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“Flores” substituíam as mulheres nas listas de candidatos… E radicais islâmicos ganharam as eleições egípcias
Leonardo Trevisan
A “Primavera Árabe” não tem soluções simples. Os primeiros resultados das eleições no Egito indicam vitória dos salafistas. Ou seja, “Alá como solução” para o país.
Esse não é bem o resultado sonhado pelos jovens tuiteiros e os liberais, que ocuparam a Praça Tahrir desde janeiro.
Um artigo do El País, de hoje à noite, mostra além dos primeiros resultados das urnas, quem são os salafistas que ficaram com um em cada quatro votos da Câmara Baixa. Isto, se essa porcentagem não aumentar quando os votos das regiões muito pobres começarem a ser contados.
Em Alexandria, segunda cidade do Egito, Mohamed Abedi recebeu no casebre em que mora o repórter Enric Gonzalez do jornal espanhol. Não escondeu o voto: em Abeldemonem El Shabat, um candidato que fez campanha dizendo que democracia é pecado e que convém matar os ateus.
Com todos os problemas que sofre o Egito e minha família, ponderou Mohamed “Alguém tem melhores soluções do que as de Deus?”
Mohamed é engenheiro mecânico, já trabalhou na Argélia, fala francês, e agora conserta carros, quando há serviço. Tem 34 anos e 4 filhos. Deixou de perder tempo com o futebol “me fazia esquecer as coisas importantes como a injustiça em que vivemos”. O Corão passou a ser a lei de Mohamed, inclusive na proibição de usura bancária.
Os moderados da Irmandade Muçulmana não interessam “porque buscam compromissos, dissimulam, fazem pacto com os ateus”. Ele gosta do modelo saudita, embora reconheça “coisas negativas” nele, como a “falta de partidos”. Para Mohamend o que os salafistas propõem para o Egito é “melhor que o modelo saudita”. A mulher dele ficou no outro único cômodo da casa, não apareceria, mesmo com véu para um infiel.
O candidato de um dos três partidos salafistas, Al–Nour ( A Luz), Alaa Alam Eldin. 42 anos, um advogado especialista na Sharia e porta-voz da direção geral do partido, disse ao El País que eles não pretendem “proibir a cerveja de repente”, apenas educaremos as pessoas para que “renunciem a ela”.
Os salafistas vitoriosos cumpriram a lei eleitoral e colocaram mulheres nas listas de candidatos, embora seus nomes apareçam apenas no final das listas. E sem fotos, substituídas por imagens de flores.
Ainda não se sabe exatamente quantos votos as “flores” receberam. O que se sabe é que as “ruas árabes” do Egito, cada vez mais pobres e com mais desempregados, principalmente depois que o turismo desapareceu com a “revolução”, votaram em Alá como “solução”. A íntegra do artigo do El País está no endereço:
http://internacional.elpais.com/internacional/2011/12/01/actualidad/1322764773_032145.html
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Comentários
O termo "salafistas" é vago, pouco ou nada diz sobre politica estrangeira. A politica interna a eles diz respeito.
Tenho minhas dúvidas. Vai depender de o quanto a população mais esclarecida vai conseguir predominar sobre o povão fundamentalista. Gente como o cara que foi entrevistado.
Não tomo meus desejos por realidade, resta-nos a todos esperar para ver.