articipei de um barraco delicioso ontem à noite. Fui à PUC-SP discutir programas assistenciais com o Eduardo Suplicy, a Luciana Temer e o José Maria Eymael. O debate começou em alto nível, ponderado e generoso. Todos concordavam que é preciso virar a página ideológica e aproveitar propostas que funcionem, venham elas do Milton Friedman ou do Paul Krugman. Até que seis ou sete militantes do Coletivo de Negros e Negras da PUC invadiram o Tucarena e interromperam a discussão. Disseram que eram cotistas da universidade e estavam indignados por não terem sido chamados para o debate. Foi assim que eu conheci alguns exemplares de um personagem comum hoje em dia: o ativista que sabota a própria causa.
Trezentos estudantes assistiam o evento, e eu pude ver que quase todos eles sentiram uma repulsa imediata à abordagem. Propusemos aos manifestantes que escolhessem um representante para participar do debate com a gente. Mas eles recusaram. Queriam gritar como adolescentes mimados, sem respeitar as regras do debate e as inscrições para perguntas.
Conseguimos conter o grupo e manter o debate por uma hora. Expus com detalhes a ideia de que o pior inimigo dos pobres é o Estado, que impede os brasileiros de empreender e mantém programas de “Bolsa Família ao contrário”, tirando dos pobres para dar ao governo e aos ricos. Logo depois, a coisa saiu do controle. Os manifestantes interromperam o debate e começaram a discursar sobre o sofrimento dos negros do Brasil. A causa é genuína e relevante, mas os modos do grupo espantaram quase toda a plateia. Depois, eles determinaram uma censura: “acabou o debate. Ninguém aqui vai falar mais nada”. Até mesmo o Eduardo Suplicy ficou assombrado com a intolerância da tropa. O que mais me impressionou foi o desrespeito à igualdade. Parece que o grupo se achava superior e por isso não precisava seguir as regras como pessoas comuns.
Depois da palestra, alguns estudantes negros, que não participavam do protesto e estavam ali para ouvir, me pediram desculpas e se disseram envergonhados com a confusão. Outros pediram dicas de soluções liberais para a pobreza. Fiquei com a alma lavada. A imaturidade e a falta de educação dos manifestantes fizeram muita gente encarar minhas ideias com benevolência.
O único lado lamentável é que grupos de malucos como esse Coletivo de Negros e Negras da PUC estão provocando uma antipatia nas universidades quanto às causas dos brasileiros discriminados. Quando você quer que alguém escute o que você tem a dizer, que se coloque no seu lugar e entenda o seu ponto de vista, o primeiro passo é conquistar a empatia do interlocutor. Não se consegue isso no grito.
Fui embora da PUC-SP com a impressão de que ninguém prejudica tanto os negros do Brasil quanto parte do próprio movimento negro.
http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/2015/09/16/movimento-negro-invade-debate-da-puc-sp-e-provoca-a-indignacao-de-300-estudantes/
A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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Comentários
Já a negada militante brasileira simplesmente ficou mais acomodada ao seu jeito de viver, esperando alguma benesse da zelites brancas. Quando vieram os intelectulaoides esquerdistas vendendo imagem de opressão, de compensação, de cotas, de privilégios ao contrário, etc e tal, aí a nossa negada sentiu que seu momento chegara e os berradores de sempre cresceram e deram em coisas assim como se viu na PUC. Ao contrário do King, que queria igualdade de direitos e deveres e ter a gente negra vista como gente igual à branca, a nossa negada acha que tem o direito de ser compensada pela escravidão e outras cozitas mas que não fazem o menor sentido. QUEREM A VINGANÇA. Nos EUA ainda existe o ÓDIO RACIAL. Aqui há a descriminação racial e pelo que se vê, nossa negada militante racial quer que isso vire ódio. E podem acabar conseguindo.
O problema é que existe racismo no Brasil. Enquanto ele existir, precisamos protestar contra isto. Acredito que nesta palestra houve algum tema que desagradou os militantes do movimento negro. Não sei qual. Os negros brasileiros tem toda razão em protestar. Seus jovens estão sendo vítimas de genocídio nas periferias das cidades. Entre inúmeros outros problemas.
A sociedade brasileira precisa realizar um gigantesco esforço para eliminar qualquer vestígio de racismo herdado do nosso período escravagista. Este esforço deve ser feito de formas diversas e variadas, pois assim é mais eficiente. Racismo é algo abominável demais. Tudo o que leva a ele deve ser combatido sem tréguas.
A forma mais conhecida de resistência negra durante o período escravocrata foram os quilombos. O uso de violência sempre era necessário para a defesa dos quilombos contra as invasões da polícia e exército para captura dos fugitivos. Existiam centenas de quilombos em todo o território português. Muitos com mais de vinte mil ex-escravos.
Milhares de negros se rebelaram contra seus senhores e muitos feitores e donos de engenhos foram mortos em revoltas de escravos. Elas eram constantes. A escravidão não foi nem um pouco pacífica. Houve muito derramamento de sangue dos dois lados.
Existia também a resistência individual. Muitos escravos se suicidavam, o que é uma forma de resistência. O aborto entre as escravas era algo normal. Elas não queriam ter filhos escravos. O catolicismo foi imposto aos negros para que eles tivessem medo de cometer estes pecados e queimar no inferno para sempre.
Graças a resistência negra no Brasil, eles mantiveram suas religiões, que só começou a diminuir com a expansão pentecostal na década de 80. A música, a cultura e o folclore africano influenciam fortemente a cultura brasileira até hoje.
A primeira agremiação surgida no Brasil em 1930 para lutar pelos direitos dos negros foi a Frente Negra Brasileira. Eles difundiam suas ideias através de vários jornais da época.
Portanto, a luta negra no Brasil não é recente. Ela tem pelo menos 400 anos. O protesto na PUC foi apenas mais um pedacinho minúsculo desta história.
Protesto na PUC contra o que?
Talvez fosse o caso de solicitar ao Sr. Emmcri que esclarecesse melhor visto ter sido o único cá que presenciou o fato.
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A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
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Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
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Claudio, Claudio, Claudio...
Não tem jeito sutil de te dizer isto, mas, você tá sempre errado.
Adotou uma visão ideológica da realidade que filtra qualquer coisa que a contrarie, por mais evidente que seja.
O escravagismo no Brasil foi abjeto e tinha uma particularidade dentro desta abjeção: sua característica de segregação racial foi muito, muito diferente da que havia no sul dos Estados Unidos.
Na terra da Scarlett O'Hara ou se era branco ou negro. E a injustiça da coisa tava definida.
No Brasil, toda a Esquerda Politicamente Correta Progressista e (acrescente o autoelogio de sua preferência) esquece ou finge que de um fator diferencial único nesta parte dos Tristes Trópicos: Miscigenação!
Quando você, Claudio, usa o sujeito "Afrodescendentes" como se fosse um indivíduo, leva em conta o fato histórico que boa parte dos feitores das fazendas ou mesmo dos capitães do mato eram mestiços ou mesmo negros libertos?
Ou que muitos negros libertos também tinham escravos?
Ou que havia escravidão em alguns quilombos?
No pensamento dominante da época, todos entendiam que era horrível ser escravo, mas poucos (ou quase ninguém antes do século XIX) condenava a instituição do escravagismo em si, negros inclusos. Quando muito achavam a escravidão um mal necessário mais uma das mazelas da vida que tinham de aceitar.
Esta coisa de "consciência de raça" não existia entre os escravos brasileiros, que se dividiam entre si pela língua, tribo e religião.
Um negro muçulmano se considerava mais próximo de um branco muçulmano que de um negro animista-tribal. E veio negro muçulmano pra dedéu pro Brasil e foram eles que fizeram a célebre Revolta dos Malês, justamente por serem muçulmanos e não por serem negros.
E tem muito mais pontos a serem considerados.
Nenhum relativismo moral pode desculpar ou atenuar a mácula da escravidão, nem a livrar a cara de qualquer um que compactuou com ela, não importa cor dele.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Nós, Indios.
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Acauan, Acauan, Acauan....
Escrevi sobre as revoltas dos escravos motivado pela segunda mensagem deste tópico, onde um forista disse que os afrodescendentes sempre se acomodaram. Dai, escrevi um texto demonstrando que eles sempre lutaram por sua liberdade. Você achou ruim minha mensagem, mas não achou nem um pouco ruim o que foi escrito abaixo:
Você me condenou por eu ter usado o termo afrodescendente, mas não condenou o termo "negada" usado diversas vezes na segunda mensagem deste tópico.
Na mensagem que eu escrevi, em nenhum momento eu tratei os afrodescendentes como coitadinhos ou santos. Eu apenas demonstrei que o período escravocrata foi cheio de revoltas e lutas pela libertação. Se os quilombolas praticavam a escravidão, isto não nega o fato das pessoas não aceitarem a escravidão para si próprias e lutarem contra isto. O período escravocrata não foi nada pacífico, foi cheio de derramamento de sangue.
Tudo o que você colocou sobre escravidão entre os negros já é conhecido por todos. Os contrários aos direitos dos afrodescendentes sempre propagam isto. A escravidão foi algo normal desde a época do Antigo Egito até o século dezenove. Portanto, todos os que viveram neste período fizeram parte desta cultura. Hoje ela deve ser completamente erradicada e suas feridas cicatrizadas. Por isto, sou a favor dos direitos dos afrodescendentes para a correção de injustiças históricas.
Se isto significa ser de esquerda, então este é mais um motivo para eu ser de esquerda. E eu me orgulho muito por ser de esquerda. Se tudo o que eu falo é errado para você, é porque não tenho um estado de espírito conservador. Vivo em outra sintonia. Não ser conservador não significa estar errado, é apenas outro ponto de vista que eu procuro me basear usando história, estudos e estatísticas.
Não, não usa: é apenas um religioso.
Se usasse de cientificidade compreenderia pela história que o tipo de sociedade que prega é contrário à natureza humana; e pelos estudos e estatísticas que a sociedade (no máximo) imediatamente pós-coletora que prega não sustentaria nem o 1bn de almas que é o que eu especulo seria o máximo habitacional equilibrado sustentável sobre a crosta terrícola.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Só na Bíblia é que os pecados tem que ser pagos até a décima geração dos descendentes dos pecadores.
Não vamos confundir melhorar a vida dos descendentes dos escravos com indenizar os descendentes dos escravos pelo que fizeram nossos antepassados.
Correto, Fernando. Nós não temos culpa pela escravidão e não temos que pagar nada por ela. Mas eu acho importante o sistema de cotas nas universidades, para que as diferentes etnias do Brasil tenha espaço semelhante na nossa sociedade. Quando estudei na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, lá só tinha branco praticamente. Não refletindo a realidade de cor da pela do Rio. Não achava isto justo.
De dez anos para cá o número de negros nas universidades pulou de 2,1% para 16,3%. Graças, em grande parte, ao sistema de cotas. Isto não tirou nenhuma vaga de pessoas brancas, pois no mesmo período o número de vagas nas universidades brasileiras pulou de 500.000 para 7.000.000.
Além disto, acho importante a atuação do movimento negro para elevar a autoestima dos afrodescendentes. Por tudo que eles sofreram e pela dificuldade que eles tem que passar para subir de vida. Você há de concordar comigo que o preconceito dificulta muito a vida de quem tem a pele negra. E nós sabemos que ele existe. É só ver a segunda mensagem deste tópico.
Não prega pero prega. Seu tipo de sociedade sem hierarquias chegaria no máximo ao nível dos primeiros assentamentos estáveis documentados, tipo como Tell al-'Ubaid. Automação só se o pajé escravizar legiões de espíritos, tipo como dizem que o Salomão fez e usou na construção do I Templo.
Se ler minha postagem verá que não fiz nem uma coisa, nem outra.
O que fiz e faço repetidamente é mostrar como seu partidarismo é romântico, dividindo o mundo entre explorados e exploradores, opressores e oprimidos e outros simplismos de contos de fadas ideológicos.
Você não captou o ponto central de minha postagem que usar "afrodescendentes" como sujeito de alguma ação é simplesmente invencionice propagandística, pois este grupo é heterogêneo demais e disperso o suficiente para impedir tal uso.
E qual o problema com a palavra "negada"?
Não há nenhum julgamento de valor contido no termo em si, exceto aquele que cada um , no caso você, atribui a ele.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Claudio, de onde tirou este número de 6,5 milhões de vagas universitárias criadas nos últimos dez anos?
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Porque se sim sim acho que aumentou por definição...
Concordo que realmente a melhor solução é dar uma ótima educação básica para todos. Mas enquanto isto não é possível, as ações afirmativas são uma solução temporária. É necessário aumentar o número de afrodescendentes nas universidades. Para que eles sejam mais visíveis e isto elimine atitudes racistas.
Se um jovem negro de periferia consegue entrar para uma boa universidade, isto estimula outros jovens, na mesma situação, a também lutarem para conquistar uma vaga que ficou mais fácil de conseguir. É importante que as pessoas tenham a certeza de que podem vencer na vida através do trabalho e do estudo. Enquanto mais portas abertas existirem neste sentido, melhor. Enquanto menos a sociedade brasileira estiver dividida em castas, melhor é para o convívio social. Por isto a mistura de pessoas que vivem situação diferentes é importante.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11799-16-10-12-censo-sup-v-final-pdf&category_slug=setembro-2012-pdf&Itemid=30192
Claudio, você se sentiria particularmente ofendido com o uso dos termos brancada ou brancaiada?
Eu não tô nem aí com o termo "indiada" em si. Se alguém usá-lo em um contexto obviamente pejorativo, então minha ofensa se dirigirá ao contexto, não à palavra.
Como exemplo fica a frequência com que mulheres usam o coletivo popular mulherada para se referirem a si próprias, sem maiores traumas.
O que você deve se perguntar é se realmente enxerga ofensa no termo ou se se tornou sensível demais com as referências a determinados grupos.
Nós, Indios.
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