Os EUA são mais desiguais que o Senegal. O Canadá é mais desigual que Bangladesh. A Nova Zelândia é mais desigual que o Timor Leste. A Austrália é mais desigual que o Cazaquistão. O Japão é mais desigual que o Nepal e a Etiópia
Já o Afeganistão é uma das nações mais igualitárias do mundo.
O Brasil, mesmo com sua altíssima carga tributária, segue sendo um dos países mais desiguais do mundo, mas não é nem de longe o mais pobre. O pobre brasileiro, por pior que seja sua condição de vida, está melhor que o pobre indiano, apesar de viver numa nação muito mais desigual.
Se o nosso objetivo é melhorar as condições de vida humana, dando uma vida digna a todos, nossa preocupação é com a pobreza, e não com a desigualdade.
Pobreza diz respeito às condições absolutas em que alguém se encontra. Tem comida? Acesso a água potável? Habitação? Trabalho? Seus filhos podem frequentar uma escola ou se veem forçados a trabalhar? Os critérios são muitos.
Já desigualdade é uma variável relativa, que nada diz sobre as condições absolutas de vida. Para saber se um país é desigual, é preciso comparar seus habitantes mais ricos e mais pobres e ver a distância entre eles.
Um país que tenha uma pequena parcela de milionários e o restante da população passe fome é muito desigual. Já um onde todos passem fome é igualitário. A condição objetiva dos pobres em ambos, contudo, é a mesma.
Igualmente, se os mais pobres viverem como milionários, e os mais ricos forem uma pequena parcela de trilionários, a desigualdade é grande.
As duas coisas, pobreza e desigualdade, se confundem facilmente, de modo que muita gente que se preocupa espontaneamente com a pobreza (por exemplo, com quem não tem acesso a saneamento básico ou a educação) acaba falando de desigualdade: da diferença entre os mais ricos e os mais pobres.
E essa mistura muda nossa maneira de pensar: acabamos pensando que pobreza e desigualdade são a mesma coisa e que, portanto, o melhor remédio contra a pobreza é a redução da desigualdade, o que via de regra significa tirar de quem tem mais e dar para quem tem menos.
O que é melhor para os pobres de um país: ter renda e consumo sabendo que a elite de seu país é muito mais rica do que eles jamais serão, ou passar fome com o consolo de que sua elite é formada de milionários e não bilionários? Pobreza ou desigualdade?
Leia o artigo completo em:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2007
Comentários
- Cláudio dirá que a dignidade é mais importante, por isso ele preferiria morar na Etiópia.
Abraços,
Por si só, a diminuição da desigualdade não enriquece uma nação, mas ela ajuda. É claro que outros fatores devem ser levados em conta. É bom estimular as pessoas ao trabalho e estudo, premiando aqueles que se saem melhor, mas é importante dar oportunidades e condições para todos.
Há povos que possuem uma mente mais igualitária e há outros que valorizam as desigualdades. Japoneses, Suecos, Dinamarqueses e Canadenses, por exemplo, valorizam a igualdade. Eles não aceitam que um cidadão de seu país passe qualquer necessidade ou não tenham privilégios que outros possuem. Privilégios para esses povos é algo vergonhoso que eles não aceitam. Isto torna estas sociedades mais solidárias. O que ajuda a todos a crescerem na vida. Ninguém se vê por baixo, se vê como igual.
Já povos como o brasileiro, os árabes, os indianos, entre outros, são povos que valorizam as desigualdades. Para estes, há pessoas que são mais do que outras e devem ser privilegiados. Eles acham bonitos os privilégios e não se envergonham deles. São povos que tratam diferente quem possui mais e quem possui menos. Discriminam as pessoas segundo sua classe social, cor de pele, etnia ou local de nascimento. A mentalidade de cada um por si e o mercado contra todos impede o avanço da sociedade como um todo e por isto, os avanços são mais lentos.
A desigualdade favorece os privilégios. Isto causa insatisfação na maioria da população que sente-se lesada por eles. Um ambiente de justiça, de oportunidades, de segurança, de nacionalismo, de colaboração só pode existir onde a igualdade entre todos seja valorizada.
Claudio, de onde tirou a ideia de que os japoneses não praticam estas discrimiações?
A cultura japonesa obedece a uma hierarquia rígida onde posição social, sexo, idade e - principalmente - ORIGEM determinam como cada japonês deve se comportar diante do outro.
Já viu dois japoneses se curvando em cumprimento?
Não sei se percebeu, mas eles não se curvam simultaneamente. SEMPRE o japonês de hierarquia mais baixa se curva ANTES do de hierarquia superior.
Irmãos mais novos se curvam para irmãos mais velhos e as meninas se curvam para TODOS os irmãos homens, independente da idade.
O Japão moderno é produto de uma rigorosa sociedade de castas, que terminou ontem em termos históricos.
Descendentes da casta dos Burakumins até hoje são desprezados e famílias japoneses, no geral, não suportam a ideia de ter uma filha casando com um coreano.
Dentre outras coisinhas mais...
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
É comunista! : )
Já sugeri ao Claudio que deixasse de fazer afirmações taxativas sem qualquer base objetiva, mas não adianta...
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Conforme você bem descreveu há uma forte hierarquia lá. Entretanto, há diversas formas de neutralização desta rigidez. Numa empresa, por exemplo, chefes e subordinados saem para beber juntos, festejar juntos e realizar diversas atividades sociais juntos. O sistema educacional japonês é público e universal. Todas as crianças e adolescentes são obrigados a estudar durante nove anos no mesmo sistema. É assim desde 1872 quando a lei estabeleceu a obrigatoriedade educacional para todos. Por isto, o filho do lavrador e o filho do industrial recebem a mesma educação na mesma escola.
A sociedade japonesa valoriza a justiça social e igualdade material. Por isto, o Japão é um dos países mais igualitários do mundo. Quase toda a população de lá está na classe média. A diferença de renda entre um executivo e um operário de uma empresa é de 4 a 6 vezes. No Brasil esta diferença é de 20 vezes. O sistema tributário japonês dificulta a transmissão de herança. Há uma forte tributação sobre ela. O que faz com que uma herança vá para o Estado em três gerações. Fazendo o neto de um rico voltar a ter a mesma renda da média do país.
Os japoneses realmente se curvam diante da hierarquia. Mas eles se curvam diante do papel hierárquico e não do indivíduo. Lá eles possuem uma necessidade de pertencimento a um grupo social muito grande. Por isto procuram se ajustar as regras do grupo. Vestem-se como o grupo se veste e fazem o que o grupo manda fazer. Isto vale principalmente para o líder. Como exemplo disto é só olhar como os japoneses se comportam em grupos. Na copa do mundo de 2014, no Brasil, eles nos deram um exemplo quando juntos limpavam sua arquibancada após o termino dos jogos.
É claro que a valorização da igualdade tem o seu lado ruim. No sistema educacional japonês exige-se muita conformidade. Os que são diferentes são obrigados pelo grupo a serem iguais. Pratica-se o bullying contra estes diferentes. O que acaba levando muitos jovens japoneses ao suicídio.
O prestígio na sociedade japonesa é medido pelo grupo ao qual se pertence. Valoriza-se o sucesso do grupo muito mais do que o sucesso individual. Por isto, todos querem estudar na Universidade de Tóquio e trabalhar nas empresas mais renomadas. A valorização do grupo mais do que do indivíduo leva os japoneses a se sacrificarem mais pelo seu país. Pensa antes no grupo do que em si próprios. É claro que tudo isto é criticável. A interiorização dos valores de igualdade, combinados com valores de competitividade, levaram o Japão a ser a potência que são.
Até eu que sou Otaku sei disso.
― Winston Churchill
A Sankyo tá contratando @Claudio quer tentar não?
― Winston Churchill
- Duvido!
Abraços,
Então por que não foi ainda?
― Winston Churchill
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Muitas vezes produtos são racionados em Cuba para que todos tenham acesso a eles. Já aqui no Brasil a maioria das residências não tem rede de esgoto. Enquanto em Cuba 98% das residências tem rede de esgoto. Isto sim é vergonhoso, mas preferem ficar malhado Cuba.
Claudio, não se desdiga...
Você afirmou textualmente que no Japão e outros países bonitinhos "Ninguém se vê por baixo, se vê como igual", o que é absolutamente falso no caso dos japoneses onde redes hierárquicas definem sempre um por cima e um por baixo em qualquer tipo de relação.
Depois citou que o Brasil e outros países feiosos discriminam "segundo sua classe social, cor de pele, etnia ou local de nascimento." como se no Japão isto não ocorresse.
Japonês discrimina prá cacete, mesmo outros japoneses pelos mais variados motivos sociais e econômicos, discriminam dekasseguis brasileiros, discriminam coreanos e desprezam indianos, dentre uma lista enorme que segue adiante.
E não há igualdade econômica nenhuma no Japão.
Lá existem bilionários e pobres.
O que ocorre é que o capitalismo do qual você tanto fala cobras e lagartos garante que mesmo os pobres tenham no mínimo o suficiente.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Os dekasseguis que sabem deste assunto muito mais que você e eu contam histórias muito diferentes sobre isto.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Que é uma conspiração das zelites , do grande Capital ,da Veja a GLOBO , dos ETS . da CUCA ,do Lobisomem ,
mas nunca é roubo deles .
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
É melhor correr prá comprar um bastão de baseball porque depois do Jornal Nacional de hoje este dia tá ficando muito perto.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Discrimina profissões como curtidores de peles e coveiros, tratando-os às vezes como párias.
@Claudio vai fazer um cover do Dead Rising:
Outro tipo de discriminação é a cor da pela como acontece no Shoujo Peach Girl:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peach_Girl
― Winston Churchill
Burakumin, a classe mais marginalizada do Japão
Vocês já ouviram falar sobre os Burakumin (部落民)? Pouca gente conhece, mas o termo Burakumin se refere a um grupo minoritário no Japão que desde os tempos mais primórdios vem sofrendo discriminação por boa parte da população japonesa.
As pessoas que formam esse grupo são japoneses natos, mas devido a conceitos xintoístas, passaram a ser considerado como seres impuros e inferiores. Você deve estar pensando… como assim? Por que os japoneses desprezariam pessoas de sua própria etnia?
Bom, os Burakumin, que literalmente significa “Povo da Aldeia”, eram os representantes da classe mais baixa do Japão, designada desde o período medieval, a fazer os piores tipos de serviços, tais como preparar os corpos nos funerais ou limpar as entranhas dos animais que eram caçados.
O ápice da discriminação aconteceu durante o Período Tokugawa (1603-1868), quando foram declarados “pessoas sujas e impuras” segundo a filosofia xintoísta em razão dos serviços que faziam. De pessoas comuns, passaram a ser a escória da sociedade e foram obrigados a viver em guetos, longe da sociedade.
Por serem considerados “kegare” (impuros), eles eram proibidos de trabalhar nas lavouras de arroz, que é um alimento sagrado para os japoneses. Desde essa época, os bukuramin foram remetidos a uma classe imutável, que se perpetuava devido à hereditariedade social das castas. E por causa disso, a rejeição aos pobres Burakumin prevalece até os dias de hoje.
Quem são os descendentes dos burakumin?
No Período Tokugawa era muito fácil reconhecer os Burakumin. Além de viverem em guetos, eles se vestiam com roupas específicas e portanto eram facilmente identificados. Mas hoje em dia, não tem como ter certeza, apesar de estarem sempre associados às pessoas que trabalham em serviços sujos como lixões, preparação de cadáveres, redes de esgoto e frigoríficos.
Com o fim do xogunato e início da reforma Meiji por volta de 1871, os burakumin tiveram a permissão de morar fora dos guetos e puderam enfim se dispersar, porém a discriminação social ainda se mantém. Estima-se que atualmente existam 3 milhões burakumin (2% da população japonesa).
A maioria esconde sua origem por causa do preconceito. Se a verdade vem à tona, os burakumin perdem a chance de conseguir um bom emprego ou até de se casarem (reza a lenda de que as famílias investigam o histórico familiar para evitar o casamento com alguém que tenha origem burakumin).
Um caso que ganhou repercussão foi a de uma mulher que deu à luz ao seu primeiro filho e logo depois descobriu que seu marido era um burakumin. Ela então se recusou a tocar no seu bebê, como se este fosse sujo, impuro e acabou voltando para a casa dos pais, deixando pra trás o marido e o filho.
Da mesma forma, existem muitas empresas japonesas que investigam o histórico familiar (koseki) dos funcionários. Caso algum seja de origem burakumin, não será aceito no emprego, além de que isso irá manchar sua reputação profissional para sempre. Infelizmente isso ainda acontece.
Aliás, existe até uma lista negra com 600 páginas, contendo dados sobre comunidades de burakumin, que circulou entre empresas e corporações durante os anos 80. A lista causou indignação dos defensores dos direitos humanos e até da ONU. Embora proibida, muitas empresas ainda a consulta.
A discriminação tem diminuído…
Nos dias de hoje, nota-se que a discriminação em relação aos burakumin tem diminuído e isso se deve à falta de conhecimento das gerações mais novas. No ensino obrigatório, esse tema não é muito abordado e talvez isso esteja contribuindo para que os Burakumin tenham uma vida mais tranquila.
Vale lembrar que alguns dos artistas mais importantes da história do Japão são de origem Buraku. Entre eles, houve vários artistas e criadores do teatro noh, kabuki e kyogen. Tem ainda o político e empresário Jiichirō Matsumoto, que abraçou a causa e foi chamado de “pai da libertação buraku”.
No cenário atual, existem alguns burakumin ilustres que são escritores, empresários ou ocupam cargos políticos como Tōru Hashimoto, que já foi governador de Osaka e hoje é prefeito de Osaka, os escritores Manabu Miyazaki e Kenji Nakagami e Tadashi Yanai, fundador e presidente da Uniqlo.
Mas a grande maioria infelizmente não trilhou o sucesso e ainda mantem ocupações menos valorizadas, provavelmente herdadas de seus ancestrais. Sem contar que muitos acabam se enveredando no mundo do crime. Acredita-se que cerca de 70% dos membros da Yamaguchi-gumi (a maior facção Yakuza do Japão que tem mais de 50 mil membros), são de origem buraku.
Comunidades buraku no Google Earth
A existência dos Burakumin era desconhecida por muitas pessoas, mas em 2009, o caso veio à tona quando o Google lançou uma versão do Google Earth que mostrava as comunidades Buraku durante o Período Feudal. Porém, esse recurso foi removido devido às reivindicações do Ministério da Justiça.
Foi alegado que isso poderia disseminar o preconceito, já que alguns ainda vivem nessas comunidades. Esses locais geralmente são menos valorizados por serem associados aos Burakumin, mas nem todos tem conhecimento disso. E talvez seja melhor assim para evitar que sejam alvos de insultos raciais.
http://www.japaoemfoco.com/burakumin-uma-classe-discriminada-no-japao/