Em 12 meses até novembro, R$ 137,6 bilhões em receitas fiscais foram desviados de projetos prementes na área social e de infraestrutura e canalizados ao pagamento de juros da dívida pública brasileira.
O valor equivale a 3,34% do PIB previsto para 2011. Não é tudo; a despesa efetiva com os rentistas é bem maior.
A economia feita pelas três esferas de governo até agora, mais as estatais, cobre apenas uma parte do serviço devido, da ordem de R$ 240 bilhões este ano, sendo o restante incorporado ao saldo principal, elevando-o.
Em 2011, essa 'capitalização' (deles) acrescentará R$ 110 bilhões à dívida, totalizando o equivalente a 5,6% do PIB em juros.
Consolida-se um caso clássico de captura do Estado pela lógica da servidão rentista na qual quanto mais se paga, mais se deve.
Em dezembro de 2009 a dívida interna pública era de R$ 1,39 trilhão; em dezembro de 2010 havia saltado para R$ 1,6 trilhão; em 2011 deve passar de R$ 1,7 trilhão. De janeiro a novembro ela cresceu R$ 148,67 bilhões.
O valor é R$ 53,5 bilhões superior ao total dos investimentos realizados no período pela União e o conjunto das 73 estatais brasileiras, que cairam 3,2% em relação a 2010.
É tristemente forçoso lembrar que enquanto a despesa com os rentistas esfarela 5,6% do PIB em juros, o orçamento federal para a saúde é da ordem de 3,5% do PIB, com as consequências vistas e sabidas.
E o valor aplicado numa área crucial como a educação gira em torno de 5% do PIB.
Discute-se calorosamente se há 'margem' fiscal para elevar isso a 7% ou 8%... em uma década.
Visto à distancia, o naufrágio europeu permite enxergar melhor o absurdo que consiste em colocar o Estado e a sociedade a serviço das finanças e não o contrário.
Sem uma política corajosa de corte na ração rentista o Brasil cruzará décadas apagando incêndios no combate à pobreza e a miséria que enredam a vida de 27% da população e às deficiências de infraestrutura social e logística.
É melhor que a regressividade demotucana.
Mas insuficiente para embalar a travessia histórica da injustiça e do subdesenvolvido para uma Nação rica compartilhada por todos.
SAUL LEBLON.
Comentários
Oq precisa ser feito para que a taxa de juros diminua?
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Alexandre Tombini? A inflaçãozona anual de quase 7% manda recados:
IPCA-15 sobe 6,56% no ano,acima do teto da meta do IPCA
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,ipca-15-sobe-656-no-anoacima-do-teto-da-meta-do-ipca,813836,0.htm
Você viu eu citar alguma necessidade de relação estreita entre taxa de inflação e taxa de juros real da Selic? Não, né...A inflação tem correlação necessária com a taxa de crescimento da demanda doméstica acima do que permite a taxa de crescimento da oferta agregada. Só falta você dizer que o BC petista e o Tombini nada tem a ver com isso. Vai dizer que a inflação não é um fenômeno monetário?
Fonte: Blog do Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC no governo Lula
http://maovisivel.blogspot.com/search?updated-max=2011-05-15T18:23:00-03:00&max-results=7
Onde houver fé, levarei a dúvida!
O Carlo disse que a solução para se baixar a taxa de juros representativa da economia é o Alexandre Tombini (presidente do BC) continuar baixando a taxa Selic, mesmo com o IPCA-15 dos últimos 12 meses acima da meta de inflação proposta pelo governo.
Prá não lembrar de fatos apagados pelo revisionismo histórico petista, como a inflação do período ter acelerado também pela expectativa de vitória do candidato do PT nas eleições presidenciais, tal qual foi em 1989 - 1990.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Nã,nã,nin, nã, não. As contas degringolaram, pelo simples fato do governo à época não ter tido competência de administrá-la. aA Inflação já estava voltando á toda, e eles mantiveram em 98 uma moeda apreciada, desonestamente para ganhar uma eleição, O Bill que mandou o clube de paris emprestar a grana pro doverno do tartufo mor do brasil.
Nem precisa dizer que no dia 1 de janeiro de 99, veio a maxi e o barsil perdeu 120bi de U$$ em 1 dia.
O soros já tinha apostado nisto.
Depois ele até colocou um funcionário dele no bACEN, prontamente aceito pelo gerente dos negócios dos USA aqui, falo de FHD( d de doar).
Este negócio que conta degringolou em 2002 por causa do Lula é conversa prá boi dormir que o povão não engoliu, mesmo porque o Lulão foi eleito e há de convir-se, se alguma coisa aconteceu, foi boa.
Como disse, o revisionismo histórico petista.
Quem viu e entendeu sabe o que houve.
Quem não viu pesquise nas fontes que não fazem propaganda ideológica partidária e são abundantes.
De resto vão repetir até o fim dos tempos que antes de 2002 o Brasil era sem forma e vazio e havia trevas sobre a face do abismo.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Isto, isto, isto, como diz o Chavez, o melhor programa da tv aberta brasileira.O Trombinni baixou drasticamente a selic do presidente do Boston Bank, o Meireles, e a meta da inflação que era de 6,5 ,teto, ficou em 6,56 teto, nooooossa!
Inicialmente, o centro da meta era de 4,5% e não 6,5%...Governo deve perseguir o centro da meta, caso contrário as expectativas de inflação se ajustam para cima (e é justamente o que geralmente tem apontado o boletim Focus nos últimos meses). Portanto, a inflação já está 2,06% acima da meta original... Estamos não só com o problema de inflação alta, mas também com o problema de crescimento medíocre:
FMI: Brasil terá 2º menor crescimento da América do Sul em 2011
http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201109201320_BBB_80217553
Escudeiros dos agiotas, PSDB e Dem criticam baixa dos juros
Para eles, BC tem que ter autonomia do povo e se manter a serviço dos bancos.
O PSDB e o DEM reclamaram da queda de meio ponto percentual nas taxas de juros básicos da economia, anunciada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), na quarta-feira passada.
José Agripino, do Dem e Duarte Nogueira e Álvaro Dias, do PSDB, saíram em defesa dos especuladores dizendo que a decisão representa “um arranhão” na autonomia do BC. “O Comitê de Política Monetária (Copom) dobrou-se à pressão do governo, fez uma aposta arriscada, baseada em avaliações extremadas da crise externa, comprometeu sua credibilidade e rifou seu compromisso com a estabilidade da moeda”, diz a nota do PSDB.
INFLAÇÃO
Em julho, quando o BC aumentou os juros, a reação do PSDB foi esta: “O Brasil sobe seus juros num momento em que todo o resto do mundo – todo mesmo – corta suas taxas. Estamos na contramão”.
Mas bastou uma pequena redução da taxa Selic para os tucanos tirarem a máscara e se mostrarem quem realmente são, os defensores fiéis da banca internacional.
A encenação tucana acabou quando o assunto é baixar os juros. Apenas meio pontinho a menos e aí foi um tal de tucanos e a mídia banqueirista que lhes abana mandarem o pajem lhes trazerem os sais. Foi um deus nos acuda. Agora, para eles, o BC sofreu “pressão política” do Palácio do Planalto.
Nas últimas cinco vezes em que o BC aumentou a taxa deu para fingir que estavam contra, mas agora, baixar juros? Que audácia!
Tirar dessa forma meio ponto dos especuladores, de jeito nenhum! Para eles, quando aumenta os juros a “decisão é técnica”, mas, quando os juros caem é “pressão política”, é “atropelo”, é “desrespeito à autonomia do BC”. Afinal, que farra é essa? Só pode aumentar juros, baixar nunca.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos ironizou a reação dos tucanos à redução dos juros. “É engraçado. Nas últimas oito vezes em que a Selic aumentou, não ouvimos falar de problema de falta de autonomia”, disse.
Além de pregarem que o Banco Central só é “autônomo” quando aumenta os juros, tucanos e demistas repetem à exaustão a velha cantilena de que a redução da taxa Selic vai causar inflação.
“O grande risco é a inflação”, alertou com pompas o senador e combatente antinflacionário de primeira linha Álvaro Dias (PSDB-PR).
Eles só não explicam por que as taxas de juros estão perto de zero ou negativas na grande maioria dos países e não há inflação nenhuma explodindo em suas economias.
Pelo contrário, o ambiente internacional, como disse a presidenta Dilma, esta semana, é de deflação.
Mesmo com os juros negativos. Nos EUA, então, onde os juros nominais, por exemplo, estão entre zero e 0,25%, pelo raciocínio dos tucanos e demais capachos, a inflação deveria estar disparada, mas não é o caso. Não há crescimento da inflação por lá.
Ela deve ficar entre 2% e 3% em 2011. Esse fato mostra que os tucanos e os demistas estão acenando com a ameaça inflacionária para advogar a favor da agiotagem internacional em detrimento do país e da produção.
E essas declarações todas, feitas pelos porta-vozes dos banqueiros no Senado nada têm de novidade. São meras repetições esfarrapadas, monótonas e já bastante batidas dos que defendem o cartel financeiro e seus comentaristas econômicos de aluguel.
“Tem que manter os juros altos para desaquecer a economia e combater a inflação”, aconselham os filoneoliberais. “Tem que cortar gastos públicos e garantir os ‘superávits primários’, (ou seja, os pagamentos aos bancos)”, acrescentam a receita do modelo neoliberal, que redundou nesse maravilhoso e estupendo crescimento econômico que se observa lá fora nas economias dos EUA e do fantástico Velho Mundo.
Vejam só o que diz uma das figuras mais oferecidas para os bancos estrangeiros na mídia: “(...) Ao fazer isso [baixar os juros], o BC prova que se rendeu às pressões e está disposto a aceitar um pouco mais de inflação”.
Foi o que disse a alquimista Miriam Leitão. E a nota do PSDB não teve dúvida: transcreveu inteira essa “opinião”, como sendo uma “visão” do partido. “Nunca o BC fizera mudança tão brusca de trajetória.
A autoridade monetária brasileira sempre adotou uma estratégia gradualista, ou seja, os ajustes e as alterações de rumo nas taxas básicas de juros sempre foram feitas de maneira suave”, prossegue a nota do PSDB.
Esse tom amargo, frustrado do PSDB, será que reflete a decepção dos especuladores por não terem sido avisados a tempo da baixa para poder justamente... especular?
Só que, desde o começo do ano, foram feitos cinco aumentos, elevando os juros reais da casa dos 4,5% para 6,5%. Aumentos muitos “gradualistas”, como se pode ver.
Várias vezes houve elevações de meio ponto percentual da taxa Selic e ninguém falou em “mudança brusca”. Ninguém do PSDB ou Dem ou do chamado “mercado” reclamou.
Bastou cair um pouquinho os juros para começar a gritaria: “brusco, radical, destemperado”, etc. “Poucas coisas são tão perigosas para a inflação quanto um BC capturado pelos interesses do governo. O guardião da moeda se transforma em cúmplice do populismo eleitoreiro, alimentando o dragão inflacionário”, criticou Rodrigo Constantino, mais um advogado de bancos disfarçado de “consultor”.
“O Globo” também saiu em socorro aos bancos: “Todos os dados ‘técnicos’ não são, portanto, suficientes para justificar a decisão do BC de cortar a Selic”. E o PSDB, de novo, não fez por menos: “As edições de hoje dos jornais são unânimes em afirmar que os juros caíram ontem por pressão do Planalto, à qual o Copom cedeu”.
“Dilma está convencida de que a inflação vai ceder com o quadro de recessão global e que, por isso, o BC deveria se antecipar. Essa pressão foi fundamental para a mudança de rumo”, sustenta a nota tucana. Essa turma só admite a pressão do “mercado”, isto é, dos bancos estrangeiros, principalmente. Já a sociedade, o povo, trabalhadores, empresários, etc, não podem dizer nada, têm que se conformar em ser espoliados por meia dúzia de bancos que se locupletam com os juros estratosféricos estipulados pelo BC.
CASSINO
A mídia pró-banqueiros e os arautos da agiotagem do PSDB não conseguem enxergar o Brasil desatrelado desse cassino que faz os especuladores amealharem mais de duas centenas de bilhões de juros em menos de um ano.
Vejam como isso fica claro neste trecho, dito por mais um dos consultores pró-bancos, de quem o PSDB simplesmente xerocou sua nota.
“Primeiro, ninguém sabe ao certo como será o comportamento das economias americana e europeias mais atingidas pela crise econômica.
Nem eles mesmos. Segundo, até agora os impactos no Brasil têm sido moderados e não autorizam prever quedas significativas nos preços e desaceleração robusta da atividade econômica suficientes para frear a inflação. Quem contar com a crise externa para isso [a queda da inflação] corre sério risco de se decepcionar”, avisa Alexandre Schwartsman.
Com disse o ex-presidente Lula, essa gente sofre do “complexo de vira-lata”, pois para eles o Brasil tem que sacrificar o seu crescimento e ficar à mercê do que acontecer lá fora, esperando os países ricos para poder agir.
Não é essa a opinião da grande maioria da nação brasileira que, não só aprova a redução dos juros do BC, como acha que ela foi tímida.
Deveria ser maior, é a opinião de todos. Empresários e trabalhadores estão exigindo mais queda nos juros.
O país está sendo sangrado pela especulação com essas taxas de juros, que são as maiores do mundo. Com elas, os agiotas de todos os recantos, e particularmente os de Wall Street, que estão cheios de dólares despejados pelo governo americano, vêm aqui jogar na ciranda do BC.
Isso provoca a alta artificial do real e prejudica intensamente a economia nacional, particularmente a indústria brasileira. Reduzir ainda mais os juros, portanto, é o caminho para impedir essa enxurrada de dólares especulativos e o consequente desmantelamento da produção nacional.
SÉRGIO CRUZ
http://www.horadopovo.com.br/2011/setembro/2990-07-09-2011/P3/pag3a.htm
A coluna de Miriam Leitão hoje, em O Globo, não é, certamente, nada que deva entrar no cardápio da ceia de Ano Novo. Porque é fel puro, algo tão evidentemente odioso que entra nas raias da irracionalidade e do ridículo.
Ela desdenha da situação de solidez das contas públicas brasileiras – Brasil, vocês sabem, é aquele país que há nove anos pedia seguidos perdões (waivers) ao FMI e onde o presidente submetia os candidatos à eleição presidencial a concordarem publicamente com uma nova estendida de pires financeiro – como se vivêssemos no paraíso e, de lá para cá, governantes irresponsáveis nos tenham atirado na caótica situação de sermos a sexta economia do mundo.
Diz, por exemplo, que o superávit primário – aquele mesmo, que ela cantou em prosa e verso por anos a fio – não é nada, o problema é o déficit nominal, que é o resultado depois do pagamento de juros. De fato, os juros altíssimos pagos pelo nosso país – embora sejam a metade do que eram sob o genial (para ela) governo Fernando Henrique – são nosso maior problema macroeconômico, mas não foi ela própria quem vociferou contra a “precipitação” do Banco Central em começar a cortar estes juros, em agosto?
A não ser para quem aposta na “roda-presa”, quando o mundo desenvolvido ostenta dívidas públicas próximo aos 100% dos PIBs nacionais achar que o Brasil, que não tem a metade deste endividamento, deva se submeter a arrochos mais severos, cortar gastos sociais e sacrificar mais seu povo. Aliás, é no mínimo desmemoriado quem critica um déficit nominal de 2,36% do PIB enquanto não se recorda que este já chegou a inacreditáveis 14% do PIB, em 1999, quando a tucanagem imperava.
E “esquece” de citar que estes juros são pagos por uma dívida que, desde FHC, o Iluminado, caiu de mais de 56% para 37% do PIB. Ou seja, a família devia mais da metade de sua renda, agora deve pouco mais de um terço. E está pior?
Fala também da carga tributária, que era de 29% em 1995 e hoje anda pelos 35% do PIB. Esquece que este crescimento se deu justamente sob Fernando Henrique,que disse, aliás, que “essa coisa” de reclamar da carga tributária era “choradeira”:
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1547300-EI6579,00.html
Como vai ter um Estado moderno, em um país pobre, sem tributo? – disse ele em 2007.
A musa do Milênium diz ainda que são absurdos os financiamentos do BNDES, que custam ao Tesouro mais do que rendem, mas não foi capaz de uma palavra quando estes financiamentos foram turbinados para financiar a compra – quase doada – do patrimônio público.
Textos como o de hoje é que explicam aquela frase de José Serra na campanha eleitoral. Pode não ter sido gentil, mas foi precisa:
- Mas que bobagem, Miriam…
DO TIJOLAÇO.
http://religiaoeveneno.com.br/index.php?p=/discussion/comment/7717#Comment_7717
Em relação ao IDH de 2005 (com os dados de 2003, primeiro ano do governo Lula), Brasil foi deixado para trás por...
Romênia, Maurícia, Granada, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Dominica, Albânia, Venezuela, Santa Lúcia, Arábia Saudita, Ucrânia, Peru, Cazaquistão, Líbano, Equador e Geórgia.
Terá sido apenas uma questão de mudança de metodologia? De qualquer forma, parece que não é só no IDH que não temos evidência de avanço relativo no governo Lula...
http://socialismo.org.br/portal/economia-e-infra-estrutura/101-artigo/1919-evolucao-da-renda-no-governo-lula-cinco-conclusoes-definitivas
Evolução da renda no governo Lula: cinco conclusões definitivas
A divulgação dos dados de evolução da renda do Brasil pelo IBGE e a base de dados do FMI permitem algumas conclusões definitivas a respeito do desempenho da economia brasileira (renda) durante o governo Lula (2003-10).1
Primeira conclusão: fraco desempenho pelos padrões históricos do país
O crescimento médio anual do PIB real é de 4,0% (quatro por cento) no governo Lula. Mais especificamente, 3,5% em 2003-06 e 4,5% em 2007-10. Mesmo no segundo mandato, a taxa alcançada não supera a média secular do país (1890-2010, período republicano, 4,5%). Portanto, o desempenho do governo Lula é fraco pelos padrões históricos brasileiros (ver Tabela 1).2
Segunda conclusão: muito fraco desempenho quando comparado com outros presidentes
Desde a proclamação da república o país teve 29 presidentes (Vargas teve dois mandatos separados temporalmente). Neste conjunto, Lula ocupa a 19ª posição quanto ao crescimento da renda, ou seja, 18 outros presidentes tiveram melhor desempenho. Quando este conjunto é dividido em quatro grupos, Lula está no terceiro grupo. De outra forma, pode-se afirmar que Lula teve o 11º pior desempenho no conjunto dos mandatos presidenciais (ver Tabela 2).
Terceira conclusão: retrocesso relativo no conjunto da economia mundial
No período 2003-10 três indicadores merecem destaque. O primeiro é a participação do Brasil no PIB mundial. Dados de paridade de poder de compra mostram que não houve alteração, A participação média do Brasil em 2001-02 é a mesma em 2009-10 (2,90%) (ver Tabela 3).
O segundo indicador é a posição relativa do Brasil no ranking da economia mundial quando se considera a taxa de variação real do PIB no período 2003-10. O Brasil ocupa a 96ª posição no painel de 181 países. Ou seja, dividindo este conjunto em quatro grupos, o Brasil está no terceiro grupo. O crescimento médio anual do PIB do país (4,0%) está abaixo da média (4,4%) e da mediana (4,2%) do painel mundial (ver Tabela 4).
O terceiro indicador é o PIB (PPP) per capita. Este indicador de renda para o Brasil aumentou de US$ 7.457 em 2001-02 para US$ 10.894 em 2009-10. Entretanto, a posição do país no ranking mundial piorou. O país passou da 66ª posição para a 71ª posição. Ou seja, houve retrocesso relativo (ver Tabela 5).
Quarta conclusão: país fortemente atingido pela crise global em 2009
A crise econômica de 2009 teve alcance global. O Brasil é um país marcado por forte vulnerabilidade externa estrutural. O passivo externo bruto ultrapassou US$ 1.292 bilhões em no final de 2010.4 No período 2003-10 houve reprimarização da economia brasileira, inclusive com significativo aumento do peso relativo das commodities nas exportações brasileiras. Há evidência de que desindustrialização e maior participação do capital estrangeiro no aparelho produtivo também ocorreram no período em questão. A crescente liberalização financeira e o regime de câmbio flexível implicam maior instabilidade. O resultado é que a crise internacional atingiu fortemente o país em 2009. A queda do PIB real foi de 0,6%. No painel mundial o Brasil ocupa a 85ª posição segundo a ordem crescente da variação do PIB neste ano. Dividindo este painel em quatro grupos, verifica-se que o país está no segundo grupo dos mais atingidos. Ademais, a frágil posição brasileira é evidente quando se leva em conta que a taxa média (simples) e a mediana de variação do PIB do painel são 0,1% e 0,2% respectivamente. (ver Tabela 6).
Quinta conclusão: o processo de ajuste frente à crise global foi influenciado significativamente pelo ciclo eleitoral e oportunismo político em 2010 e não se sustenta em 2011-12
Na fase ascendente do ciclo econômico mundial (2003-meados de 2008) o Brasil tem retrocesso relativo visto que sua taxa de crescimento da renda é menor do que a média e a mediana mundiais. No período 2003-08 a taxa média de crescimento real do PIB do Brasil é de 4,2% enquanto a média simples e a mediana são de 5,0% e 5,3% respectivamente (ver Tabela 7). Neste período o Brasil ocupa a 113ª posição (ordem decrescente) no painel de 183 países-membros do FMI. Em 2009 o Brasil é fortemente atingido pela crise global e sofre queda do PIB de 0,6%.
A contração da atividade econômica em 2009 facilita a recuperação da taxa de crescimento em 2010.3 Entretanto, em 2010 o vale do ciclo econômico internacional coincide com o auge do ciclo eleitoral brasileiro (eleições para presidente, governadores, senadores e deputados).
Oportunismo político e ajuste macroeconômico convergem perfeitamente na ótica do grupo dirigente.
O oportunismo político acarretou a extraordinária expansão do crédito, que estimulou o consumo e o investimento. Estas duas fontes de expansão da demanda agregada respondem, então, pelo crescimento do PIB e mais do que compensam o elevado vazamento de renda para o exterior via importações de bens e serviços. O aumento das importações também é políticamente funcional pois permite reduzir a pressão inflacionária. O vazamento foi superior à própria contribuição do investimento para o crescimento do PIB (ver Tabela 8).
A força expansionista da política creditícia foi aumentada pela política fiscal (gastos de consumo e investimento do governo), pela política de rendas (salário mínimo), pelas políticas sociais e pela política de forte apreciação cambial (importação de bens de capital). A apreciação cambial é responsável pela elevada contribuição negativa da demanda externa líquida (exportações menos importações) para o crescimento do PIB. Na realidade, em 2010 verifica-se significativo déficit nas transações correntes do balanço de pagamentos do país.
O resultado é o extraordinário crescimento de 7,5% em 2010. Ele é extraordinário não somente porque é significativamente mais elevado do que a média de todo o período 2003-10 (4,0%) como também representa uma subida igualmente extraordinária do país no ranking mundial. Em 2010 o Brasil tem a 24ª mais elevada taxa de crescimento do PIB no painel mundial.
O forte crescimento econômico em 2010 permitiu a reversão da recessão provocada pela crise global ao mesmo tempo em que foi funcional para os grupos políticos dirigentes tendo em vista o ciclo eleitoral. Por outro lado, há o agravamento dos desequilíbrios macroeconômicos. Além da pressão inflacionária, verifica-se a forte deterioração das contas externas.
Passado o período de eleições. os desequilíbrios macroeconômicos são, então, enfrentados com as medidas ortodoxas de políticas monetária, creditícia e fiscal restritivas. Em conseqüência, a expectativa é de não sustentabilidade de elevadas taxas de crescimento do PIB no médio prazo. O FMI, por exemplo, tem como previsão para o Brasil crescimento real do PIB pouco superior a 4,0% em 2011-12.4 Ainda segundo as previsões do FMI o Brasil deve ocupar posições próximas da média e medianas mundiais.
As taxas previstas para 2011-12 estão próximas da média do governo Lula (4,0%) e, conforme visto, estão abaixo da média secular do país (4,5%). Ou seja, no futuro próximo, como parte da herança negativa do governo Lula a expectativa é de fraco desempenho pelos padrões históricos do Brasil e nenhum avanço na posição internacional do país. Estes fatos tornam-se ainda mais graves com a trajetória de piora evidente das contas externas do país, com fortes desequilíbrios de fluxo e de estoque.
Em síntese, durante o governo Lula a evolução da renda do Brasil caracterizou-se por:
1) fraco desempenho pelos padrões históricos do país
2) muito fraco desempenho quando comparado com outros presidentes
3) retrocesso relativo no conjunto da economia mundial
4) país fortemente atingido pela crise global em 2009
5) o processo de ajuste frente à crise global foi influenciado significativamente pelo ciclo eleitoral e oportunismo político em 2010 e não se sustenta em 2011-12
4 março 2011
Notas:
1 Para análises abrangentes do governo Lula, ver L. F. Filgueiras e R. Gonçalves, A Economia Política do Governo Lula, Rio de Janeiro, Ed. Contraponto, 2007 e Os Anos Lula. Contribuições para um Balanço Crítico 2003-2010, Rio de Janeiro, Ed. Garamond, 2010.
2 Para detalhes sobre fontes de dados, ver R. Gonçalves, Análise comparativa do governo Lula: Resultados e metodologia, em http://www.ie.ufrj.br/hpp/intranet/pdfs/analise_comparativa_do_governo_lula_resultados_e_metodologia_28_abril.pdf.
3 Ver Bacen, Nota para a Imprensa, Setor externo, Tabela 60A, http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/notas.asp?idioma=p.
4 http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2011/update/01/index.htm.
Reinaldo Gonçalves é professor titular de Economia Internacional da UFRJ. Portal: http://www.ie.ufrj.br/hpp/mostra.php?idprof=77.
pdf Reinaldo_Goncalves-Evolucao_da_renda_no_Governo_Lula-13.3.2011.pdf
Fonte: http://www.cecac.org.br/Docs/Reinaldo_Goncalves-Evolucao_da_renda_no_Governo_Lula-13.3.2011.pdf
Nos 8 primeiros anos de gestão petista, o Brasil foi deixado para trás tanto em termos de ranking de IDH, quanto em termos de ranking de crescimento do PIB. E olhe que, na década de 2000, o Brasil foi um dos maiores beneficiados pelo boom no preço das commodities... Tem gente que gosta de se auto-enganar ao afirmar que, com o petismo, o Brasil caminha a passos largos para se tornar uma potência mundial do desenvolvimento socio-econômico.
Agora vem com o papo furreco que não foi o Brasil que cresceu, foi a Europa que diminuindo, outro papo furreco, aos mais jovens cabe informar em 95/98, se desse uma crise na Tailandia, o Brasil quebrava.
Do jeito que estes caras escrevem, se alguém levar a sério muda para o Haiti, falta combinar com os 2.300.000 de novos empregados e 40.000.000 de novos consumidores e 28.000.000 pessoas que sairam da moséria absoluta, ou seja, uma população da Espanha mais uma população e meia de portugal.
Nem precisa de muito, basta ver os critérios americanos para pobreza... quando a "mídia golpista" pró-EUA lançou aos quatro ventos que os americanos estavam ficando mais pobres e os brasileiros mais ricos, uma interpretação mais cuidadosa nos mostrava que a renda do "pobre" americano girava em torno de mil dólares e lá vai e cacetada... do brasileirinho, sexta economia mundial, em torno de 70 reais.
PS: Deletaram a minha conta por Racismo ou o quê?
Quase igual aos 70 reais aqui do Brasil.