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Sejamos sinceros. Todo mundo já viu um filme pornô na vida. Putaria é algo recorrente na vida do brasileiro e, ainda mais depois da internet, o acesso ficou mais fácil e precoce. Hoje em dia é mais fácil achar vídeos pornôs para os mais variados gostos e prazeres (Two Girls One Cup, eu estou falando de você) do que achar algo realmente importante para alguma pesquisa que se faça.
Sabe-se que o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de filmes pornô do mundo (mesmo você não aguentando assistir alguma cena completa). Seguindo o ditado popular: Brasileiro gosta mesmo é de putaria’. Porém, fica a pergunta; como e quando começou tudo isso? Como o Brasil veio a gostar tanto de sacanagem nos filmes? Como evoluímos das famosas pornochanchadas para os filmes de sexo explicito? Qual foi o primeiro filme brasileiro? Quem o realizou?
E, eis que na perambulando pela seção de história do Brasil na livraria que encontro a resposta. O livro “Coisas Eróticas – A História Jamais Contada da Primeira Vez do Cinema Nacional” me chamou muito a atenção no meio daqueles livros grandes e grossos, cheios de datas e fatos históricos e nem sempre tão interessantes desse nosso Brasilzão! E pela curiosidade inusitada de encontrar um livro assim na parte histórica eu comprei sem pensar muito.
O livro é resultado do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de jornalismo de Denise Gordinho e Hugo Moura, inspirado pela comemoração dos 30 anos da exibição filme japonês Império dos Sentidos na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2009. O filme do diretor Nagisa Oshima foi o primeiro com cenas de sexo explícito (mostrando o “piru na xereca’, como meu saudoso avô dizia) a ser lançado no Brasil e liberado pela censura por ordem judicial, com a desculpa de ser um filme de arte. Os jovens e até então futuros jornalistas se perguntaram o “qual foi o primeiro filme pornô do Brasil?” e a partir disso se empenharam nessa caçada jornalística, pois havia pouquíssima informação sobre o Coisas Eróticas.
Enquanto eu lia o livro, onde quer que fosse as pessoas viam e diziam “Tá lendo putaria, né?”. E eu, com a santa paciência que tenho, dizia que não, que o livro era apenas uma pesquisa histórica sobre o primeiro filme pornô do Brasil e coisa e tal… dava-me um pouco da raiva das pessoas que pensaram que eu estava lendo putaria e, mesmo que eu estivesse lendo, por exemplo, Marquês de Sade, não é da conta deles.
Os autores Denise Godinho e Hugo Moura conseguiram o que muitos não conseguem fazer num livro histórico, que é criar uma narrativa atraente e fluida, que desperta a curiosidade de virar a página de ir para o próximo capitulo. Não é em nada parecido com aqueles livros de história da escola que vomita datas, anos, nomes e acontecimentos em cima de quem o lê. Aqui o ritmo é maravilhoso, os autores informam datas, nomes e acontecimento SIM, mas dão sua opinião também e dão uma descontraída de vez em quando.
Conhecer a história do cineasta Raffaele Rossi, sua motivação para realizar o primeiro filme de sexo explícito e toda a história dos bastidores do filme foi incrível. Ver que Raffaele não era o cineasta mais favorito da Boca do Lixo, mas era esperto (malandro), como um bom italiano que era, e foi atraindo as mais diversas formas amigos, parentes, atrizes, atores e colegas de profissão para ajuda-lo a fazer o filme.
Baseado nas entrevistas com vários daqueles que ajudaram de alguma forma ou tiveram envolvimento com o filme, eles criaram uma narrativa em prosa misturando com os fatos jornalísticos, datas e depoimentos.
E que histórias de bastidores tiveram o filme, hein! Desde a sua rápida e nada planejada execução até os percalços que aconteceram nas filmagens e os “causos” da dublagem do filme. O filme estava sendo feito numa época onde a censura da ditadura militar proibia até que dois mamilos aparecessem numa determinada cena. É curioso ler e ver o amadorismo e o enorme risco que o filme corria enquanto era produzido, além de como eles conseguiram enganar a censura para que pudessem lançar o filme.
Fora os fatos engraçadíssimos que aconteceram, como a dúvida eterna do mistério de quem seria a dona da bunda que estampa o pôster do filme, e os momentos tristes, que mostram como estão os envolvidos no filme mais de 30 anos após o seu lançamento. E também de como o primeiro filme de sexo explícito foi (não intencionalmente) o fim da Boca do Lixo e, ainda mais sem querer, o fim da censura do regime militar.
Mais do que uma leitura de uma suposta putaria, Coisas Eróticas é um livro muito importante e interessante de ser ler por resgatar uma história esquecida do nosso cinema e do que causou em sua volta, seja na política ou na indústria cinematográfica.
Afinal, Brasileiro gosta mesmo é de putaria.
http://contraversao.com/coisas-eroticas/
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Comentários
― Winston Churchill
O cara enche a bola da Vera Fischer e do diretor e, sobre a Xuxa, só comenta que "tem uma participação discreta".
Nem uma única vírgula sobre pedofilia.
― Winston Churchill
No fim, embora não apareça explicitamente, é a mãe que transa com ele.
Olha o que a dita comenta:
― Winston Churchill
https://www.dropbox.com/s/fi8l2iriknmu9w8/Untitled.mp4
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
― Winston Churchill
Reginaldo Faria faz um cara de 45 anos que pega a vizinha de 15 anos (Flávia Monteiro).
Não é pornô, mas eles vão aos finalmente.
Fernando, Coisas Eróticas era sexo explícito. O pioneiro desbravador do gênero no Brasil.
Lembro que queria assistir Contos Imorais, que nem lembro mais que filme seria, mas entrei na sala errada, assisti Coisas Eróticas e não me arrependi.
O filme era erótico e era uma coisa...
Trash total, mas um daqueles marcos de época que me agrada não ter perdido.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Isso não descaracteriza a realidade que um menino passando a mão nos seios de uma mulher e deitado com ela na cama esta o seduzindo e nua , não seja pedofilia .
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
Lembro do filme "O chamado de Eva", no início da década de 60, sobre uma mulher que seduzia um garotinho. Foi anunciado normalmente nos jornais.
Até 1995, pelo menos, postava-se pedofilia livremente na Internet. Havia um bando de gente protestando nos fóruns, mas nenhuma repressão oficial. Foi a partir daí que começou a surgir a consciência de que, para que aquelas fotos fossem feitas, crianças estavam sendo exploradas.
Hoje eu diria sorte sua, mas do ponto de vista histórico, fui testemunha ocular da ascensão (em mais de um sentido) de Oásis Minitti.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Alguns colegas foram assistir a "Cangaceiras eróticas", mas saíram no meio. E isto numa idade em que eles não dispensavam nada. Devia ser muito ruim...
― Winston Churchill