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Update Rápido sobre a História israelita

1) Está cada vez mais difícil defender que o povo de Israel surgiu quando um grande grupo de ex-escravos deixou o Egito e invadiu militarmente a Palestina. Os dados arqueológicos apontam fortemente para uma origem de Israel dentro do território palestino, de forma pacífica e gradual. Ou seja, na prática, os primeiros israelitas não passavam de um subgrupo dos cananeus, habitantes originais da terra de Canaã (a Palestina);

2) Também faz cada vez menos sentido imaginar que as tribos israelitas inicialmente formaram um grande Estado monárquico, governando por David e seu filho Salomão, que depois teria se fragmentado em dois reinos rivais (Israel, no norte, e Judá, no sul). A questão é que a capital do sul, Jerusalém, que também teria sido a capital da monarquia unida israelita, durante séculos parece ter sido pouco mais que um vilarejo. Além disso, a região de Judá, em termos de população e riqueza, nunca se comparou ao que havia no norte. O mais provável, portanto, é que os dois reinos tenham surgido separadamente e se mantido como entidades políticas separadas até seu desaparecimento, quando foram conquistados pelos assírios e pelos babilônios, respectivamente.

3) O monoteísmo israelita — ou seja, a crença num Deus único — é um fenômeno relativamente tardio. Por conta de sua origem cananeia, o povo de Israel, em sua maioria, não via problemas em conciliar a adoração a Iahweh (Javé ou “o Senhor”) com a crença em outros deuses, como Baal. Foi a partir do século 8º a.C., com a atuação dos profetas, que a adoração exclusiva a Iahweh começou a ganhar ímpeto, e o monoteísmo propriamente dito só se consolida de vez no fim do século 6º a.C., após o exílio da elite de Judá na Babilônia.

FONTE:
cultural-de-israel1-310x482.jpg

Abraços,

Comentários

  • 7 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    O deus de Israel era El, um deus distante que se comunicava com a humanidade através dos Baals.

    O deus de Judá era Javé, o deus da guerra cananeu (o "Senhor dos Exércitos"), um deus próximo que falava diretamente a seu povo.

    Dá para ver esta diferença nos dois relatos da criação do Gênesis.

    Quando Israel foi invadida pelos assírios, muitos migraram para Judá e os dois deuses se misturaram, com a predominância de Javé, o deus mais agressivo.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Os judeus passaram de politeístas para monólatras (acreditavam em vários deuses, mas só adoravam a um). Mais tarde, sob a influência dos persas depois do exílio na Babilônia, tornaram-se monoteístas e a seita dos fariseus aceitou o conceito de céu e inferno, enquanto que os saduceus mantiveram a crença no "morreu, acabou" (como se vê nos Atos dos Apóstolos).
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited maio 2015 Vote Up0Vote Down
    Não há nenhuma indicação arqueológica de que os judeus tenham algum dia sido poderosos.
    O próprio Museu da Bíblia, em Israel, tem pouquíssimos artefatos de origem judaica. A maioria é das grandes civilizações da região.
    A Bíblia mostra que viveram a maior parte do tempo como escravos ou súditos de outros povos, adotando sua língua e seus deuses.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    O que dá prá concluir das evidências arqueológicas é que Israel, como nação, não se destacava em nada em relação aos seus vizinhos que fizeram umas coisinhas legais, como inventar a agricultura.

    Por que então os judeus deixaram sua marca na Civilização do Ocidente de modo mais profundo que egípcios ou mesopotâmios, comparados aos quais Israel era, quando muito, uma civilização café-com-leite?

    A única resposta que me ocorre é que os judeus desenvolveram uma forma superior de literatura, capaz de traduzir de modo universalmente compreensível seus sentimentos espirituais.

    Alguém aqui já ouviu falar de algum escrito egípcio que revelasse como uma faraó se sentiu intimamente em algum momento particular de sua vida?
    Já os sentimentos de Davi foram registrados de modo tão claro e profundo que é como se pudéssemos ler a alma dele milênios depois. Pouco importa se Davi existiu ou não e se toda aquela coisa de "do Nilo ao Eufrates" era balela. Os hebreus da época podiam não ser grande coisa em ciência e tecnologia (os da época...), mas criaram um estilo de linguagem que permitia codificar percepções até então somente transmissíveis por ritualização.

    Espero que ninguém reproduza os ritos aztecas de sacrifício humano para entender como eram seus sentimentos religiosos, mas os sentimentos religiosos dos judeus são, literalmente, um livro aberto.

    O poder agregador deste sentimento religioso codificado e transmissível de geração a geração parece ter sido tão poderoso que inventou sua própria História e seu próprio passado.
    Visto assim, não foi Israel que escreveu o Velho Testamento, mas o Velho Testamento que escreveu Israel.

    Tudo seria simples se a Israel recriada pelo estilo narrativo que criou fosse sempre o bom da boca, o fodão que tem o maior bilau e coisas do tipo, como é em várias passagens.
    Só que em outras tantas passagens eles tão sempre se fodendo, o que dá complexidade à coisa toda.



    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited maio 2015 Vote Up0Vote Down
    David Plotz, em "Good Book", sugere que o Pentateuco seja o produto da incorporação de centenas ou milhares de historinhas isoladas a uma só narrativa mais ou menos coerente, com começo, meio e fim, à medida em que o mito da criação dos judeus era transmitido oralmente de geração em geração. Neste processo, as historinhas ganharam significados que antes não tinham.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Acauan disse: Tudo seria simples se a Israel recriada pelo estilo narrativo que criou fosse sempre o bom da boca, o fodão que tem o maior bilau e coisas do tipo, como é em várias passagens.
    Só que em outras tantas passagens eles tão sempre se fodendo, o que dá complexidade à coisa toda.

    - Mas, como você bem colocou, tudo fica bem amarrado, quando eles estão na boa, é porque estão nas graças do Senhor, cumprindo direitinho as regras, quando estão se fodendo é porque fizeram cagada, normalmente essa cagada é idolatria a outros deuses.

    Abraços,
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Imagino que povos insignificantes e escravizados tenham essa tendência a se imaginar os eleitos de um deus poderoso que um dia vai torná-los os Donos do Mundo, com todas as nações a seus pés.
    Faz parte desta fantasia inventar um passado glorioso que se perdeu e atribuir a atual decadência a um castigo pelos pecados cometidos.
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