ESTUDO DE CASO: Copo de bebida supostamente usado por Tom Cruise já tem cinco ofertas em site de leilão
http://oglobo.globo.com/cultura/copo-de-bebida-supostamente-usado-por-tom-cruise-ja-tem-cinco-ofertas-em-site-de-leilao-3576063
Por Ludovico - Publicado no forum realidade
Quando o copo de Mate Leão que o Tom Cruise tomou custa 500 reais no mercado livre, é "fetichização de mercadoria", consistente com a teoria do valor-trabalho.
Se custasse a mesma coisa que um copo de Mate Leão normal, seria também consistente coma teoria de valor-trabalho.
Se existisse 1 fã do Tom Cruise no mundo disposto a pagar 5 milhões de dólares pelo copo de Mate, também seria consistente com a teoria do valor trabalho.
Qualquer valor de qualquer coisa é "explicado" por meio de ad hocs e confabulações pelos proponentes da teoria de valor-trabalho.
Se alguém encontra uma obra de Pollock perdida e acha que não tem valor algum e vende como algo que a Tia Arlinda que tem Alzheimer fez anteontem por 50 dólares no brechó do bairro, isso é consistente com a teoria do valor-trabalho. Se for autenticado como um Pollock legítimo e vendido por 50 milhões de dólares na Sotheby's, também é!
Isso é uma característica típica de teses pseudocientíficas; fazem hipóteses auxiliares por cima de hipóteses auxiliares para nunca dar o braço a torcer frente às anomalias de sua teoria.
Prove me wrong - mostrem-me o que não pode ser observado se a teoria de valor-trabalho for correta.
O ENCOSTO
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Comentários
Na produção industrial dá para calcular o quanto de custo de mão-de-obra é aplicado em cada produto e daí saber o valor de cada unidade. Mas o mundo de hoje é muito mais complexo do que aquele em que Marx viveu. É cada vez mais difícil calcular o valor do trabalho, pois se trabalha cada vez mais com criatividade e criatividade é algo que não dá para calcular o valor que está sujeito a inúmeras variáveis. E depois vem a propaganda, como no caso do copo de mate do Tom Cruise, uma jogada de marketing da empresa que produz o Mate Leão. A propaganda, que não existia na época de Marx, agrega outros valores ao produto. Então fica difícil falar em valor-trabalho numa economia onde um produto recebe contribuições do mundo todo.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Não importa quanto tempo eu levei para fabricar um produto: se ninguém quiser comprar, seu valor será zero.
O trabalhador tem que receber o que ele aceitou ao assinar o contrato de trabalho.
O valor do que ele produziu não vem ao caso.
Se só houver um operador de uma determinada máquina, ele poderá cobrar um salário alto e será disputado pelas indústrias.
Se houver muitos operadores, o salário oferecido a eles cairá muito.
O que define o preço é a Lei da Oferta e da Procura.
Ou seja, se o valor viria exclusivamente do trabalho dos trabalhadores, então os empresários não produziriam, logo não teriam direito a qualquer lucro. O que os socialistas desejam é, usando das palavras certas, que os trabalhadores recebam através do contrato de trabalho mais do que receberiam se fossem empresários. Mas, quem iria investir em bens de capital se o lucro contábil máximo fosse zero? O progresso tecnológico que multiplicou grandemente a produtividade do trabalhador médio nos últimos séculos dependeu da massiva acumulação de capital por parte dos capitalistas, isto é, do "lucro injusto" desse conceito que você mencionou.
A menos-valia
Marx nos ensina, e todos sabem, que toda a fonte de valor é o trabalho. Ou seja, se uma pessoa achar por acaso numa caverna um pedaço de ouro, ele não terá valor, porque não tem trabalho algum agregado. Inversamente, se um sujeito passar 30 anos cavando um buraco, será um buraco incrivelmente caro, porque tem MUITO trabalho agregado. Não creio que haja dúvidas quanto a isso. Só cães raivosos da burguesia ousariam negar tão óbvio princípio.
Todos sabem também que o lucro da burguesia é ROUBADO dos trabalhadores, a quem só sobra o suficiente para a subsistência. Os trabalhadores produzem tudo, mas só recebem parte do que produzem, enquanto a burguesia vilmente se locupleta. Essa é a mais-valia, o trabalho não pago do proletário.
Bom, essa é a situação de lucro. Mas há uma situação inversa. Digamos que os empresários num certo país são muito burros. Se eles forem muito burros, só farão investimentos errados que acarretarão sempre em prejuízo. Porém os trabalhadores continuarão a receber o salário integral, mesmo que o empregador incorra em prejuízo.
Essa situação excepcional é a MENOS-VALIA, onde os trabalhadores recebem MAIS do que produziram.
Nesse país onde os empresários são idiotas, portanto, não há a exploração dos proletários pelos burgueses, mas dos burgueses pelos proletários. Então, à medida que os burgueses fazem investimentos errados e são explorados pelos seus próprios empregados, sua consciência de classe desperta e os patrões começam a se organizar para fazer a revolução capitalista.
Então, a primeira pergunta que os comunistas e demais pessoas preocupadas com o bem-estar do próximo devem fazer é: será que os empresários do meu país são burros ou inteligentes? Se são burros, haverá a revolução capitalista e tudo será triste. Porém, se são inteligentes, haverá a revolução socialista e tudo será lindo.
Pois eis que chegamos à conclusão óbvia, que o leitor provavelmente já auferiu à esta altura: para que tenhamos empresários inteligentes, o governo precisa investir em educação. Se não houver investimentos em educação, todos serão estúpidos e não saberão fazer projeções de mercado, os empregados não serão explorados e não haverá a conscientização do proletariado nem a revolução comunista.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Como vai produzir sem um equipamento e recursos? Você esqueceu essas variáveis.
Se eu topo trabalhar pra alguém que tem o maquinário, recursos e tem um cliente para quem venda o produto nada mais que justo que ele tire a parte do seu lucro como patrão.
― Winston Churchill
- Nem naquele tempo isso era válido, a teoria de Marx não tem nada de científica, não tem evidências, não resiste a qualquer validação simples, não apresenta método de falseamento.
- Se eu gastar 20 horas na fabricação de uma TV analógica, nem assim ela será mais cara que uma TV digital onde eu tenha gastado metade do tempo, isso se algum maluco ainda comprar TV analógica hoje em dia, isso vale para qualquer produto.
Abraços,