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É por isso que a AJD sente-se na obrigação de externar a sua indignação diante da opção reacionária de autoridades acadêmicas pela indevida judicialização de questões eminentemente políticas, que deveriam ser enfrentadas, sobretudo no âmbito universitário, sob a égide de princípios democráticos e sob o arnês da tolerância e da disposição para o diálogo, não pela adoção nada democrática de posturas determinadas por uma lógica irracional, fundada na intolerância de modelos punitivos moralizadores, no uso da força e de expedientes “disciplinadores” para subjugar os movimentos estudantis reivindicatórios e no predomínio das razões de autoridade sobre as razões de direito, causando inevitáveis sequelas para o aprendizado democrático.
Trata-se apenas de uma soma de clichês de ultra-esquerda, de fazer inveja ao PCO, com exceção talvez da palavra “arnês”, que vem a compensar a “visibilização”. Invadir um prédio público no berro, na marra, depredando instalações, é “democrático”? Por que a associação não explica o que quer dizer com “modelos punitivos moralizadores”? É favorável, por acaso, aos “imoralizadores”? Agora vem o grande momento.
Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas: estão, sim, acima da lei, todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais.
Decididamente, é preciso mesmo solidarizar-se com as ovelhas rebeldes, pois, como ensina o educador Paulo Freire, em sua pedagogia do oprimido, a educação não pode atuar como instrumento de opressão, o ensino e a aprendizagem são dialógicos por natureza e não há caminhos para a transformação: a transformação é o caminho.
Eis aí! Os juízes dessa associação estão declarando que há pessoas que estão acima da lei. Quem? Em seu condoreirismo cafona, explicam: “todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais.”
Trocando em miúdos: referem-se àqueles que dizem querer revolução, cuja ideologia se afina, parece, com a dos juízes da tal associação.
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Comentários
Comecei pelo Brasil para terminar na Europa, onde a repressão por governos ditos de salvação nacional (não eleitos) não auguram nada de bom.
Retornando ao Brasil para compreender a minha preocupação de europeu. Vejo uma inversão de valores, precisamente, a causa de as pessoas estarem abertas a soluções menos democráticas. Quando os bem pensantes democráticos dizem que o direito de fumar maconha é mais importante do que a segurança dos alunos, estamos perante a tal inversão de valores.
O mesmo sucede noutros domínios, cada vez que a reivindicação é estupida, pouco importará o que os bem pensantes digam, pois as pessoas comuns querem a sua segurança e a dos seus filhos preservada.
Lembro de uma reportagem em que sua cela foi revistada depois que ele ordenou uma série de ataques a tiros e a bomba à polícia e aos bombeiros. Ele fez questão de gritar "Não vão levar meus livros! Não vão levar meus livros!", tentando passar uma imagem de intelectual perseguido.
Alguém mais tem orgulho deste país ou sou só eu?
Ele não é um intelectual mas é esperto. Conhece a imbecilidade que se instalou nesta nação e tenta tirar proveito dela.
Diogo "Praga" é o tipo de pessoa que me deixa envergonhado quando defendo os direitos humanos e investigação sobre abusos de autoridade.
Direitos humanos no brasil só existem para o bandido.
O filme foi bem sucedido por aí?
Penso que sim. Não foi promovido, mas a sala estava cheia.
Gostei tanto que "adquiri" o DVD
_ Vai se apresentar agora no pátio o grupo artístico X com um musical assim e assado e todos estão convidados...
O professor interrompeu:
_ Um momento aí: quem autorizou a apresentação desse musical aqui neste prédio?
A moça ficou toda atrapalhada e confusa com a reação dele e perguntou:
_ Mas aqui não é um espaço livre?
_ Lógico que não! Aqui é uma faculdade! Desde quando algum grupo musical vem assim, sem mais nem menos se apresentar? Quero saber quem autorizou isso! E não quero saber se foi o chefe do Departamento de História. O meu chefe é do Departamento de Geografia! Se ele não autorizou nada, vou quebrar o pau!
A aula continuou, mas logo depois a banda começou a tocar. O professor então interrompeu a aula, mas deixou-nos claro que ia tirar satisfações com o seu chefe.
Na Folha saiu um artigo a respeito do entrevero desse ano, onde professores lá da Faculdade de Direito falavam de "ambiente diferenciado", onde a presença da polícia no "campus" interferia com a criação livre das ideias na Universidade e outras pataquadas assim. Somando o meu depoimento e essa palhaçada dos formadores de advogados, o resultado é o seguinte: ideias só podem surgir em ambientes ao estilo da "Casa da Mãe Joana".
Também na Folha saiu o artigo O último Foucault, sobre aquele filósofo esquerdista Michel Foulcaut, que deu total apoio ao Khomeini e a dita cuja revolução islâmica (http://www.imil.org.br/artigos/o-erro-de-foucault/). Achei ótimo. Confiram:
O erro de Foucault
22 de novembro de 2011
Autor: Luiz Felipe Ponde
A revolução do Irã e seu fascínio pelo martírio foram importantes no “último Foucault”
Você sabia que o pensador da nova esquerda Michel Foucault foi um forte simpatizante da revolução fanática iraniana de 1979? Sim, foi sim, apesar de seu séquito na academia gostar de esconder esse “erro de Foucault” a sete chaves.
Fico impressionado quando intelectuais defendem o Irã dizendo que o Estado xiita não é um horror.
O guru Foucault ainda teve a desculpa de que, quando teve seu “orgasmo xiita”, após suas visitas ao Irã por duas vezes em 1978, e ao aiatolá Khomeini exilado em Paris também em 1978, ainda não dava tempo para ver no que ia dar aquilo.
Desculpa esfarrapada de qualquer jeito. Como o “gênio” contra os “aparelhos da repressão” não sentiu o cheiro de carne queimada no Irã de então? Acho que ele errou porque no fundo amava o “Eros xiita”.
Mas como bem disse meu colega J. P. Coutinho em sua coluna alguns dias atrás nesta “Folha”, citando por sua vez um colunista de língua inglesa, às vezes é melhor dar o destino de um país na mão do primeiro nome que acharmos na lista telefônica do que nas mãos do corpo docente de algum departamento de ciências humanas. E por quê?
Porque muitos dos nossos colegas acadêmicos são uns irresponsáveis que ficam fazendo a cabeça de seus alunos no sentido de acreditarem cegamente nas bobagens que autores (como Foucault) escrevem em suas alcovas.
No recente caso da USP, como em tantos outros, o fenômeno se repete. O modo como muito desses “estudantes” (muitos deles nem são estudantes de fato, são profissionais de bagunçar o cotidiano da universidade e mais nada) agem, nos faz pensar no tipo de fé “foucaultiana” numa “espiritualidade política contra as tecnologias da repressão”.
E onde Foucault encontrou sua inspiração para esse nome chique para fanatismo chamado “espiritualidade política”?
Leiam o excelente volume “Foucault e a Revolução Iraniana”, de Janet Afary e Kevin B. Anderson, publicado pela É Realizações, e vocês verão como a revolução xiita do Irã e seu fascínio pelo martírio e pela irracionalidade foram importantes no “último Foucault”.
As ciências humanas (das quais faço parte) se caracterizam por sua quase inutilidade prática e, portanto, quase impossibilidade de verificação de resultados.
Esse vazio de critérios de aplicação garante outro tipo de vazio: o vazio de responsabilidade pelo que é passado aos alunos.
Muitos docentes simplesmente “lavam o cérebro” dos alunos usando os “dois caras” que leram no doutorado e que assumem ter descoberto o que é o homem, o mundo, e como reformá-los. Duvide de todo professor que quer reformar o mundo a partir de seu doutorado.
Não é por acaso que alunos e docentes de ciências humanas aderem tão facilmente a manifestações vazias, como a recente da USP, ou a quaisquer outras, como a dos desocupados de Wall Street ou de São Paulo.
Essa crítica ao vazio prático das ciências humanas já foi feita mesmo por sociólogos peso pesado, em momentos distintos, como Edmund Burke, Robert Nisbet e Norbert Elias.
Essa crítica não quer dizer que devemos acabar com as ciências humanas, mas sim que devemos ficar atentos a equívocos causados por essa sua peculiar carência: sua inutilidade prática e, por isso mesmo, como decorrência dessa, um tipo específico de cegueira teórica. Nesse caso, refiro-me ao seu constante equívoco quanto à realidade.
Trocando em miúdos: as ciências humanas e seus “atores sociais” viajam na maionese em meio a seus delírios em sala de aula, tecendo julgamentos (que julgam científicos e racionais) sem nenhuma responsabilidade.
Proponho que da próxima vez que “os indignados sem causa” ocuparem a faculdade de filosofia da USP (ou “FeFeLeCHe”, nome horrível!) que sejam trancados lá até que descubram que não são donos do mundo e que a USP (sou um egresso da faculdade de filosofia da USP) não é o quintal de seus delírios.
Agem com a USP não muito diferente da falsa aristocracia política de Brasília: “sequestram” o público a serviço de seus pequenos interesses.
No caso desses “xiitas das ciências humanas”, seus pequenos delírios de grande “espiritualidade política”.
Fonte: Folha de S. Paulo, 21/11/2011
Bem, sempre disse que Astrologia, Ufologia, Parapsicologia, Teologia, Filosofia, Pedagogia e principalmente a Sociologia são culturas absolutamente inúteis. Agora tenho mais um reforço para pensar assim.