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Vá estudar História


“Vá estudar História” – 3 motivos para não usar essa frase como argumento
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VÁ ESTUDAR HISTÓRIA! – Desde estudantes até candidatos à Presidência da República, aposto que você já viu alguém encerrando uma discussão dessa maneira. Já não é surpresa para ninguém que o “Vá estudar História” ou suas mais diversas variações se tornaram jargão oficial da esquerda. É a frase preferida para acabar com qualquer debate sobre qualquer assunto que o indivíduo não tenha o menor domínio, que talvez nem tenha se dado o trabalho de pesquisar ou que simplesmente defenda por pura questão ideológica, ignorando até mesmo os fatos históricos tanto aparenta valorizar.

Antes de começar a abordar os 3 motivos citados, vamos alterar um pouco esta frase, deixando-a de acordo com o seu real significado:

“Vá estudar História, mas só se for de algum autor que concorde com o que eu estou dizendo, todos os outros são mentirosos, comprados e manipuladores!”

Por que não usar isso como argumento? Essa pergunta pode ser respondida com o primeiro motivo:
1 – As visões dos historiadores e dos professores de História NÃO são verdades absolutas.

Seja pela educação doutrinadora ou simplesmente por um sistema de ensino falho e ultrapassado, a verdade é que todos que utilizam do “Vá estudar História” possuem o péssimo costume de tratar seus professores e autores de livros didáticos como deuses perfeitos que detém toda informação do universo e que não podem errar.

Pior ainda, desconsideram totalmente a existência de autores com abordagens diferentes, professores com opiniões diferentes sobre o mesmo assunto e, principalmente, desconsideram que o fato histórico independe da opinião de qualquer um. Não se trata de colocar em dúvida a capacidade do professor ou do autor do livro didático de História, mas sim de separar o fato histórico da opinião de quem o estuda. Por exemplo:

A crise de 1929

Até hoje temos que ouvir o “Vá estudar História!” acompanhado de várias pérolas sobre o suposto fracasso do Capitalismo na crise de 1929 e, o que é pior, por parte de um estudante universitário ou até mesmo professor de História! Dizem que a crise foi causada porque o sistema capitalista só visa o lucro de forma incontrolável, sem contabilizar as consequências. De fato a crise aconteceu porque algo saiu do controle, mas não o sistema econômico e sim o Estado controlado por pessoas que gostavam de interferir na economia.

A crise de 1929 foi causada pela superprodução com relação a demanda. Como assim? Bem, imagine que seus vizinhos estão passando por uma crise e precisam de muitos produtos como roupas e comida pois não podem produzir no momento. Você tem uma barraquinha de cachorro quente e uma lojinha de roupas, então enxerga nessa crise uma oportunidade de ganhar bastante dinheiro. Pensando em larga escala, você resolve fazer mais cachorro quente e produzir mais roupa, seus vizinhos passam a depender dos seus produtos durante muito tempo. Com o passar desse tempo, seus vizinhos começam a se recuperar de forma lenta e finalmente passam a produzir seus próprios alimentos e roupas, deixando de depender dos seus produtos cada vez mais. Por sua vez, você ignora este fato e continua investindo em mais pães, salsichas, molhos, tecidos e funcionários para costurar as suas roupas, até que chega o dia em que você repara que seu estoque de produtos está cada vez maior e a quantidade de clientes está cada vez menor. Ou seja, muita oferta sem nenhuma procura, o que te força a diminuir seu preço e, consequentemente, encarar uma sucessão de prejuízos até alcançar a falência.

Fácil de entender, não é? Basicamente foi o que o governo dos Estados Unidos fez com relação a Europa ainda arrasada pela 1ª Guerra Mundial. A queda dos preços, o prejuízo e a falência geral de tantas empresas levou à quebra da bolsa, de um dia para o outro o dinheiro já não valia nada.

Luciana GenroQualquer um que reservar 5 minutos do dia pode ter acesso à essa parte tão importante da história do mundo em livros ou Internet e, ainda assim, muitos preferem usar o bom e velho “Vá estudar História!”. Afinal, por que dizer que a crise foi gerada por culpa do intervencionismo do Estado na economia se a versão do “capitalismo malvado e ganancioso que mata crianças africanas” é mais interessante para vender a imagem de uma ideologia que diz defender fracos e oprimidos? Aliás, por que perder tempo se enrolando em várias falsas explicações se o “Vá estudar História!” é muito mais fácil e não carece de argumentos ou fontes?

Basta utilizá-lo como uma carta de Yu-Gi-Oh! – E não venham reclamar dessa comparação infantil. Uma medida tão infantil merece comparação tão infantil quanto. Vamos ao 2º motivo:
2 – A História apenas reúne fatos, ela não faz análises econômicas, sociais ou políticas.

No 1º motivo observamos que a opinião de um historiador não está acima do fato histórico, por mais que o mesmo tente distorcê-lo com manobras e outros tipos de desonestidade intelectual. Porém, também devemos observar que muitas questões, por mais que entrem em acordo com a opinião de professores ou autores, não são e nem devem ser analisadas numa aula de História. A própria análise da crise de 1929 deve ser feito de forma econômica, social e política, por mais que os eventos históricos aconteçam de maneira clara o suficiente para notar a sucessão acontecimentos que resultaram na crise.

Não entendeu? Bem, basta saber fazer a pergunta certa:

O que e como aconteceu este fato? – Isso é respondido pela História.
Por qual motivo aconteceu este fato? Isso é respondido por todas as outras áreas, dependendo do seu ponto de interesse, em conjunto com os fatos históricos apresentados anteriormente.
3 – Dizer para alguém estudar qualquer coisa não é um argumento e apenas serve para tentar ridicularizar o argumentador, dando uma falsa impressão de que venceu o debate sem nem ao menos contra-argumentar.

O exemplo mais recente e que chamou mais atenção na Internet foi o da candidata Luciana Genro nas eleições do ano passado. Bom, poderíamos considerar o “Vá estudar História” como apenas mais uma frase feita passageira que caiu no gosto do adolescente birrento que substituiu rebeldia sem causa por debates de Facebook ou do universitário arrogante que resolveu defender teorias falidas pra compensar o tempo em que mata aula pra fumar maconha em porta de universidade pública. Até que Luciana Genro, candidata à Presidência da República pelo PSOL, aceitou um convite para ser entrevistada no programa The Noite, apresentado por Danilo Gentili no SBT. Lá, quando questionada sobre os fracassos consecutivos das tentativas de Socialismo e Comunismo pelo mundo, Luciana Genro se tornou a mais nova “diva” da esquerda ao mandá-lo estudar e popularizou ainda mais o jargão.

Nós nem precisamos entrar no mérito das supostas deturpações das teorias de Marx citadas pela mesma no programa, afinal, toda rica e complexa explicação sobre o questionamento de Gentili foi substituída por uma postura arrogante que com certeza uma candidata à Presidência em busca de votos ou qualquer outra pessoa não deveria ter ao defender uma ideia. Acho que todos já estavam cientes da gigantesca dificuldade da esquerda em encontrar representantes com ideias mais coerentes, mas não imaginei que desceriam tão baixo.

Jean Wyllys



Outra figura já muito conhecida através do Big Brother Brasil é o deputado federal Jean Wyllys, também membro do PSOL e que já possui um histórico de ignorar críticas ao Socialismo através de ofensas puramente preconceituosas envolvendo origem, idade e classe social, além do clichê “Vá estudar História” como argumento. E por falar nisso, foi justamente seu raso conhecimento em História que o fez pecar de forma vergonhosa recentemente numa entrevista em que falava sobre Marx como se o mesmo fosse contemporâneo de Adolf Hitler. O deputado também já atacou Kim Kataguiri, um dos representantes do MBL (Movimento Brasil Livre), devido a sua pouca idade – por volta dos 19 anos. Sendo intitulado como “analfabeto político”, Kataguiri segue convidando Jean Wyllys diversas vezes para um debate mas até hoje não recebeu uma resposta, afinal, é complicado manter um debate baseado em clichês. Veja o vídeo abaixo e tire suas conclusões:



http://libertare.com.br/2015/09/24/va-estudar-historia-3-motivos-para-nao-usar-essa-frase-como-argumento/

A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif

Comentários

  • 7 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    "Vá estudar História e perceba que o socialismo e o comunismo nunca deram certo em lugar nenhum"
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited outubro 2015 Vote Up0Vote Down
    Falando em estudar História, o governo petralha definiu que estudar a sequência de eventos e culturas que vêm desde a Babilônia e Egito, passando por Grécia, Roma, Idade Média, grandes navegações e tudo o mais, não é importante porque é o ponto de vista dos opressores.

    O importante é o foco na cultura dos oprimidos: povos indígenas e africanos. A cultura europeia pode ser esquecida.
    O ensino de História, oficializado pelo Estado-Nação no século XIX, fixou o paradigma da narrativa histórica baseado no esquema temporal clássico: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna, Idade Contemporânea. A crítica historiográfica contesta esse paradigma, impregnado de positivismo, evolucionismo e eurocentrismo, desde os anos 60. Mas o MEC joga fora o nenê junto com a água do banho, eliminando o que caracteriza o ensino de História: uma narrativa que se organiza na perspectiva temporal. Segundo a BNC, no 6º ano do ensino fundamental, alunos de 11 anos são convidados a “problematizar” o “modelo quadripartite francês”, que nunca mais reaparecerá. Muito depois, no ensino médio, aquilo que se chamava História Geral surgirá sob a forma fragmentária do estudo dos “mundos ameríndios, africanos e afro-brasileiros” (1º ano), dos “mundos americanos” (2º ano) e dos “mundos europeus e asiáticos” (3º ano).

    O esquema temporal clássico reconhecia que a mundialização da história humana derivou da expansão dos estados europeus, num processo ritmado pelas Navegações, pelo Iluminismo, pela Revolução Industrial e pelo imperialismo. A tradição greco-romana, o cristianismo, o comércio, as tecnologias modernas e o advento da ideia de cidadania difundiram-se nesse amplo movimento que enlaçou, diferenciadamente, o mundo inteiro. A BNC rasga todas essas páginas, para inaugurar o ensino de histórias paralelas de povos separados pela muralha da “cultura”. Os educadores do multiculturalismo que a elaboraram compartilham com os neoconservadores o paradigma do “choque de civilizações”, apenas invertendo os sinais de positividade e negatividade.

    A ordem do dia é esculpir um Brasil descontaminado de heranças europeias. Na cartilha da BNC, o Brasil situa-se na intersecção dos “mundos ameríndios” com os “mundos afro-brasileiros”, sendo a Conquista, exclusivamente, uma irrupção genocida contra os povos autóctones e os povos africanos deslocados para a América Portuguesa. A mesma cartilha, com a finalidade de negar legitimidade às histórias nacionais, figura os “mundos americanos” como uma coleção das diásporas africana, indígena, asiática e europeia, “entre os séculos 16 e 21”. O conceito de nação deve ser derrubado para ceder espaço a uma história de grupos étnicos e culturais encaixados, pela força, na moldura das fronteiras políticas contemporâneas.

    [...]

    Na BNC, não há menção à Grécia Clássica: sem a Ágora, os alunos nunca ouvirão falar das raízes do conceito de cidadania. Igualmente, inexistem referências sobre o medievo das catedrais, das cidades e do comércio: sem elas, nossas escolas cancelam o ensino do “império da Igreja” e das rupturas que originaram a modernidade. O MEC também decidiu excluir da narrativa histórica o Absolutismo e o Iluminismo, cancelando o estudo da formação do Estado-Nação. A Revolução Francesa, por sua vez, surge apenas de passagem, no 8º ano, como apêndice da análise das “incorporações do pensamento liberal no Brasil”.
    http://oglobo.globo.com/opiniao/historia-sem-tempo-17719022#ixzz3nyFj3tsB
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Criaram uma petição para trocar o nome de uma escola de "Guia Lopes" para "Nelson Mandela".

    https://www.change.org/p/permitam-que-a-nossa-escola-se-chame-nelson-mandela?source_location=trending_petitions_home_page&algorithm=curated_trending

    "José Francisco Lopes, o Guia Lopes (São Roque de Minas, 26 de fevereiro de 1811 — Bela Vista -Onde atualmente está a cidade de Jardim-, 1868) foi o herói do Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai que guiou as tropas brasileiras durante a Retirada da Laguna."
    https://pt.wikipedia.org/wiki/José_Francisco_Lopes
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Leandro_ disse: Criaram uma petição para trocar o nome de uma escola de "Guia Lopes" para "Nelson Mandela".
    Trocando um herói brasileiro por um estrangeiro.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Fernando_Silva disse: Trocando um herói brasileiro por um estrangeiro.

    Pior..., trocando um herói brasileiro que ninguém mais sabe quem seria.
    E pior ainda, se explicado seu feito na Retirada da Laguna, ver-se-ão aquelas caras de "Retirada do que?".

    Todo país funda sua identidade no culto aos seus heróis.
    No Brasil a destruição da identidade nacional começa com a destruição do culto aos seus heróis, vide o Revisionismo Histórico da Guerra do Paraguai, que transformou aquela ditadurazinha de merda na vítima heroica de uma conspiração internacional malévola.

    E quem ganha politicamente quando heróis que representam a identidade brasileira são substituído por símbolos revolucionários internacionais?
    The answer, my friend, is blowin' in the wind.
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Acauan disse: Todo país funda sua identidade no culto aos seus heróis.
    No Brasil a destruição da identidade nacional começa com a destruição do culto aos seus heróis, vide o Revisionismo Histórico da Guerra do Paraguai, que transformou aquela ditadurazinha de merda na vítima heroica de uma conspiração internacional malévola.
    O Brasil não gosta de heróis. Prefere os mártires.
  • Por isso os salins e mustafás perdem guerras: amam os derrotados. Nasser até ia pedir o boné depois da derrota da Guerra dos Seis Dias, mas os salins e mustafás imploraram para que ficasse.
    Mas derrotas têm limites. A nossa derrotada Dilma e a política petista parece não sensibilizar o povão que votava neles. Dizia-se que o PT sempre teria aquela margem de 30% de povão idólatra, mas com só 10% achando que a Dilma é ótima...
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