Dois dias após impeachment, União aprova lei que muda Orçamento
Alteração foi publicada, nesta sexta-feira, no Diário Oficial. Dilma foi afastada definitivamente do cargo na última quarta-feira
02/09/2016 17:19:33 - ATUALIZADA ÀS 03/09/2016 09:47:31
GABRIELA MATTOS E THIAGO ANTUNES
Rio - Após dois dias do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o governo federal se beneficiou de uma lei que altera o Orçamento deste ano, que muda o entendimento sobre crime de responsabilidade. A alteração foi publicada, nesta sexta-feira, no Diário Oficial da União, pelo presidente em exercício, deputado Rodrigo Maia (DEM), já que o presidente Michel Temer está em viagem oficial na China. Na prática, a Lei 13.332 estipula que as novas regras de orçamento sejam alteradas sem a aprovação do Congresso Nacional.
Dilma foi afastada definitivamente do cargo, na última quarta-feira, acusada de cometer crime de responsabilidade fiscal. A abertura de créditos suplementares, que a derrubou, foi autorizada à época pelo Congresso. Este recurso já tinha sido utilizado pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. A Constituição brasileira prevê que a lei de orçamento pode autorizar a abertura de créditos especiais da espécie suplementar. A proposta de mudança publicada hoje já havia sido feita durante o governo Dilma, no início do ano. Tal processo não interfere no rito de impeachment.
O professor de Direito Ricardo Lodi, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), defendeu o caso e postou desabafo no Facebook.
Governo federal alterou lei de responsabilidade fiscal
Reprodução Internet
Atualmente, o remanejamento entre subtítulos é restrito a 10% do valor da despesa cancelada, de acordo com a lei orçamentária (Lei 13.266/2016) e passou para 20%. O governo alega que a mudança torna a gestão orçamentária mais flexível, podendo priorizar com recursos ações mais adiantadas. Poderá haver, inclusive, o remanejamento de despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – trecho que havia sido excluído na apreciação do projeto na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Outra mudança na lei orçamentária aprovada é a possibilidade de o governo cancelar recursos incluídos por emendas coletivas do Congresso Nacional, exceto as de execução obrigatória previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e direcionar os recursos para outras áreas de seu interesse.
Cargos
Na CMO, o projeto foi aprovado na forma de substitutivo do deputado Covatti Filho (PP-RS), em junho. O relatório acolhido na comissão também modifica a lei orçamentária para ampliar o número de cargos e funções comissionadas que poderão ser providos este ano pela Justiça Eleitoral. A Lei 13.150/2015 criou 6.412 cargos e funções nos tribunais regionais eleitorais do País. O PLN 3 viabiliza a contratação de metade (3.206) este ano. O orçamento em vigor só traz autorização para provimento de 161 cargos.
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O aumento do número de admissões representa um impacto de R$ 70,8 milhões nos gastos com pessoal da Justiça Eleitoral em 2016. O valor é bem superior aos R$ 2,1 milhões reservados na lei para os 161 cargos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que reivindica os cargos, alega que o custo derivado das contratações já está contemplado no orçamento de pessoal da corte e não implicará aumento de gastos.
Impeachment
Dilma Rousseff sofreu impeachment nesta quarta-feira por decisão do Congresso Nacional. Entre os senadores, 61 votaram a favor do afastamento da então presidente e 20 contra. Não houve abstenções. Michel Temer assumirá efetivamente o governo do Brasil até as próximas eleições presidenciais. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski deu o resultado às 13h36. Senadores que votaram a favor do impeachment cantaram o Hino Nacional quando se confirmou o resultado do afastamento.
Na segunda votação, os senadores decidiram que Dilma não ficará proibida de exercer funções públicas por oito anos. Quarenta e dois senadores votaram a favor, 36 foram contra e três se abstiveram do voto. Eram necessários dois terços dos senadores, ou 54 votos, para aprovar a inabilitação pública.
Colaboração do estagiário Luís Araújo e com informações da Agência Senado
http://odia.ig.com.br/brasil/2016-09-02/dois-dias-apos-impeachment-uniao-aprova-lei-que-muda-crime-de-responsabilidade.html
Comentários
Edson... Estive lendo superficialmente...
LRF é bem clara, tendo em vista que ocorreu recentemente um impeachment...rs
Por isso eles adicionaram o que destaquei em negrito acima... :)
Então...
XXXII - para recomposição das dotações integrantes desta Lei até o limite dos valores que constaram do respectivo projeto, mediante a anulação de dotações orçamentárias, exclusive oriundas das emendas de que trata o caput, e a utilização do excesso de arrecadação de receitas próprias e de receitas vinculadas e do superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2015; e
Já na lei 13242 consta...
Art. 146. O Poder Executivo incluirá despesas na relação de que trata o Anexo III em razão de emenda constitucional ou lei que crie obrigações para a União.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13242.htm
Anexo III
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/Anexo/ANL13242-15-III.pdf
III - Anexo III - Despesas que não serão objeto de Limitação de Empenho;
Lá subitem:
5. Benefícios do Regime Geral de Previdência Social;
Estão inclusos, se eu não estiver enganada...
Numero de desempregados... Ano de eleição...rs
Resultado...
Aumento das despesas do orçamento para 2016 - Despesas que tecnicamente não foram fixadas no orçamento da gestão anterior... rs
Observe o ANEXO V - Lá no final da página...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13332.htm
Que fixem e cumpram os valores... É o que esperamos...
Abraços fraternos a ti
Silvana