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As lições de Churchill

HuxleyHuxley Membro
Rodrigo Constantino, O GLOBO

Winston Churchill faleceu no dia 24 de janeiro de 1965. Este artigo é uma homenagem a este que foi a figura política de maior destaque no século 20. Liderança inquestionável nos turbulentos anos 40, Churchill foi o maior responsável individual pela derrota nacional-socialista na Segunda Guerra Mundial. Não é pouca coisa.

De sua longa vida, podem-se tirar diversas lições importantes. Superação é uma das primeiras palavras que vem à mente. A quantidade de adversidades e obstáculos que surgiram em seu caminho apenas fortalece o mérito de suas conquistas. Churchill não era de desistir, e usava cada tropeço para se reerguer com mais determinação ainda. Para ele, sucesso era a habilidade de sair de um fracasso para outro sem a perda do entusiasmo.

Como todo ser humano, Churchill tinha suas falhas e contradições. Nem sempre foi correto, e errou em suas previsões em importantes situações. Mas todos estes defeitos servem para torná-lo mais humano, e não eclipsam de forma alguma seus tantos acertos, fundamentais para preservar a liberdade naqueles ameaçadores anos.

Uma de suas maiores qualidades como estadista era seu realismo. Enquanto muitos preferiam o falso consolo de esperanças ingênuas, Churchill analisava os fatos com maior frieza. Como escreve Paul Johnson em sua biografia, “Churchill era realista o bastante para perceber que as guerras aconteceriam e, por mais terríveis que fossem, ele preferia vencê-las a perdê-las”. Ele sabia ser pragmático quando necessário, mas sua essência era basicamente a de um liberal, defensor da democracia e também do livre mercado.

Sobre a democracia, aliás, Churchill tornou famosa a idéia de que se trata do pior modelo político, exceto todos os outros. Ele era realista o suficiente para não esperar escolhas democráticas fantásticas, e costumava dizer que o melhor argumento contra a democracia era uma conversa de cinco minutos com um eleitor médio. Esta postura cética é importante para limitar os estragos que podem ocorrer com o abuso de poder do governo, mesmo sob regimes democráticos.

Nas grandes batalhas do século 20, tanto ideológicas quanto físicas, Churchill esteve do lado certo. Ele abominava os monstros aparentados: o comunismo, o nazismo e o fascismo. Considerava a tirania bolchevique a pior de todas. Chegou a afirmar que “o vício intrínseco do capitalismo é a partilha desigual do sucesso”, enquanto “o vício intrínseco do socialismo é a partilha equitativa do fracasso”.

Ainda assim, soube fazer concessões práticas quando a própria sobrevivência dos valores ocidentais estava em jogo. Até mesmo com Stalin ele costurou um pacto para derrotar Hitler, após este trair o ditador soviético. Para Churchill, se Hitler invadisse o inferno até o diabo mereceria ao menos uma palavra favorável.

Churchill havia lido “Mein Kampf” e, ao contrário de tantos que consideravam Hitler apenas um aventureiro iludido, ele acreditou em suas promessas. O “pacifismo” era o credo da moda, mas Churchill soube enxergar melhor a realidade. Isso fez com que a Inglaterra estivesse preparada quando o inevitável ataque nazista ocorreu. O papel de liderança exercido por Churchill neste momento de vida ou morte foi crucial para a vitória inglesa. “Nós nunca nos renderemos”, enfatizou em seu famoso discurso.

Ele era a “personificação do entusiasmo”, como explica Johnson. Sua retórica não era, entretanto, vazia, e suas ações incansáveis colocavam em prática sua mensagem. Sua coragem na liderança da máquina de guerra inglesa comprovava sua fala. Sua confiança era contagiante, e sua determinação, inspiradora. Segundo o historiador Paul Johnson, seria legítimo dizer que Churchill realmente salvou a Inglaterra (e, portanto, o Ocidente).

Além das medalhas militares, Churchill publicou quase 10 milhões de palavras em discursos e livros, pintou mais de 500 telas, construiu pessoalmente boa parte de sua propriedade particular, foi membro da Royal Society, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, foi exímio caçador e jogador de pólo, criou cavalos vencedores e consumiu espantosa quantidade de champanhe, em companhia de seus charutos. Era muito espirituoso, com incríveis tiradas dignas de uma mente rápida e sagaz.

Para Paul Johnson, a vida de Churchill passa ao menos cinco lições importantes: pense sempre grande; nada substitui o trabalho árduo; nunca deixe que erros e desastres o abatam; não desperdice energia com coisas pequenas e mesquinhas; e, por fim, não deixe que o ódio o domine, anulando o espaço para a alegria na vida. Belas lições!

Posted by Rodrigo Constantino at 10:03 AM 1 comments

Fonte: http://rodrigoconstantino.blogspot.com/

COMENTÁRIOS:

Excelente artigo, apesar de não me simpatizar muito com a maioria das ideias do autor...
Post edited by Huxley on

Comentários

  • 13 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Churchill também disse: "Gosto dos cruzeiros italianos porque lá, em caso de acidente, não tem essa besteira de 'mulheres e crianças primeiro' ".
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    And we'll never surrender.

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    LONG LIVE THE CAUSE OF THE FREEDOM

    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Saudações!

    Churchill, na minha opinião, foi um dos personbagens centrais do século XX,personificando a busca pela evolução da democracia e do estado democrático de direito.

    Bom voltar ao RV neste tópico. Churchill está estampado na minha estante de livros, em nada menos que quatro biografias.

    Acauan, mudando de assunto, realmente o Sujinho é um baita local para se comer...

    Abraços a todos
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Tranca disse: Acauan, mudando de assunto, realmente o Sujinho é um baita local para se comer...

    Você tá aqui?

    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Fernando_Silva disse: "Gosto dos cruzeiros italianos porque lá, em caso de acidente, não tem essa besteira de 'mulheres e crianças primeiro' ".

    Salve-se quem puder?
  • Acauan, tenho ido constantemente a São Paulo a trabalho.

    Lembrei que um encontro de membros do RV foi no Sujinho e fui conhecer... Baita bisteca... Se rolar qualquer hora, a gente degusta uma mal passada com umas cervas...

    Abraços
  • The_DoctorThe_Doctor Membro
    edited janeiro 2012 Vote Up0Vote Down
    Ei, porque não podemos fazer mais um encontro RV? Não conheço o Sujinho, mas se voces dois falam que é bom, então deve ser mesmo. Ia ser legal reunir o pessoal aí.
    Aliás, feliz retorno, Tranca Cadeado. ):-))
    Post edited by The_Doctor on
    Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?

    Total de Mensagens:
    8609 + aquelas que tenho agora. ):-))
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    sybok disse: Fala sério... tanto lugar legal em Sampa e o pessoal se encanta com esse boteco...

    Os que conhecem minhas preferências sabem que prá mim chamar um local de boteco é elogio.

    Dá um alô na próxima Tranca.


    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Bem, ainda bem que nunca tive ilusões sobre o maniqueísmo entre gente boa (que só teria qualidades) e gente má (que só teria defeitos). Ao que me lembra, Churchill teria achado que os campos de concentração que foram montados lá na África do Sul para aprisionar as famílias Boers foi uma boa coisa. Bem, nesses campos, 50% dos adultos e 90% das crianças morreram de fome... Difícil achá-los defensáveis, mas se de fato Churchill o fez, a palavra fica com ele.

    E sobre Hitler, não foi só Churchill que sacou o perigo do cara. Josef Goelbells também percebeu: _ Este homem (Hitler) é MUITO PERIGOSO: ele acredita no que diz.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited fevereiro 2012 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse: Bem, ainda bem que nunca tive ilusões sobre o maniqueísmo entre gente boa (que só teria qualidades) e gente má (que só teria defeitos).

    Ser maniqueísta com relação a Churchill só é possível aos que o desconhecem, pois o próprio confessou e registrou seus muitos e graves erros em suas memórias e relatos biográficos.
    Mas basta comparar os mais graves erros de Winston com o que eram atos cotidianos dos homens que combateu e ajudou a impedir que dominassem o mundo, para termos certeza que nas circunstâncias o mundo não tem do que reclamar do saldo dos atos do velho Leão.


    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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