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MARXISMO - A menos-valia

ENCOSTOENCOSTO Membro
A menos-valia

Escrito por Operário Sindicalizado

Marx nos ensina, e todos sabem, que toda a fonte de valor é o trabalho. Ou seja, se uma pessoa achar por acaso numa caverna um pedaço de ouro, ele não terá valor, porque não tem trabalho algum agregado. Inversamente, se um sujeito passar 30 anos cavando um buraco, será um buraco incrivelmente caro, porque tem MUITO trabalho agregado. Não creio que haja dúvidas quanto a isso. Só cães raivosos da burguesia ousariam negar tão óbvio princípio.

Todos sabem também que o lucro da burguesia é ROUBADO dos trabalhadores, a quem só sobra o suficiente para a subsistência. Os trabalhadores produzem tudo, mas só recebem parte do que produzem, enquanto a burguesia vilmente se locupleta. Essa é a mais-valia, o trabalho não pago do proletário.

Bom, essa é a situação de lucro. Mas há uma situação inversa. Digamos que os empresários num certo país são muito burros. Se eles forem muito burros, só farão investimentos errados que acarretarão sempre em prejuízo. Porém os trabalhadores continuarão a receber o salário integral, mesmo que o empregador incorra em prejuízo.

Essa situação excepcional é a MENOS-VALIA, onde os trabalhadores recebem MAIS do que produziram.

Nesse país onde os empresários são idiotas, portanto, não há a exploração dos proletários pelos burgueses, mas dos burgueses pelos proletários. Então, à medida que os burgueses fazem investimentos errados e são explorados pelos seus próprios empregados, sua consciência de classe desperta e os patrões começam a se organizar para fazer a revolução capitalista.

Então, a primeira pergunta que os comunistas e demais pessoas preocupadas com o bem-estar do próximo devem fazer é: será que os empresários do meu país são burros ou inteligentes? Se são burros, haverá a revolução capitalista e tudo será triste. Porém, se são inteligentes, haverá a revolução socialista e tudo será lindo.

Pois eis que chegamos à conclusão óbvia, que o leitor provavelmente já auferiu à esta altura: para que tenhamos empresários inteligentes, o governo precisa investir em educação. Se não houver investimentos em educação, todos serão estúpidos e não saberão fazer projeções de mercado, os empregados não serão explorados e não haverá a conscientização do proletariado nem a revolução comunista.

Artigo Revolucionário publicado em maio de 2006 no Jornal Opinião Popular, o jornal do POVO.


O ENCOSTO
Onde houver fé, levarei a dúvida!

Comentários

  • 5 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Versão corrigida de uma babaquice que circula por aí:

    24ytjci.jpg
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Postada em 09/04/07

    A velha lógica simplista marxista: o lucro do patrão vem
    do valor ajutado pelo trabalho, mas como o patrão paga
    esse trabalho e ainda tira algo para si com o lucro, o
    trabalho necessariamente é exploração do trabalhador.

    Uma das razões para o marxismo ser tão bem sucedido em
    se difundir como ideologia é que a lógica desse
    raciocínio é tão simples e clara que dificilmente uma
    pessoa se preocuparia em questioná-la se tivesse acesso
    somente a ela.

    Mas, como diz Thomas Sowell, 50% das falácias
    esquerdistas se calcam na idéia errônea de que economia
    é um jogo de soma zero.

    Nesse caso, a soma zero viria do fato de que, para o
    patrão ganhar alguma coisa, o empregado necessariamente
    deve perder.

    O que se ignora aqui é que o empregado não está
    perdendo, ele está vendendo sua força de trabalho por um
    preço ( o salário é um preço ) que considera mais útil
    para ele próprio do que o tempo livre que ele teria caso
    não trabalhasse. As considerações que ele faz de ordem
    pessoal que o levam a tomar essa decisão como, por
    exemplo, se ele vai passar fome caso não trabalhe, são
    incentivos para que ele tome a decisão de trabalhar,
    pois o custo do ócio é muito grande. O patrão aceita,
    por sua vez, pagar o salário por considerar que o
    trabalho desempenhado pelo funcionário vale, para ele,
    mais do que o preço pago.

    Existe aqui a primeira assimetria de valores ignorada
    pelos marxistas: o trabalho vale mais para o patrão que
    para o trabalhador, o salário vale mais para o
    trabalhador do que para o patrão.

    É em virtude dessa assimetria básica de valores que os
    dois aceitam firmar um contrato onde o patrão paga com
    salário e o trabalhador paga com trabalho. Os dois
    ganham, pois trocam algo que vale menos para si por algo
    que consideram ter maior valor.

    Para entender porque o trabalho vale mais para o dono do
    capital, precisamos nos voltar para a divisão do
    trabalho e os bens de capital. O capitalista, ao
    investir em salários de funcionários e em bens de
    capital, consegue criar uma produção muito maior do que
    se cada empregado trabalhasse o mesmo tanto sozinho, e é
    daí que vem o lucro. Os funcionários, ao dividirem
    tarefas e usarem dos meios avançados e caros de produção
    disponibilizados pelo capitalista, podem produzir de
    forma mais eficiente.

    Pense numa fábrica de automóveis com mil funcionários
    que produz mil carros por dia. Eu não tenho certeza dos
    números, mas me parece algo próximo da realidade. Agora
    pense se cada um dos empregados poderia, sozinho, fazer
    1 carro por dia. Ou mesmo se ele poderia fazer 1 carro
    por ano. Pense na qualidade desse veículo, caso ele
    fosse terminado.

    A possibilidade de cada funcionário produzir 1 carro por
    dia só surge quando eles estão dividindo tarefas e
    usufruindo do capital que só pode ser disponibilizado
    por um investidor capitalista. Ele assume os riscos de
    usar seu patrimônio para iniciar essa atividade
    produtiva e demanda em troca lucro. E em meio a isso faz
    contratações voluntárias de seus funcionários.

    Onde, nesse cenário, reside a exploração?

    O erro da lógica marxista está em atribuir o tal valor
    ajutado pelo trabalho aos trabalhadores, o que não é
    verdade dentro da lógica contratual e dentro da noção de
    divisão de trabalho e investimento em bens de capital.

    Para corrigir esse raciocínio, deveríamos pensar no
    capitalista como uma espécie de sócio dos trabalhadores,
    que oferece a eles o seu capital em termos de
    maquinário, técnicas, instalações e organização do
    trabalho para que então o trabalhador possa trabalhar de
    forma mais produtiva e ganhar muito mais do que ganharia
    trabalhando de maneira autônoma.

    O contrato firmado por esses sócios pode ser de diversas
    formas, sendo que a mais comum consiste no capitalista
    pagar uma renda fixa por uma quantidade determinada de
    trabalho, havendo possibilidade de rescisão caso uma das
    partes considere o contrato insatisfatório a longo
    prazo.

    Os marxistas tomam o todo pela soma de suas partes
    visíveis, os trabalhadores, e a eles atribuem a
    produção, quando, na verdade, o todo consiste de muitas
    outras partes, não apenas a reunião de todos os
    trabalhadores.

    Outra coisa que não se vê é que o capitalista, ao
    investir em um setor, corre o risco do valor de mercado,
    o único valor real, de sua produção não pagar os
    investimentos e custos de oportunidade pela perda de
    liquidez.

    Em virtude disso, o capitalista deve trabalhar
    no sentido de ganhar conhecimento do mercado, negociar
    contratos antecipados com clientes, antecipar decisões
    governamentais que afetariam seu negócio, adquirir
    financiamento de bancos, regulamentar a sua empresa,
    conseguir cobertura de seguro, contratar uma equipe para
    cuidar do marketing e montar seu staff de executivos
    para ajudá-lo nessas tarefas, e etc.

    O capitalista então recebe o retorno por seu capital
    paralizado, pelo risco que correu e por seu trabalho em
    procurar minimizar esse risco. E com isso gera
    oportunidade em termos de empregos melhores e
    aumentando a oferta de produtos que permitem um maior
    consumo e portanto maior riqueza geral. Não é à toa que
    eles, por vezes, se tornem tão ricos.

    Isso é frequentemente ignorado em discursos retóricos e
    de ódio ao sucesso, dos quais Marx é um dos grandes
    expoentes, e infelizmente tão populares neste e no
    último século.
  • ENCOSTO disse: Marx nos ensina, e todos sabem, que toda a fonte de valor é o trabalho. Ou seja, se uma pessoa achar por acaso numa caverna um pedaço de ouro, ele não terá valor, porque não tem trabalho algum agregado. Inversamente, se um sujeito passar 30 anos cavando um buraco, será um buraco incrivelmente caro, porque tem MUITO trabalho agregado. Não creio que haja dúvidas quanto a isso.
    Pior é que Marx diz exatamente isso no livro o Capital, e tem gente que quer que eu leve o marxismo a sério. ¬¬ Se o marxismo tem essa premissa tosca então toda a teoria é furada...
  • Saiu um artigo no Globo nessa linha:

    Eles não morreram de overdose
    João Luiz Mauad, O GLOBO

    A repercussão da morte de Steve Jobs e as merecidas homenagens a ele prestadas, inclusive e principalmente aqui no Brasil, são dignas de registro, pois mostram talvez uma mudança profunda na opinião pública, historicamente avessa ao capitalismo em geral e aos capitalistas em particular. Devido a uma persistente cultura de privilégios e do intenso compadrio entre agentes públicos e privados, vigente por aqui desde priscas eras, a imagem dos empresários sempre foi a pior possível, não raro considerados ladrões, sonegadores ou exploradores do trabalho alheio.

    O egoísmo é outra pecha frequentemente lançada contra os empreendedores para desmerecer seu trabalho e as realizações. Os detratores anticapitalistas esquecem que quase todos nós trabalhamos somente em proveito próprio. A única diferença é que a compensação pelo trabalho, seja ele de um humilde servente ou de um renomado cientista, é o salário, enquanto a dos empresários é o lucro. Aliás, há outra importante diferença: o risco. Os assalariados recebem pelo trabalho executado independentemente do resultado alcançado, mas os capitalistas serão recompensados apenas caso os seus investimentos e esforços se tornem lucrativos.

    No verdadeiro capitalismo - onde a eficiência é recompensada, a ineficiência é punida e os favores do Estado estão fora do alcance -, a luta pela sobrevivência é tão dura que o bom empresário não pode se dar ao luxo de olhar o interesse social, mas unicamente os seus próprios interesses, sob pena de sucumbir ante a concorrência alheia ou a ineficiência própria. Contudo, foi justamente este famigerado "egoísmo" o responsável pela criação de produtos e serviços que transformaram o mundo num lugar muito melhor para viver.

    Por mais que possa parecer estranho, foi graças à ambição de homens como Steve Jobs que a imensa maioria dos nossos contemporâneos goza hoje de um padrão de vida bem acima do que, há apenas poucas gerações, era impossível até aos mais abastados. Ou alguém duvida que o autointeresse dos capitalistas está por trás de quase todas as inovações tecnológicas que, de alguma forma, concorreram para satisfazer boa parte das carências humanas?

    Convido-o a pensar algumas das maravilhas já criadas pelo engenho humano. Pense nos automóveis, locomotivas, navios e aviões, que possibilitam deslocamentos cada vez mais rápidos e seguros. Pense nos eletroeletrônicos que facilitam a vida e entretêm bilhões de indivíduos: geladeiras, televisores, máquinas de lavar, micro-ondas, condicionadores de ar, computadores, telefones celulares. Pense nos equipamentos que ajudam a tornar a medicina muito mais eficiente e prática, como tomógrafos, centrífugas, aparelhos de ultrassonografia, de ressonância magnética, microscópios eletrônicos, microchips, marca-passos. Pense na indústria farmacêutica, seus avanços e descobertas. Pense, por exemplo, que, há poucos anos, a maior parte dos doentes com úlcera gástrica terminava numa mesa de operações e hoje aquela é uma doença facilmente tratável com medicamentos. Pense na agricultura e nos avanços de produtividade que permitem alimentar um contingente humano que cresceu de forma geométrica, contradizendo as previsões catastróficas de Thomas Malthus e seus seguidores.

    Esses avanços, e toda a fantástica geração de riquezas conseguida pelo homem, foram obtidos graças à divisão e à especialização do trabalho e, acima de tudo, ao interesse pessoal dos indivíduos, principalmente dos execrados capitalistas. Sem isso, talvez a maior parte da população ainda estivesse labutando de sol a sol, morando sem qualquer conforto e sujeita a condições extremas de insalubridade. Sem falar do cotidiano monótono, restrito a atividades básicas de sobrevivência.

    Sem a recompensa pessoal, seja ela fruto da remuneração do trabalho ou do capital (lucro), não há incentivo para que os indivíduos produzam, invistam, pesquisem, desenvolvam novas tecnologias, criem e coloquem novos produtos e serviços à disposição dos demais. Analisem a relação de ganhadores do Prêmio Nobel nas áreas de ciência e tecnologia. Onde está (ou esteve) domiciliada a imensa maioria deles? Sem dúvida, em países onde há liberdade econômica (capitalismo) e, consequentemente, a busca pelo lucro. Será que isso acontece por acaso?
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