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Universo Malevolente

"A premissa do "universo malevolente" é a crença, geralmente aceita apenas sob a forma de uma emoção ou sentimento generalizado, de que aquilo que é bom - ou seja, aquilo que a pessoa mais valoriza e deseja - não tem chances na Terra. De que não há forma de atingir os seus valores mais profundos dentre os homens. Essa premissa geralmente é sentida como um "senso de vida", e tem a sensação de uma convicção metafísica, de uma visão fundamental de sua relação com a existência. Normalmente esse conceito é formado por um processo de generalização emocional; partindo da observação de que muitos homens são irracionais, e chegando à noção desesperada de que, por alguma razão incompreensível, os homens serão inevitavelmente irracionais." - Nathaniel Branden

"Muitas pessoas novas hoje em dia são ensinadas que, apenas quando você está sofrendo você está em contato com a realidade. Notem que a maioria dos intelectuais consideram uma história que é trágica intrinsicamente mais profunda do que uma história que é feliz. Qual a afirmação por trás disso? Tragédia é a essência da vida. Felicidade é um evento temporário e superficial. Quem disse? Da vida de quem? Por quê? Notem que maioria da arte que é chamada de profunda também é trágica. A maior parte da literatura que é chamada de profunda é trágica. Você poderia contestar isso dizendo "mas existe muito pouca arte que expressa alegria". Verdade. Mas isso não prova que ela é menos importante, só ilustra o quão raro isso é na experiência humana, justamente por causa tipo extraordinário de conquista que representa. - Nathaniel Branden

"A ética altruísta é baseada numa metafísica de "universo malevolente", na teoria de que o homem, por sua natureza, é impotente e está condenado - que sucesso, felicidade e conquista são impossíveis pra ele - que emergências, catástrofes e desastres são a norma de sua vida, e que seu objetivo principal é combatê-los. Como uma refutação simples dessa visão - como evidência do fato de que o universo material não é inimigo do homem e que catástrofes são a exceção - não a regra de sua existência - observe as fortunas feitas pelas companhias de seguro." - Ayn Rand


"Se você tiver ideias equivocadas em qualquer questão filosófica básica, isso irá comprometer ou destruir a premissa de "universo benevolente". Por exemplo, qualquer distanciamento em metafísica da visão de que este mundo em que vivemos é a realidade - a realidade completa e absoluta - qualquer distanciamento disso [subjetivismo ou religião, por exemplo] irá necessariamente destruir a confiança de uma pessoa em sua habilidade de lidar com o mundo, e irá trazer o elemento de "universo malevolente". O mesmo se aplica à epistemologia: se de alguma forma você chegar à conclusão de que a razão não é válida, então o homem não tem ferramentas pra conquistar seus valores; portanto derrota e tragédia parecerão inevitáveis.

Isso também vale pra ética. Se os homens tiverem valores que são incompatíveis com a vida - como auto-sacrifício e altruísmo - obviamente eles não poderão conquistar esses valores [pois vão contra sua natureza e sua sobrevivência]; logo chegarão a conclusão de que o mal é necessário e de que eles estão condenados à miséria, ao sofrimento e ao fracasso. É um código de ética irracional que, acima de tudo, alimenta a atitude de "universo malevolente" e leva à síndrome eloquentemente expressada pelo filósofo Schopenhauer: "Não importa o que digam, o momento mais feliz do homem feliz é o momento em que ele adormece, e o momento mais infeliz do homem infeliz é o momento em que ele acorda. A vida humana deve ser algum erro."

Há certamente "algum erro" aqui. Mas não é a vida. São as filosofias usadas pra destruir o homem - pra torná-lo incapaz de viver." - Leonard Peikoff



"Você já se perguntou por que ficou extremamente tocado e comovido quando alguém te fez uma gentileza inesperada? Você já se perguntou por que certa vez teve vontade de chorar, não ao ver algo feio, mas ao ver algo bonito? Não ao ouvir uma música triste, mas ao ouvir uma música alegre? Não num momento de sofrimento, mas num momento de felicidade? Você já se perguntou por que você acha tão difícil falar das coisas que são mais importantes pra você, mesmo com as pessoas que você confia e tem mais intimidade? Você já se perguntou por que em certa ocasião teve vergonha de ter expressado uma emoção séria e intensa, e sentiu o impulso de fazer uma piada no momento seguinte, às suas próprias custas? Você já se perguntou por que ficou quieto enquanto valores que você despreza estavam sendo celebrados, enquanto valores que você respeita estavam sendo atacados - e você ficou calado e sem protestar, não necessariamente ou exclusivamente por medo, mas também por conta de uma sensação pesada que se amontoa nas palavras "de que adianta"? O nome que demos à premissa que torna isso possível - a premissa que leva os homens a enterrarem o que há de melhor neles - é a premissa de universo malevolente" - Nathaniel Branden


http://profissaocinefilo.blogspot.com.br/2012/05/universo-maligno.html

“Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
― Winston Churchill

Comentários

  • 12 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    O Universo não é bom nem mau. O Universo é indiferente.
    Ele está pouco se lixando para nós. Na verdade, ele nem sabe que existimos.
  • Sim, verdade. Mas vejo esse sentimento intrínseco nas pessoas, impedindo que essas possam expressar seu melhor e buscar coisas para suas vidas.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Saudações Fernando

    Percival citou: Essa premissa geralmente é sentida como um "senso de vida", e tem a sensação de uma convicção metafísica, de uma visão fundamental de sua relação com a existência. Normalmente esse conceito é formado por um processo de generalização emocional; partindo da observação de que muitos homens são irracionais, e chegando à noção desesperada de que, por alguma razão incompreensível, os homens serão inevitavelmente irracionais.
    Fernando disse: O Universo não é bom nem mau. O Universo é indiferente.
    Ele está pouco se lixando para nós. Na verdade, ele nem sabe que existimos.

    O Universo é o infinito composto de um todo (Conjunto)... Se fazemos parte do Conjunto, fazemos parte do todo...

    Portanto, será que o todo(Universo/Composição) nos despreza ???

    Ou antes faz parte de nós, não como uma figura de linguagem, mas antes como uma parte constitutiva (elementos químicos derivados, fornecendo ambiente integrado à sub existência humana) da formação do ser Humano.




    Abraços fraternos a ti
    Silvana
  • SilvanaSilvana Membro
    edited junho 23 Vote Up0Vote Down
    Saudações a todos


    A questão derivada poderia ser:

    -Somos produto(s) em construção de um Universo malevolente ???

    - Ou derivado de uma soma do conjunto inexplorado ???



    Abraços fraternos a todos
    Silvana
    Post edited by Silvana on

  • Percival... Para vc meus sinceros votos de observância fraterna...

    Muito bom o tema que abordou.. :)

  • PercivalPercival Membro
    edited junho 23 Vote Up0Vote Down
    Silvana disse: -Somos produto(s) em construção de um Universo malevolente ???

    - Ou derivado de uma soma do conjunto inexplorado ???

    Acho que nem um nem outro @Silvana . O que eu vejo são pessoas desanimadas com os atos negativos chegando ao ponto de valorizá-los e transformá-los em inimigos invencíveis. Sei que nunca poderemos acabar com o mal, mas podemos fazer com que o bem prevaleça.

    Eu vejo que as pessoas estão desanimando com isso, principalmente as religiosas que ficam mais esperando a intervenção divina do que fazendo.

    E quando se há uma ação de mudança, mesmo que seja pro menos pior as pessoas ainda assim não se animam, tá certo que vivemos num mundo com opiniões e perspectivas diferentes.

    Mas da maneira como é tratada as pessoas parecem que só tem a perspectiva de que somente coisas ruins vão acontecer, principalmente no campo político.

    Vejo que muita gente não consegue ainda aprimorar seu Senso de Vida.

    A questão é aonde botamos a culpa e o que estamos fazendo para melhorar esse conjunto. No caso é pouco provável que a culpa seja do Universo, já que ele não é uma pessoa.

    Post edited by Percival on
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Silvana disse: Percival... Para vc meus sinceros votos de observância fraterna...

    Muito bom o tema que abordou.. :)

    Pretendo trazer uns outros temas aqui que achei nas minhas andanças filosóficas.

    Só que por ora quero trabalhar com este, como também escrever sobre este no meu blog.

    No mais, minha inspiração para a criação desse tópico: http://profissaocinefilo.blogspot.com.br/2012/05/universo-maligno.html


    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • PercivalPercival Membro
    edited junho 23 Vote Up0Vote Down
    Silvana disse: O Universo é o infinito composto de um todo (Conjunto)... Se fazemos parte do Conjunto, fazemos parte do todo...

    Portanto, será que o todo(Universo/Composição) nos despreza ???

    O universo é mais que um conjunto. Seu raciocínio não é macro.

    Post edited by Percival on
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Saudações Percival

    Percival disse: O universo é mais que um conjunto.

    O Universo é um macro sistema.


    Pense no meu questionamento ???

    -Somos produto(s) em construção de um Universo malevolente ???

    - Ou derivado de uma soma do conjunto inexplorado ???


    Quem somos ???


    - Somos simples derivados de um resultado ??? (Acreditando numa malevolência superior)

    - Ou somos um micro universo inexplorado ??? (Capazes de reordenar nossa realidade)


    Percival disse: Seu raciocínio não é macro.

    Depende...

    - Vc se sente fora do Universo e suas convenções físicas ???

    Melhor... - Vc não se sente numa mesma realidade metafísica ???


    Por favor... Me explique sua lógica...



    Abraços Fraternos a ti
    Silvana
  • Percival disse:

    Pretendo trazer uns outros temas aqui que achei nas minhas andanças filosóficas.


    Bom. :)
  • Silvana disse: O Universo é um macro sistema.


    Pense no meu questionamento ???

    Não há como pensar em um questionamento de um viés de vida: vai levar a divergências e fuga que não é o intuito do tópico.




    Silvana disse: Pense no meu questionamento ???

    -Somos produto(s) em construção de um Universo malevolente ???

    - Ou derivado de uma soma do conjunto inexplorado ???


    Quem somos ???


    - Somos simples derivados de um resultado ??? (Acreditando numa malevolência superior)

    - Ou somos um micro universo inexplorado ??? (Capazes de reordenar nossa realidade)

    Por favor: não estou envolvendo Deus e sim comportamento. Se você não for capaz de desassociar, não tenho mais o que discutir com você. Porque o intuito do tópico não é este.

    Abraços.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Silvana disse: - Vc se sente fora do Universo e suas convenções físicas ???

    Não estou falando de convenções físicas e sim comportamentais de um grupo de indivíduos com base na realidade atual.




    Silvana disse: Melhor... - Vc não se sente numa mesma realidade metafísica ???


    Por favor... Me explique sua lógica...

    Releia :

    "Muitas pessoas novas hoje em dia são ensinadas que, apenas quando você está sofrendo você está em contato com a realidade. Notem que a maioria dos intelectuais consideram uma história que é trágica intrinsicamente mais profunda do que uma história que é feliz. Qual a afirmação por trás disso? Tragédia é a essência da vida. Felicidade é um evento temporário e superficial. Quem disse? Da vida de quem? Por quê? Notem que maioria da arte que é chamada de profunda também é trágica. A maior parte da literatura que é chamada de profunda é trágica. Você poderia contestar isso dizendo "mas existe muito pouca arte que expressa alegria". Verdade. Mas isso não prova que ela é menos importante, só ilustra o quão raro isso é na experiência humana, justamente por causa tipo extraordinário de conquista que representa. - Nathaniel Branden


    "Se você tiver ideias equivocadas em qualquer questão filosófica básica, isso irá comprometer ou destruir a premissa de "universo benevolente". Por exemplo, qualquer distanciamento em metafísica da visão de que este mundo em que vivemos é a realidade - a realidade completa e absoluta - qualquer distanciamento disso [subjetivismo ou religião, por exemplo] irá necessariamente destruir a confiança de uma pessoa em sua habilidade de lidar com o mundo, e irá trazer o elemento de "universo malevolente". O mesmo se aplica à epistemologia: se de alguma forma você chegar à conclusão de que a razão não é válida, então o homem não tem ferramentas pra conquistar seus valores; portanto derrota e tragédia parecerão inevitáveis.

    Isso também vale pra ética. Se os homens tiverem valores que são incompatíveis com a vida - como auto-sacrifício e altruísmo - obviamente eles não poderão conquistar esses valores [pois vão contra sua natureza e sua sobrevivência]; logo chegarão a conclusão de que o mal é necessário e de que eles estão condenados à miséria, ao sofrimento e ao fracasso. É um código de ética irracional que, acima de tudo, alimenta a atitude de "universo malevolente" e leva à síndrome eloquentemente expressada pelo filósofo Schopenhauer: "Não importa o que digam, o momento mais feliz do homem feliz é o momento em que ele adormece, e o momento mais infeliz do homem infeliz é o momento em que ele acorda. A vida humana deve ser algum erro."

    Há certamente "algum erro" aqui. Mas não é a vida. São as filosofias usadas pra destruir o homem - pra torná-lo incapaz de viver."
    - Leonard Peikoff



    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

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