PEC que torna obrigatório diploma é aprovada no Senado
Agência Estado
O Senado aprovou hoje, em primeiro turno, a proposta de emenda constitucional que torna obrigatório a obtenção do diploma de curso superior de jornalismo para o exercício da profissão. De iniciativa do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), o texto contraria o Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 2009, decidiu que a exigência do diploma, imposta no regime militar, atenta contra a liberdade de expressão.
Essa emenda, aprovada por 65 a 7, e outra idêntica que tramita na Câmara dos Deputados são alvo do lobby pela aprovação por parte da Federação dos Jornalistas (Fenaj) e de outras entidades sindicais. E no Senado, só foi votada porque o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), passou por cima de um acordo feito pelos líderes que excluía a matéria da pauta de votações desta semana.
Os líderes do DEM e do PMDB, senadores Demóstenes Torres (GO) e Renan Calheiros (AL), protestaram: "Tudo o que combinamos está sendo descumprido", disse o democrata. "A decisão está sendo ignorada", acrescentou o peemedebista. Demóstenes rejeitou a alegação de Sarney de que não agiu de má-fé, ao lembrar que ele "não é assim tão ingênuo para se deixar enganar". "Nós fizemos um acordo e ele foi desrespeitado", constatou no plenário.
O democrata dá como certo que, se for ressuscitada, a obrigatoriedade do diploma de jornalista será novamente derrubada pelo Supremo. "É um subterfúgio, a exigência foi declarada inconstitucional e continuará a ser", previu. O senador Magno Malta (PR-ES) recorreu à situação da sua filha jornalista, para defender a necessidade do diploma. "Sem ele, os estudantes vocacionados ficarão humilhados", defendeu. Contra a exigência, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou que os cursos de jornalismo só interessam às faculdades onde são lecionados.
"Não há interesse público envolvido nisso, pelo contrário, a profissão de jornalismo diz respeito diretamente à liberdade de expressão do pensamento, de modo que não pode estar sujeita a nenhum tipo de exigência legal e nem mesmo constitucional". O discurso mais inflamado partiu do senador Fernando Collor (PTB-AL), para quem as faculdades "nada mais têm feito do que formar jornalistas analfabetos". Na sua opinião, a volta da exigência do diploma "é o embrião daquilo que será o controle social dos meios de comunicação".
Comentários
Sou obrigado a concordar com ele. Se essa exigência valesse no passado, a maior parte dos grandes jornalistas que tivemos nunca teriam existido.
A militância petista em suas comunidades na Internet fala abertamente em extinguir a liberdade de imprensa, fechar órgãos de comunicação e prender jornalistas de oposição.
Quando questionados, dizem que se trata de um ou outro radical se pronunciando dentro da liberdade democrática do partido, mas que não representam as opiniões da maioria no PT.
Só que, quando lemos as postagens destes tais extremistas em comunidades petistas com dezenas de milhares de membros, notamos que nem um, nem unzinho só dos não radicais que seriam maioria aparecem para contestar as manifestações de autoritarismo.
Tá lá prá quem quiser ler...
Surpresa nenhuma em ver petistas pedindo a prisão de opositores políticos que só fazem escrever e fechamento de revistas que denunciam a corrupção do governo.
O assustador é que o esperado seria que tais conversas se dessem nos covis do partido, longe dos olhos da população, diante da qual manteriam a máscara de democratas cheios de boas intenções.
Se a militância petista já não tem a menor preocupação em expor seus planos autoritários para quem quiser ler é porque acreditam que a hora de implementá-los chegou.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
O que não tem nada a ver com exigência de diploma numa profissão séria como a de jornalista. Vejam bem, ser jornalista não é a mesma coisa que ser um escritor de blog ou narrador de alguns fatos. Quando meu primo fazia jornalismo, ele aprendia (mesmo) ortografia, gramática, tudo voltado ao bom jornalismo. Além disso, tinha a obrigatoriedade de frequentar as aulas de fotografia, edição... Do jeito que foi colocado pelo STF, qualquer zé ruela poderia ser jornalista. Mas nem vou perder meu tempo discutindo isso pois não faço a mínima questão de mudar isso.
Pedreiro também é profissão séria. Se erguer a parede errado a casa cai e nem por isto exigem diploma.
Acho que é óbvio o que é ser jornalista.
Qualquer Zé Ruela pode ser jornalista desde que prove aos seus potenciais empregadores que possui as competências que eles requerem. Simples assim.
Por que cargas d'água alguém iria contratar alguém sem diploma e sem competência enquanto abundam diplomados por aí?
Ou estes diplomados não se garantem? Se a formação deles os tornam tão diferenciados e confiáveis, porque se preocupam com a concorrência destes ignorantes completos que nunca deveriam ameaçar seus postos?
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Além disto, nossos grandes jornalistas do passado começaram de baixo, como focas, designados para as reportagens policiais ou coisas menores, até aprender a profissão. Eles estudaram para ser jornalistas, sim, só que foi no próprio jornal.
Médicos e pedreiros podem matar diretamente pessoas se fizerem seus trabalhos mal feitos, jornalistas e faxineiros não.
É conversa mole corporativista este papo de que é do interesse da sociedade exigir diploma de jornalista para exercício da profissão.
Como tantas outras profissões regulamentadas, o único objetivo é garantir reserva de mercado prá panelinha e vida mansa pros burocratas.
Alguns Conselhos Regionais tem por sede verdadeiros palácios, pagos com as contribuições de profissionais e empresas que recebem em troca, quando muito, um jornalzinho por mês explicando o quanto o Conselho faz por eles.
Um exemplo bom de se ver é a exigência de adesão à Ordem dos Músicos prá se tocar violão profissionalmente em algum boteco.
Certamente a Ordem dos Músicos deve defender com unhas e dentes a idéia que é do interesse da sociedade proibir não filiados de tocar, mesmo que seja um virtuose.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Os corporativistas podem alegar que então se extinguam as faculdades de medicina e deixem os curandeiros cuidar dos doentes.
A diferença é que é impossível formar um médico por outros meios que não o treinamento intensivo especialista, enquanto que bons jornalistas podem ser originários das mais diversas áreas e adquirir o conhecimento técnico necessário por outros meios.
E se foi demonstrado recentemente que a maioria dos formandos em medicina não sabem interpretar uma radiografia, é de chorar o que sai das faculdades de jornalismo, curso oferecido por nove entre dez faculdades particulares vagabundas.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Além disso, o governo do PT ter uma aprovação popular que teve no final do governo Lula com tantos casos de corrupção varridos para debaixo do tapete deixou claro que eles não tem nada a temer.
Podemos tirar uma idéia dando uma olhada na grade curricular do curso de jornalismo da USP.
Procurei e não achei disciplinas diretamente relacionadas à Internet, redes sociais, blogs, os propulsores do jornalismo moderno.
Também duvido que a USP acompanhe o estado da arte em tecnologia de hardware e software utilizados pela grandes empresas do ramo.
Ou seja, os evadidos da ECA chegam à redações cheios de idéias sobre práticas midiáticas e terão que aprender toda parte prática na prática.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
De qualquer forma temos dois lados da moeda, um sendo o auto-didatismo que por um lado é bom, mas por outro não, e do outro o estudo dirigido e supervisionado, que se não for dado por uma instituição que cobre resultados, vale tanto quanto qualquer diploma comprado num camelô.
Situação difícil esta.
"Fátima Bernardes abandona William Bonner e vai fazer programa".
O fim do mundo começando. É o PT com suas garras diabólicas agindo por forças da sombra...
Não é questão de concordar ou não. De um lado eu sou OBRIGADO a ser cadastrado e pagar para ter uma licença de atuação, por outro tem profissionais que são por terem aprendido com outros e não são obrigados a pagar nada e nem ter diploma.
Depois reclamam que existem camelôs...