O prefeito da cidade onde nasceu o presidente Arthur da Costa e Silva (1967-69), no interior do Rio Grande do Sul, mandou derrubar com uma retroescavadeira um busto que homenageava o marechal, o segundo a governar o país durante a ditadura militar.
A justificativa para a medida foi o relatório da Comissão Nacional da Verdade, divulgado na semana passada, que acusa o militar de responsabilidade em crimes cometidos pelo regime.
Costa e Silva nasceu e passou a juventude em Taquari, município de 27 mil habitantes a 93 km de Porto Alegre. O monumento, inaugurado nos anos 1970, após a morte dele, ficava em um dos locais mais conhecidos do município, a Lagoa Armênia.
A retirada ocorreu na tarde de terça-feira (16) e foi decidida pela prefeitura, sem passar pela Câmara Municipal.
"O relatório comprovou aquilo que já se sabia, que ele foi responsável pelas maiores atrocidades cometidas no período da ditadura. Não havia razão para homenagear um ditador em um dos principais pontos da cidade", disse o prefeito Emanuel Hassen de Jesus (PT).
O prefeito, um advogado de 34 anos que foi eleito para um cargo público pela primeira vez em 2012, diz que o maquinário foi usado na derrubada porque não havia outro jeito de retirar o pedestal onde o busto ficava fixado. Também diz que não pretende se "vangloriar" da medida.
O busto será levado para um museu que homenageia o militar e que funciona em uma casa onde ele viveu. Curiosamente, o local é mantido pelo próprio município. O prefeito afirma que vai incluir no acervo do museu um relatório da Comissão da Verdade para "dar luz à história".
SEM AVAL
O presidente da Câmara, Ademir Fagundes (PDT), criticou a medida porque não houve aval dos vereadores. Para Fagundes, o assunto tinha que ser discutido com a população por envolver um objeto histórico. "Quando a gente viu, [a retirada] já tinha acontecido", disse.
O coronel da reserva Marco Dangui Pinheiro, 64, que já dirigiu a Associação dos Oficiais da Reserva do Rio Grande do Sul, diz que o monumento foi "vilipendiado" com a atitude e afirma que a iniciativa é parte de uma série de ações orquestrada para indispor a população do país com as Forças Armadas.
"Costa e Silva era um homem sério, compenetrado, inteligente, primeiro de turma várias vezes. Indiscutivelmente, era um homem de muito mérito", diz.
Também neste ano, uma outra homenagem a um presidente do regime militar foi desfeita no Rio Grande do Sul. A Câmara de Porto Alegre mudou o nome da avenida Castelo Branco, que lembrava o primeiro presidente da ditadura, para "avenida da Legalidade", em referência ao movimento que garantiu a posse de João Goulart na Presidência em 1961.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/12/1563628-prefeitura-derruba-monumento-a-costa-e-silva-no-interior-do-rs.shtml
Comentários
Promotor de Taquari considera inconstitucional remoção de estátua do ex-presidente
http://www.jornalahora.inf.br/?oxi=lerNoticia¬iciaId=3312&jid=827
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Este valor que os militares dão ao título "primeiro de turma", quase um sinal dos eleitos, soa meio ridículo na vida civil.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Ao contrário do que muita gente pensa, Agulhas Negras e a Escola Superior de Guerra sempre foram meios de ascensão social para gente pobre, talentosa e esforçada.
O general-presidente Geisel, por exemplo, teve uma infância pobre, pobre, pobre, de marré, marré, marré. E chegou onde chegou - não pelos meios democráticos, obviamente, mas muita gente aí no Rio Grande riria se alguém cogitasse a hipótese daquele alemãozinho pé rapado um dia comandar o país. No Exército ninguém perguntou a origem dele quando seu nome foi cogitado para o generalato e depois para presidência.
E em seu melhor momento, que a Esquerdalha faz de tudo prá fingir que nunca existiu, o Exército Brasileiro foi a primeira instituição nacional a dar aos negros a oportunidade de galgar posições de autoridade e respeito social.
Oficiais negros eram poucos, sim, uma vez que Agulhas Negras tinha e têm altos padrões acadêmicos de seleção, igual ou superior ao das melhores universidades, mas o Exército sempre exibiu com orgulho e respeito seus poucos oficiais negros, desde tempos em que isto era considerado falta de educação por aqui.
Já sargentos negros sempre foram abundantes, sendo que manifestações racistas por parte dos subordinadas eram punidas com rigor pelo comando.
E não... Ninguém, mas ninguém mesmo, entrou em Agulhas Negras por indicação ou comandou um exército porque o pai dele era muito importante. Famílias de tradição militar são comuns no Brasil - e no mundo - mas aqui e em outros lugares, ter um pai ou avô com histórico de liderança e bravura trazia antes o fardo de estar a altura de seu nome do que benefícios.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!