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Você conhece a Coleção Zug?


oje vamos sentar e conversar sobre pequenos livros com grandes histórias. Estou falando da coleção Zug publicada pela Balão Editorial.

Antes de mais nada, vamos explicar o que é Zug, que vem do termo Zugzwang; no xadrez, se refere a uma situação onde um jogador é obrigado a fazer a jogada que piora a sua situação. A expressão vem do alemão, zug (jogada) e zwang(força). A maioria das posições de zugzwang ocorrem nas finais. Em uma posição de zugzwang, cada peça está em sua melhor posição, e a obrigação de jogar torna a situação pior.

Resumindo, você está ferrado, mas precisa jogar e irá se ferrar mais ainda. A vida de modo geral é assim, não é mesmo? Talvez seja por isso que gosto tanto dessas histórias, por viver numa linha tênue entre a vida tranquila e a vida complicada, que a cada passo mal dado posso piorar minha situação.

A coleção Zug apresenta histórias sobre a tristeza da derrota e a maneira de cada um superá-la;


Todo Mundo é Feliz

Autor: Mateus Acioli

Mateus Acioli nos convida a refletir sobre o que nos faz feliz utilizando personagens exóticos com gostos nada comuns, mas reais. Acompanhamos ursos, trapezistas, luchadores, soldados, músicos, pássaros e outros personagens, capturados em detalhe, mostrando o que os tornam felizes.

Ser feliz é tão difícil não é mesmo? Amar é fácil, o amor é um sentimento ilusionista; mas a tal da felicidade não dá para se enganar. No amor há dúvidas, na felicidade não. É ser feliz ou não.

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Como Na Quinta Série

Autor: Dw Ribatski

O que acontece quando um policial da temida F.O.D.A – Força Especial das Rodovias, encontra um estranho jovem que reage de maneira pouco convencional à abordagem?

Dw Ribatski trata numa curta história a força policial que abusa da autoridade (qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência), o bullying e suas manifestações e ramificações, além da necessidade que algumas pessoas tem em se provar para a sociedade ou para alguém, mesmo que seja contra suas convicções. Tendo o passado como um fantasma assombrando seu presente.

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Mary

Autor: Magno Costa

Uma vila, uma mulher misteriosa e acontecimentos que fogem ao controle da razão.

Magno Costa apresenta através de uma incrível narrativa gráfica uma curta história sobre o quanto um vilarejo pode sofrer por suas crendices religiosas. Apenas com o uso das imagens, sem palavra alguma, Magno nos prende a atenção do começo ao fim e nos assusta com as consequências dos atos daquelas pessoas.

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Pobre Marinheiro

Autor: Sammy Harkham

Um jovem vive uma vida tranquila com sua esposa no interior quando seu irmão mais velho surge e o convida para uma expedição no mar.

O americano Sammy Harkham, se inspira livremente no conto No Mar de Guy de Maupassant, para criar uma história sensível, sutil, silenciosa e de momentos únicos, mostrando de forma tão linda e dolorosa que a vida é feita de escolhas. E navegar por águas desconhecidas pode nos trazer surpresas nem sempre agradáveis, mas dolorosas.

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O.

Autores: Alexandre Teles (texto) e João Riveros (arte)

Quem é O.? Um desesperançado que acredita em um final feliz? Uma pessoa comum em meio de lama preta, junto com aqueles que não conseguiram fugir? O que é O.?

Um artigo indefinido pelo texto político-poético de João Riveros numa arte matadora e experimentalista de Alexandre Teles, que fará você ler, reler, se perguntar o que aconteceu depois e ainda pensar sobre. De todas as histórias da coleção, talvez esta seja a mais difícil (?) e interpretativa de todas. Um exercício de metalinguagem dos autores que exige dedicação e atenção do leitor.

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Por enquanto essas são as edições lançadas da coleção Zug e, como podem ver, são histórias curtas, mas que tem muito a dizer, seja o que torna nos feliz, o resultado de um tapa na cara, a crença de um povo, o marinheiro que não sabia nadar e um artigo indefinido procurando se conhecer.

Histórias onde o final nunca é agradável, que ao terminar a leitura nos faz olhar para aquele ponto específico do nada e pensar sobre o que acabamos de ler, não por deixamos de prestar atenção, mas por não querermos acreditar que a história acabou ali. Ou daquela triste forma.

A Coleção Zug é a prova de que histórias e artistas não devem ser prender em formatos e limites, que devem ultrapassar o tamanho físico de sua publicação. Por isso que lá no começo do texto eu disse; pequenos livros com grandes histórias. E para esse artigo fica mais especial, conversei um pouco com o editor-sócio da Balão Editoral; Guilherme Kroll, sobre a Coleção Zug e o que vem por aí.



- Como surgiu a ideia de uma coleção de história inspirada no conceito Zugzwang?

Tínhamos dois títulos para lançar, Pobre Marinheiro e Todo Mundo é Feliz, ambos no mesmo formato (13 x 13 cm) e com uma temática parecida, que envolvia sentimentos intensos, como tristeza, a felicidade e a derrota. Surgiu então a ideia de criar uma coleção nesse formato, com 13 títulos, e com uma temática semelhante. Por dias nos debruçamos sobre a ideia da coleção sem conseguir pensar em um título legal, até que a Gabriela Kato (nossa amiga e uma das editoras da Panini Mangá) nos sugeriu que dessemos o título de Xadrez para a coleção, por ser quadrada e ter planejado 13 volumes (que pegaria as 12 peças do xadrez, mas uma extra para o jogador). Perfeito, mas ainda não passava a ideia da questão sentimental, da tristeza que queríamos que permeasse todas as histórias, então pesquisei termos do xadrez e cheguei ao Zugzwang, ou Zug, que é esse conceito interessante de que não importa o que você faça, estará sempre se colocando em uma posição pior, mais derrotado. A partir daí, tivemos a oportunidade de trabalhar com outras grandes autores que abraçaram e engrandeceram a coleção. E ainda temos mais sete títulos a serem lançados.

- O xadrez é composto por 32 peças, 16 de cada lado. A proposta é que a coleção tenha 32 títulos? Seria bacana montar um tabuleiro com os livros nos lugares da peça.

Não, serão só 13 títulos, um para cada peça: peão branco, peão preto, bispo branco, bispo preto, cavalo branco, cavalo preto, torre branca, torre preta, rainha branca, rainha preta, rei branco e rei preto, e um título final, para o jogador. Pensamos nessa possibilidade de 32 títulos, mas ficaria muito repetitivo, especialmente a parte dos peões.

- Como é feito a escolha e/ou o convite para o artista produzir uma história para a coleção?

Varia muito, em alguns casos nós fomos atrás de algum autor que achávamos que combinava com a coleção, em outros, encontramos histórias que se enquadrariam perfeitamente.

- Guilherme, poderia contar alguma novidade da coleção ou da Balão Editorial?

Esse ano pretendemos lançar pelo menos mais um título, do Marcelo Costa, que tem o título provisório de Post Mortem. Outros grandes autores estão apalavrados conosco, mas prefiro confirmar quando estivermos mais certos. E posso lhe garantir que quando acabar a coleção Zug vamos começar uma nova só com histórias de amor, para variar um pouco.



E se você gostou, pode acessar o site da Balão e comprar direto com eles: www.balaoeditorial.com.br

http://contraversao.com/voce-conhece-a-colecao-zug/
“Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
― Winston Churchill

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