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Comentários
Fala-se muita bobagem sobre a Idade Média porque durante a Revolução Francesa e após a época foi mostrada como símbolo do obscurantismo monárquico e religioso para realçar o que seriam as luzes da república devotada à razão.
Nem a Revolução tava com esta bola toda, como se vê quando Robespierre se fantasia de deus do alguma coisa num carnaval que convocou prá homenagear ele mesmo, quanto a Idade Média não foi tão ruim como pintam, mesmo tendo sido ruim prá cacete, com a Peste Negra e outros flagelos cuja veracidade histórica não está em discussão.
Outra invenção muito repetida é a de que os árabes muçulmanos estavam muito a frente dos europeus em ciência e tecnologia ao longo da Idade Média. Tavam nada. Eram de fato melhores em algumas coisas e mais atrasados em outras. No geral se os europeus aprenderam algo com os árabes a recíproca é verdadeira.
É muito interessante quando Woods conta inteira uma história sempre contada pela metade, de que Galileo quase virou churrasco porque a Igreja não admitia a ideia de que a Terra era redonda e girava em torno do Sol.
Na verdade Galileo teve ampla liberdade para defender suas teses e só perdeu no fim porque não teve resposta científica adequada a uma questão astronômica que na época era uma contestação objetiva ao heliocentrismo que é a paralaxe estelar. Se a Terra girava, as estrelas fixas no Céu não deveriam ser assim. Galileo poderia ter imaginado que as estrelas de fato não eram fixas, mas as grandes distâncias tornavam seu movimento imperceptível a olho nu. Só que ele não fez isto, se embananou todo e o promotor da Santa Sé, São Belarmino deitou e rolou em cima dele.
Há outros exemplos muito interessantes que Woods cita, mas é preciso lembrar que ele próprio se apresenta como defensor da Igreja Católica e não esconde que não tem nada de imparcial. Como parcial não significa mentiroso e a reputação científica dele em seu meio é muito boa, dá prá levar a sério os pontos postos por ele.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Sempre parece unânime que teríamos uma ciência e uma sociedade muito mais avançada não fosse esse período de comando da religião, por isso pedi que você comentasse , sempre há novidades .
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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Se fosse verdade, a China, India e principalmente o Islã que não passaram pela tal Idade das Trevas teriam se tornado civilizações cientificamente avançadas antes dos europeus e com a vantagem enorme de não terem sido atrasados por mil anos de obscurantismo como dizem.
A maioria dos comentários sobre o período são baseados em lugares comuns, como as bobagens que falam sobre a Inquisição, que teria matado milhões e o Santo Ofício seria uma mistura de Gestapo, SS e monges albinos assassinos a la Código da Vinci.
Se a coisa não foi boa, nem bonita, - e de fato não foi - passa longe léguas de ter sido este cenário apocalíptico que pintam. Durante quase todo seu longo período, a Inquisição passou despercebida pelo europeu comum.
Nós, Indios.
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A diferença da Ciência Moderna é que os medievais tinham uma concepção filosófica e teológica da Ciência, acreditando que a compreensão do Universo aproximava o Homem da mente de Deus.
No geral não se estava prioritariamente preocupado em dar aplicação prática ao conhecimento científico, embora isto ocorresse com frequência, como no desenvolvimento de técnicas agrícolas, nas quais os mosteiros católicos - sim, eles - eram constantemente pioneiros.
O que muda na modernidade é que foi quando se percebeu claramente que a combinação Ciência + Capitalismo + Estados Nacionais era a maior fonte de riqueza e poder que a Humanidade já havia desenvolvido e os que perceberam isto antes - os europeus - tomaram a dianteira do progresso científico e tecnológico e se tornaram politicamente hegemônicos.
Nós, Indios.
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Só que os europeus acabaram desconectando Ciência e Religião, enquanto que os islamitas decidiram regredir a um primitivismo obtuso.
O Islã ortodoxo torcia o nariz prá ciência e filosofia. Dentro do conceito islâmico de DIN, Sistema de Vida, o que não tava no Corão e - no caso dos sunitas - nas sunas podia ser considerado, quando muito, diversão intelectual para quem não tinha o que fazer.
Nós, Indios.
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Não foi não. Newton era um religioso esotérico que buscava códigos matemáticos na Bíblia, além de praticar alquimia e flertar com a Astrologia.
Quem foi o primeiro a formalizar a observação como base do conhecimento científico (formalizar, não praticar) foi Aristóteles, principalmente quanto à biologia, mesmo sabendo que por vezes ele tirava conclusões esquisitas de suas observações.
Newton não é o fundador do Método Newtoniano, apesar do nome.
Kepler, Copérnico, Galileo e outros já o praticavam.
Os Princípios Matemáticos de Filosofia Natural são um marco na evolução do Método Científico, mas não sua criação.
Nós, Indios.
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Como comentei lá atrás, foi uma confluência de fatores que inclui o desenvolvimento do capitalismo e fortalecimento dos estados nacionais que gera a Revolução Industrial que inicia um ciclo autoalimentado de aplicação tecnológica do conhecimento científico.
Nós, Indios.
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Sim, é verdade, mas como disse o astrofísico Neil deGrasse Tyson: “Newton permitiu que a civilização fizesse a transição de ver a natureza como um lugar místico, além da compreensão da mente humana, para um lugar conhecido, em que podemos usar as leis da física para prever o comportamento da própria natureza. A revolução industrial não teria sido possível sem esta transição.”
http://noticias.terra.com.br/ciencia/colonizacao-de-marte-sera-movida-pelo-turismo-diz-astrofisico,37ea8116492da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
Sim também, mas a revolução industrial não teria sido possível sem as descobertas do Newton que possibilitaram a construção de grande parte máquinas em si. Claro que se pode dizer que o ambiente de negócios da Inglaterra, o capitalismo inglês, permitiu a Revolução Industrial (respeito a contratos que possibilitaram financiamento para a construção das indústrias, por exemplo), mas sem as descobertas do Newton grande parte das máquinas não teriam sido inventadas.
Neil deGrasse é um astrônomo que se apresenta como sucessor de Carl Sagan, podendo não ter tanto carisma quanto o mentor mas com a mesma tendência a cometer lapsos em História.
Sagan foi o grande divulgador do mito de Hipátia de Alexandria, mostrando-a como um Aristóteles ou Pitágoras de saias (ou sei lá o que as mulheres gregas vestiam) e traçando de Cirilo, bispo de Alexandria, um perfil histórico semelhante ao que faríamos de um chefe da Gestapo.
Na verdade muito pouco sobrou da obra original de Hipátia para se ter certeza se ela era tudo aquilo mesmo e a acusação de Cirilo ser o responsável por sua morte foi feita cem anos depois dos eventos por um cronista que não gostava nem um pouco de religiosos cristãos. Mas Sagan relatou as coisas de modo dramático como se fossem fatos comprovados por evidência (o mantra ideológico dele) e eu mesmo acreditei incondicionalmente naquilo por décadas, até que chequei as fontes.
Neil pisou no tomatinho ao estilo do mestre quando no episódio inicial da nova versão de Cosmos apresentou como padroeiro da modernidade científica o Giordano Bruno, um cara cujo fanatismo esotérico superava em muito sua vocação científica.
A citação sobre o Newton não é errada, mas exagera um pouco ou um tanto. deGrasse parece separar a História em antes de Newtone e depois de Newton, o que lembra alguma coisa. Newton é um marco no Determinismo Científico, mas não é de modo algum seu criador.
E a Revolução Industrial teria acontecido com Newton ou sem ele. A base deste fenômeno foi primeiro a divisão organizada do trabalho financiado pelo capital e depois a mecanização. E muito desta mecanização foi produto de empirismo, engenharia de tentativa e erro e não uso intensivo de Física Aplicada como é hoje.
Nós, Indios.
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Mas não é só o deGrasse que diz. Outros físicos falam algo parecido. Outro exemplo é o Marcelo Gleiser nessa reportagem sobre o Newton:
Bem... Físicos entendem de Física.
O vídeo tem mais um exemplo de divulgador científico escorregando na maionese quando faz citações.
A frase "Se vi mais longe foi porque me apoiei nos ombros de gigantes" não é de autoria de Isaac Newton. Esta atribuição de autoria é um lugar comum - e incorreto - abundantemente repetido por aí.
Newton citou a frase em uma carta, mas a autoria é mais antiga e remete a Bernardo de Chartres que fez uso de uma expressão latina "nanos gigantum humeris insidentes".
E o vídeo tem outros lugares comuns, mais ou menos incorretos, consequência de uma pesquisa superficial sobre o tema e algumas contaminações ideológicas.
Entenda-se que não estou de modo algum reduzindo o papel de Newton na História da Ciência, isto seria burrice.
Mas é necessário localizar corretamente este papel dentro do Determinismo Científico que é uma etapa da evolução do Método, sendo Newton o grande nome desta etapa que não se inicia, termina ou se resume a ele.
Nós, Indios.
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This “science leads technology” theory is plausible. Large parts of it are undoubtedly true—yet as it stands it will not quite do.
Few of the inventors responsible for the astonishing wave of innovation between 1750 and 1860 were scientists
Central though it may be to the history of the industrial revolution, the case of atmospheric pressure and the steam engine is far from typical. Until the latter part of the 19th century, technological progress did not in general rely on scientific progress. Few of the inventors responsible for the astonishing wave of innovation between 1750 and 1860 were scientists; most were artisans or engineers with little or no scientific training. They were men of common sense, curiosity, energy and vast ingenuity, standing on the shoulders not of scholars but of similarly practical types. Their goal was not to understand, but, as Watt said of his own efforts, to make machines that worked better and (he emphasised) at lower cost. And remember that, for every one who succeeded in this aim, perhaps another hundred tried, at great expense of money and time, only to fail.
This was true across the whole range of 18th-century industries. For about 100 years after 1750, radical innovations in shipbuilding, mining, metallurgy, textiles, food-processing and machine tools were the fruit not of scientific breakthroughs but of indefatigable trial and error, under the guidance of experience and craft tradition. The improvements in cotton-spinning that were soon to transform the British economy—from Arkwright's spinning machine to Crompton's mule—had not been waiting upon science. So far as science was concerned, these technologies could have been invented decades or even centuries earlier.
At the start of the 19th century, a Frenchman, Nicolas Appert, found that food could be preserved in bottles that had been boiled and sealed airtight. Within 20 years, tin-coated cans came into use. It was a crucial innovation for the development of urban society. But Appert did not know why his process worked, nor did anybody else; Louis Pasteur did not discover the role of micro-organisms in spoiling food until 1873. First came work, inspiration and luck; later, chemistry.