O Vira-Lata vai virar série da Globo

Percival

Contravertidos que curtem uma boa história de porradaria com sacanagem podem comemorar. A Rede Globo vai adaptar para uma série em 10 episódios para TV e, eventualmente, para a web, O Vira-Lata, criação dos quadrinistas Paulo Garfunkel e Libero Malavoglia.

O projeto, ainda sem elenco definido ou data certa para estreia, está aos cuidados do diretor Luiz Fernando Carvalho, famoso por seus experimentalismos cinematográficos na TV, como nas microsséries Capitu (2008), Suburbia (2012) e o especial Alexandre e Outros Heróis (2013).

Ao Estadão, o diretor informou que O Vira-Lata vai misturar animação e live-action, e que o seu caráter erótico será mantido, embora as frequentes cenas de sexo devam ser abrandadas para a telinha.

Se você não sabe sobre o que é O Vira-Lata, tá vacilando muito, meu chapa, já que essa é uma das HQs nacionais mais interessantes do país. Fortemente influenciada por Lobo Solitário, a série conta as aventuras do personagem homônimo, um ex-presidiário criado por uma mãe de santo e treinado por um velho samurai, que por honra a alguma amizade ou por um belo rabo de saia, vive diversas aventuras numa São Paulo noir.

A estreia do O Vira-Lata foi em Grandes Aventuras Animal #8 (1991), da editora VHD Diffusion, mas o personagem só se tornou cult quando o Dr. Drauzio Varella, aquele mesmo do Fantástico, percebeu que as aventuras do samurai urbano seriam um ótimo veículo para ajudar na campanha de prevenção e controle da AIDS entre os presos da extinta Penitenciária do Carandiru. A série, bancada por patrocínio e distribuída gratuitamente, acabou tendo sete edições e terminou ao mesmo tempo que a casa de detenção, em 2002.

Dez anos depois, a Editora Peixe Grande reuniu todas as histórias de O Vira-Lata num encadernado de 440 páginas com diversos extras. Se puder adquirir, pode agarrar sem medo: é entretenimento que vai além daquele seu momento íntimo no banheiro.

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