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Livro tenta desconstruir personagens da história da América Latina, como Che Guevara e Simón Bolívar
Leandro Narloch e Duda Teixeira, autores do
'Guia Politicamente Incorreto da América Latina'
RIO - O jornalista Leandro Narloch conseguiu um feito e tanto: emplacou dois livros na lista dos mais vendidos do país, segundo a lista publicada pelo Prosa & Verso, de O GLOBO. O primeiro, "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", apresentava aspectos obscuros de personagens famosos da nossa história. E mandava na lata tijolaços como "Zumbi dos Palmares tinha escravos" e "Santos Dumont não inventou o avião". Depois do estrondoso sucesso e das polêmicas acumuladas, o jornalista chamou o colega Duda Teixeira e virou sua metralhadora giratória para as grandes personagens latinoamericanas: Simon Bolívar, Che Guevara, Perón, Allende.
Na continuação da sua saga em destruir tudo o que se sabe sobre essas figuras, o "Guia Politicamente Incorreto da América Latina" tenta aniquilar reputações: chama Che Guevara de sanguinário, diz que a experiência socialista no Chile foi uma ameaça às instituições e que o inspirador de Hugo Chávez só queria controlar as ações de negros e pardos. Revolucionários? Nem tanto, pelo menos para a dupla. Abertamente anti-esquerdas e anti-marxistas, Duda e Leandro soltam o verbo em entrevista à Livro-Pipoca. Então, ame-os ou odeie-os.
Depois de escrever o primeiro "Guia" sobre o Brasil, você partiu para a história da América Latina. Já era uma vontade sua? Quais os critérios para escolher os personagens do livro?
LEANDRO NARLOCH: A ideia era fazer o Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo. Mas de repente, conversando com o Duda, percebi que um guia da América Latina era mais necessário. Como aconteceu com o passado brasileiro, o da América Latina foi retratado por uma historiografia combatente; está encoberto por uma enorme doutrinação ideológica. Era urgente mostrar um outro lado. Escolhemos os assuntos mais desagradáveis e inconvenientes aos considerados heróis do bom-mocismo. Como no primeiro livro, o objetivo foi mostrar virtudes dos vilões e erros dos considerados mocinhos.
A América Latina possui personagens que já foram retratados muitas vezes, seja em livros, biografias, filmes e até musicais. O que vocês viram que podiam trazer de novo sobre eles?
LEANDRO: Apesar de terem sido retratados várias vezes, os personagens da América Latina aparecem sempre do mesmo jeito. Na maior locadora de São Paulo, por exemplo, há 8 DVDs sobre Che Guevara, todos elogiosos e melancólicos. Além disso, descobrimos histórias excelentes que vão contra aqueles estereótipos. Muitos índios protagonizaram ações e tiveram algum poder - e essas ações poucas vezes foram contra a ordem vigente. Revolucionários como Che e Allende, desestabilizando a economia e as instituições democráticas, aumentaram a miséria do continente. E em geral os países que mais se aproximaram dos Estados Unidos mais se deram bem.
DUDA TEIXEIRA: Também vale notar que muitos desses heróis são admirados sem que as pessoas realmente conheçam suas histórias. Em qualquer biografia do Simón Bolívar se pode ver que ele era um centralizador que queria mais poder para o governo para reprimir revoltas populares de negros e mestiços. Ele temia o que chamava de "pardocracia", o governo dos pardos. Ninguém sabe disso. Qualquer chileno esclarecido com mais de cinquenta anos vivendo no Brasil vai te contar histórias assombrosas sobre o governo do Allende. Mas não são novidades, apenas estavam escondidas.
Qual foi a principal descoberta que vocês fizeram durante a produção do livro? Vocês já imaginavam o que encontrariam?
DUDA: As investidas antidemocráticas de Allende foram uma grande surpresa. Ele perseguiu a imprensa, montou uma guarda pessoal treinada por terroristas cubanos, atropelou ordens da justiça e consentiu com invasões de fazendas. A lista de barbaridades que ele cometeu como presidente foi enorme, e isso sem contar no que tentou fazer quando foi ministro da saúde, quando promoveu uma lei de esterilização em massa, semelhante a uma lei nazista. Mas fizemos outras descobertas saborosas também sobre Che e outros personagens. Eu jamais imaginaria Che pedindo que os operários trabalhassem nas férias sem ganhar nada por isso e que pedisse cortes de salário aos mais preguiçosos. Quando o Leandro veio com essa história, fiquei alucinado.
Vocês vão atrair polêmicas com o livro. Vocês consideram o "Guia" da América Latina mais explosivo do que o anterior? Como veem as críticas?
LEANDRO: Sim, este livro está mais consistente e polêmico. Damos alguns golpes narcísicos que deixam as pessoas furiosas e desesperadas. Elas atiram para todos os lados, nos acusam de leviandade, de só querer ganhar dinheiro, mas não contestam os fatos que demonstramos no livro. É uma pena, porque sentimos falta de análises descompromissadas e imparciais.
Já houve quem reclamasse de dois jornalistas fazerem o "papel" de historiadores?
LEANDRO: Sim, muita gente reclama. Mas acredito que quem faz esse comentário não sabe qual o papel de um historiador. Historiadores são cientistas. Analisam documentos, registros, censos históricos e a partir dali tiram conclusões a despeito de suas convicções ideológicas. Nosso trabalho está bem longe disso. Como mostra o título do livro, não é uma obra imparcial, é politicamente incorreta. Além disso não é preciso ser médico ou historiador para escrever sobre medicina ou história: basta ter a orientação e a revisão dos especialista. E a gente teve esse cuidado. O livro tem revisão técnica do historiador Marco Antonio Villa.
A que vocês atribuem o sucesso do livro?
LEANDRO: Depois ao fato de muitos leitores estarem esperando uma história menos esquemática e marxista. Como nós dois, muitos leitores desconfiavam da história em que os ricos sempre são do mal e os pobres só fazem boas ações.
DUDA: O Guia da América Latina seguiu o mesmo formato do primeiro, que já era um sucesso. E nisso o Leandro realmente adquiriu um know how que só ele tem. Ele pegou no meu pé várias vezes, pedindo para suavizar algumas coisas, brincar um pouco e, principalmente, contextualizar os fatos. Essa leveza, misturada com seriedade, deixa o livro algo gostoso de ler. Muita gente vem dizer que leu o capítulo em "uma sentada", ou que devorou o livro em um final de semana. É uma receita agradável que deu certo.
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Comentários
Che Guevara foi só um assassino covarde igual a Charles Manson, Osama Bin Laden, Adolf Hitler e tantos outros. A única diferença entre esses monstros é que uns foram mais eficientes em fazer o mal do que outros. Mas as más intenções de todos são as mesmas.
Ficando pela entrevista, vejo o perigo da ideologia dogmática como uma faca de dois gumes.
Se formos olhar de forma parcial e descontextualizada, podemos dizer que o Thomas Jefferson era um canalha por possuir escravos.
Nestas coisas, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Temos o dever de verificar cada caso e nao cair na facilidade
Isto de misturar alhos com bugalhos não é ter um compromisso com a verdade.
O livro pode ser interessante, é sempre bom apresentar outra versão. Contudo, se a ideia é somente apresentar a versão adversa, perde interesse.
A titulo pessoal, gostaria de ler um livro desses. Poderia comparar versões, investigar e retirar as devidas ilações. No entanto, não tem como não ficar cético, porque os juízos apressados que se fazem podem ser aplicados a pessoas que creio serem apreciadas por todos.
Este livro é justamente a "versão adversa". Aqui no Brasil (e provavelmente na América Latina), a versão dos esquerdinhas é a "verdade revelada", que as crianças aprendem desde pequenas. Aliás, nem é "a versão dos esquerdinhas", é a "verdade" e ponto final.
Aqui no Brasil, as pessoas são ensinadas a ter vergonha de ser de direita.
Já contam com minha simpatia, antes mesmo de ler o livro.
Como na Europa.
Idem.
Pergunto-me se sou um europeu tipico, pois, se o for, creio que estamos muito doentes. Perdidos e esquecidos da tradição. Vivendo numa sociedade que vê na mudança a qualquer preço o fim em si.
Queremos sossegar, devagar ao ritmo de uma vida humana. O progresso é um processo lento, tal como o evolucionismo.
Essa maré direitista que atinge o 1° Mundo não poderia atingir o 3° Mundo também. Podemos começar tirando o PT do poder...
Por que seria mentira dizer que o Che Guevara é apenas um assassino, um falso mito da esquerdalha? Guevara comandou um esquadrão da morte logo após a vitória da revolução que matou centenas de cubanos, Guevara assassinou recrutas bolivianos indefesos, assassinou companheiros de luta e na hora de cantar de galo quando se meteu na guerra do Congo, lá na áfrica, Guevara foi derrotado por um mercenário inglês e teve que fugir para não ser "enrabado". Quando foi capturado na Bolívia ele humilhou-se ao pedir por sua vida! Guevara viveu como um porco assassino e incompetente, saiu fotogênico em uma foto e terminou idolatrado pela esquerda , mas o que ninguém conta é que ele estava rompido com o outro porco Fidel Castro!
O povo não escolhe esquerda ou direita, antes derruba o partido impopular no governo. Vide o caso alemão, onde o partido no governo soma revezes eleitorais.
Em Portugal, o descontentamento elegeu a direita. Agora, 3 meses depois, devido às fortes medidas de austeridade, o descontentamento é preocupante.
Não sou dos apressados no julgamento, vou esperar para ver - desejando o sucesso de qualquer medida governativa, não faço parte dos que querem ver tudo quebrar.
*Os partidos de esquerda a sério, não governam. -Todos estão em queda de popularidade.
Não é um falso mito da esquerda, antes um verdadeiro e potente mito.
Sem querer ser insistente demais, não basta dizer que é criminoso, precisa demonstrar. Pense antes assim; quando falamos para um publico convencido ( do mesmo lado ideológico), todos aplaudem. Qual o interesse dos aplausos?
Nenhum.
O interesse é chegar junto das pessoas que ignoram os factos ou porque não, chegar junto dos idolatras. E isto, não se faz com palavras de circunstância. Nem com baralhar um monte de criminosos.
Posso estar enganado, mas não creio existir caminho para o poder, senão convencer os não"convertidos".
Ha muitos anos fui tocado pelo poderoso mito do Che. Este desfez-se tão depressa como surgiu, bastando saber a respeito de um fuzilamento. Para mim, os fins não justificam os meios.
Embora este episodio seja muito antigo, a reflexão reavaliadora a respeito das minhas crenças é recente Não é nada fácil rever de forma profunda as crenças pessoais.
E, sem perceber a contradição, vestem-se dos pés à cabeça com produtos americanos, usam carros americanos, iPads, iPods, Windows, comem no MacDonalds, assistem a filmes e séries americanos e vão à Disneylândia em aviões americanos.
Não é preciso conhecer os fatos, basta acreditar em que Fidel e Che são santos.
Quem dizer alguma coisa contra eles só pode ser um idiota ou um imperialista.
Sim.
Vero.
Se calhar o melhor é mesmo ser agressivo e dizer a verdade - Escuta quem quer.
Não me livro da mania de querer educar o mundo - deve ser uma esquerdice que me assiste rsrs
Tanto é que nos guetos esquerdistas da net, a "crítica" mais frequente que se lê contra o livro é o fato de seu autor ter trabalhado como jornalista para Revista Veja.
Ou seja, nestes delírios esquedizóides, basta citar seus desafetos ideológicos para que tudo que lhe seja correlacionado automaticamente se conspurque, como se a aprovação da curriola homologasse o verdadeiro valor de tudo.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Onde houver fé, levarei a dúvida!