Essa FDP "pinçou" o Livro do Mário Filho e colocou a parte q interessa OMITINDO o Vasco e ainda no final fala do jogador do Flamengo leia
http://www.socialistamorena.com.br/as-origens-elitistas-e-racistas-do-futebol-por-mario-rodrigues-o-irmao-de-nelson/
As origens elitistas e racistas do futebol, por Mário Rodrigues (o irmão de Nelson)
(Carlos Alberto, o “pó-de-arroz”)
Uma das razões pelas quais não concordo com o epíteto de “reacionário” que a direitosa adotou como verdade absoluta para se referir a Nelson Rodrigues (1912-1980), sem nunca tê-lo lido, é seu pioneirismo na denúncia ao racismo velado brasileiro. Amigo de Abdias do Nascimento (1914-2011), autor de Anjo Negro, uma tragédia sobre o racismo, Nelson questionava o mito da “democracia racial” e se indignava com o preconceito contra os negros em nosso País. “Nos Estados Unidos o negro é caçado a pauladas e incendiado com gasolina. Mas no Brasil é pior: ele é humilhado até as últimas consequências”, dizia. Vamos combinar que não tem absolutamente nada a ver com gente que defende que “não existe racismo no Brasil”.
O irmão de Nelson, Mário Rodrigues Filho (1908-1966), considerado um dos maiores jornalistas esportivos de todos os tempos (o Maracanã leva seu nome), também denunciou o racismo em um grande clássico, O Negro no Futebol Brasileiro. No livro, reeditado pela Mauad há dois anos, Mário Filho conta como, de esporte de ricos descendente de ingleses, o futebol se transformou na diversão de meninos pretos e pobres que se tornariam os grandes craques da bola até hoje. Malvistos pela torcida grã-fina, muitos atletas negros tentavam inclusive disfarçar a origem, alisando os cabelos e apelando à maquiagem para clarear a pele. Em 1921, o presidente Epitácio Pessoa “recomendou” que a seleção não convocasse negros, e até 1952 havia times no Brasil que não aceitavam “pessoas de cor”.
Mesmo na Inglaterra, onde surgiu, o futebol era jogado nas escolas frequentadas pela aristocracia. Suas regras foram feitas nestes colégios e só daí passaram a ser aplicadas no esporte que já se praticava nas ruas, pela classe operária. Rapidamente a burguesia agiria para transformá-lo em “ópio do povo”. Segundo Roberto Ramos em Futebol: Ideologia do Poder, “os burgueses descobriram o futebol como meio de despolitização dos trabalhadores na década de 1860. As massas do proletariado industrial começaram a interessar-se por este esporte. Os empresários ingleses aproveitaram a oportunidade. Fomentaram o seu desenvolvimento. O objetivo era claro. Eles precisavam manter os operários à margem da atividade política dentro de suas organizações de classe”.
Ou seja, a elite branca que ocupa os estádios brasileiros nesta Copa do Mundo era de fato a “dona da bola” no começo, tanto aqui como na terra natal do futebol. Charles Miller (nome da praça onde fica o Pacaembu), o filho de ingleses que teria trazido a primeira bola de futebol para o Brasil em 1894, apresentou o esporte à elite paulista. Os clubes de ingleses do Rio de Janeiro disputam com Miller a primazia: em 1874, 20 anos antes de Miller ter chegado com a tal bola, já haveria jogos de futebol na orla carioca. No princípio, existia uma separação oficial entre os times dos ricos e os dos pobres, mas do nome do jogo às posições dos atletas em campo, todos os termos eram em inglês. Mário Filho conta tudo.
Este DNA racista e elitista do futebol, a meu ver, pode explicar o porquê de tantos jogadores negros ainda serem alvo de preconceito. No esporte “bretão”, “branco”, os negros eram bem-vindos para jogar bola, mas não para frequentar as dependências e festas dos clubes que os contratavam, como ocorria com qualquer empregado. Não me parece muito diferente do que acontece atualmente: enquanto o jogador negro, regiamente pago, faz gols, é bem tratado e festejado. Basta cometer algum erro, porém, que a cor de sua pele vem à tona, como nos episódios recentes em que atletas foram insultados, chamados de “macacos”, e bananas foram atiradas no campo.
Vale a pena ler o livro de Mário Filho. Outra editora de São Paulo, a Ex Machina, lançou neste ano da Copa As Coisas Incríveis do Futebol: as Melhores Crônicas de Mário Filho. Imperdível para quem gosta de futebol ou não. Leia abaixo os trechos de O Negro no Futebol Brasileiro que compilei sobre os primórdios do esporte.
***
(O mulato Arthur Friedenreich)
(O mulato Arthur Friedenreich)
O Negro no Futebol Brasileiro
Por Mário Rodrigues Filho
O futebol importado, made in England, tinha de ser traduzido. E enquanto não se traduzisse e se abrasileirasse, quem gostasse dele precisava familiarizar-se com os nomes ingleses. De jogadores, de tudo. Em campo um jogador que se prezasse tinha de falar em inglês. Ou melhor: gritar em inglês.
O repertório do capitão do time, justamente quem gritava mais em campo, precisava ser vasto. Quando um jogador do seu time estava com a bola e outro corria para tomá-la, tinha de avisar: ‘man on you’. Quando o outro time atacava e ele precisava chamar seus jogadores lá na frente, a senha era: ‘come back forwards’. E havia ‘take you man’ e havia mais. Onze posições de jogadores num time: goalkeeper, fullback-right, fullback-left, halfbeck-right, center-half, halfback-left, winger-right, inside-right, center-forward, inside-left e winger-left.
O juiz era o referee, transformado em referi ou refe, o bandeirinha era o linesman, e por aí afora.
***
Para alguém entrar no Fluminense tinha de ser, sem sombra de dúvida, de boa família. Se não, ficava de fora, feito os moleques do Retiro da Guanabara, célebre reduto de malandros e desordeiros.
Os moleques debruçavam-se na cerca de arame para ver os treinos, se a bola ia fora podiam correr atrás dela, dar um chute. Mas nada de demora. Se demorassem não levariam as malas dos jogadores, acabado o treino, até o bonde que passava na Rua das Laranjeiras.
(…)Não se tratava de só querer branco legítimo. Ninguém no Fluminense pensava em termos de cor, de raça. Se Joaquim Prado, winger-left do Paulistano, quer dizer, extrema-esquerda, preto, do ramo preto da família Prado, se transferisse para o Rio, seria recebido de braços abertos no Fluminense. Joaquim Prado era preto, mas era de família ilustre, rico, vivia nas melhores rodas.
(…)Por isso, quem ia a São Paulo jogar um match de futebol, voltava encantado com Joaquim Prado, sem reparar até, que ele era preto.
***
O que distinguia o Bangu do Botafogo, do Fluminense, era o operário. O Bangu, clube de fábrica, botava operários no time em pé de igualdade com os mestres ingleses. O Botafogo e o Fluminense, não, nem brincando, só gente fina. Foi a primeira distinção que se fez, entre clube grande e pequeno, um, o clube dos grandes, o outro, o clube dos pequenos.
***
(…)Os pretinhos, filhos da cozinheira, sabiam fazer bolas de meia, redondinhas, que saltavam.
Boas bolas, aquelas de meia, feitas pelos moleques. Podia se fazer com elas o que se quisesse. Até quebrar vridraças. Melhor do que as bolas de pelica dos meninos de boas famílias, muito leves, como balões de papel de seda, subindo com qualquer chutinho. As bolas de meia ficavam mais no chão. Quase presas ao pé, aperfeiçoando, nos moleques, o que se chamaria mais tarde, o domínio da bola. Da ‘esfera de couro’ de certos cronistas que não queriam escrever, em letras de forma, essa palavra tão corriqueira: bola.
Isso fazia quem era do remo, olhar mais por cima quem era do futebol. O futebol se vulgarizava, se alastrava como uma praga. Qualquer moleque, qualquer preto podia jogar futebol. No meio das ruas, nos terrenos baldios, onde se atirava lixo, nos capinzais. Basgtava arranjar uma bola de meia, de borracha, de couro. E fabricar um gol, com duas maletas de colégio, dois paletós bem dobrados, dois paralelepípedos, dois pedaços de pau.
Em todo canto um time, um clube. Time de garotos, de moleques, clubes de operários, de gente fina. Mas muito clube, clube demais.
No remo não havia esse perigo.
***
Valia a pena ser Fluminense, Botafogo, Flamengo, clube de brancos. Se aparecia um mulato, num deles, mesmo disfarçado, o branco pobre, o mulato, o preto da geral, eram os primeiros a reparar.
O caso de Carlos Alberto, do Fluminense. Tinha vindo do América, com os Mendonças, Marcos e Luís. Enquanto esteve no América, jogando no segundo time, quase ninguém reparou que ele era mulato. Também Carlos Alberto, no América, não quis passar por branco. No Fluminense foi para o primeiro time, ficou logo em exposição. Tinha de entrar em campo, correr para o lugar mais cheio de moças da arquibancada, parar um instante, levantar o braço, abrir a boca num hip, hip, hurrah.
Era o momento que Carlos Alberto mais temia. Preparava-se para ele, por isso mesmo, cuidadosamente, enchendo a cara de pó-de-arroz, ficando quase cinzento. não podia enganar ninguém, chamava até mais atenção. O cabelo de escadinha ficava mais escadinha, emoldurando o rosto, cinzento de tanto pó-de-arroz.
Quando o Fluminense ia jogar com o América, a torcida de Campos Sales caía em cima de Carlos Alberto:
– Pó de arroz! Pó de arroz!
A torcida do Fluminense procurava esquecer de que Carlos Alberto era mulato. Um bom rapaz, muito fino.
***
Friedenreich, de olhos verdes, um leve tom de azeitona no rosto moreno, podia passar se não fosse o cabelo. O cabelo farto mas duro, rebelde. Friedenreich levava, pelo menos, meia hora, amansando o cabelo.
Primeiro untava o cabelo de brilhantina. Depois, com o pente, puxava o cabelo para trás. O cabelo não cedendo ao pente, não se deitando na cabeça, querendo se levantar. Friedenreich tinha de puxar o pente com força, para trás, com a mão livre segurar o cabelo. Senão ele não ficava colado na cabeça, como uma carapuça.
O pente, a mão não bastavam. Era preciso amarrar a cabeça com uma toalha, fazer da toalha um turbante e enterrá-lo na cabeça. E ficar esperando que o cabelo assentasse.
Levava tempo. Embora principiasse quando estava jogando o segundo time, só terminava quase na hora da saída do jogo do primeiro time. O juiz impaciente, ameaçando começar a partida sem Friedenreich, e Friedenreich lá dentro, no vestiário, a toalha amarrada na cabeça, esperando, ainda desconfiado de que não chegara a hora de tirar o turbante.
***
O Fluminense, cansado de perder campeonatos, tornou-se um pioneiro de profissionalismo. Com o profissionalismo, ele lutaria em igualdade de condições com os outros clubes. (…)E poderia formar um grande time, capaz de levantar campeonatos, indo buscar jogadores nos clubes pequenos, nos subúrbios, nos Estados, fosse onde fosse, brancos, mulatos e pretos.
Porque com o profissionalismo não fazia mal o Fluminense botar um mulato, um preto no time, contanto que fosse um grande jogador. Melhor branco. Mulato ou preto, só grande jogador.
(…)O preto jogava, ajudava o Fluminense a vencer, acabado o jogo, mudava de roupa, ia embora. Não havia perigo do preto frequentar a sede, aparecer numa soirée, num baile de gala do Fluminense. O jogador profissional, branco, mulato ou preto, era um empregado do clube. O clube pagava, toma lá, dá cá. O jogador ficava no seu lugar, mais no seu lugar do que nunca.
Naturalmente, entre o preto e o branco, o Fluminense tinha de preferir o branco. Se fosse possível um time só de brancos, melhor. E talvez fosse possível. Não faltava bom jogador branco. Se não fosse possível um time só de branco, botava-se um preto, dois, nada de abusar.
***
As vaias, o torcedor do Fluminense aguentava. Para isso tinha seu clássico ‘uh! uh!’. Não aguentava era o ‘pó-de-arroz’. Um grito de ‘pó-de-arroz’ partia de lá, um grito de ‘pó-de-carvão’ partia de cá. O torcedor do Fluminense dizendo que preferia ser ‘pó-de-arroz’ a ser ‘pó-de-carvão’. Podia preferir, mas se ofendia com aquele ‘pó-de-arroz’.
O torcedor do Flamengo, não, nem se importava com o ‘pó-de-carvão’. Orgulhava-se dos pretos que vestiam a camisa rubro-negra. Até mesmo dos que tinham sido escorraçados dos outros clubes, como Leônidas.
Ninguém queria Leônidas, o Flamengo queria.
As origens elitistas e racistas do futebol, por Mário Rodrigues (o irmão de Nelson) - Socialista Morena
Uma das razões pelas quais não concordo com o epíteto de “reacionário” que a direitosa adotou como verdade absoluta para se referir a Nelson Rodrigues (1912-1980), sem nunca tê-lo lido, é seu pioneirismo na denúncia ao racismo velado brasileiro. Amigo de Abdias do Nascimento (1914-2011), autor de An…
socialistamorena.com.br
http://www.socialistamorena.com.br/as-origens-elitistas-e-racistas-do-futebol-por-mario-rodrigues-o-irmao-de-nelson/
Só essa carta já refuta essa galinha Populista FDP :
Comentários
A história do racismo no futebol: Do pó de arroz a Aranhaby Observatório 22/11/2015 | 11:22 0 Posted in Consciência Negra
Hoje, 20 de novembro, é o dia da consciência negra. Mesmo que o dia tenha um importante significado para o movimento negro no Brasil, há muitas pessoas que questionam a sua existência, utilizando argumentos rasos, que não merecem ser registrados aqui. É inegável que o racismo existe no Brasil e no mundo, e é um problema gravíssimo na nossa sociedade. Um exemplo disso são os casos de discriminação, preconceito e injúria racial no esporte, sobretudo no futebol. Os últimos anos têm sido repletos de demonstrações estúpidas de racismo contra jogadores de futebol, não só na Europa, como no Brasil e na América do Sul.
O racismo acompanha o futebol brasileiro desde seu início. Jogadores negros não eram admitidos em muitos clubes, por conta do caráter aristocrático do esporte nos anos que sucederam sua chegada ao país. Apesar de muita imprecisão sobre os fatos, sabe-se que o jogador Carlos Alberto, em 1914, usava pó-de-arroz no rosto para jogar pelo Fluminense. O clube, no entanto, contesta a versão que a causa disso fosse racismo praticado por sua torcida e diretoria. Mesmo com tal, no mínimo, suspeita, a torcida tricolor continua a usar o pó-de-arroz como marca.
Há imprecisão sobre qual foi o primeiro clube brasileiro a admitir negros em seu plantel. O fato é que Bangu e Ponte Preta podem ter sido os primeiros a contarem com negros, mas foi o Vasco da Gama o protagonista na inclusão do negro no futebol, entre os anos de 1923 e 1924. Seu time contava com 12 atletas negros, e conquistou o título carioca em 1923, o que gerou insatisfação pelos demais clubes tradicionais, como América, Botafogo, Flamengo e Fluminense, que formaram uma liga alternativa, exigindo que o Vasco expulsasse seus atletas negros para que pudesse ser a ela admitido. O Cruzmaltino não cedeu, e acabou por entrar na nova liga com todos os atletas negros que quisesse.
A partir deste momento, sobretudo na década seguinte, os negros passaram a ocupar o futebol brasileiro de maneira mais forte. Um exemplo claro disso é o inventor da bicicleta Leônidas da Silva, o Diamante Negro, considerado por muitos o primeiro ídolo do futebol brasileiro. Outros negros contemporâneos de (ou um pouco posteriores a) Leônidas ajudaram a fincar de vez a presença protagonista do negro no futebol brasileiro, como os irmãos Domingos e Ladislau da Guia, Didi, Zizinho, o injustiçado Barbosa, Jair Rosa Pinto, Djalma Santos e tantos outros heróis e lendas do futebol brasileiro.
O marco mais significativo, no entanto, ocorreu na Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Foi lá onde se consagrou a maior dupla da história do futebol mundial: Pelé, um garoto de 17 anos, que iniciava a carreira mais bem sucedida da história do futebol, viria a ser o maior jogador da história, eleito o atleta do século XX, o maior artilheiro da história do futebol mundial, o jogador que mais ganhou Copas do Mundo, uma lenda, um mito, o deus do futebol; e Garrincha, que veio a ser campeão de duas Copas do Mundo, maior jogador a história do Botafogo, o driblador mais icônico e mais inspirador da história do futebol mundial, outra lenda, outro deus (o futebol é politeísta). A dupla se aposentou invicta atuando junta pela Seleção Brasileira, e colocou o negro pela primeira vez no ponto máximo de uma posição de destaque no país.
Seria ilusão, no entanto, pensar que o negro passou a ser respeitado no futebol brasileiro e mundial após isso. Há inúmeros casos de racismo no esporte que aqui podemos recordar. Na Europa, por exemplo, o camaronês Samuel Eto’o sofreu racismo na Espanha, na Inglaterra e na Rússia, países em que jogou e foi ídolo; o lateral Roberto Carlos foi outro a sofrer com o racismo na Rússia, quando abandonou o jogo de seu time, Anzhi, após a torcida do rival, Zenit, atirar bananas em sua direção; o brasileiro Hulk também sofre racismo com frequência no campeonato russo; o brasileiro Daniel Alves foi outra vítima de racismo, atuando pelo Barcelona, no polêmico episódio “somos todos macacos”, campanha criada por Luciano Huck (que adere apenas a causas que possam lhe trazer lucro); por último, cito o italiano Mario Balotelli, talvez a maior vítima de racismo no futebol europeu dos últimos anos. O atacante sofreu racismo da própria torcida italiana, quando lá atuou por Internazionale e Milan, e dos ingleses, onde atuou por algumas temporadas nos últimos anos. Um estudo aponta que Balotelli foi a maior vítima de racismo na Internet no futebol inglês na temporada 2014/2015, ano em que recebeu 8 mil mensagens com este teor.
Na América Latina, não é diferente. É muito comum que os argentinos se refiram aos brasileiros, sobretudo aos negros, como “macaquitos”. Talvez o episódio mais marcante de racismo na América Latina seja a prisão do zagueiro argentino Desábato, em 2005, após insultar o atacante Grafite, no Morumbi. Desábato ficou preso por dois dias e foi liberado após pagar R$10 mil de fiança. Já em 2014, a vítima foi o volante cruzeirense Tinga, que ouviu a torcida do Real Garcilaso, do Peru, gritar como macacos a cada vez em que ele tocava na bola. O clube peruano foi multado em apenas US$ 12 mil e terá o seu estádio fechado em caso de reincidência. No último mês, o meia Nikão, do Atlético Paranaense, foi vítima de racismo por conta da torcida do paraguaio Sportivo Luqueño. O caso permanece sem punição aos responsáveis.
No Brasil, há diversos casos de racismo ao longo da história, mas há um grande número de acontecimentos recentes que preocupam. No início deste mês, o meia Michel Bastos, do São Paulo, foi ofendido por integrantes da própria torcida tricolor na Internet. Outra torcida que mostrou uma lamentável face racista foi a do Flamengo, que perseguiu o técnico Cristóvão Borges por motivos táticos, mas com ofensas racistas. O caso recente de maior repercussão foi o do goleiro Aranha, à época do Santos, chamado de macaco por diversos torcedores gremistas na Arena do Grêmio. Os tricolores gaúchos, inclusive, têm histórico grave de racismo, já que costumeiramente chamam os torcedores do rival Internacional de macacos. O Grêmio foi excluído da Copa do Brasil daquele ano, e os torcedores identificados foram proibidos de entrar nos jogos do Grêmio pelo longo período eterno de dez meses. Posteriormente, ao acionar o Santos judicialmente e se transferir para o rival Palmeiras, Aranha sofreu insultos racistas da torcida do Santos.
Ou seja, assim como na sociedade, o racismo no futebol não tem time, não tem país, não tem classe social. Pode vir de qualquer lugar e atingirá sempre o negro. O Brasil não é uma democracia racial, e não são as medidas para amortizar o racismo, como cotas, as responsáveis pela escalada de ódio. Infelizmente, a falta de educação, conscientização e punição ajudam a perpetuar o racismo, que pode aparecer em diversos níveis e velado de inúmeras formas.
Por exemplo, quando há um caso de racismo no futebol, costuma-se dizer: “Mas justo no esporte que teve Pelé como seu maior nome…”. Correto. Serve para demonstrar que o negro não é respeitado nem nos espaços em que ocupa com protagonismo. Mas, ao mesmo tempo, tal pensamento pode trazer consigo um significado extremamente perigoso: o de que o negro merece respeito no futebol apenas por conta de ídolos negros, e que, consequentemente, não precisa ser respeitado em esportes e espaços de tradição e destaques brancos.
A superação do racismo deve ser um objetivo importante no Brasil e no mundo, e o futebol poderia ser um instrumento importante nesta luta. Por enquanto, não vem sendo. E, em mais um 20 de novembro, os negros continuam sofrendo preconceitos e injúrias, sendo marginalizados, mortos e perpetuados nessa posição de subjugação. Infelizmente.
Fonte: VintePress
http://observatorioracialfutebol.com.br/a-historia-do-racismo-no-futebol-do-po-de-arroz-a-aranha/
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif