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RESISTÊNCIA CULTURAL PROLETÁRIA - Contra a "americanização" da cultura nacional

ENCOSTOENCOSTO Membro
RESISTÊNCIA CULTURAL PROLETÁRIA

Escrito por Elemério Zangu de Piá

Saudações, companheiros, sou Elemério Zangu de Piá, doutor em sociologia na USP e líder de um movimento militante estudantil. Trabalho em prol da causa coletiva ao lado da juventude progressista no mundo contra o sistema econômico e conformista instituído pelas grandes potências, como colunista, redator e revisor em jornais e revistas da mídia popular. Gostaria de abordar neste texto com os companheiros um assunto recorrente na mídia alternativa do Brasil, referente a forçada hibridização internacional da cultura brasileira, com dois objetivos primários: intensificar os debates sociais; trabalhar na formação política de jovens integrados com a esquerda revolucionária mundial.

Manifestação democrática e popular

A cultura brasileira (a verdadeira!) é reconhecida mundialmente como diversificada e socialmente igualitária. Nas aldeias indígenas e nas senzalas das grandes fazendas de colonizadores latifundiários, os ritmos e as letras das canções ensinavam às crianças idéias de cuidado com a natureza, práticas socialistas e fraternidade entre os povos. Fora isto, sempre houve um propósito em comum nestas músicas, a liberdade do Povo diante da opressão das grandes elites econômicas. Era através desta arte que o proletariado exprimia sua força social.

Hoje, tenho de resistir a curiosidade de ligar o rádio, onde só se ouvem músicas de artistas estadunidenses. A música dita popular brasileira, então, é quase pior do que esta! Complementando o excelente artigo do sítio Vanguarda Popular escrito pelo camarada revolucionário Servidor Público Federal (cf. Contra a Música ””””””“Popular””””””” Brasileira), estes ritmos são influenciados por estilos elitistas, com influência do tango, jazz e do "pedra e rola" (rock and roll, desculpem o estrangeirismo). É cada vez mais freqüente ver conjuntos compondo e cantando em inglês, ao invés de sua língua nativa. Anseio em ver um dia em que a juventude livre da opressão capitalista utilizaria dialetos africanos e ameríndios para se expressar, sem mensagens de consumismo, que só agradam aos neoliberais do mercado especulativo!

E qual foi o fim dos estilos tradicionais do Povo brasileiro? Os ritmos primitivos originários da África e do povo indígena foram forçosamente desconstruídos a propósito dos interesses da direita golpista. E com que objetivo? Manipular o Povo para criar uma cultura consumista e opressiva do operariado, para favorecer o lucro das grandes corporações estadunidenses. Em segundo plano, as letras forçam a juventude burguesa a permanecer conformista diante das desigualdades sociais e desestimulam a presença de jovens militantes nos partidos de esquerda. Esta influência entranhou-se mesmo dentre as elites intelectuais do Brasil. Lembro-me bem de um professor, colega meu no curso de humanas da USP, que me falou abertamente:

- Ah, fico indignado com toda esta cultura americanizada!

Permaneci embasbacado diante das palavras do excelentíssimo mestre. Repreendi-o com severidade:

- Americanizado é também uma palavra deles, meu amigo! América somos todos nós!

- Força do hábito! - respondeu o professor, envergonhado.

Mesmo nos altos patamares acadêmicos a influência cultural dos EE.UU. é visível. Dificilmente vejo saída fácil para a modificação cultural que tanto beneficia os monopólios econômicos e tanto explora os povos oprimidos. A única saída: resistência! Aqui listo minhas sugestões:

- O Estado deve proibir o uso das palavras "americano" e "norte-americano" para designar qualquer cidadão dos Estados Unidos da América em qualquer texto no território brasileiro. Termos aceitáveis: "estado-unidense", "estadunidense", "estadunidensedameriquensse", "matador de iraquiano", “porcos imperialistas”.

- Proibir que bandas brasileiras criem composições em inglês, ou façam "covers" de canções de bandas estadunidenses ou européias.

- O Estado deve estimular cotas para músicas ameríndias e africanas nas rádios brasileiras.

- Estimular, através de incentivos governamentais, ritmos genuinamente nacionais, como a "rasteira" e a "batucada". Ritmos falsamente originários do proletário, como o samba, devem ser desencorajados, por meios adequados designados pelo Estado.

Resistam a Nova Ordem Capitalista Mundial!

O ENCOSTO
Onde houver fé, levarei a dúvida!

Comentários

  • 4 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited fevereiro 2012 Vote Up0Vote Down
    Ou seja, está tudo proibido. A partir de agora, o Partido é que determina o que vocês podem ouvir ou ler. Ou que vocabulário usar.
    ENCOSTO disse: Ritmos falsamente originários do proletário, como o samba, devem ser desencorajados, por meios adequados designados pelo Estado.
    "Meios adequados designados pelo Estado" = eufemismo para imposição ditatorial.

    Sai 'influência cultural estrangeira' e entra "ditadura".

    Post edited by Fernando_Silva on
  • É o controle social sobre as manifestações culturais.
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • NeuromancerNeuromancer Membro
    edited fevereiro 2012 Vote Up0Vote Down
    ENCOSTO disse: A cultura brasileira (a verdadeira!) é reconhecida mundialmente como diversificada e socialmente igualitária.

    Hein???

    ENCOSTO disse: Nas aldeias indígenas e nas senzalas das grandes fazendas de colonizadores latifundiários, os ritmos e as letras das canções ensinavam às crianças idéias de cuidado com a natureza, práticas socialistas e fraternidade entre os povos.

    O que explica o caso de negros livres escravizarem negros?

    ENCOSTO disse: A música dita popular brasileira, então, é quase pior do que esta!

    Ruim por ruim, prefiro a americana.
    ENCOSTO disse: estes ritmos são influenciados por estilos elitistas, com influência do tango, jazz e do "pedra e rola"

    O tango é argentino, desde quando argentino é elite? Para mim são quase tão lascados quanto nós.
    O rock e o jazz tiveram forte influência dos negros americanos, um povo oprimido e marginalizado, onde está o elitismo deles?



    ENCOSTO disse: Anseio em ver um dia em que a juventude livre da opressão capitalista utilizaria dialetos africanos e ameríndios para se expressar, sem mensagens de consumismo, que só agradam aos neoliberais do mercado especulativo!

    Heavy Metal??
    Mas falando sério. Quem os impede de falar ou cantar em dialetos africanos, ameríndios, esperanto ou mesmo Klingon? Se não tem ninguém cantando nessas línguas é porque simplesmente não querem.


    ENCOSTO disse: Proibir que bandas brasileiras criem composições em inglês, ou façam "covers" de canções de bandas estadunidenses ou européias.

    Tenho uma ideia melhor. Poderíamos proibir as pessoas de falar e, principalmente, de escrever bobagens.

    ENCOSTO disse: O Estado deve estimular cotas para músicas ameríndias e africanas nas rádios brasileiras.

    Tenho uma melhor para essa também. O estado deveria estimular as pessoas a dizerem coisas inteligentes e construtivas, tal como deixar as pessoas escolherem o que querem escutar e assistir.


    ENCOSTO disse: Estimular, através de incentivos governamentais, ritmos genuinamente nacionais, como a "rasteira" e a "batucada". Ritmos falsamente originários do proletário, como o samba, devem ser desencorajados, por meios adequados designados pelo Estado.

    Da mesma forma que o estado estimula os artistas brasileiros de HQs ? Criando uma lei que obriga as editoras a publicarem revistas criadas por brasileiros que por sua vez encalham e são pagas pelos outros que preferem autores não-nacionais.

    Ei Encosto..
    Onde você encontrou essa merda?
    Post edited by Neuromancer on
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