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Chefe do tráfico da Rocinha afirma que havia cultos em sua casa
Nem disse que lê a
Bíblia com frequência
Antônio Francisco Bonfim Lopes (foto), 35, o Nem, chefe do tráfico da favela da Rocinha, no Rio, não tem ligação formal com nenhum igreja, mas é muito religioso, a ponto de ler a Bíblia com frequência e de convidar pastores para celebrar cultos em sua casa.
“Aprendi a rezar [quando era] criancinha com meu pai”, disse ele em uma conversa com a repórter Ruth de Aquino, de Época, seis dias antes de ser preso na madrugada de quinta-feira (10). “De uns sete anos para cá comecei a entender melhor os crentes.”
Quando a repórter subiu o morro para entrevistar Nem, após contatos com intermediários, ela o encontrou em um lugar público, em um campo de futebol de grama sintética onde jogavam crianças e adultos.
Nem estava conversando com um pastor sobre o problema de um rapaz de 22 anos viciado em drogas. “Pegou ele, pastor? A igreja não pode desistir nunca de recuperar alguém [das drogas]”, dizia o bandido ao pastor. Continuou: “Caraca, ele [o rapaz] estava limpo, sem droga, tinha encontrado em emprego... me fala depois.”
Tido como o “inimigo número 1” do Rio, Nem não tinha passagem pela polícia. Mas tinha contato com policiais. Ao ser preso, falou que, do faturamento mensal de R$ 1 milhão com as drogas, gastava metade com o pagamento de propinas a policiais.
Na conversa com a jornalista, Nem posou de bom moço que foi levado ao crime por causa de problemas sociais. Disse não ser viciado em drogas (só toma bebida alcoólica com amigos) e elogiou o trabalho do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. “É um dos caras mais inteligentes que já vi. Se tivesse mais assim, tudo seria melhor.”
O traficante é acusado de mandar matar sumariamente vários de seus inimigos ou que por algum motivo interferiu em seu negócio. Apesar disso, Nem acredita que Deus tem algum plano para ele.
“Ele vai abrir alguma porta”, disse. “Não vou para o inferno.”
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Comentários
Impressionante.
Eu estou quase concordando com o Sybok, "não existem intelectuais de esquerda". Isso é lenda. São esses mesmos FDP que vão às ruas exigir segurança e reclamar quando um deles morre ao cruzar o caminho do tráfico.
Inevitavelmente, sempre temos que buscar no individuo, no egoismo deste, a via a seguir.
Se o egoismo ditar ajudar os outros, ajude-se os outros. A grande diferença desta forma de egoismo ou altruísmo é ser verdadeiramente voluntario. Não temos pessoas que querer fazer caridade com a consciência dos outros.
Quantos serão aqueles preocupados com o egoismo da sociedade, reclamam disto, sem nunca se darem conta que eles são a sociedade?