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Em breve, alcool mais caro no Brasil

JohnnyJohnny Membro
Fim dos subsídios ao etanol abre mercado norte-americano para o produto brasileiro

Stênio Ribeiro *

Repórter da Agência Brasil

Brasília - O mercado norte-americano estará aberto para os produtores brasileiros de etanol a partir do mês que vem, de acordo com nota divulgada hoje (23) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Termina no próximo dia 31 a vigência da legislação norte-americana que instituiu subsídios para os produtores locais e criou uma tarifa de US$ 0,54 sobre cada galão (3,78 litros) importado de etanol, inviabilizando o produto brasileiro no mercado norte-americano com preços competitivos.

Na nota, o presidente da Unica, Marcos Jank, diz que o fim da barreira tarifária abre caminho para as diferentes matérias primas utilizadas na produção de combustíveis eficientes. O que conta, segundo ele, é o baixo custo ambiental para produzir energia renovável, e a cana oferece essa possibilidade mais do que qualquer outro produto.

Jank salienta, inclusive, que o etanol de cana produzido no Brasil é reconhecido até mesmo pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como o melhor combustível do mundo em termos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.

O presidente da Unica lembra que o fim dos subsídios norte-americanos vem em um momento de transição para o setor sucroenergético brasileiro, que se esforça para incentivar um novo ciclo de crescimento do setor no país e atender à demanda por seus produtos, aqui e lá fora.

A prioridade, segundo ele, continua sendo o atendimento do abastecimento interno, mas acredita que com o fim da tarifa americana é possível visualizar a consolidação do etanol como commodity (produtos básicos com cotação no mercado internacional) como acontece com o açúcar.

Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de etanol, que no país é produzido à base de milho, enquanto no Brasil (segundo maior produtor) o etanol é obtido da cana-de-açúcar. Os dois países respondem por mais de 80% do etanol mundial.

Neste ano, porém, o cenário de lenta recuperação da economia americana, com dívida de quase US$ 15 trilhões (cerca de R$ 28 trilhões), um déficit recorde no orçamento e pressão cada vez maior para que o país coloque suas contas em dia, teve impacto na defesa de uma medida que custa aproximadamente US$ 6 bilhões (cerca de R$ 11,1 bilhões) por ano aos contribuintes.

Ainda em junho, em decisão inédita, o Senado americano aprovou uma emenda que previa o fim da tarifa e dos subsídios. O projeto não foi adiante, mas foi encarado como uma indicação de mudança de postura no Congresso em relação a um tema que, até então, era tabu em Washington.

Nos últimos meses, até alguns produtores de milho vinham descartando a possibilidade de renovação da tarifa e dos subsídios no fim deste ano. Em artigo publicado no mês passado, o presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho, Gary Niemeyer, disse que 'os produtores de milho e a indústria de etanol há muito tempo concordaram' em deixar de brigar pela renovação do subsídio.

* Com informações da BBC Brasil // Edição: Fernando Fraga

Comentários

  • 5 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    No momento, isto não significa muito porque o álcool produzido mal dá para o consumo interno e o Brasil já andou até importando.
  • Fernando_Silva disse: No momento, isto não significa muito porque o álcool produzido mal dá para o consumo interno e o Brasil já andou até importando.

    Aí é que está o problema Fernando. Não temos nem para nós. Daí o preço lá fora seja melhor, e aí como fica?
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Johnny disse: Aí é que está o problema Fernando. Não temos nem para nós. Daí o preço lá fora seja melhor, e aí como fica?

    Daí, assim como outras mercadorias que o Brasil exporta (carne, frango, soja, suco de laranja, minério de ferro etc.), chegaremos a um novo nível de preço.
  • Fernando_Silva disse:
    Daí, assim como outras mercadorias que o Brasil exporta (carne, frango, soja, suco de laranja, minério de ferro etc.), chegaremos a um novo nível de preço.
    Ou seja, novamente sem concorrência nem alternativas.
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