
Consequentemente, uma passagem de Isaías que faz um chamado poético à uma certa estrela da manhã passou a ser interpretada como referência metafórica à queda de Lúcifer, o que permitiu uma conveniente amarração de significados com o versículo de Apocalipse que fala de estrelas caídas, que seriam então a terça parte dos anjos do céu que teriam seguido o Portador da Luz em sua rebelião.
O que é óbvio a qualquer leitor destes versículos, seja ele especialista ou não no assunto, é que o tema da rebelião e queda de Lúcifer é central na doutrina cristã, logo chama a atenção o fato de as referências a estes eventos terem que ser tiradas a fórceps de interpretações metafóricas discutíveis, enquanto eventos sem qualquer importância teológica são tratados nos mínimos detalhes ao longo da Bíblia.
Pode-se concluir que a associação entre a Serpente e o Satanás do Antigo Testamento com o Diabo do Novo Testamento são forçadas, um esforço planejado para conferir à uma crença cristã, muito possivelmente apócrifa e sincrética, a respeitabilidade que as Escrituras Judaicas possuíam no Século I.
Igualmente forçada é a tentativa de dar respaldo bíblico ao mito da rebelião de Lúcifer e de sua queda junto de seus anjos rebeldes.
Este evento é grandiosamente descrito no poema épico Paradise Lost, de John Milton, mas na Bíblia, o nome de Lúcifer não é citado em uma única passagem sequer.
Questões como estas demonstram a fragilidade do fundamentalismo bíblico, mais dependente de conceitos referendados pela tradição e não pelas Escrituras do que seus defensores aceitam admitir.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
E mesmo esses espíritos imundos ainda não estão relacionados ao inferno e ao castigo eterno, sendo apenas mais um dos muitos males que temos que enfrentar durante a vida.