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Dawkins não vê problema na "pedofilia leve"...

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/dawkins-nao-ve-problema-na-leve-pedofilia-eu-vejo-serios-problemas-em-dawkins/

Mas quando vejo tanto seu ateísmo militante (e chato ou mesmo intolerante) e também seu crescente relativismo moral, chego a questionar se os conservadores religiosos não estão certos quando falam do “drama do humanismo secular”. Será que os valores se perdem por completo sem uma régua mais, digamos, eterna?

Não vou tentar responder isso aqui e agora, mas vou expor a última de Dawkins, que considero realmente assustadora. O cientista teria dito que a “leve pedofilia” não é algo tão condenável assim. Usou como exemplo seu próprio caso na infância, quando um professor teria o colocado no colo e depois metido as mãos dentro de seu short.

Segundo o biólogo, o professor teria feito isso com vários alunos, mas não acha que nenhum deles sofreu algum tipo de dano permanente. Tampouco acha que pode julgá-lo com base nos critérios e valores de hoje, já que isso ocorreu há décadas atrás.

Curiosamente, o cientista estaria aliviando para o lado de padres acusados de pedofilia. Mas é um religioso que vem atacar o absurdo disso. Peter Watt, diretor na National Society for the Prevention of Cruelty to Children, disse:

O Sr. Dawkins parece pensar que, porque um crime foi cometido há muito tempo, devemos julgá-lo de uma maneira diferente. Mas sabemos que as vítimas de abuso sexual sofrem os mesmos efeitos se foi há 50 anos atrás ou ontem.

Há “progressistas” tentando relativizar a pedofilia. O jornal britânico de esquerda, The Guardian, publicou um artigo no começo de 2013 chamado Paedophilia: bringing dark desires to light, em que é tratada como algo quase normal.

O jornal deu espaço para Sarah Goode, da Universidade de Winchester, expor sua opinião de que um em cada cinco adultos são capazes, em certo grau, de ser sexualmente despertados por crianças. Trocas “voluntárias”, entre um adulto e uma adolescente, passarão a ser vistas como algo aceitável no mundo “moderninho”. Engov!

Voltando a Dawkins, ele diz sobre o professor de sua infância: “Não acho que ele causou em qualquer um de nós dano duradouro”. Ouso discordar.

Em tempo: Dawkins é especialista em biologia evolutiva, mas pedofilia jamais poderá ser vista como algum tipo de evolução. Na verdade, é um atraso que nos remete à barbárie do século VII, quando certo profeta resolveu se casar com uma menina de 9 anos apenas!

Nota: A repercussão da coisa toda foi tão grande que Dawkins veio se explicar, colocando sua fala dentro de um contexto diferente. Menos mal. Mas o alerta continua válido: o relativismo moral dos progressistas tem levado a bandeiras bizarras nos últimos anos.

Comentários

  • 25 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Agora veremos a relação ateísmo com pedofilia.

    Enquanto a pobre Doroty Mágico de Oz?
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Geralmente defendo que Richard Dawkins calado é um poeta.

    Mas parece que estão forçando a barra ao dizer que ele defende pedofilia, seja do tipo que for.
    A tal "explicação" dele não deve ser apresentada apenas como um rodapé de artigo.

    Vide:


    http://www.richarddawkins.net/foundation_articles/2013/9/11/child-abuse-a-misunderstanding#
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!


  • Mas aí é que está o problema: parece que o Dawkins só escreveu esse texto quando ele percebeu que falou bobagem.
  • Acauan disse: Geralmente defendo que Richard Dawkins calado é um poeta.

    Dawkins presta um desserviço ao ateísmo. Até aí, nada que já não tenhamos visto antes. Os crentes fazem isso o tempo todo às suas religiões. Sempre poderemos observar esse fenômeno aqui mesmo, no RéV. Ninguém consegue causar maior estrago à imagem de uma religião que seus seguidores.

    Concordo com o nobre Índio, ele deveria praticar a salutar poesia do silêncio. Faria um grande bem à causa que defende. Mas, ser um militante chato e ineficiente, não faz dele um mal a ser combatido. Desnecessário demonizá-lo.


    Percival disse: Agora veremos a relação ateísmo com pedofilia.

    Se um ateu pedófilo (e não estou dizendo que Dawkins o é) compromete a imagem do ateísmo, as igrejas podem fechar suas portas.

  • Ayyavazhi disse: Se um ateu pedófilo (e não estou dizendo que Dawkins o é) compromete a imagem do ateísmo, as igrejas podem fechar suas portas.

    Para um ateu não há perdão, já para um religioso há o arrependimento.
    O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
    '' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
  • sybok disse: O que não muda o fato de que ele deu a opinião dele enquanto VITIMA da pedofilia, se o que ele disse não foi bem o que queria dizer, ele tem esse direito.
    Querer igualar isso a qualquer depoimento de padres dizendo que foram seduzidos, ou outros vindo em defesa destes e dizendo que eles eram "frágeis", é o cumulo.

    É o Mágico de Oz, ele não sabe a diferença. E a pobre Doroty pura e indefesa com seu Totó perecerá em Oz?


    Marcio disse: Para um ateu não há perdão, já para um religioso há o arrependimento.

    Qualquer crime é passível de punição no meio social. No meio Teológico é só dizer "disculpa tiu Deus" que tá tudo certo.
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Houve exageros por aqui
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
    Pqp ! Eu já fui de esquerda !
    Click aqui :
    http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
  • Na revista Cristianismo Hoje, ed 40, já nas bancas, traz nas páginas 44 a 46 o artigo Trazendo o drama à luz, que é um artigo que trata do abuso sexual de crianças, filhas de casais missionários, que ficavam em internatos enquanto seus pais iam pregar a Palavra de Deus. As exigências para a submissão aos abuso iam desde a negativa de comida até a ofensa a Deus, pois a criança não estaria obedecendo aos mais velhos como manda a Bíblia...

    Esse ambiente religioso não está nada saudável para as crianças e não é pelas razões aventadas pelos Dawkings da vida.

    Em literatura antiga, dos anos 1980, dizia-se que a pedofilia estava ligada à repressão sexual. Os pedófilos são gente que tiveram sua sexualidade na infância duramente reprimida e isso usualmente surge quando se pergunta a eles sobre como foi a vida sexual na infância. Daí então até se entende porque os pedófilos são comuns entre os membros das religiões muito moralistas e puritanas. Lembra-me um colega universitário que disse que para se acabar com a pedofilia, o jeito era deixar que as crianças brincassem de sexo à vontade (desde que em hora e lugar certos), acontecesse o que acontecesse (exagero).

    Cá comigo penso que se visse um casal de crianças de 8 anos se beijando, se molhando, se agarrando, não faria absolutamente nada: são duas crianças da mesma idade e uma controla a outra. Quando uma não quiser mais brincar, fim de papo. Mas não me peçam para ficar quieto e achar que é normal um adulto se envolver com uma criança.

    Vou me se me socorro do índio velho. Diz a lenda que os indígenas desfrutam de ampla liberdade sexual, vivenciando inclusive o ambiente europeu da Idade Média, onde o nosso conceito atual de privacidade era ausente. Os pais e filhos dormiam nus, juntos na mesma cama. Quando iam tomar banho (contrariando a lenda, isso era MUITO COMUM naquela época), iam a locais destinados a isso. E iam nus ou quase nus...
    Com os indígenas, a situação seria semelhante. As tabas têm locais que são ocupados pelas famílias do mesmo ramo, mas não têm divisórias. Quando os pais fazem sexo, isso pode ser visto por quem estiver na taba, inclusive as crianças.

    Diz aí, Acauan, em que nível anda a pedofilia entre os indígenas? Até estou curioso em saber, pois nunca soube de nada a respeito.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Botanico disse: Vou me se me socorro do índio velho. Diz a lenda que os indígenas desfrutam de ampla liberdade sexual, vivenciando inclusive o ambiente europeu da Idade Média, onde o nosso conceito atual de privacidade era ausente. Os pais e filhos dormiam nus, juntos na mesma cama. Quando iam tomar banho (contrariando a lenda, isso era MUITO COMUM naquela época), iam a locais destinados a isso. E iam nus ou quase nus...
    As pessoas mais pobres na Idade Média dormiam amontoadas na mesma cama para se aquecer, sem nenhuma privacidade. Não havia necessidade de educação sexual. As crianças cresciam sabendo, pois viam tudo. Os manuais da época apenas ensinavam os adolescentes a não fazer besteira nem serem enganados, e não a parte física da coisa.

    Os nobres consideravam que os servos não eram gente como eles, e sim um tipo de animal doméstico, portanto não tinham problemas em ficar nus diante deles.

    A noção de privacidade foi aumentando aos poucos até atingir o auge no século XIX.
  • Marcio disse: Para um ateu não há perdão, já para um religioso há o arrependimento.
    Percival disse: Qualquer crime é passível de punição no meio social. No meio Teológico é só dizer "disculpa tiu Deus" que tá tudo certo.

    Compreendo o poder transformador do arrependimento e muito poderia falar a respeito se tivesse ânimo para tal. Creio que a ninguém passa despercebido meu crescente desinteresse pela tagarelice que marcou os primeiros anos de minha participação nesta casa virtual.

    Mas enganam-se (se posso fazer um único comentário) os religiosos por acreditarem que podem “negociar” com Deus, como se a hipocrisia natural e habitual em todos nós pudesse servir como moeda de troca. Neste particular, os ateus levam uma vantagem enorme e, se houvesse paraíso e inferno, fácil seria adivinhar quem iria para onde.

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Botanico disse: Diz aí, Acauan, em que nível anda a pedofilia entre os indígenas? Até estou curioso em saber, pois nunca soube de nada a respeito.

    Tenho mais notícias de violência física de Índios contra crianças do que de violência sexual, propriamente dita.
    É difícil dizer que não haja, questões sexuais tabus são protegidas por uma rede de acobertamentos em qualquer cultura.
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Fernando_Silva disse: A noção de privacidade foi aumentando aos poucos até atingir o auge no século XIX.

    Lembro que houve épocas que até Pais e Mães dormiam em camas separadas. Foi até numa discussão sobre as histórias da Luluzinha em que seus pais tinham quartos separados.






    Ayyavazhi disse: Mas enganam-se (se posso fazer um único comentário) os religiosos por acreditarem que podem “negociar” com Deus, como se a hipocrisia natural e habitual em todos nós pudesse servir como moeda de troca. Neste particular, os ateus levam uma vantagem enorme e, se houvesse paraíso e inferno, fácil seria adivinhar quem iria para onde.

    É a soberba meu considerado @Ayyavazhi achar que conhece o todo de algo tão poderoso assim.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Acauan disse: Tenho mais notícias de violência física de Índios contra crianças do que de violência sexual, propriamente dita.
    É difícil dizer que não haja, questões sexuais tabus são protegidas por uma rede de acobertamentos em qualquer cultura.

    Já viu como é o acobertamento deste assunto entre os TJs? Bem, hoje a praga evangélica está chegando às tribos. Já deve haver índio indo caçar de terno e gravata e índia fazendo o mesmo de camisolão... Sacomé: pela fé cristã é pecado mostrar as pernas; que se dirá do resto...

    Mas se a vivência sexual quase livre na infância é um antídoto contra a pedofilia, então teoricamente não deveria haver índios pedófilos. Mas sacomé:
    Teoria é quando se sabe tudo, mas nada funciona.
    Prática é quando tudo funciona, mas ninguém sabe porque.
    No Brasil Teoria e Prática foram unificadas:
    Nada dá certo e ninguém sabe porquê.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited maio 2014 Vote Up0Vote Down
    Percival disse:
    Lembro que houve épocas que até Pais e Mães dormiam em camas separadas. Foi até numa discussão sobre as histórias da Luluzinha em que seus pais tinham quartos separados.

    Isto nunca existiu. As imagens de casais americanos dormindo em camas separadas foi invenção da autocensura na mídia dos Estados Unidos nos anos 50, quando o país passou por uma fase de puritanismo público. Era comum em filmes e programas de TV da época a cena em que marido e mulher vestindo pijamões fechados vão dormir cada qual em sua cama de solteiro, pois predominou a ideia de que programas de classificação etária livre não deveriam ter a mais mínima insinuação de sexo nem mesmo entre pessoas casadas.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited maio 2014 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse:
    Mas se a vivência sexual quase livre na infância é um antídoto contra a pedofilia, então teoricamente não deveria haver índios pedófilos. Mas sacomé:

    No modo de vida tradicional dos Índios não existia o que chamamos de privacidade. As famílias, no sentido amplo, não limitada ao núcleo, compartilhavam a moradia na mesma oca ou maloca sem divisões internas ou alojamentos pessoais. Comportamentos proibidos que exigem a proteção da privacidade mais dificilmente ocorrem em ambientes assim.
    Além disto, os curumins eram criados pelas mulheres da tribo como se fossem filhos comuns, o que significava que sempre havia alguém de olho neles.
    Outro fator é que pequenas comunidades, onde todo mundo se conhece, não facilitam a vida de quem quer fazer coisas proibidas.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Tem algum exemplo do que seriam as "coisas proibidas"?
  • Acauan disse: As imagens de casais americanos dormindo em camas separadas foi invenção da autocensura na mídia dos Estados Unidos nos anos 50, quando o país passou por uma fase de puritanismo público.

    Pois é. Nos filmes dessa época, a gestante já estava com 13 meses de gravidez, mas continuava com a barriga sarada...
  • Acauan disse:
    Isto nunca existiu. As imagens de casais americanos dormindo em camas separadas foi invenção da autocensura na mídia dos Estados Unidos nos anos 50, quando o país passou por uma fase de puritanismo público. Era comum em filmes e programas de TV da época a cena em que marido e mulher vestindo pijamões fechados vão dormir cada qual em sua cama de solteiro, pois predominou a ideia de que programas de classificação etária livre não deveriam ter a mais mínima insinuação de sexo nem mesmo entre pessoas casadas.

    Hummm, então os fissurados em quadrinhos do debate que eu estava tendo estavam errados.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited maio 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: As imagens de casais americanos dormindo em camas separadas foi invenção da autocensura na mídia dos Estados Unidos nos anos 50, quando o país passou por uma fase de puritanismo público.
    Os cineastas americanos seguiam o Código Hays, que definia o que podia e não podia, duração de beijos, cruzada de pernas etc.
    No caso do casal no quarto, o homem tinha que manter pelo menos um dos pés tocando o chão.

    Uma vantagem disto é que os produtores sabiam exatamente quais eram os limites, em vez de uma censura aleatória, que dependia do humor do censor, como no Brasil.

    Post edited by Fernando_Silva on
  • BotanicoBotanico Membro
    edited maio 2014 Vote Up0Vote Down
    Lá naquele livro da Marta Ex-Suplício, o tal Conversando sobre o Sexo, ela tratou num capítulo sobre essa questão de censura. Ela punha a carta de uma telespectadora indignada que achava absurdo tratar de masturbação na TV e que se essa tal Marta não tinha um assunto mais saudável para tratar. Ao lado, colocava outra carta de um espectador que elogiava o programa justamente pelas informações precisas e claras que ela dava, sobre um assunto do qual tão pouco pudera saber de seus pais ou outras fontes.
    E aí entrava na questão da censura, onde questionava quais seriam os critérios e regras que deveriam ser seguidas. Onde estavam elas? Não estavam: tudo dependia do fígado do censor de plantão. Por exemplo: para um deles, podia-se falar de sexo oral, mas nunca de anal, pois considerava este abominável. Noutro programa falou sobre a importância da higiene dos genitais e que isso produziria melhores resultados do que um desodorante tipo moranguinho silvestre. CENSURADÍSSIMO! Alguém aqui sabe dizer o motivo?
    E aí ela coloca a conversa com um censor, que achava que ela não deveria fazer uso do termo pênis. E então ela perguntou qual seria o termo alternativo.
    _ Por que não, membro? _ Sugeriu o censor.
    _ Olha, o público a quem me dirijo é em geral pouco instruído e ao falar nestes termos, membro sem designar qual, pode confundir as pessoas.
    _ Então use o phallus, do grego.
    _ Aí vai ser uma conversa entre eu e o senhor, pois ninguém mais vai entender coisa alguma.
    Não chegaram a um acordo e ela ficou proibida de usar o termo pênis. Recorreu e ganhou e no livro comenta: faz alguma diferença entre mensagem nenhuma e uma mensagem incompreensível?

    Qual seria o critério para se escolher um censor? Alguém sabe.
    Post edited by Botanico on
  • Fernando_Silva disse: Os cineastas americanos seguiam o Código Hays, que definia o que podia e não podia, duração de beijos, cruzada de pernas etc.
    No caso do casal no quarto, o homem tinha que manter pelo menos um dos pés tocando o chão.

    Uma vantagem disto é que os produtores sabiam exatamente quais eram os limites, em vez de uma censura aleatória, que dependia do humor do censor, como no Brasil.

    Era o equivalente ao comic code?

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Comics_Code_Authority
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • BotanicoBotanico Membro
    edited maio 2014 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva disse: Os cineastas americanos seguiam o Código Hays

    O Howard Hughes também fazia filmes e no filme da vida dele, estrelado pelo Leonardo di Caprio, o seu advogado teve de enfrentar uma junta de censores. Vejam só como a coisa se resolveu:

    Sim. Até meados do século XX, os filmes tinham que obedecer a uma série de proibições que ficaram conhecidas como Código Hays. No início dos anos 20, Hollywood era vista pelo resto dos Estados Unidos como a "cidade do pecado". Essa imagem ficou ainda pior quando o mais popular comediante da época, Roscoe "Fatty" Arbuckle, foi acusado de estuprar e matar uma aspirante a atriz em 1921. Para melhorar sua imagem, os estúdios de cinema decidiram, então, que os filmes deveriam passar por uma autocensura prévia e escolheram o advogado Will Hays para comandar a nova missão. Em 1924 todas as produções já passavam por seu crivo - e, em 1930, as regras de censura foram oficializadas no chamado Código Hays. A aplicação dessa espécie de cartilha conservadora atingiu o auge a partir de 1934, quando o departamento responsável pelo controle moral dos filmes caiu nas mãos do ativista religioso Joseph Breen.

    Apelidado de "o Hitler de Hollywood", Breen travou uma dura batalha contra o diretor e produtor Howard Hughes após assistir a uma exibição preliminar do filme O Proscrito (The Outlaw), de 1941. Sobre o filme, Breen escreveu: "Em mais de dez anos de analista crítico de filmes, eu nunca vi nada tão inaceitável quanto as tomadas do busto da personagem Rio (Jane Russell)". Breen mandou cortar 37 closes dos seios da atriz. Hughes, porém, recusou-se a modificar a obra e, desafiando o censor, lançou o filme em 1946 com uma publicidade provocadora: contratou aviões para escrever no céu o título do filme dentro de dois balões com um pequeno círculo no meio, numa clara referência aos atributos mamários de Jane Russell. Com contestações desse tipo, o Código Hays foi, aos poucos, perdendo sua força. Oficialmente, ele vigorou até 1966 - mas já havia caído em desuso muito antes. Dois anos depois, o sistema foi definitivamente substituído pela classificação por faixa etária.

    Lista negra Eram 16 as principais proibições do Código Hays

    Sexo apresentado de maneira imprópria

    Cenas românticas prolongadas e apaixonadas

    Ridicularizar funcionários públicos

    Retratar religiosos de maneira pejorativa ou cômica

    Filmes com o tema da escravidão branca

    Destacar o submundo

    Ofender crenças religiosas

    Referências a doenças venéreas

    Tornar os vícios atraentes

    Tornar o jogo e a bebida atraentes

    Enfatizar a violência

    Uso de drogas

    Nudez

    Exibir em detalhes métodos de ação criminosa

    Retratar gestos e posturas vulgares

    Miscigenação e alusão ao amor entre brancos e negros
    Post edited by Botanico on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Pelo que eu entendi, no caso dos quadrinhos havia apenas um selo de aprovação para que a pessoa soubesse o que estava comprando, mas não uma proibição.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited maio 2014 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva disse: Pelo que eu entendi, no caso dos quadrinhos havia apenas um selo de aprovação para que a pessoa soubesse o que estava comprando, mas não uma proibição.

    Lembrando que a proibição era exercida por uma série de acordos de modo a dar-lhe a máscara de consenso, uma vez que tal política contrariava a Primeira Emenda, que como parte da Constituição tem autoridade quase sagrada para os americanos.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
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