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Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão, Peru e Colômbia estão numa lista de 80 países que pretendem assinar, até a próxima sexta-feira (24), um acordo de tecnologia da informação (ITA) na Organização Mundial do Comércio (OMC) para eliminar tarifas sobre eletrônicos, o que deverá reduzir os preços de produtos como videogames, semicondutores, GPS e alto-falantes. O Brasil, no entanto, está de fora.
Não é difícil entender a posição brasileira. O governo oferece incentivos fiscais para empresas que produzem no Brasil (ou desincentivos para quem importa, dependendo da sua interpretação) como uma forma de preservar empregos e manter a indústria nacional funcionando. Smartphones que são montados no Brasil e seguem certas recomendações, por exemplo, ficam livres dos 11,75% do PIS/Cofins.
Mesmo com o protecionismo do governo, ainda não conseguimos competir com o baixo custo dos chineses. Boa parte da indústria brasileira se resume a embaladoras de produtos ou parafusadoras de peças — os componentes internos costumam ser importados, o que nos torna bastante vulneráveis a variações cambiais. Por isso, mesmo os produtos “fabricados” no Brasil ficaram mais caros nos últimos meses.
A declaração do presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, à Folha de S.Paulo, reforça isso: “Nunca quisemos participar do ITA. Se isso acontecesse, praticamente não teríamos mais indústria eletroeletrônica no país“.
O acordo englobará cerca de 200 produtos e deverá ser assinado até o final desta semana, segundo o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, que, bem, é brasileiro. Os 80 países participantes representam 97% do comércio mundial de produtos de tecnologia da informação. A expectativa da Associação da Indústria de Semicondutores é que o acordo eleve o PIB global em US$ 190 bilhões por ano.
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