Clique AQUI para voltar ao forum NOVO!

Como vai, Forasteiro?!

Parece que você é novo por este pedaço. Se você quer se envolver, clique em algum destes botões!

Usuários nesta discussão

Venezuela decide retornar para socialismo do século 20

O presidente Nicolás Maduro trocou o socialismo do século 21, a caminho de estrepitoso fracasso, para voltar ao socialismo do século 20, que já fracassou até mesmo em Cuba, o modelo em que se baseia o bolivarianismo venezuelano.

O decreto de emergência econômica editado nesta sexta-feira (15) dá um gigantesco passo para estatizar meios de produção de bens de primeira necessidade –característica central do velho socialismo– ao autorizar a intervenção do Executivo no setor privado, em seus "canais de distribuição, centros de armazenamento, beneficiadoras, matadouros, bens e demais estabelecimentos para garantir o abastecimento oportuno de alimentos aos venezuelanos assim como outros bens de primeira necessidade".

Ou, como simplifica Asdrubal Oliveros, da consultoria Ecoanalítica: "Estamos falando de que o Estado pode fazer o que lhe der vontade".

Já Shannon O'Neil, especialista em América Latina do Council on Foreign Relations, vê no decreto o dedo do novo ministro de Economia, o jovem marxista Luis Salas, 35, "mais rígido ideologicamente e mais dogmático" que seus antecessores.

Salas acredita piamente na tese de que os problemas da Venezuela decorrem da "guerra econômica" que o setor privado moveria contra o governo. Nada mais natural que, ao assumir o comando da Economia, declare guerra ao setor privado.

Shannon vê também um lado populista no decreto, na medida em que promete a intervenção do Estado para garantir o abastecimento, cujas carências brutais foram claramente um dos motivos pelos quais o eleitorado deu folgada vitória à oposição nas eleições de 6 de dezembro.

A propósito: nesta mesma sexta-feira, o Banco Central finalmente revelou dados sobre a economia do país, entre eles o de que o desabastecimento afeta até 87% dos produtos.

A ameaça de volta ao socialismo do século 20, no entanto, parece mais um gesto desesperado do que um programa articulado.

Começa pelo fato de que a emergência durará 60 dias. É pouquíssimo provável que os bens essenciais voltem ao mercado nesse período, até porque a intervenção anterior do Estado —na forma de criação de mercados populares— fracassou: até neles falta muita coisa, como se evidencia pelos dados do BC.

O novo pacote, de todo modo, é um desafio à oposição, que prega exatamente o contrário, ou seja, o levantamento dos controles sobre preços, sobre importações e sobre o câmbio.

Dará certo agora uma radicalização de um modelo até aqui fracassado?

"O modelo é insustentável", responde Shannon O'Neil. Completa: "A economia está afundando (retrocedeu 8,2% em 2015, segundo o Banco Mundial), a inflação está fora de controle (de fato os dados desta sexta do BC mostram inflação anualizada, até setembro passado, de 141,5%)".

Mas o pacote tem também um desafio à oposição, já que será enviado à nova Assembleia Nacional, com prazo de oito dias para ratificá-lo. Diz Asdrubal Oliveros: "A Assembleia poderia rechaçar o decreto ou tentar modificá-lo, e a resposta do governo seria dizer que a maioria oposicionista não quer corrigir a crise. Parece que buscam o confronto total e, ademais, desviar a atenção da crise."

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/01/1730108-venezuela-decide-retornar-para-socialismo-do-seculo-20.shtml?cmpid=facefolha

Comentários

  • 10 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Venezuela: Quem é o cérebro da política de Maduro para tentar salvar a economia

    Ele quer "aprofundar a revolução". Aumentar a intervenção do Estado na economia no lugar de reduzi-la. E concorda com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que uma "guerra econômica" impulsionada pela "burguesia parasita" é a origem da crise.

    Este é Luis Salas, o novo ministro da Economia venezuelano e o cérebro por trás da nova política de Maduro para fazer frente aos problemas econômicos que afetam o país.

    Na sexta-feira, a Venezuela declarou estado de emergência econômica em todo o território nacional por 60 dias.

    O decreto não especifica se haverá alguma mudança drástica na política econômica do país, mas se especula que o país planeje uma desvalorização cambial e elevação no preço subsidiado dos combustíveis.

    No mesmo dia, o Banco Central da Venezuela revelou dados sobre a inflação do país, que chegou a 141% em setembro de 2015 e é a mais alta do mundo.

    Salas, um sociólogo de esquerda, foi nomeado na primeira semana de janeiro por Maduro em meio a uma reestruturação de seu gabinete, após a posse da Assembleia Nacional, que pela primeira vez é dominada pela oposição.
    Sua nomeação causou rejeição em setores da oposição e preocupação entre alguns economistas.

    O novo ministro, que é fundador do centro de Economia Política da Universidade Bolivariana da Venezuela, parece mais jovem do que é: tem 39 anos.

    Maduro diz acreditar que ele é a melhor pessoa para solucionar a crise econômica que afeta o país e que, em sua opinião, só terá fim desmantelando o Estado Burguês e estabelecendo um Estado Comunal.

    Os ensaios de Salas estão publicados na internet. Neles, o sociólogo não só retifica o modelo econômico socialista implantado pelo chavismo, como defende um aprofundamento da revolução.

    "Não tem muito sentido continuar falando de 'inflação e escassez' quando estamos realmente falando de especulação, ganância e monopólio", afirma, em um deles.

    Com a teoria do Estado Comunal, o governo também justifica a criação do Parlamento Comunal, que opositores enxergam como uma forma de suplantar a Assembleia Nacional.



    'Participação popular'

    A crise econômica é a maior preocupação do venezuelanos e, segundo alguns analistas, a razão pela qual a oposição teve ampla maioria nas eleições parlamentares em dezembro.

    Ao expor seu plano econômico no início de janeiro, Maduro disse que esperava decretar emergência econômica em breve e que vai "combater" a chamada guerra econômica "reforçando o poder do povo para impulsionar a produção".

    O presidente venezuelano afirmou ainda que o tipo de economia que é preciso desenvolver no país é a que tem nascido artesanalmente em meio à crise.

    Por causa da escassez, muitos venezuelanos fabricam detergente, sabão e alguns remédios. O próprio presidente afirma usar xampu artesanal.

    Uma "economia de participação popular" é sua proposta para acabar com a dependência da burguesia, que seria a responsável pela atual situação.

    A crise, que Maduro já não nega, é profunda e também sofreu o impacto da redução de cerca de 60% no preço do petróleo ─ a maior fonte de divisas de um país que importa a maior parte do que consome ─ no último ano.
    Leia também: 'Geração Wattpad': Os autores que saltaram das redes sociais literárias às grandes editoras



    Contra a maré
    Economistas críticos ao atual governo recomendaram, como medidas urgentes, reduzir os gastos públicos, unificar as atuais quatro taxas de câmbio, subir o preço da gasolina, que é muito baixo, e deixar de financiar o deficit fiscal com a impressão de dinheiro por parte do Banco Central.

    Nada disso vai na linha do que propõe Luis Salas, que também não reconhece vários dos problemas que, segundos os mesmos economistas, se resolveriam com tais medidas de ajuste.

    Salas, na verdade, escreveu ensaios criticando a ala do chavismo que propôs a unificação das quatro taxas de câmbio ─ um esquema que, para os críticos, é fonte de inflação, corrupção e distorções econômicas.

    Maduro afirma que Salas "estudou com profundidade os fenômenos do rentismo petroleiro (dependência da renda gerada pelo petróleo) e seu esgotamento e os fenômenos da guerra econômica".

    Nesse sentido, segundo o presidente, seu novo ministro teria concluído que a inflação, por exemplo, não seria produto do alto gasto público do governo e da impressão de dinheiro, mas sim uma consequência da especulação e da cobiça de alguns monopólios do setor privado.

    "A classe empresarial venezuelana é uma classe boa-vida e malcriada que ao longo do tempo se transformou em um tumor econômico que vive da renda petroleira e de tirar o salário dos trabalhadores e trabalhadoras através da especulação", escreve Salas em um dos seus ensaios.

    "O fim último da guerra econômica empreendida pela burguesia parasita é a consolidação das condições sociais de reprodução e da exploração dos grupos concentrados, transnacionais, mafiosos e especulativos sobre a sociedade."
    Por isso, o sociólogo nomeado ministro propõe reforçar os controles dos preços e das importações para aumentar a intervenção do Estado na economia.

    Segundo ele, "derrotar a guerra econômica" passaria por dois mecanismos: tirar os consumidores da dependência do setor privado e gerar uma mobilização popular em defesa dos direitos coletivos.

    http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160115_ministro_economia_venezuela_dp_cc?ocid=socialflow_facebook
  • ENCOSTOENCOSTO Membro
    edited janeiro 18 Vote Up0Vote Down
    Agora sim vai dar Serto.
    Post edited by ENCOSTO on
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    burrico disse:
    Ao expor seu plano econômico no início de janeiro, Maduro disse que esperava decretar emergência econômica em breve e que vai "combater" a chamada guerra econômica "reforçando o poder do povo para impulsionar a produção".
    Tradução: vai confiscar a propriedade dos poucos que ainda produzem alguma coisa, na crença de que não produzem mais por sabotagem à ditadura bolivariana.
    burrico disse:
    "A classe empresarial venezuelana é uma classe boa-vida e malcriada que ao longo do tempo se transformou em um tumor econômico que vive da renda petroleira e de tirar o salário dos trabalhadores e trabalhadoras através da especulação", escreve Salas em um dos seus ensaios.
    Acabem com ela e só restarão os pobres. Só que agora ainda mais pobres e, pior, sem esperança.
  • burrico disse: Nesse sentido, segundo o presidente, seu novo ministro teria concluído que a inflação, por exemplo, não seria produto do alto gasto público do governo e da impressão de dinheiro, mas sim uma consequência da especulação e da cobiça de alguns monopólios do setor privado.

    Não é preciso dizer mais nada.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Antes, leite estava em falta. Agora, ficou caro demais para o povo.
    Leite vira artigo de luxo na Venezuela

    Valor de um quilo do produto em pó custa mais do que 20% do salário mínimo

    CARACAS - A escassez de produtos básicos que assola a Venezuela continua a criar situações que demonstram a difícil situação econômica do país, onde a inflação calculada por analistas independentes chega a 270% ao ano. De acordo com uma matéria publicada pelo diário “Correo del Caroní”, os pacotes de leite em pó chegaram às prateleiras, mas não são consumidos por seu alto valor. De acordo com o jornal, do município de Guayana, o preço de um quilo de leite em pó (2.125 bolívares), representaria o equivalente a 22% do salário mínimo, atualmente em 9.648 bolívares.

    Segundo o câmbio oficial, o valor do quilo de leite em pó seria equivalente a R$ 1.269, e o salário mínimo a R$ 5.760. No entanto, segundo o diário argentino “La Nación”, a desvalorização da moeda venezuelana faz com que o bolívar valha, no câmbio paralelo, apenas 1% de sua cotação oficial — o que significaria um preço de pouco mais de R$ 12 para o leite, e salários mínimos com valor próximo a R$ 57.

    — Dizem que o leite é “enriquecido com vitaminas e cálcio extra” para vendê-lo a esse preço — protesta a dona de casa Sonia Indriago. — Comer na Venezuela se tornou um luxo, e agora é preciso estabelecer prioridades. Se você compra leite, não compra nem carne, nem frango, porque ficou impossível.

    O presidente da Aliança Sindical Independente, Carlos Navarro, afirmou em entrevista que, com dois salários mínimos, acrescidos das bonificações de alimentação, só é possível comprar comida para 17 dias. Segundo ele, os trabalhadores do país não são prioridade nem para o governo nem para a oposição.

    Mas os pelegos da ditadura tentam mudar de assunto para culpar o consumidor:
    Já o deputado chavista e ex-ministro da Habitação Ricardo Molina afirmou ontem que “nada justifica que uma pessoa adquira mais de cinco ou seis pares de sapatos em um ano”.

    — O padrão de consumo na Venezuela está absolutamente distorcido — afirmou Molina em entrevista à rede Televen.

    http://oglobo.globo.com/mundo/leite-vira-artigo-de-luxo-na-venezuela-18541746#ixzz3yLWLnReY
  • É a ganancia dos detentores dos meios de produção do leite.
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Será piadinha do "Joselito Muller"? O UOL apresenta como notícia verdadeira...
    Escovação 3 vezes por dia explica falta de pasta de dente, diz ministra na Venezuela

    A ministra da Saúde da Venezuela, Luisana Melo, afirmou que a falta de pasta de dente no país se deve ao fato de que as pessoas escovam os dentes três vezes ao dia, informou o site InfoVzla.

    "Uma vez é mais do que suficiente", disse ela em declarações divulgadas nesta quarta-feira (27).

    Para a ministra, a "cultura" de escovação "tantas vezes" foi inculcada por dentistas mal-intencionados e pelo capitalismo, que quer que as pessoas consumam mais.

    http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2016/01/28/escovacao-3-vezes-por-dia-explica-falta-de-pasta-de-dente-diz-ministra-na-venezuela.htm?cmpid=fb-uolnot
  • Essa notícia é de um site tipo o Sensacionalista
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Judas disse: A esquerda se tornou tão débil mental que fica difícil saber o que é piada e o que é verdade sobre eles.
    Lei de Poe:
    A lei de Poe é uma observação sobre comportamento em debates na internet que estabelece que, na ausência de algo que indique a real intenção do autor, torna-se difícil ou mesmo impossível de saber se o que o autor diz é um extremismo genuíno ou uma simples paródia de extremismo. Tem origem na frase a seguir:

    “ Sem um emoticon representando uma piscadela [;)] ou alguma outra óbvia manifestação de humor, é impossível criar uma paródia de fundamentalismo que ninguém vá confundir com uma afirmação verdadeira.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Poe
Entre ou Registre-se para fazer um comentário.