Metafísica Básica III - O Imperativo Ontológico

Acauan

Metafísica Básica III - O Imperativo Ontológico

Por Acauan

O que é, é, sendo impossível ao que é, não ser.
Podemos chamar este princípio, justificado por autoevidência, de Imperativo Ontológico.
Os antigos hebreus o identificaram intuitiva e teologicamente ao registrar um Deus que se identificava como "Eu Sou!", a afirmação pessoal do Imperativo Ontológico.
Aristóteles o deduziu filosoficamente nas conhecidas regras da Identidade, Não Contradição e Terceiro Excluso.
A Modernidade criou o Relativismo, a negação do Imperativo Ontológico que prega que o que é pode não ser.
Assim como o Imperativo Ontológico se afirma por autoevidência, o Relativismo se nega pela autocontradição (se o que é pode não ser, isto inclui este princípio, que assim, deixa de sê-lo).
O que não impediu que o Relativismo gerasse e sustentasse ideologias políticas capazes de conquistar e concentrar poder, com os resultados esperados da concentração de poder em um princípio autocontraditório.

Cameron

Aonde ficam as apostas, teorias e os achismos nessas definições?

Por exemplo, diziam que os átomos eram as menores partículas do universo até descobrirem que não eram, então nesse caso o que era poderia não ser, não por causa de sua condição na realidade mas por causa de nossas limitações técnicas para a percepção dessa condição.

Eu acredito em uma realidade objetiva, que não depende de nós de qualquer modo, o que é relativo é a nossa condição para perceber essa realidade.

emmedrado

Aristóteles o deduziu filosoficamente nas conhecidas regras da Identidade, Não Contradição e Terceiro Excluso.

Sem isso não vejo como existir ciência ou raciocínio lógico obviamente.

emmedrado

Agora... desconstruindo tudo isso como é que ficaremos ?

Marcio

Cameron disse: Eu acredito em uma realidade objetiva, que não depende de nós de qualquer modo, o que é relativo é a nossa condição para perceber essa realidade.

Em outras palavras, interpretamos parte dessa realidade objetiva segundo nossas limitações.

Marcio

"O que é, é, sendo impossível ao que é, não ser."

Só que o problema é saber-se com toda certeza se aquilo que é, é de fato aquilo.

emmedrado

Marcio disse: Só que o problema é saber-se com toda certeza se aquilo que é, é de fato aquilo.

Penso, logo existo .

emmedrado

Não sou o sonho de uma borboleta

Marcio

emmcri disse: Não sou o sonho de uma borboleta

Prove que não é. Rsrsrs!

emmedrado

Marcio disse: Prove que não é. Rsrsrs!

Eu não tenho asas eh eh eh

Acauan

Cameron disse: Por exemplo, diziam que os átomos eram as menores partículas do universo até descobrirem que não eram, então nesse caso o que era poderia não ser, não por causa de sua condição na realidade mas por causa de nossas limitações técnicas para a percepção dessa condição.

Atente à sua frase: "diziam que os átomos..."

O uso do verbo dizer implica em discurso, no caso o discurso científico, mas ainda assim, discurso.
A grande armadilha do Relativismo está justamente em tentar igualar realidade e discurso, valendo-se para isto justamente de... mais discurso.

Acauan

Marcio disse:
Só que o problema é saber-se com toda certeza se aquilo que é, é de fato aquilo.

A priori, a única certeza incontestável é a existência do ser consciente, perante si próprio, no exato momento em que constata esta existência.

emmedrado

Penso logo existo.

Marcio

Acauan disse: A priori, a única certeza incontestável é a existência do ser consciente, perante si próprio, no exato momento em que constata esta existência.

É. Mas essa constatação não nos diz muito sobre como somos e porque somos, realmente.

Acauan disse: A grande armadilha do Relativismo está justamente em tentar igualar realidade e discurso, valendo-se para isto justamente de... mais discurso.

Ou querer fazer crer que o discurso deles é a realidade.
O relativismo é útil como ferramenta para ajudar a entender os discursos. Mas não pode ser uma desculpa social para tudo que é consensualmente errado.

Angra_Mayniu

Marcio disse: O relativismo é útil como ferramenta para ajudar a entender os discursos. Mas não pode ser uma desculpa social para tudo que é consensualmente errado.

Falar em "consensualmente errado" é condescender com o relativismo. Não há nada que garanta que o que é hoje "consensualmente errado" não venha algum dia a ser considerado "consensualmente certo".

Marcio

Angra_Mayniu disse: Falar em "consensualmente errado" é condescender com o relativismo. Não há nada que garanta que o que é hoje "consensualmente errado" venha algum dia a ser considerado "consensualmente certo".

Mas aí é que está. Muita coisa que era consensualmente errada no passado hoje não é mais, algumas coisas que são hoje podem deixar de ser no futuro.
Eu quis dizer que o relativismo serviria para se entender os mecanismos, mas, esse entendimento não pode ser usado com desculpa para se evitar a punição justa, também decidida consensualmente.

Tipo: posso entender todos os mecanismos sociais que ajudaram a transformar uma criança em um monstro.
O entendimento disso deve ser usado para se evitar que outras crianças venham a se tornar monstros. Entretanto usar desse entendimento para desculpar o monstro já formado evitando contenção e punição justas já seria tolice.