POR QUE OS D.I.stas SE RECUSAM A TEORIZAR SOBRE O PLANEJADOR?
É simples. O método utilizado por Darwin para desenvolver sua teoria foi hipotético dedutivo. Isto é, ele primeiro parte dos dados da natureza, como se faz em qualquer ciência, tenta distinguir uma padrão nesses dados, e então formula hipóteses para explicá-los. Então dessa hipótese deduz consequências e verifica se elas se encaixam com os dados obtidos, e se prevêem dados que poderão e não poderão ser encontrados. Muitas hipóteses podem ser descartadas até que uma se conforme com os dados, e então será frequentemente testada para ver se é corroborada ou falseada, e é assim que a maioria das teorias científicas funciona.
Para que o DI, ou o Criacionismo "Científico" fossem ciência, teriam que seguir basicamente esse método. Isso torna inevitável levantar hipóteses sobre o Planejador, e testar os dados de modo a conformá-la ou não. O problema é que se fizerem isso, ficará evidente que nada mais farão do que empurrar o deus bíblico pela porta dos fundos. Vejamos por quê.
1 - O MENOR DOS PROBLEMAS é que se por um lado podemos ter certeza de que algo foi projetado, nunca teremos se não o foi. Ninguém acreditará que uma escultura de barro com a forma perfeita do Cristo Redentor foi formada apenas pela erosão e pelas chuvas, mas por outro lado uma coisa completamente disforme, típica das montanhas ou das pedras, além de poder ser resultado de ações naturais, TAMBÉM PODE SER RESULTADO DE AÇÃO INTELIGENTE! Temos a Arte Moderna e Abstrata para não deixar dúvidas quanto a isso.
Por isso, se partirmos da hipótese de que a vida não foi planejada, essa hipótese poderá ser testada, pois bastará achar uma coisa suficientemente perfeita para fazer esse teste, como os próprios criacionistas admitem. Mas se partirmos da hipótese contrária, de que a vida foi planejada, nunca poderemos testá-la, pois como já vimos, qualquer evidência em contrário também poderá ser resultado de design.
2 - Os grandes problemas começam quando notamos que temos que trabalhar sempre com hipóteses de planejamentos locais. Se acharmos algo que nos convença ser obra de inteligência, só podemos admitir que AQUILO em si foi projetado, pois se admitirmos isso para tudo o mais, pelo motivo acima, qualquer desenvolvimento teórico seria inviabilizado. Assim, é perfeitamente possível que tenhamos estruturas projetadas e não projetadas convivendo no mundo, e isso nos permitira apenas pressupor um designer restrito.
Se achássemos que o sistema imunológico é intencionalmente projetado, teríamos que considerar a intervenção apenas nesse caso, visto que diversos outros sistemas não são tão eficientes, e o simples fato de que seria muito mais plausível que seres inteligentes tenham tentado aumentar nossas chances de sobrevivência fazendo apenas isso, do que seres que tivessem feito tudo construiriam doenças e depois o sistema imunológico, tendo o dobro de trabalho. Planejamento PRESSUPÕE eficiência.
3 - Disso, quer sejam inteligências extraterrestres de ordem natural ou mesmo divindades específicas, permitiriam supor sempre planejadores imperfeitos, o que aliás tenderia a ser fortemente corroborado pelas evidências disponíveis. Talvez de vários planejadores trabalhando em áreas diferentes, as vezes até em conflito uns com os outros.
Mas é claro que isso não interessa aos criacionistas, pois eles querem empurrar o deus bíblico, que é supostamente perfeito, e aí ficará a pergunta: Como explicar a imperfeição na criação de um ser perfeito?
4 - Aí, essa suposta nova ciência imediatamente se revelará a velha teologia, pois a explicação inevitável é que um ser perfeito projetou tudo, mas algum evento introduziu a imperfeição no mundo, o que resultaria em todas as irregularidades, defeitos e até perversões. Estaremos então de volta ao problema clássicos da teologia cristã, que explica a corrupção da criação devido ao pecado original mas caí perpetuamente nas contradições da Existência do Mal e da Onipotência, Onisciência X Livre Arbítrio, Justiça Divina X Inferno Perpétuo e etc.
Ou seja, qualquer tentativa de teorizar sobre o designer gerará ou uma teoria sobre um planejador imperfeito que não interessa ao criacionismo, ou desmascarará instantaneamente qualquer véu de honestidade científica, deixando claro que tudo não passa de reafirmação do velho conservadorismo religioso.
(Parte do texto A EVOLUÇÃO DO CRIACIONISMO):
http://www.evo.bio.br/LAYOUT/Evolucao_do_Criacionismo.html
Site:
http://www.evo.bio.br/
Autor: Marcus Valerio XR
Março - 20 de Julho de 2009
Comentários
Se nos tornamos imperfeitos devido ao pecado original, então já éramos imperfeitos antes, caso contrário não teríamos decidido pecar.
Se há fatores externos estragando a obra de Deus, então Deus não tem poder absoluto.