Dois professores estaduais de Minas Gerais entraram em greve de fome para protestar por melhores salários Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
Ney Rubens Direto de Belo Horizonte
Dois professores da rede estadual de educação protestam desde o final da tarde de segunda-feira em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. Os educadores Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo afirmaram que estão em greve de fome por tempo indeterminado e só pretendem sair do local quando as negociações salariais entre o governo e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute) forem retomadas.
"O nosso propósito é que o governo se sensibilize e abra negociação com o sindicato, porque o que ele está oferecendo não atende a categoria, e também em solidariedade aos companheiros que estão desde o dia 8 em greve. Alguns estão até sem alimento em casa. Nós vamos ficar até o dia que o governo fizer abertura (das negociações), ou que a greve chegue ao fim", disse Marilda, que é diretora do Sind-Ute e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Em greve há 105 dias, os professores realizaram na tarde desta terça-feira mais uma assembleia em Belo Horizonte e decidiram pela manutenção da greve no Estado. A medida desafia decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que estabeleceu o retorno imediato dos professores para as salas de aula sob pena de multas que variam de R$ 20 mil a R$ 50 mil por dia não trabalhado. Uma nova assembleia foi marcada para a próxima terça-feira.
A assembleia da categoria ocorreu depois da reunião com o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), líder do governo na ALMG. Segundo o sindicato, "o parlamentar apenas reforçou a posição do governo e não houve avanço nas negociações". De acordo com o Sind-Ute, a instrução é para que a greve continue até que seja cumprido pelo governo mineiro o piso salarial nacional de R$1.187, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, a Secretaria de Educação apresentou instruções para que as escolas afetadas pela paralisação dos professores organizem os seus calendários para cumprir os 200 dias letivos obrigatórios. De acordo com a secretaria, serão utilizados todos os sábados a partir do próximo dia 24 e também os meses de janeiro e fevereiro de 2012.
"A maioria das escolas que aderiu à greve não ficou o tempo todo parada, portanto a tendência é que as escolas façam calendários diferentes, com datas distintas para o fim do ano letivo de 2011", disse a secretaria em nota.
"In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
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