Parece que você é novo por este pedaço. Se você quer se envolver, clique em algum destes botões!
Direitos reservados de acordo com cada publicação, 2001 ~ 2014, Fórum Religião é Veneno.
As opiniões expressas e o conteúdo publicado neste fórum por seus usuários são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores e não representam as opiniões dos administradores e moderadores do "Religião é Veneno".
Desenvolvido e mantido pela Administração e Moderação.
Comentários
Punido não é bem o termo.
Só se você considerar ser obrigado a compartilhar parte de seu patrimônio como punição.
Mas mesmo o país mais capitalista do mundo cobra mais dos mais ricos.
Os impostos americanos são mais incidentes na renda e não no produto final, daí as punições exemplares para quem sonega imposto de renda.
Eles se baseiam em; Se o sujeito tem muito então ele explorou alguém.
Errado? Sim.
Mas, inveja? Não mesmo.
Naquela base do quem tem olhos que veja, quantos já circularam cotidianamente por ambientes acadêmicos, particularmente - Que Monã, me Proteja - o das Ciências Humanas?
Peneirando no meio daquela patuleia ideológica, até se acha um ou outro que não corresponda à descrição do texto inicial, mas o Índio Velho aqui cansou de conhecer doutorado em filosofia que lutava pela libertação do proletariado e que, na vida real, explorava a empregada doméstica. Dentre outros exemplos tantos aplicáveis que tão longe léguas de ser a tal de evidência anedota. São evidência por definição.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Saudações aos demais participantes
Não entendi sua "cruel" referência ao pessoal das humanas...rs
Já tive excelentes mestres em filosofia que promoviam o diálogo, mesmo quando mantinham a mente presa a ideologias pseudo-sociais esquerdistas.
Claro, que, as vezes o aluno que defendia propostas opostas ao modelo estabelecido, subjetivamente falando...rs
Acabavam por resultar em notas mais baixas a esses alunos...rs
Daí concordo com o Sybok, sobre a questão do emocional superar o racional...
Principalmente quando o profissional(professor) não consegue o equilíbrio(amadurecimento) didático-emocional, para separar opiniões pessoais durante processo educativo em que ele esteja envolvido.
abraços fraternos a ti e a todos
da Silvana
Observemos todos, por favor...
Todo processo de revolução é motivado pelo fator emocional, pois sem esse motivador(sentimentos), não existirá mudança, revolução, etc...
Os defensores de Marx, são em sua essência revolucionários em sua proposta primária, pois o que lhes motiva é a UTOPIA...rs Explico...
Enquanto a maioria dos defensores de Marx, promovem a revolução pela revolução, Marx defendia a experiência da revolução...rs
O que isso significa. Que se pretendo mudar algo, preciso antes entender o que preciso mudar em mim...rs Os motivos que me levaram a pensar em mudança...
Fica claro e óbvio que isso na maioria das vezes é UTOPIA, pois ninguém quer racionalizar o processo de revolução pela mudança individual, querem mudar sempre primeiramente o coletivo, leia-se: a outra pessoa...
Ou seja, pela ideia dos COMPANHEIROS... Todos os que o sujeito(revolucionário) considera opositores(obstáculos) de sua pseudo liberdade revolucionária...rs
Ou seja, tudo COMEÇA pela emoção...
Mas, considerando que existem os que só vivem o aqui e agora...
Considero: Liberdade uma UTOPIA, desde que meu enfoque seja outrem...
Assim como a revolução marxista idealizada pelos pseudos intelectuais “detentores” da escola Marxista revolucionária, permanecem SEM ENTENDER PATAVINAS do que Marx disse...rs
Abraços fraternos a todos
da Silvana
Saudações aos demais participantes
Boa pergunta... Ou melhor, reflexão pedagógica...rs
Refletir sobre os objetivos do conteúdo... Vem faltando muito na área da educação...rs
abraços fraternos a ti
da Silvana
E você acha essa motivação correta? Você defende ou acha compreensível esse discurso?
― Winston Churchill
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
Democracia, quando a tirania inicia a sua eternização
A democracia criou praticamente todas as ditaduras do mundo. Não é de hoje que isso acontece e não é à toa que boa parte das piores ditaduras carrega palavras derivadas de "democracia" no nome.
Por exemplo, a Coreia do Norte se chama República Democrática Popular da Coreia; o Camboja na época do Pol Pot se chamava Kampuchea Democrático; a Alemanha Oriental se chamava República Democrática da Alemanha, e p Laos se chama República Democrática Popular Lau.
Em suma, geralmente um país com alguma alusão à democracia no nome está muito longe de ser um país livre.
A palavra democracia é enganosa. Ela não nos garante a liberdade e nem a proteção dos nossos "direitos". Pelo contrário, é ela quem vai sepultá-las de vez.
Não é necessário voltar muito no tempo para perceber isso. A escolha da maioria ou a eleição daqueles que mais obtiveram votos nunca foi o meio mais eficiente de garantir os direitos dos indivíduos numa sociedade. Colocar nas mãos de uma população a escolha de um governante não é muito diferente de um grupo de escravo escolher o seu capataz.[1]
O que acontece exatamente quando temos uma democracia? Nada mais do que a violação, agora legalizada, ao direto à propriedade privada feita por uma maioria sobre uma minoria. Uma parcela da população irá querer que a outra pague por seus estudos, por seus tratamentos médicos, por sua segurança, por seus transportes, por seus subsídios, por seu assistencialismo e assim por diante.
Como explicou Hans-Hermann Hoppe:
Dado que o homem é como ele é, em todas as sociedades existem pessoas que cobiçam a propriedade de outros.[...]
Quando a entrada no aparato governamental é livre, qualquer um pode expressar abertamente seu desejo pela propriedade alheia. O que antes era considerado imoral e era adequadamente suprimido, agora passa a ser considerado um sentimento legítimo. Todos agora podem cobiçar abertamente a propriedade de outros em nome da democracia; e todos podem agir de acordo com esse desejo pela propriedade alheia, desde que ele já tenha conseguido entrar no governo. Assim, em uma democracia, qualquer um pode legalmente se tornar uma ameaça.
Consequentemente, sob condições democráticas, o popular — embora imoral e anti-social — desejo pela propriedade de outro homem é sistematicamente fortalecido. Toda e qualquer exigência passa a ser legítima, desde que seja proclamada publicamente. Em nome da "liberdade de expressão", todos são livres para exigir a tomada e a consequente redistribuição da propriedade alheia. Tudo pode ser dito e reivindicado, e tudo passa a ser de todos. Nem mesmo o mais aparentemente seguro direito de propriedade está isento das demandas redistributivas.
Pior: em decorrência da existência de eleições em massa, aqueles membros da sociedade com pouca ou nenhuma inibição em relação ao confisco da propriedade de terceiros — ou seja, amorais vulgares que possuem enorme talento em agregar uma turba de seguidores adeptos de demandas populares moralmente desinibidas e mutuamente incompatíveis (demagogos eficientes) — terão as maiores chances de entrar no aparato governamental e ascender até o topo da linha de comando. Daí, uma situação ruim se torna ainda pior.
Isso explica o porquê de os partidos declarados de esquerda terem obtido sucesso nas eleições. A bandeira da esquerda sempre foi essa e os partidos que se dizem de "direita" acabam abraçando boa parte dos programas da esquerda para conseguir votos.
A prova disso é que não são raros os direitistas que hoje adotam as propostas de F.A. Hayek e Milton Friedman apenas para isso.[2]
A crise amiga
O que acontece hoje?
Não é um cenário muito diferente do que ocorreu após o crash de 1929 e a consequente Grande Depressão. Crises sempre fazem com que muitas pessoas se convençam de que políticas autoritárias, medidas antimercado e confisco de propriedades privadas sejam a solução. As crises sempre são estranhamente prolongadas e não seria surpreendente se fosse de propósito.
ajob.png
"Por que você não pode dar um emprego ao meu pai?" Certamente a resposta certa seria "Porque o governo não deixa."
No entanto, não há como provar isso, ainda que se possa mostrar premissas que evidenciem tal suspeita. A maioria da população em si sempre é instruída a cobrar algo do governo e sempre olha para os mais bem sucedidos com um ar de inveja achando que os bem sucedidos devem obrigatoriamente colaborar mais com a "sociedade".
Quando ocorre uma crise econômica os mais pobres sempre são os mais atingidos, e, ao ver os mais ricos menos atingidos e ainda demitindo seus empregados, a esquerda acaba se aproveitando da situação.
Não é difícil entender a estratégia da esquerda nessa parte. Primeiramente, em qualquer sociedade, os mais ricos compõem uma minoria numérica por serem os empregadores dos mais pobres, que são a maioria. Em seguida, basta gerar uma crise. Mas como gerar?
O estado tem uma arma e tanto para isso: o monopólio da moeda. Dado que o dinheiro representa a metade de toda a qualquer transação econômica, qualquer manipulação do dinheiro pode gerar crises. E, com o monopólio sobre a moeda garantido, o governo tem o virtual controle da economia.
Vamos supor que o governo gere uma crise de inflação: a inflação nada mais é do que uma expansão monetária — ou seja, um aumento da quantidade de dinheiro. O governo não pode simplesmente distribuir o dinheiro para a população, mas ele pode colocar esse dinheiro na economia utilizando o sistema bancário — que irá conceder empréstimos a pessoas e empresas — ou incorrendo em déficits orçamentários que também são financiados por empréstimos bancários.
Com esse aumento da oferta monetária, o valor de cada unidade monetária cai, e os preços e custos sobem. Quem percebe isso é quem oferta o bem, o empresário, o empregador, o capitalista. Ao perceberem o aumento da oferta monetária, os empresários aumentam o preço dos produtos que ofertam para evitar a escassez dos mesmos, e o nome dado isso é remarcação dos preços. Nessa hora o governo acaba colocando toda a população contra os empresários, acusando-os de "abusadores", "ladrões" e outros adjetivos pouco elogiosos.
Isso aconteceu no Brasil durante a gestão do presidente José Sarney com o fracassado Plano Cruzado, quando foram convocados os "fiscais do Sarney". Os fiscais do Sarney (os próprios clientes) basicamente denunciavam os aumentos "abusivos" de preços e a Sunab (Superintendência Nacional do Abastecimento) se encarregava de multar e fechar a lojas e ainda chamar a polícia para prender os funcionários e os gerentes.
O Brasil da Era Sarney em pouco diferia da Venezuela de Chávez e Maduro, apesar de a Venezuela enfrentar uma ditadura por muito mais tempo.
Outra forma de gerar uma crise é pela expansão de crédito para populares. Mises observou que, com o surgimento dos bancos, surgia a expansão do crédito sem um equivalente aumento da poupança, pois os bancos podem simplesmente criar dinheiro do nada.
Mises afirmou que o "pai da expansão de crédito foi o banqueiro e não a autoridade pública", e continuou:
Hoje, entretanto, a expansão de crédito é exclusivamente uma prática governamental. A participação dos bancos e banqueiros privados na emissão de meios fiduciários [o dinheiro criado pelos bancos] é subalterna e limitada a aspectos técnicos. São os governos que comandam o funcionamento da atividade bancária; são eles que determinam as circunstâncias de todas as operações creditícias.
Enquanto os bancos privados, no mercado não obstruído, têm a sua capacidade de expandir o crédito estritamente limitada, os governos procuram expandir ao máximo o volume de créditos injetados na economia. A expansão do crédito é a principal ferramenta do governo na sua luta contra a economia de mercado. É a varinha de condão que trará a abundância de bens de capital, que diminuirá a taxa de juros ou a abolirá de uma vez por todas, que financiará o desperdício dos gastos públicos, que expropriará os capitalistas, que conseguirá promover o boom permanente e tornar prósperas todas as pessoas.
A Grande Depressão surgiu com a expansão de crédito mais diversas outras medidas inflacionárias, e se agravou ainda mais com diversos programas intervencionistas que dificultaram a abertura de empresas e criação de empregos, o que, por consequência, provocou o fechamento de diversas empresas e demissões em massa.
Intelectuais e o controle das massas
quartetodepatetas.jpg
Da esquerda para direita em sentido horário: Marilena Chauí, Juca Kfouri, Emir Sader e Leonardo Sakamoto. Exemplos de intelectuais a serviço de defender o estado
Agora, vamos a uma outra questão: como convencer a multidão de incautos e desavisados?
Vamos pensar em um ambiente em que esse povo tenha de necessariamente ler e absorver informações. O estado não quer que as pessoas absorvam os valores da família e de escolas independentes, não credenciadas pelos burocratas MEC. Logo, a primeira coisa que ele fará é obrigar os pais a colocarem os seus filhos crianças na escola (credenciada pelo MEC) e proibi-las de trabalhar.
A segunda fase é escolher o material que será estudado.
Obviamente não haverá tanta doutrinação na matemática e nas ciências naturais e exatas, mas haverá muita nos estudos sociais e história. Os autores escolhidos serão os que mais defendem o estado. Geralmente serão os que possuem forte influência de Marx e seus influenciados (Lukács, Adorno, Marcuse, Gramsci etc) e mais os iluministas franceses (principalmente Montesquieu, Rousseau, Robespierre, etc) e influenciados (Deleuze e Foucault).
A doutrinação nas instituições de ensino está formada, mas não é o suficiente. É necessário espalhar na mídia: televisão, jornais, revistas, rádio, internet etc.
Em ditaduras declaradas, como na China de Mao, estatizar todos os veículos de comunicação foi o suficiente, assim como na Coreia do Norte. No entanto, na América Latina, como há uma democracia, a liberdade de faz-de-conta é necessária. É necessário formar pessoas que formam opiniões. Consequentemente, o estado contrata os intelectuais.
O papel do estado é esse: formar intelectuais para disseminar opiniões favoráveis a ele mesmo. Provar que a melhor solução para um problema que jamais existiria sem o estado é o próprio estado. Rothbard explica:
É evidente que o estado precisa de intelectuais; mas não é algo tão evidente por que os intelectuais precisam do estado. Posto de forma simples, podemos afirmar que o sustento do intelectual no livre mercado nunca é algo garantido, pois o intelectual tem de depender dos valores e das escolhas das massas dos seus concidadãos, e é uma característica indelével das massas o fato de serem geralmente desinteressadas de assuntos intelectuais.
O estado, por outro lado, está disposto a oferecer aos intelectuais um nicho seguro e permanente no seio do aparato estatal; e, consequentemente, um rendimento certo e um arsenal de prestígios. E os intelectuais serão generosamente recompensados pela importante função que executam para os governantes do estado, grupo ao qual eles agora pertencem.
A partir daí, o pensamento favorável ao estado começa a ser cada vez mais consolidado. O estado patrocina esses intelectuais para que eles o defendam mesmo que seja da maneira mais refutável e ridícula possível.
Esses intelectuais fazem verdadeiras apologias ao crime, defendendo aumento de impostos, censura (para defender a "regulação da mídia" usarão de diversos tipos de preconceito, "discurso de ódio", "terrorismo eleitoral" etc.), violações de propriedade (expropriação, movimentos terroristas como o Movimento dos "Trabalhadores" Sem-Terra, etc.) e até mesmo que a população seja proibida de garantir a própria segurança (desarmamento civil).
Eles não hesitarão em mentir também, dizendo que as crises são solucionadas pelo estado e que apenas ele pode prover certos bens como hospitais, escolas e serviço judiciário.
A falsa oposição
jairemarco.jpg
Jair Bolsonaro e Marco Feliciano: juntos eles criaram mais esquerdistas do que todos os militantes do PT juntos.
Quando se estabelece o controle estatal sobre a mídia — que pode ser na base da força bruta como na Venezuela ou em forma de agrado, como são as concessões no Brasil —, o estado passa a criar um falsa oposição. Intelectuais que podem até atacar o governo da situação, mas sempre de maneira caricata. E, que o ataque seja mais agressivo, ele ainda assim defenderá uma forma de estado, e nunca muito diferente do governo da situação.
Criar uma oposição para fortalecer a situação não é uma ideia nova. O estado sempre consegue se fortalecer mesmo que seja criando uma falsa oposição. Sempre surgirão pequenas aberrações que acabam justificando, por parte do governo da situação, um meio de se fortalecer na opinião pública.
No caso de um governo de esquerda, como acontece no Brasil, podemos citar os defensores do Regime Militar, que acabam servindo de propaganda negativa, já que são claros defensores de uma suposta ditadura "de direita", que de direita não tinha absolutamente nada.
Em um simples parágrafo Mises explicou bem:
Um movimento 'anti-qualquer-coisa' demonstra uma atitude puramente negativa. Não tem a menor chance de sucesso. Suas críticas acerbas virtualmente promovem o programa que atacam. As pessoas devem lutar por algo que desejam realizar e não simplesmente evitar um mal, por pior que seja.
O papel dos libertários militantes
rothbard.jpg
Murray N. Rothbard, exemplo de libertário militante.
O libertário é aquele que é partidário da liberdade, ou seja, defensor do direito natural à propriedade privada e, consequentemente, aquele que condena a sua violação. Porém, são poucos os que participam de militâncias. Ao contrário dos militantes de esquerda ou direita, os libertários não recorrem a agressões e vandalismo. A preferência sempre será pela militância acadêmica, com artigos, palestras, publicações de livros e financiamentos de projetos que podem ajudar a fugir da agressão estatal.
Podemos dizer que o libertário militante utiliza um meio parecido com aquele que o estado usa, mas com diferenças cruciais.
A primeira é que ele não usa recursos obtidos por meios criminosos. Ao passo que o estado sempre financia os seus intelectuais com dinheiro roubado devido à sua incapacidade de gerar riquezas, os libertários se financiam com o suor do próprio rosto.
Outra diferença é que o libertário tem a realidade a seu favor. Apontar falhas do estado é facílimo, já os intelectuais do estado precisam inventar estatísticas mirabolantes, fazer malabarismo argumentativo ou simplesmente inventar uma mentira que servirá de desculpa. No entanto, contra o libertário há o poderoso arsenal de marketing do estado. E esse é muito forte.
Ainda assim, mesmo com o poderoso marketing estatal — que conta com recursos virtualmente infinitos — jogando contra, o libertarianismo tem crescido muito. A própria propaganda negativa por parte da massa de manobra (os famosos idiotas úteis) tem ajudado.
O problema é que o financiamento de atividades não ligadas à propaganda negativa ainda faz gerar muitos estatistas. Mas é visível que, quando a crise de um governo se torna insustentável, os próprios libertários militantes têm se apressado em apontar as grotescas falhas que geraram tais crises. Ainda existem os extremo-esquerdistas que acreditam que a solução é o governo controlar tudo, mas as fracassadas experiências de governos comunistas denunciam a sua ignorância.
Está cada vez mais evidente para os incautos que a liberdade é a solução e que apenas uma sociedade livre, sem o governo atrapalhando e com total respeito à propriedade, é que gera a prosperidade e a paz. Não basta a liberdade ser um fim. A sua defesa deve ser o meio.
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
A utopia política é o ópio dos intelectuais
por Bruno Garschagen, domingo, 22 de março de 2015
fxcbgx.JPGA ideia moderna do intelectual engajado e fazendo parte de um grupo especificamente identificado nasceu na França na época do Caso Dreyfus. Sem compor a estrutura de poder de sua sociedade, ele emitia suas opiniões supostamente em nome dos mais elevados princípios éticos e intelectuais, e não de acordo com as verdades oficiais, nos conta Eric Cahm em seu livro The Dreyfus Affair in French Society and Politics.
Durante o século XIX, os intelectuais começaram a entrar e a integrar as instituições que compunham a estrutura de poder exercendo as funções de especialistas e professores. E foi uma parcela desses intelectuais que alimentou e difundiu diversos tipos de utopias apresentadas de forma estruturada, desestruturada ou simplesmente delirantes.
A utopia não é uma exclusividade dos intelectuais, mas o pensamento político utópico e a sua tentativa de realização histórica são uma espécie de monopólio natural de uma numerosa e influente parcela desse grupo.
Suas ideias políticas utópicas estruturam desde a concepção do poder centralizado até a formulação das decisões e ações necessárias para submeter os membros da sociedade onde se pretende desenvolver um projeto de engenharia social com o objetivo de redimir ou aperfeiçoar a condição humana segundo uma política de perfeição e rumo a um futuro radiante e livre dos sofrimentos, restrições e carências do presente e do passado.
Talvez o exemplo histórico mais grandioso da tentativa de implementação de uma utopia política baseada numa política de perfeição tenha sido o período do Terror levado a cabo pelos Jacobinos durante a Revolução Francesa. O estado foi estruturado de forma a permitir que uma determinada concepção de poder centralizado se desenvolvesse e se deslocasse de forma permanente para manter a revolução em progresso e impedisse as eventuais reações.
Um poder móvel é sempre mais difícil de se combater do que um poder estático, cuja manutenção e equilíbrio acabam por ser seu calcanhar de Aquiles.
A utopia jacobina engoliu seus próceres porque é próprio do sistema se retroalimentar mediante a violação ou eliminação sistemática também de seus agentes. E é interessante notar, obviamente com a devida distância histórica e com o cotejo analítico dos diversos relatos e estudos realizados, a grandiosa ingenuidade dos utópicos ao ambicionar ter sob controle, desde o início, toda a complexa cadeia não-linear de eventos suscitados pelas profundas mudanças morais, sociais, políticas, econômicas impingidas.
Os raros líderes utópicos que não foram tragados pela praxis do movimento deram sorte ou rapidamente perceberam como se movimentar nas entranhas da besta que ajudaram a criar.
A ingenuidade de Robespierre, um intelectual e homem de ação, podia ser dimensionada pela sua ambição desmedida. De advogado pacifista, passando por revolucionário inflamado até se auto coroar líder do Ser Supremo, Robespierre perdeu o controle bem antes de perder a cabeça sob uma lâmina afiada.
Por mais que se apresentem apenas como homens de ideias, e assim expõem um insolúvel oximoro, uma parcela numerosa de intelectuais políticos e econômicos constroem mundos utópicos na expectativa de vê-los instituídos e repete a utopia de Robespierre, mesmo que desconheçam, ignorem ou rejeitem a herança parente.
O sofrimento, os males, as violências que integram a sua política de perfeição não são consequências não-intencionais de ideias virtuosas, mas a estrutura interna de um método de ação embalado por uma teoria que muitas vezes é apresentada como uma simpática solução para problemas sérios e reais. Solucionar tais problemas não é a finalidade para esses intelectuais, de esquerda ou não, que buscam a implementação da utopia para substituir os antigos pelos novos problemas, nunca admitidos como tais.
Há, de fato, uma operação para deslocar completamente o bom senso e o senso comum, para soterrar a tradição em nome de uma novidade progressista que conduzirá a humanidade a um excêntrico paraíso terreno. É flagrante a definição de um infame sistema de castas baseado na superioridade moral autoatribuída. O novo sistema utópico progressista é criado para operar sob o comando de uma elite superior composta por eles.
A tão propalada ideia de igualdade é completamente fraudulenta porque estabelece, desde já, dois níveis distintos de seres humanos, um superior e outro inferior. Este deve reconhecer sua inferioridade e transferir, como queria Rousseau, sua vontade individual para a vontade coletiva, um estratagema para diluir o poder e os direitos do indivíduo de forma a redimensionar hiperbolicamente o poder centralizado da elite integrada por aqueles intelectuais.
Os filhos de Rosseau também são netos de Robespierre; e a utopia política, o ópio dos intelectuais.
O ópio dos intelectuais
O termo "o ópio dos intelectuais" evoca dois outros: a primeira, de autoria de Raymond Aron, de que o ópio dos intelectuais era o marxismo[1]; a segunda, escrita por Karl Marx, dizia que a religião era o ópio dos intelectuais.[2]
Antes, porém, é necessário fazer um enquadramento teórico. Os estudiosos do fenômeno não chegaram a um consenso para estabelecer um conceito definitivo para a utopia. As definições utilizadas dependiam dos objetivos específicos de cada estudo. Eles concordavam, porém, que qualquer conceito deveria conter pelo menos um destes três elementos: forma, conteúdo e função. A posição que considero mais adequada à interpretação da utopia política, que classifico como revolucionária, é a de Ruth Levitas, para quem a melhor definição deveria ser capaz de incorporar forma, conteúdo e função.[3]
Há uma diferença entre utopia política revolucionária e utopia literária: o fato de que a versão revolucionária da utopia política não apenas descreve e prescreve uma sociedade ideal e perfeita, mas tem um projeto de poder para realizá-la e empreende todos os esforços nesse sentido.
Uma utopia literária não pretende nada além de ser uma descrição detalhada de uma sociedade ou de um mundo idealizado, e a sua forma e função praticamente definem um fim em si mesmos. Romances utópicos podem ser usados por utópicos revolucionários como base para suas ambições, mas não foram realizados, muito embora possam ter sido idealizados, com tal finalidade.
Uma utopia política revolucionária, por outro lado, elabora essa prescrição descritiva, que pode ser explicitamente detalhada ou estrategicamente pulverizada ou diluída de forma a esconder seus reais objetivos, como um plano de instituição de um tipo de regime controlado por uma determinada elite que se apresenta como a única habilitada a empreender aquele projeto de perfeição e a conduzir a sociedade rumo a um futuro ideal.
O filósofo húngaro Aurel Kolnai afirmou que a utopia era não apenas o perfeccionismo, mas, concomitantemente, a impostura do ideal de perfeição. Segundo Kolnai, o mundo utópico constituía, na verdade, um campo simplificado de perfeição no qual a sociedade era um organismo harmônico e os indivíduos eram classificados segundo uma hierarquia cientificamente organizada.[4]
Karl Marx, por exemplo, tentava esconder o caráter utópico de seu pensamento político sob um verniz científico (o cientificismo versus o utopismo de Marx é discussão para outro artigo).
Intelectuais à esquerda e à direita manifestaram suas utopias políticas ao longo da história de forma mais ou menos articulada e esquemática. Os bem-sucedidos foram justamente aqueles que, unidos a algum movimento ou grupo, conseguiram que suas ideias fossem usadas como programas de um projeto de poder.
Muitos desses intelectuais utópicos sabiam exatamente quais seriam as consequências intencionais de suas ideias e assumiam plenamente a responsabilidade pelas consequências não-intencionais. Alguns poucos, mesmo que professassem algum tipo de boa-fé, preferiam ignorar os resultados daquilo que projetavam para toda uma sociedade em nome de um suposto bem comum, que desconsiderava os modos de vida e os indivíduos que a compunham.
Ambos combinavam um sentido de superioridade moral com o monopólio da virtude. Estavam tão inebriados com a própria bondade e excitados com o sentimento de missão a ser cumprida que fariam qualquer coisa para realizar o projeto de perfeição.
O projeto de perfeição
Tal projeto de perfeição política é alicerçado numa utopia revolucionária que sustenta um projeto de construção futura de uma sociedade ideal e perfeita. Os utópicos consideram legítimo, sob as perspectivas política e moral, utilizar todos os meios e recursos necessários, incluindo a violência, para realizar este projeto. Só assim, acreditam, será possível atingir a plenitude da felicidade, do bem-estar, do progresso, da satisfação dos desejos, e o fim de todos os sofrimentos e necessidades insatisfeitas, ou seja, um estado ideal de perfeição.
A crença de que a política é o instrumento mais adequado para perseguir o estágio ideal de perfeição, e assim com poder para redimir a natureza humana de suas falhas que inviabilizariam o projeto, parte da hipótese utópica segundo a qual todas as questões genuínas (como a busca pela sociedade perfeita do futuro) têm apenas uma resposta correta.
Isaiah Berlin observou que o argumento utópico se desenvolvia no sentido de que a inexistência de uma única resposta correta significaria que todas as questões apresentadas não eram genuínas. De forma complementar, era fundamental que todos os fundamentos da resposta correta fossem verdadeiros porque todas as outras respostas possíveis se baseavam numa falsidade.[5]
Essa estrutura de pensamento permite converter a utopia política em um modelo teórico ficticiamente perfeito que não admite contestação porque qualquer crítica aos seus fundamentos é refutada com a acusação de que o crítico não formulou uma questão genuína e, por isso, não alcançaria a única resposta correta existente.
A defesa da ideia não se dá mediante a força intrínseca dos seus fundamentos, mas por uma forma peculiar de reacionarismo, que tenta destruir seus críticos mediante a desqualificação sistemática dos argumentos contrários, não pelo que apresentam, mas sim pelo que não expõem, em resumo, pela acusação da inexistência de uma questão genuína.
A ideia do tempo na utopia política é bastante peculiar e importante. Quando menciono que o projeto de perfeição é um projeto de futuro é porque a promessa faz parte da estrutura retórica e da necessidade de manter o objetivo final em progresso, e não efetivamente sendo realizado, mesmo que gradualmente. Ao ver a si mesma como a realização da perfeição, a utopia política funciona como se sua existência como ideia prescindisse de uma realização material que efetivamente trouxesse a felicidade aos indivíduos.
Realizar o projeto extinguiria a utopia e, por sua vez, aboliria aquele tipo de poder extremamente concentrado da elite política revolucionária. Ou seja, realizar a utopia significaria o seu próprio fim e, por consequência, o fim dos seus artífices. E não podemos esperar que os agentes da utopia atuem de forma consciente para extinguir aquilo que lhes garante e preserva a existência.
A permanência no tempo da promessa utópica permite que o poder central tenha controle sobre os acontecimentos, direcionando-os, e, principalmente, se mantenha no comando de todos os procedimentos e processos desse work in progress.
Em sua tese de doutorado sobre a política de perfeição, na qual estuda Isaiah Berlin e Edmund Burke, o professor e colunista da Folha de S. Paulo, João Pereira Coutinho, enquadra a utopia como uma realidade estática que prescinde do futuro porque "ela própria, na sua intocável perfeição, concilia o passado, o presente e o futuro. A utopia não deseja o melhor possível porque ela própria é, desde logo, o melhor e o possível".[6]
Esse tipo de mentalidade se retroalimenta na sua não-realização, o que estabelece, finalmente, um paradoxo extremo: a retórica política utópica é fundamentada na transformação prática e efetiva do mundo de forma a maximizar e distribuir os benefícios e privilégios a cada um dos indivíduos, mas a sua realização, porém, converteria a utopia em qualquer outra coisa que não ela própria, o que faria ruir os fundamentos estruturais intelectuais e expor aquilo o que originariamente é: um poderoso instrumento de ilusão, fraude e falsificação.
[1] Raymond Aron. "O Ópio dos Intelectuais". Brasília: Editora da UnB, 1980.
[2] Karl Marx. Introduction in "A Contribution to the Critique of Hegel's Philosophy of Right". Publicado no jornal Deutsch-Französische Jahrbücher em 7 de fevereiro de 1844.
[3] Ruth Levitas. "The Concept of Utopia", 179.
[4] Aurel Kolnai. "Privilege and Liberty and Other Essays in Political Philosophy", 124.
[5] Isaiah Berlin, "The Decline of Utopian Ideas in the West", in The Crooked Timber of Humanity, 24.
[6] João Pereira Coutinho, "Política e Perfeição: Um Estudo sobre o Pluralismo de Edmund Burke e Isaiah Berlin", (Tese de Doutoramento, Universidade Católica Portuguesa, 2008), 272.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2057
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif